Curas Milagrosas

CURAS MILAGROSAS DE 

GEORGE OHSAWA

                                       e dos seus alunos

 

Mesmo tendo sido fraca e doente até aos 37 anos de idade, tive a oportunidade de corrigir o meu estilo de vida e chegar aos 100. As mulheres do Brasil e dos demais paises da América latina onde a vida é mais simples e original que no Japão, terão mais condições para viver tanto quanto eu.

Madame Lima Ohsawa Tóquio 25/04/98

 

FRANCOISE RIVIÉRE

(discípula de George ohsawa)

 

A palavra "milagrosa" não será talvez justa, mas estas curas são tão surpreendentes que parecem tão milagrosas como as operadas por Jesus.

Citarei em primeiro lugar, e para não deixar dúvidas, uma cura a que assisti no famoso acampamento de Chelles, em 1957;esse acampamento era então conhecido como o acampamento dos milagres, tantas tinham sido as curas naquele verão. Era o primeiro que havia sido organizado com o Mestre OHSAWA. Narrarei apenas o que mais me chocou.

 

1.    CURA MILAGROSA

 

OHSAWA, subitamente, dirige-se a um rapaz de cerca de 17 anos que tinha vindo da Bélgica para tentar curar-se praticando a macrobiótica e se achava no acampamento há cerca de um mês. Lembro-me bem de o ter visto chegar, muito gordo, caminhando dificilmente com duas muletas. Fazia pena vê-lo assim naquela idade.

Aproximando-se dele, Sensei puxou-lhe o suéter dizendo:

- "Agora vamos tirar isso, pois faz muito calor aqui." O jovem pousou as muletas, tirou o paletó e despiu o suéter.

Havia, porém, outros por debaixo daquele e Sensei acrescentou:

- "Agora tira isso tudo".

Docilmente, o moço executou a ordem até que só restou a camisa e uma roupa interior. "Chega", esclareceu Sensei e, olhando-o, acrescentou:

"Agora caminha!" Ele hesita e faz menção de pegar as muletas, mas Sensei comanda:

" Não! Larga-as! " . "Vamos, caminha", repetiu ele mais firmemente ainda.

"Caminha!" tornou a voz imperativamente.

O jovem hesita um segundo e eis que caminha... ! Caminha e dá a volta ao parque. Toda a gente estava estupefata. Eu sentia-me perturbada, presa de uma emoção jamais sentida e que não era certamente menor do que a experimentada por aqueles que assistiram aos milagres de Jesus.

 

2.    CURA MILAGROSA

 

Um outro belga, o Sr. F., um joalheiro, chegando moribundo ao acampamento de Port-Manech e sendo curado em poucos dias. Todos julgavam que ele ia morrer e até o próprio organizador queria expulsá-lo do acampamento. Quando soube desta decisão, Sensei respondeu-me:

Você deve curá-lo! Fiquei estupefacta. Um moribundo e ainda por cima mal-humorado. Achei que a responsabilidade era demasiado pesada. Mas enfim, uma vez que Sensei assim o desejava, pus toda a minha diligência para preparar para o doente uma alimentação muito estrita e que julgava adequada a seu caso. Tratei dele numa casinha que sua mãe alugara ao lado do acampamento, pois que neste ninguém o queria. Os responsáveis pela organização declinavam a possibilidade de um óbito. Ali eu senti grandes dificuldades, uma vez que mãe e filho por vezes brigavam e se injuriavam de tal modo que eu nem ousava entrar. Acabei enfim por apaziguar os ânimos e com severa vigilância na prática de macrobiótica acabei por arrancar o doente do leito, levando-o um dia a assistir a uma conferência de Sensei, com grande surpresa de todos, que julgavam o moço moribundo. E até as pessoas da terra, que conheceram depois a sua história, ficavam surpresas de vê-lo fazer as suas compras, ir à praia e dar passeios à beira-mar. Era realmente uma cura que se poderia considerar miraculosa se não se conhecesse os efeitos rejuvenescedores e revitalizantes da macrobiótica.

 

3.    CURA MILAGROSA

 

E o caso do próprio filho de Sensei, Kazou, que se curou de mordida de cobra sem nada mais fazer senão praticar a macrobiótica (Relatado no nº9 58 da Revista PRINCIPIO ÚNICO).

 

4.    CURA MILAGROSA

 

Tem ainda o caso do Sr. M., um rico inglês vindo especialmente da África, onde tinha uma boa situação, para se curar de um câncer numa perna. Depois de desenganado por todos os professores que o tinham observado, veio na companhia da esposa ao encontro de Sensei OHSAWA, que estava na Bélgica, no "Sanarant", junto ao mar em Dunbergheim, perto de Ostende, na propriedade de uma senhorita belga que lhes preparava uma comida toda especial. Nessa época também me encontrava nesse estabelecimento do qual Sensei me confiou posteriormente a direção. Nunca tinha visto nada tão horroroso como um câncer saindo. Na realidade, à medida que o doente se alimentava com a macrobiótica, o câncer, em vez de continuar no interior, era forçado pela alimentação e só queria escapar. Era repugnante de ver e de um odor nauseabundo aquela mancha com reflexos verdes e amarelos e laivos de sangue escuro. Um mês mais tarde o paciente foi procurar Sensei no acampamento de Prétailles. E todo aquele câncer que saía como um enorme tumor ao longo do interior da perna acabou por cair ao cabo de dois meses de internamento. Está salvo.

Voltou, portanto, a África e um ano depois tivemos noticia da sua morte, o que nada nos surpreendeu, uma vez que sabíamos a vida que ele levava. Apenas ficamos dececionados por termos empregado inutilmente todo aquele nosso tempo com alguém que não vai ia a pena, mas, de qualquer forma, foi uma boa experiência para todos e que nos ajudou a desenvolver o nosso julgamento. Por isso agora tomamos mais cuidado em não distribuir nossas "pérolas aos porcos", apesar de outros casos posteriores nos consolaram daquele.

  

5.    CURA MILAGROSA

 

O caso, por exemplo do Sr.D., um restaurador de antiguidades da Costa Normanda, que estava para ser operado do coração, nessa época entregue aos cuidados do Prof. Lenegre. Mal podia andar, falava dificilmente e, de tão fatigado, não conseguia dormir. Depois de três meses de alimentação macrobiótica, esquiava em Chamonix, isto depois de quase não poder sair do quarto, sendo-lhe vedado qualquer esforço ou gesto brusco. Este caso foi para nós realmente extraordinário e o paciente ficou reconhecido, pois sabe que deve a vida à macrobiótica.

 

6.    CURA MILAGROSA

 

E o caso de um siciliano, o Sr. A. S., um alfaiate de grande fama, desesperado por se julgar na contingência de ter de abandonar a profissão, uma vez que tinha de ser operado de um olho para que lhe pudessem salvar o outro. Uma das vistas apresentava-se realmente com péssimo aspecto, parecendo prestes a cair.

Foi um amigo comum, um kineso-terapeuta, que lhe falou da nossa macrobiótica, dizendo-lhe: "Você não vai perder nada em tentar e estará sempre a tempo de ser operado, caso o tratamento não dê certo".

Desde que nos encontramos percebi que ele possuía uma vontade forte, o que permitiria aplicar-lhe um regime mais severo que o dos outros e com o qual se curaria mais depressa.

Na realidade, em três semanas tudo voltou à normalidade e três meses depois era um belo e elegante moço que vinha me agradecer, cheio de alegria de viver. Não somente ambos os olhos tinham sarado, mas também todo o estado geral melhorara, restituindo-lhe uma silhueta elegante, como convinha a um alfaiate.

 

7.    CURA MILAGROSA

 

Uma outra pessoa, a senhorita F., que sofria de asma desde os 17 anos, ficou completamente curada depois de me seguir fielmente durante 12 dias.

Esta cura foi tão rápida que eu cheguei quase a pensar que a moça a lamentava quando me afirmava: "Estava tão habituada à minha doença... " Como nunca mais deu notícias, não sei o que foi feito dela.

 

8.    CURA MILAGROSA

 

Um outro caso também espetacular foi a cura, igualmente em 12 dias, de um eczema róseo incurável de uma senhora de 43 anos.

Era motivo de grande tristeza e um complexo de inferioridade, sobretudo perante o marido. Mas, como teve a possibilidade de que eu a vigiasse de muito perto na sua alimentação macrobiótica, ficou completamente curada em 12 dias. . .

. .. depois que o pus, que se escondia em cada uma as pústulas, saiu, como se ela usasse uma máscara cobrindo toda a superfície do rosto, dificultando-lhe abrir os olhos e a boca fazendo-a até cobrir a cara quando me procurou, para não assustar as outras pessoas. Ao vê-la assim, precipitei-me nos seus braços, beijando-a com alegria. Ela chorava, dizendo: "Oh, não faça isso, eu estou cheia de pus!" Eu não tinha receio, pois era exatamente porque o seu rosto estava cheio de, pus que eu não podia conter a minha alegria. Tudo aquilo acabou por formar uma crosta espessa, que endureceu e caiu, deixando um rosto rosado, que depois se transformou no mais belo que uma mulher possa ambicionar. A alegria voltou aos lábios daquela senhora ainda jovem, seus olhos brilharam de satisfação e a alegria de viver voltou ao seu coração pela primeira vez depois da idade de 16 anos. Aos 43, ela encontrou felicidade na existência. Como não sentir uma constante necessidade de agradecer àquele que nos trouxe esta chave do Paraíso?

 

9.    CURA MILAGROSA

 

E aquele senhor de 92 anos, que eu chamava de meu filhinho e que há dois anos se achava moribundo? Graças à sua neta, que lhe falou da macrobiótica e que ele felizmente quis seguir, está agora salvo e sente-se melhor que aos 50 anos. E trabalha, coisa que já há muito não podia fazer. Recentemente, ajudava uns amigos a reparar o telhado e, em lugar de descer pela escada, resolveu faze-lo pela calha como se fora um garoto. Todos os vizinhos correram apavorados receando vê-lo cair, o que o fez rir muito.

 

10.          CURA MILAGROSA

 

E que diremos daquela bretã que, curou-se a si própria em 6 meses de um câncer no seio e nos pulmões

 

11.          CURA MILAGROSA

 

E aquele garotinho de 3 anos, de Mulhouse, com todo o corpo coberto de eczema, um caso tão desesperado como eu nunca tinha visto?! Ele sofria atrozmente, chorando sem parar, coçando todo o corpo, sem um só momento de sossego! Em 10 dias quase tudo tinha desaparecido, ele já não sofria, mantinha-se quieto e já não se coçava. Fiquei, todavia, estupefacta com a expressão da mãe, em cujo rosto, em lugar de um sentimento de alegria e reconhecimento, eu lia uma expressão de tristeza, sem poder adivinhar a causa. Se eu, que não era a mãe, sentia tanta alegria por não ver o pequenino sofrer mais! Ela então soltou uma frase, que tudo me fez compreender: "É uma pena ele não poder mais comer bolos e bombons!"

Que mãe assassina! Mesmo com toda aquela experiência, ainda não tinha entendido que fora ela que fabricara a doença do seu filho, fazendo-o sofrer tanto, tudo isso porque ela o queria "mimar", enchendo-o de bombons e doces cancerígenos! Que mentalidade!

Voltou para casa com inúmeras recomendações macrobióticas, mas não tive mais notícias dela. Oxalá tenha finalmente compreendido, senão terá sempre um pequeno mártir a seu lado.

É tempo de parar, embora pudesse ainda citar milhares de outros casas, como, por exemple, o meu, que emagreci 20 quilos ou mais, ou o da senhora Euskudian, que perdeu pelo menos 35 quilos.

 

12.          CURA MILAGROSA

 

E tem ainda o caso do jornalista americano, Sr. D., (que escreveu "Vocês São Todos Sampaku"), que perdeu 50 quilos e outro que eu observei perto de Paris, que chegou a perder 60 quilos.

 

13.          CURA MILAGROSA

 

Não falando dos reumatismos (ciáticas) que se curam tão facilmente, como o da Sra. F., de 70 anos, que ao cabo de 15 dias abandonava as suas duas bengalas, passeando com uma debaixo do braço e dançando de alegria à nossa frente.

 

14.          CURA MILAGROSA

 

E um russo, Snr. Maklakof, de 90 anos, que deixou as bengalas e, depois de alguns meses, levava do mercado para casa dois pesados sacos com provisões.

 

15.          CURA MILAGROSA

 

Não falando de sinusites, doenças de fígado, intestinos, tumores, etc.

 

16.          CURA MILAGROSA

 

Temos o caso da Sra. O., a quem tinham dito que morreria dentro de 3 meses e já lá vai com 6 anos vivendo em plena forma e melhor que nunca.

 

17.          CURA MILAGROSA

 

O Sr. Maltese, que perdeu 25 quilos e que hoje trabalha mais que os jovens à sua volta.

 

18.          CURA MILAGROSA

 

Há ainda o caso do Sr. Angelo Stillace, a quem iam extrair um olho para salvar o outro e que, três semanas depois de seguir rigorosamente a macrobiótica, ficou curado.

 

19.          CURA MILAGROSA

 

Sr. Dalquié, que perdia sangue e fazia tratamentos inconcebíveis e que, em desespero de causa, praticou durante 11 meses o nº7, encontrando-se agora completamente restabelecido e rejuvenescido como por encanto.

 

20.          CURA MILAGROSA

 

As Sras. R. e C., que viram desaparecer os seus fibromas depois de três meses de cura de arroz.

 

21.          CURA MILAGROSA

 

O Sr. Rigaille, que passeava com uma caixa cheia de pedras de vários calibres para mostrar aos amigos os cálculos que tinha eliminado com a prática da macrobiótica.

 

22.          CURA MILAGROSA

 

E a Sra. Kazandjian, que nunca saia de sua casa e mal podia andar depois de ter sofrido várias operações e que há 14 anos que passa maravilhosamente, podendo fazer quilômetros a pé sem se cansar.

 

23.          CURA MILAGROSA

 

O Sr. Thépaut, tuberculoso e com outros achaques, e que apesar dos seus 70 anos já feitos trabalha todos os dias como um homem de 30 depois de 17 anos de prática macrobiótica.

 

24.          CURA MILAGROSA

 

E todos os outros que, como a Sra. Lévêque, eram tuberculosos e hoje são infatigáveis.

 

25.          CURA MILAGROSA

 

E aquelas que não podiam ter filhos e agora se orgulham de ter belas crianças sadias e inteligentes.

 

26.          CURA MILAGROSA

 

E uma com esclerose em placas, e que eu vi caminhar depois de 2 anos de prática macrobiótica.

 

27.          CURA MILAGROSA

 

E a Sra. Z., que pode dormir normalmente ao quarto dia de nº7, (durante 7 anos ela só conseguia adormecer à base de drogas)

 

28.          CURA MILAGROSA DE CANCRO EM 10 DIAS

 

A Sra. Legaye, de Bruxelas, sofria de doenças crônicas, incluindo cancro, por 26 anos. Foi curada numa semana através da macrobiótica, há dez anos, e rejuvenescida em 20 anos, ela meacompanha em todos os lugares desde então. Ela já veio ao Japão comigo duas vezes e ficou lá por mais de um ano. Do seu hotel, ela vem jantar comigo todos os dias, pagando 3.000 ienes de táxi. Ela diz que é o único prazer da sua vida compartilhar suas refeições, embora quase não possamos conversar tranquilamente, pois sempre há cerca de vinte visitantes jantando. Ela me presenteou com um milhão de ienes há dez anos e, nos últimos dez anos, mais dez milhões de ienes.

Texto de George Ohsawa

 

29.          CURA DE CONCEPÇÃO DA VIDA

 

A Sra. Cuilitz, de Bruxelas, após encontrar uma nova concepção de vida através da macrobiótica, me ofereceu uma casa e apartamentos no valor de 20 milhões de ienes.

Texto de George Ohsawa

 

30.          CADÁVER VIVO

 

O Sr. William Dufty, um americano de 50 anos, condecorado com as mais altas honrarias da Inglaterra, França e Suíça, ex-oficial da aviação, ficou hospitalizado por mais de dez anos após a Segunda Guerra Mundial e não sabia mais o que fazer com seu corpo, que estava como um cadáver vivo com 80 kg. Ele começou a praticar a macrobiótica seguindo as orientações dos meus livros há dois anos. Ele rejuvenesceu 20 anos, perdendo 37 quilos em 6 meses. Em agradecimento, ele decidiu dedicar sua vida à macrobiótica. Ele escreveu e publicou "You are all sampaku", que lhe custou um ano de trabalho, mas lhe rendeu uma boa reputação. Ele declarou que traduzirá todas as minhas obras para apresentá-las no Ocidente.

Texto de George Ohsawa

 

31.          CURA MILAGROSA

 

Sem contar todos os que passam em testes depois de curas de arroz, ou vencem campeonatos, como F. B., há dez anos, que foi campeão de esqui e uma outra que há 3 anos foi campeã de natação.

 

32.          CURA MILAGROSA

 

E as verrugas, que desapareceram em dias ou, quando muito, de dois a seis meses, conforme a extensão e o local.

 

33.          GONORREIA... UM JOVEM SOFREDOR SALVO PELA MACROBIÓTICA

 

Caro Professor Ohsawa,

Gostaria de lhe dar um breve resumo da minha adoção da Macrobiótica. Agora tenho 22 anos. Aos 18 anos, contraí gonorreia. Os sintomas foram curados por produtos químicos. Em janeiro passado, os sintomas voltaram. Eu tinha prostatite - inflamação do trato urinário. Isso acontece frequentemente com as vítimas anteriores de gonorreia. Me deram muitos tipos de produtos químicos e me disseram para beber o máximo de água que eu pudesse. Fui a muitos médicos. Em vez de urina, às vezes sangue saía. O fluxo às vezes era dividido.

É curioso como às vezes meu instinto me dizia para não beber água nenhuma. Naquela época, no entanto, eu não tinha fé em meus próprios julgamentos. Finalmente recorri a heroína e cocaína para aliviar a dor. Eu amaldiçoava o sofrimento e chorava a noite toda em meu sono.

Há cerca de dois meses, um amigo me apresentou à Macrobiótica. Tudo se inverteu! Comecei com ceticismo e medo, mas lentamente meu julgamento começou a ser revelado.

Primeiro, as dores de estômago, a paranoia, a caspa e as gengivas sangrantes desapareceram. Uma coisa afeta outra. A saúde melhora - a fé fica mais forte - mais rigorosa na dieta - o julgamento melhora - tudo em um ciclo.

Meus pais se opuseram à comida, então depois de alguns dias na dieta, mudei para um apartamento próprio. Tive que me reeducar completamente, aprender a cozinhar e estabelecer uma nova vida. Há coisas que devem ser feitas sozinhas e eu sabia que teria que rezar e jejuar. A maioria da dor desapareceu, mas continuei a urinar quase todas as horas. Torrava o pão e comia muito escuro por uma semana. A urina continuou, então jejuei por dois dias. Tudo isso ajudou muito. Mais importante, percebi que a doença não era minha inimiga. Se não fosse por essa doença, nunca teria descoberto a Macrobiótica. Novos horizontes não estariam disponíveis para mim. A cada dia melhoro mais.

A doença é como um mapa rodoviário. Acabei de aprender a lê-lo. Uma vez que eu o conheça, posso descartar o mapa. Aprender a lê-lo é o começo de descartá-lo. Tenho um longo caminho a percorrer e ainda muitas melhorias a fazer. Entendo que tudo é feito por si próprio, mas você salvou minha vida - salvou-me de viver uma vida de inferno. Agradeço a você, agradeço a Irma Paule.

Espero conhecê-lo se eu estiver no Japão ou se você estiver nos Estados Unidos.

Obrigado

 

34.          ELE SE SALVOU AO LER UM LIVRO DE OHSAWA

 

Por George Ohsawa

Este foi, aliás, o destino do meu primeiro livro em francês: O Principio único e a filosofia do extremo Oriente.

Cinco anos atrás, dei uma palestra na Casablanca. Depois, um homem da plateia me convidou para ir a sua casa, me levou a uma bela biblioteca, e me deu um livro luxuosamente encadernado e disse: "É graças a este livro que estou vivo até hoje. Há cerca de 30 anos atrás, eu era um estudante da Sorbonne. Eu estava perdido na vida, sem interesse em nada. Eu queria me matar.

Um dia, enquanto vagava pelas ruas de Paris, encontrei este livro, coberto de poeira, numa livraria em segunda mão por : 10 centavos. Eu o li naquela noite, mas entendi pouco. No entanto, por algum motivo, isso me encorajou o suficiente para decidir não cometer suicídio ... Alguns anos depois, o descobri na minha bagagem. . . O li de novo... Agora fazia sentido.

Desde então, li-o muitas vezes e, cada vez que o leio, compreendo-o mais profundamente. É o meu maior tesouro.

No fim da minha corda, fui salvo por este livro - muitas vezes!

 

35.          COMO CUREI O MEU CANCRO DO ESTÔMAGO

 

Por K. Shimamura, Okayama, Japão.

Há dois anos, em abril, fiquei seriamente enferma do estômago, com sintomas de enjoo. Após exame, feito no Hospital do cancro, fui aconselhada a submeter-me a uma operação. Apesar do médico nada me ter dito, pensei que tinha um tumor e, assim, decidi operar-me. Quarenta dias após a operação eu não tinha apetite e vomitava constantemente. Pedi um diagnóstico e o médico simplesmente disse que eu tinha uma doença no fígado. O seu tratamento não deu resultado. Não podia comer durante vinte dias e recebia injeções de glucose cada cinco horas, durante oito meses, sem apresentar nenhum sinal de melhora.  Apesar de meu marido saber que eu tinha cancro, não me informou disso. Eu estava preocupada com meu estado, pois não apresentava sinal de melhoras durante os oito meses decorridos. A essa altura meu marido procurou convencer-me de que talvez a Macrobiótica fosse a minha última oportunidade.

Em 21 de janeiro de 1966, deixei o hospital. Imediatamente fui morar com uma família macrobiótica, na cidade de Okayama, os Fukuharas. Naquela noite, para minha surpresa, meu marido deu-me a fita gravada com a conversa que teve com o Sr.  Okada, presidente da Associação Macrobiótica de Osaka. O Sr. Okada disse ao meu marido que eu ficaria curada se vivesse macrobioticamente.

Senti que a Macrobiótica iria me curar, mas a dieta número sete não era saborosa, porque durante anos eu só comia os assim chamados alimentos nutritivos, tais como carne, ovos, produtos lácteos e frutas. Mas fui encorajada pelo exemplo das crianças dos Fukuharas, que comiam arroz integral, sem objeção. Assim, tratei de comer, mastigando bem, até ficar liquefeito. Bebia muito pouco. Perdia 1 quilo diariamente e no sexto dia, tinha perdido 6 quilos, preocupava-me com a perda de peso que, se continuasse, prejudicaria a minha aparência. Felizmente, ou milagrosamente, entretanto, deixe de perder mais peso. Meu marido estava animado, pois disse que no começo a dieta provoca muitas reações, e as que eu sentia eram normais.

Li os livros de Ohsawa e aprendi a Macrobiótica com o Sr.Fukuhara. Após vinte dias minha boca estava muito seca e fiquei muito loquaz. Depois de uma semana minha boca ficou úmida, voltando à condição normal. Um mês após, as minhas pernas ficaram mais fortes e já podia subir escadas. Logo que os sintomas melhoraram senti-me com mais coragem. Aprendi a cozinhar com a Sra. Fukuhara.

No mesmo ano, em 20 de março, voltei para casa. Desde então nunca fiquei doente, salvo de um fraco resfriado. Quase não me fatigava, apesar de fazer todo o Serviço doméstico, como polir o chão, cozinhar e lavar, sem nenhum auxílio.

Sinto-me profundamente agradecida a todos os meus sinceros mestres, o Sr. e Sra. Okada, o Sr. e Sra. Fukuhara, que tanto me ensinaram. Especialmente agradeço ao meu marido, que salvou a minha vida e possibilitou-me os meios de saber apreciar e agradecer por tudo quanto recebo. Eu carecia de gratidão, pois era muito egoísta.

Um dos meus parentes é médico e não aprova a dieta macrobiótica. Sua esposa visitou-me certa vez e ficou admirada e sem fala encontrando-me em tão boas condições de saúde.

Durante a minha estadia no Hospital do cancro havia outros quatro pacientes que morreram. Nunca se interessaram pela Macrobiótica. A esposa de um deles disse: «Se meu marido tivesse seguido a Macrobiótica não teria morrido».

Assim sendo, o motivo deste artigo é para dividir as minhas experiências com todos, pois a Macrobiótica tornou-me sadia e feliz.

   

36.          CURA MILAGROSA

 

E as mulheres a quem se evitaram cesarianas e que puderam amamentar os seus bebês.

Enfim, tantos males e misérias que desapareceram tão facilmente com a prática estrita e perseverante da macrobiótica!

E assim, poderemos dizer a todo o mundo: "Se vocês estão desencorajados, abandonados de todos, não desesperem porque há um meio de sair rapidamente desse inferno, que é a prática da Macrobiótica com a Filosofia do Extrema-Oriente como nos ensinou GEORGE OHSAWA.

 

37.          CANCRO GENERALIZADO

 

No que me diz respeito (Francoise Riviére), há 17 anos estava tão mal que um médico me condenou, afirmando que eu tinha uma espécie de cancro generalizado; mas o professor OHSAWA me curou, pela prática do seu método e da sua filosofia.

Assim, para ajudar os doentes e infelizes (coma eu era), ouso expressar o desejo de lhes dar tudo aquilo que eu, modestamente, pude aprender e reter junto do Mestre OHSAWA, em sinal de gratidão e reconhecimento para com este grande benfeitor e salvador da Humanidade; e ainda o que aprendi com a sua esposa lima e outras amigos japoneses, tais coma as senhoritas Tosi Kawagushi, Catharina Tanaka, Yukie Tabata e os senhores Eddie Hara, Teruo Matsuda, Clim Yoshimi, etc. Aproveito ainda este livra para agradecer publicamente todos os seus preciosos e desinteressados ensinamentos, prodigalizados com toda a gentileza e afabilidade do Oriente, que é de uma extrema delicadeza, e isto para que cada um passa realizar a verdadeira finalidade da vida humana: tornar-se um modelo vivo da Macrobiótica, com vista à boa ordem universal que a todos contenta, fazenda sentir felizes os que nos rodeiam e olham e que, encorajados pela exemplo, irão se tornando modelos da Macrobiótica libertadora, que dá felicidade graças à justiça do seu método.

 

Estas 32 curas Milagrosas foram retiradas do livro MACARBIÓTICA VIDA E SAÚDE e de Francoise Rivére

  

38.          CURAS MILAGROSAS DE OHSAWA NA PRISÃO

 

O professor George Ohsawa foi preso por profetizar a perda da guerra dos Japoneses pele primeira vez na história por usarem armas de fogo como os ocidentais.

Mas na prisão tornou-se o médico dos doentes da prisão.

Mas ele não tinha nenhum remédio macrobiótico para lhes oferecer para os curar quando eles ficam doentes, então ele decidiu usar o Yin e Yang.

Quando os doentes estavam doentes, ele simplesmente não lhes dava de comer nem beber.

Os seus milagres foram de tal maneira que o guarda prisional da sua cela lhe ofereceu as chaves da prisão para ele sair em liberdade, mas ohsawa reusou, ele disse que queria continuar a curar os doentes prisioneiros.

 

39.          A CURA DE 10 LEPROSOS NA ARGENTINA

 

Foi na Argentina que há uns meses atrás que a Srª Suzana Varas dispôs de 10 pessoas leprosas “portanto incuráveis para sempre”, por não importa qualquer método da medicina sintomática.
Estas 10 pessoas tinham ficado disponíveis para esta jovem estudante da filosofia da longevidade e do rejuvenescimento, a macrobiótica, pela ministra da saúde publica.
Depois de 23 dias não se encontrou um só bacilo-de-hansen no sangue dos doentes.

Todos os médicos que participaram no exame dos doentes ficaram surpreendidos!!!

Mas eu curei pelo meu regime numero 7, centenas de doentes que sofriam da mesma doença, no Japão, na Índia, há mais de 50 anos.

NUNCA NO MUNDO INTEIRO, DESDE OS TEMPOS MAIS ANTIGOS QUE ESTA DOENÇA NUNCA FOI CURADA.
Não apenas esta doença, mas nenhum doença é curada de uma vez por todas pela medicina sintomática.

“A medicina que cura as doenças não existe”- Claude Bernard
Texto de George Ohsawa Revista Yin e Yang nº 61- ANO 1965

 

40.          CURA DE UM CANCRO

 

George Ohsawa

Da Revista Principio Único nº84, Janeiro de 1976

George Ohsawa: apresento-lhes um homem que retornou dos infernos, verdadeiramente vivo, Sr. Imbert, ouçam atentamente a sua história extraordinária.

Sr. Imbert: para começar, eu glorifico a Deus, glorifico a Jesus, glorifico o Sr. Ohsawa, a gratidão é essencial. Eu tive um nascimento muito infeliz.

George Ohsawa: onde você nasceu?

Sr. Imbert.: em Clamart, no Sena.

George Ohsawa: em que dia?

Sr. Imbert.: em 20 de julho de 1925.

George Ohsawa: ah, julho...

 

Sr. Imbert.: durante toda a minha existência, fui a pessoa mais infeliz do mundo, fui rejeitado, a dor física é terrível, mas a dor emocional é ainda pior.

George Ohsawa: qual era a profissão do seu pai?

 Sr. Imbert.: chefe de equipe nos Correios e Telecomunicações. Se eu não tivesse pais, teria sido mais feliz. Eles eram verdadeiramente um pesadelo. Aos 23 anos, as catástrofes físicas começaram. Eu sofria terrivelmente de dores de cabeça, passei a minha vida indo de médico em médico, tanto que comprei uma pequena maleta para estar sempre pronto para ir ao hospital. Em 10 anos, fui operado 19 vezes! Sinusite, intestinos, estômago. Tudo isso por causa das dores de cabeça. Eu confiava na medicina. Um dia, após a minha décima oitava cirurgia, colocaram um prego na minha cabeça para explorar, porque não viam nada, e o pus começou a sair pelos lados do prego. Eu estava feliz, porque finalmente iriam descobrir o que eu tinha! Os especialistas me diziam que não podiam me operar sem saber, porque não se vê o que é ósseo, mas que havia 1 em 1000 chances de sucesso! Antes disso, eles haviam retirado tecido dos meus seios da face e substituíram pelos meus abdominais, e como eu tinha grandes cavidades, os dois abdominais serviram para preencher apenas uma, na outra colocaram cera. O pus retornava e eu ainda sofria, na realidade eles haviam removido partes saudáveis. Na décima nona cirurgia, eles retiraram os ossos porque era canceroso. Após a cirurgia, me aplicavam injeções de penicilina, porque em todo cancro há aderências... Eu ainda enfrentei muitas dificuldades, uma injeção no nervo ciático que me deixou paralisado. E após um mês, o médico me disse que não podia fazer nada pelo meu caso, que havia curado muitos cancros, mas o meu era impossível!

Eu lhe respondi que não precisava me operar 19 vezes para me dizer isso! Eu não tinha mais dinheiro, mudei de emprego, voltei a ser trabalhador braçal para respirar menos poeira, e lá, fui realmente guiado por Deus, fui colocado ao lado de um vegetariano. Fiquei seis meses sendo vegetariano, é claro, não quero dizer que não tive nenhum alívio, mas ainda estava sofrendo.

Um dia, encontro um amigo que me diz: "Conheço um japonês que cura cancros." Eu lhe respondi que se isso pudesse ser o meu caso, qualquer sacrifício que fosse, eu o faria. Comecei a ir às conferências, ouvi atentamente, li, houve depoimentos, observei cuidadosamente e, acima de tudo, coloquei em prática. Eu tinha pouco tempo disponível, mas o reservei para frequentar as aulas de culinária.

Sofri terrivelmente nos estágios iniciais, com sede intensa, sintomas como boca seca, etc., etc., mas eu acreditava que Ohsawa recomendava superar as dificuldades e persisti. De qualquer forma, eu não tinha escolha, era vida ou morte. Após um ano, houve uma melhora significativa e, após sete anos, acredito que alcancei a felicidade suprema, pois todas as minhas ambições foram realizadas, tanto no trabalho quanto na vida familiar e espiritual.

Acima de tudo, agradeço a Deus, todos os dias tenho um pensamento para Ohsawa e também para o Centro. Agora, não posso mais ficar doente, sendo vigilante, nada pode me acontecer. Não tive mais dores de cabeça nos últimos dez anos, embora somente Deus saiba quantos martelos já foram batidos nela! Foram 19 intervenções cirúrgicas, sendo 4 na cabeça! Sem mencionar todos os golpes que recebi na minha juventude, privações, etc.

A Macrobiótica é o melhor caminho, mas deve ser praticada ao mesmo tempo em que se estuda a filosofia. Alcançamos uma felicidade que ninguém mais pode entender.

George Ohsawa: aqui está, você vê um exemplo vivo do que eu lhes repito frequentemente: quanto maior a face, muito maior o dorso. Quanto maior a dificuldade, maior a alegria, a gratidão. Devemos ter o senso de gratidão, então, mesmo na profundidade da miséria, seremos salvos. 19 operações! Eu não gostaria de ser operado, nem mesmo uma vez! Agora, você pode fazer perguntas a ele para se informar. Imagine-se na posição dele, abandonado após 19 cirurgias, você estaria desesperado! Mas ele não desistiu, ele tinha esperança, é maravilhoso! Interroguem-no.

George Ohsawa: primeiramente, pergunto a você, até os 23 anos, o que você fez? Frequentou a escola primária?

 

Sr. Imbert.: sim, frequentei e fui criado a golpes de gancho, martelo... Nós só comíamos vegetais, éramos cinco e os pais comiam escondidos enquanto estávamos na cama.

George Ohsawa: cinco irmãos?

Sr. Imbert: 4 rapazes, 1 rapariga. A minha dor física foi terrível, mas o mais difícil foi reconciliar-me com aqueles que me fizeram sofrer. É necessário reconciliar-se com alguém que lhe causou sofrimento, pois é um dever, é difícil! Naquele dia, tinha um peso no coração. Fiz isso e agora sou extremamente feliz; aliás, não tenho mais inimigos na terra! Aos 13 anos, saí de casa, sozinho, porque era constantemente agredido.

George Ohsawa: triste!

Os seus pais se entendiam bem?

Sr. Sr. Imbert: eles se entendiam bem para nos agredir!

George Ohsawa: o seu pai ainda está vivo?

Sr. Imbert: não, ele faleceu aos 65 anos.

George Ohsawa: ele morreu de alguma doença?

Sr. Imbert: sim, de uma doença no estômago.

George Ohsawa: e a sua mãe?

Sr. Imbert: ela está viva. Como eu estava dizendo, saí aos 13 anos, fui à minha própria sorte, enfrentei dificuldades...

Sr. Imbert.: fui alistado aos 19 anos para a guerra, e aos 23 anos, quando retornei, todos os meus problemas começaram.

George Ohsawa: você tinha fé antes?

Sr. Imbert.: não.

George Ohsawa: foi a fé em Deus que o ajudou a adotar a Macrobiótica?

Sr. Imbert.: antes de ter fé em Deus, é preciso praticar a Macrobiótica, pois enquanto a dor física domina você, mesmo que acredite em Deus, a dor o dominará. Antes de adotar a Macrobiótica, me disseram para acreditar em Deus e ver o que acontece! Eu confiei porque na vida é preciso tentar de tudo, especialmente quando se sofre, e percebi que isso não era verdade, era necessário aprender a se alimentar corretamente primeiro.

George Ohsawa: você fez a dieta Nº 7?

Sr. Imbert.: naquela época, não se falava do Nº 7.

George Ohsawa: estava na página 13 do guia de auxílio, eu sempre o repetia.

George Ohsawa: e agora, qual é a sua dieta?

Sr. Imbert.: hoje em dia, sou o meu próprio médico, não posso mais ficar doente.

George Ohsawa: aí está, essa confiança nasceu após 7 anos de Macrobiótica! É maravilhoso, que convicção! Acredito que você também a tenha, não é mesmo? Dr. Poret, não é maravilhoso?

Dr. P.: oh, sim!

George Ohsawa: eis a verdadeira cura, corpo e alma. Vocês condenam todas as pessoas que acreditam em Deus? Vocês dizem que se essas pessoas ficarem doentes, não poderão se curar.

Sr. Imbert.: pelo contrário, há algo que você não entendeu. Trata-se de acreditar em Deus sem praticar a Macrobiótica. Dizem que apenas o pensamento pode curar enquanto se sofre. Experimente, eu tentei, mas não adiantou nada!

- No entanto, há casos em que Jesus dizia "Serás curado conforme a tua fé".

Sr. Imbert.: mas quantos Jesus existem? Encontrem-me alguém que tenha fé e coma bifes, digam-me se ele será curado!

George Ohsawa: é maravilhoso, ele chama a Deus de forma moderada, mas em nossa terminologia, é o discernimento supremo. Não confunda. Sua mãe está viva?

Sr. Imbert.: sim, ela tem 65 anos.

 

George Ohsawa: todos os seus irmãos estão vivos?

Sr. Imbert.: não, tenho uma irmã e dois irmãos restantes. Um faleceu num acidente e o outro de uma doença.

George Ohsawa: você era o mais velho?

Sr. Imbert.: não, o mais velho faleceu, eu sou o segundo.

George Ohsawa: se o segundo irmão existe com orelhas bonitas, coladas como ele tem, então o primeiro deve desaparecer. É por isso que perguntei se ele era o mais velho, porque ele tem as orelhas de um mais velho. E agora, o que você faz?

Sr. Imbert.: eu entrei para a administração, na corporação que eu queria, se me oferecessem algo diferente, não teria mais prazer, estou feliz.

George Ohsawa: não é verdade, se há um diamante na lama, você o pegará e o guardará de lado, é assim que funciona. Se você estiver radiante, brilhante, as pessoas irão encontrar você, admirá-lo e respeitá-lo. A fatalidade vem d o interior do nosso discernimento supremo. Se você é solitário, excluído, isso significa que você não tem senso de gratidão. Então você se curou após um ano de Macrobiótica?

Sr. Imbert.: na verdade, tive sintomas graves nos primeiros oito dias, fui bastante rigoroso e o resultado esperado veio após um ano.

George Ohsawa: durante esses doze meses, como você viveu?

Sr. Imbert.: foi terrível, durante o primeiro ano, admito, apenas para encorajar os outros. Eu sei que é muito difícil, mas se posso ser útil ao dizer, o que mais importa é perseverança e confiança. E também ser habilidoso em termos alimentares, não cometer erros, seria um desperdício. Deus nos colocou diante dessa porta, não devemos fechá-la, porque só somos colocados diante dessa porta uma vez, não duas. Eu pensei sobre isso e perseverei.

George Ohsawa: tornar-se o mais feliz ou o mais infeliz está em suas mãos, você entendeu? Podemos transmutar a grande desgraça em grande felicidade. Bem, acredito que esta noite vocês viram um exemplo extraordinário, é maravilhoso!

Sr. Imbert.: também devo dizer, apenas para dar coragem aos meus amigos, sou considerado em meu círculo como aquele com a melhor memória, e eu não tinha mais memória alguma.

George Ohsawa: você consultou o médico que o tratava?

Sr. Imbert.: não, acho que é inútil, eles não entenderiam. Eles me viram, mas não há nada a fazer, não mudaria nada mesmo se eu fosse!

George Ohsawa: Não se vingue. Eles são profissionais, mecânicos, não os acuse. Vencer sem lutar. Se você foi operado, como ele, isso significa que você foi muito crédulo, o seu discernimento estava nublado, é nossa culpa. Aproveite essa oportunidade para encontrar a causa última do seu sofrimento.

Sr. Imbert.: se me perguntarem o que eu fiz, é bastante simples. Eu comia apenas um prato, nunca misturava alimentos. Arroz, ou trigo sarraceno, ou millet, com legumes. Mastigava bem, adicionava gomásio e algas, e tomava uma infusão após a refeição. Eu também fiz jejum, todo mundo deveria jejuar, qualquer um pode, é uma questão de vontade. Não estou criticando aqueles que não conseguem, mas acho que devemos fazer o esforço. Eu sei que é muito difícil, mas se quisermos, podemos. Eu jejuava 3 dias a cada quinze dias, mesmo trabalhando. Fiz uma experiência, jejuei por 8 dias sem beber nem comer. Fiz uma análise de sangue após esses 8 dias e nunca tive tantos glóbulos vermelhos.

George Ohsawa: quando jejuamos, enriquecemos a vitalidade do sangue, quando comemos, a vitalidade diminui, é contraditório, não se sabe disso. Ele sofreu durante 17 anos e se salvou sozinho, sem incomodar ninguém. Que diferença com Jocelyne, que incomoda tantas pessoas! Ela dá muitos chutes e socos em Lima, por que essa diferença? — Gratidão. — Ele cuidou de si mesmo.

George Ohsawa: É a mãe! Ao mimar seu filho, você faz com que ele perca o senso de gratidão. Dr. Poret, estude esse caso profundamente e descubra um detalhe, você encontrará algo maravilhoso, o segredo da cura completa, corpo e alma. Aqui está, estou bem recompensado, que alegria, que felicidade. Há 52 anos, me esforço para visitar todos os países estrangeiros, que recompensa! Ele está tranquilo, dizendo "Eu sou meu próprio médico", agora ele é o Infinito! Ele realizou todos os seus sonhos. Se você não tem sonhos, não há nada a fazer. Em qualquer idade, você deve ter sonhos para realizar, caso contrário, não vale a pena viver. Vocês podem imaginar o quão grande é minha alegria! É como uma criança que foi ao inferno e voltou mais sábia, mais jovem. Essa alegria não pode ser comprada! Que recompensa.

 

41.          LIMA OHSAWA CUROU UMA EPILÉTICA EM 3 DIAS

 

Por George Ohsawa

Em casos de paralisia, cãibras, epilepsia, são administrados brometo de cálcio, vitaminas, etc..., todos Yin. Então isso não cura e a medicina declara: "é incurável!". Mas nós podemos curar, em pouco tempo: Lima curou uma epilética que sofria há 40 anos em três dias!

O remédio é retirar o Yin. Yanguizar e, ao mesmo tempo, realizar uma ginástica de flexibilidade. Há alguns casos de Yang, tomem cuidado, mas são extremamente raros, 99% são Yin.

 

42.          A ARTE DE NÃO CURAR

 

Entre as múltiplas facetas de George Ohsawa – poeta, filósofo, escritor, tradutor, editor, conferencista, homem de negócios – destaca-se a de curador. Aqueles que o seguiram de perto deixaram o extraordinário testemunho das tantas vidas que Ohsawa libertou da dor, do sofrimento e da morte estúpida. Françoise Riviére, que participou do primeiro acampamento organizado por Ohsawa na França, não hesita em comparar as curas a que assistiu às do Novo Testamento: “As curas realizadas no famoso acampamento de Chelles, em 1957, foram tão impressionantes que não podemos senão equipará-las aos milagres operados pelo Cristo.”

Mas o Ohsawa curador jamais identificara a doença ao mal e a saúde ao bem. Ohsawa deu mostras inequívocas de que alcançara o fundamental: sabia como poucos que um princípio paradoxal governa o mundo fenomênico, que nada escapa à sua poderosa influência, que mesmo a saúde e a doença não se furtam ao seu domínio.

Circunstâncias houve em que Ohsawa percebeu que o “melhor” seria o “pior”: há doentes que se não devem curar, sob pena de, uma vez libertos dos limites impostos pela doença, multiplicarem a própria infelicidade e a dos que os cercam. Nestes casos, deve o verdadeiro curador, arriscando-se embora a ser mal compreendido pelo doente, negar-se a curá-lo.

É o próprio Ohsawa quem nos relata um caso que vem muito a propósito.

Ouçamo-lo:

Não se deve curar a doença, mas sim o doente.

Um dia, em 1944, já próximo ao fim da guerra, o diretor de um laboratório farmacêutico veio procurar-me pedindo um conselho. Tinha ficado rico fabricando um remédio especial para a cura da asma.

̶ Venho solicitar vossas instruções dietéticas.

̶ Estais doente?

̶ Sim, sofro de uma asma ‘incurável’.

̶ Asma? Mas e o vosso famoso medicamento?

̶ Ah, não tem adiantado.

̶ Mas não tem tido uma tão grande saída?

̶ Tudo é possível vender investindo somas elevadas em anúncios diários nos jornais.

̶ Então o vosso produto não é eficaz?

̶ Deveis saber bem disto, uma vez que já escrevestes tanto que não existe medicamento nem operação que cure a asma.

̶ Mas o vosso... que é tão vendido... ?

̶ Caro Senhor, desconheceis o que é o comércio e a indústria hoje em dia. Ganhei muito dinheiro, mas quanto mais ganhava tanto mais gastava; e agora, por anos e anos, venho eu mesmo sofrendo de asma. Desnecessário dizer que tentei todos os meios de cura, mas em vão. Vosso método é minha última esperança. Conheço-o perfeitamente, pois foi graças aos vossos ensinamentos, há dez anos, que minha esposa e filhos recuperaram a saúde e ainda a conservam.

̶ Muito bem. Sinto-me feliz. Isto quer dizer que vossa esposa adquiriu uma boa compreensão do meu método e teoria. Então, nada tenho para dar-vos. Basta seguir vossa esposa, isto é, comer o que ela prepara em casa e nada mais.

̶ Mas é muito difícil...

̶ Sim, eu sei. Tendes de comer fora, diariamente, com vossos amigos e fregueses. Mas não tendes outra alternativa entre viver e morrer, ser ou não ser, longevidade ou morte prematura.

Depois de uma movimentada conversação, pois ele é muito Yang, despedi-o sem dar as instruções solicitadas.

Após sua partida, minha secretária, Srta. Sima Moriyama, que abandonou uma posição muito importante como nutricionista a fim de ser uma de minhas secretárias, disse, parte para si mesma e parte para mim:

̶ É muito justo. Não há necessidade de dar instruções ao diretor de um laboratório farmacêutico que fabrica e vende tanto veneno para empilhar dinheiro sem que, primeiramente, admita que tal indústria é uma grande fraude, abandone seu negócio e confesse publicamente nos jornais que engana seus concidadãos.

̶ Não, Srta. Sima, não foi esse o motivo por que o despedi esta manhã. Não creio que ele terá disposição de seguir sua esposa, apesar de ela ter feito todo o possível. Pela primeira vez cheguei à conclusão, esta manhã, que ele deve ser repelido, que ele não deve ser curado.

̶ Mas por quê?

̶ Porque, de acordo com o diagnóstico baseado em sua fisionomia, constatamos que ele possui características demasiado Yang difíceis de erradicar. Ele é muito Yang, não é verdade?

̶ Oh, sim, é verdade. É muito barulhento, conversador, agitado...

̶ É isto mesmo; ele é demasiado Yang. Tem muitas amantes e não pode ser um marido fiel. É uma infelicidade tanto para ele como para a família. Mas, se é asmático, deve ser muito cauteloso. As crises asmáticas são muito fortes e penosas. A asma é uma reação de seu sistema nervoso autônomo e ajuda a contrabalançar seus excessos. Se fosse curado, como é exageradamente Yang, ele e sua família teriam de sofrer muitos e maiores padecimentos posteriormente.

Yin atrai Yang e Yang atrai Yin. É a lei da natureza. Se comermos demasiado Yang, ficaremos demasiado Yin. Mais cedo ou mais tarde teremos de compreender isto ou morrer.

Srta. Sima, não devemos curar a doença, mas sim o doente. Às vezes temos de recusar curar aquele que seja demasiado arrogante e egoísta, e esperar até que fique mais humilde e com vontade de aprender.

 

43.          CURA DE UM TUMOR CEREBRAL

 

Briac Gauthier (Bretanha)

A todos os amigos macrobióticos. Em resposta ao pedido do CIMO, envio este modesto testemunho que espero possa encorajar algumas pessoas que decidiram seguir o caminho da macrobiótica.

Aos 15 anos, apesar de ser desportista e aparentemente saudável, tive a desagradável surpresa de perceber, após alguns meses de competição ciclística, que os resultados não estavam melhorando; pelo contrário, eu tinha dificuldade em acompanhar os outros. Mas o mais preocupante era que minha saúde estava se deteriorando aos poucos. Comecei a mancar e a não usar mais a mão esquerda. Portanto, tive que abandonar a competição e o desporto. Já sendo naturalmente avesso à medicina e aos medicamentos, busquei as terapias alternativas.

Procurei uma radiestesista, que diagnosticou um tumor cerebral. Esse resultado foi confirmado pela medicina convencional. Como não conseguia mais frequentar a escola, fui obrigado a passar um curto período no hospital, curto porque meu pai, antes que os médicos decidissem me operar, assumiu a responsabilidade de me tirar de lá. Ele estava convencido de que a medicina sintomática era impotente diante de doenças consideradas incuráveis e, portanto, fatais. Assim, voltei para casa, feliz por deixar o mundo médico.

Seis meses depois, um amigo açougueiro nos deu o endereço de um centro vegetariano em St Jean Brevelay . Decidimos ir até lá, cientes de que a alimentação poderia desempenhar um grande papel na cura e na saúde das pessoas. Os líderes do centro nos receberam gentilmente e explicaram que meu estado era muito grave e que não podiam correr o risco de me manter entre eles, mas que conheciam uma instituição que certamente me aceitaria. Era o "Cuisine et Santé" em Saint-Gaudens.

Encorajado pelos meus pais, decidi, então, seguir o caminho dos Pirenéus, acompanhado por Thérèse, uma jovem que trabalhava no centro vegetariano "Rayon de Santé". Como eu não conseguia me vestir sozinho, ela me ofereceu uma ajuda muito valiosa.

Chegamos a Saint-Gaudens em 7 de fevereiro de 1984, às 22h15. René Lévy estava dando uma palestra, mas nos recebeu com um grande sorriso e extrema gentileza. Ele nos fez sentar e serviu-nos um prato de soba (macarrão de trigo sarraceno). No dia seguinte, com mais detalhes sobre meu estado catastrófico, ele me aconselhou a fazer o número 7, bebendo o mínimo possível (que eu traduzia como "nada") e mastigando o máximo possível. Comecei a colocar imediatamente suas recomendações em prática. No começo, admito que era difícil, principalmente a mastigação, pois para o resto eu me contentava com o que me davam, já que não podia sair para comer outra coisa.

Graças a isso, os resultados não demoraram a aparecer e, após oito dias, minha voz mudou, meus pais conseguiam me entender ao telefone. Encorajado por esse pequeno progresso, comecei a mastigar mais e a sensação de sede desapareceu.

Após três semanas, antes de retornar à Bretanha, René me deu algumas recomendações. Ele me aconselhou a continuar com o número 7, adicionando um pouco de sopa de missô e algas hizik. Retomamos a estrada com um balanço de nossa estadia bastante positivo: recuperei a fala, tremia menos, perdi 7 quilos, meus olhos se realinharam e, graças às palestras do René, pude entender a origem da minha doença. Segui seus conselhos, fazendo alguns exercícios no chão que meu pai me ajudava a fazer para não ficar inativo. Lembro-me até de comer quase todos os dias trigo sarraceno (produzido pelo meu pai) em todas as suas formas, seja em grãos, cremes, bolos, panquecas, quenelles ou chapatis; foi uma verdadeira cura de trigo sarraceno.

No meio de junho de 1984, acompanhado por minha mãe, voltei à fundação para um estágio de oito dias. René Levy constatou uma melhora e me recomendou fazer 3 dias de meio jejum, seguido de um rigoroso número 7. No final da estadia, minha condição havia melhorado ainda mais, para grande alegria do René e de todas as pessoas presentes na fundação.

De volta à Bretanha, continuei com o meio jejum por oito dias, seguido pelo número 7 rigoroso. Continuei progredindo, renascendo aos poucos.

Em agosto, o "milagre" aconteceu, comecei a andar novamente. Foi uma alegria em casa; meus pais, meu irmão e minhas irmãs ficaram felizes com minha transformação.

Desde então, passo de cinco a seis meses por ano em "Cuisine et Santé", onde aprendo muito. Serei sempre grato ao René Lévy por ter me acolhido no seu centro e por ter sido um ótimo guia em meus primeiros passos na macrobiótica. Gostaria de acrescentar que "Cuisine et Santé" é o único centro onde se pode ficar hospedado, participar das aulas de culinária e palestras, tudo em um ambiente agradável. Cada dia para mim é um agradecimento, pois não apenas resolvi um problema grave, mas também vejo a vida de uma maneira completamente diferente.

Agradeço infinitamente a Georges Ohsawa por seu legado.

Agradeço a René Lévy, Sra. Rivière, Clim Yoshimi, Flavio zanatta e a todos os outros que promovem a macrobiótica no mundo.

Agradeço a toda a equipe de Cuisine et Santé, que me ajudou e encorajou muito em 84.

Agradeço aos meus pais por me tirarem do hospital e me colocarem no caminho da vida plena: A MACROBIÓTICA.

Arigato Goizaïmassu!

 

44.          A MINHA CURA CARDÍACA (SEM CIRURGIA)

 

Georges Daniac

Paris, "Cidade-Luz"

Tenho 59 anos. Há cerca de 20 anos atrás, numa noite de janeiro, sofri um infarto do miocárdio: hospital,unidade de terapia intensiva. Como tratamento: heparina e 27 comprimidos por dia, divididos em três doses.

Após sair do hospital, passei várias semanas na cama: eu estava tão frágil quanto vidro. Incapaz de cuidar de minha higiene pessoal. Sentia que não conseguiria me recuperar e um medo terrível me invadia ao pensar em ter outro ataque cardíaco, além de mencionarem a possibilidade de uma cirurgia cardíaca.

Uma amiga falou sobre mim para o Sr. Chalmont, que me telefonou e me deu o endereço da Sra. Rivière no Tenryu, na 8 rue Rochebrune, em Paris. Encontro com a Sra. Rivière, Nº 7.

Recuperei o sono, o medo desapareceu, a morte se afastou, a vida retornou. Uma alegria intensa. Após a Leitura do "Zen Macrobiótico" e outros livros do Sr. Ohsawa. Que felicidade! Como Lázaro, é uma ressurreição.

Devo minha vida ao Mestre Ohsawa, à Sra. Rivière, a René Lévy, ao Sr. Chalmont e a todos os amigos macrobióticos que me ajudaram, apoiaram e aconselharam nessa busca pela verdade.

Tudo isso para dizer que, para mim, a verdadeira luz de Paris, a verdadeira luz do Amor, é a do 8 rue Rochebrune, um centro que foi e ainda é animado pela Sra. Rivière.

Obrigado a todos.

 

45.          CURA PARA PROBLEMAS DOS OLHOS

 

Durante um mês e meio, uma senhora de 80 anos não via de um olho, eu lhe garanti a cura.

Coloque o chá quente numa tigela (chá de 3 anos), com três dedos pegue sal (cerca de 2gr), adicione.

Mergulhe uma bola de algodão nesta solução e aplique no olho para qualquer doença, glaucoma, miopia, catarata, etc.

Aplique um quarto de hora e mude a cada três minutos. A água salgada penetra e faz contrair o olho.

George Ohsawa

 

46.          O PRETO SE TORNOU VERMELHO


      Testemunho de Bernard Delabre de Madagascar

 

Foi no acampamento de Port Maneck que Marius Delabre conhece Georges Ohsawa pela primeira vez, ele ficou profundamente marcado e manteve toda a sua vida uma fidelidade em sua memória que ele escreve para nós de vez em quando. Este homem de Cambrai tinha uma fundição em Antananarivo e é de lá que um dia ele nos enviou o seu filho de 30 anos de idade que foi condenado pelos médicos.

Bernard tinha o sangue grosso e negro.

Como resultado, o rosto, como toda a sua pele, era enegrecida, de assustar.

Em Paris, hospedou-se no hotel em frente ao Instituto Tenryu e ele começou a comer de acordo com o caminho macrobiótico, apropriado ao seu caso, fazendo suas refeições no Tenryu.

Após 10 dias, o seu rosto tinha mudou completamente e especialmente a cor de sua pele havia se tornado uma carne rosa. Isso quer dizer que o sangue não deveria mais ser preto, mas era renovado em sangue muito vermelho. Apesar da sua nova aparência que ele poderia ver olhando no espelho, ele não estava nada convencido. No seu 12º dia da sua prática macrobiótica, surgiu um novo fato que provou para ele a mudança na cor de seu sangue.

Ele tinha acabado de se cortar levemente na mão, ao querer abrir uma caixa de ferro e ficou sangrando. Mas em vez de compartilhar a sua

Preocupação, ele ficou muito feliz.

Oh ! o que felicidade ! Agora ele podia ver o seu

Sangue que ficou com um lindo vermelho e assim acreditou na sua recuperação dramática.

"O preto tinha alterado para vermelho".

Passados 22 anos ele garante manter a cor bonita de seu sangue vermelhão que o tranquiliza sobre sua saúde recuperada pela macrobiótica

 

47.          CURA DA GRIPE


Um COPO DE KUZU bem diluído e tomado com o estômago vazio é suficiente para curar qualquer GRIPE. Um COPO DE KUZU com shoyu é suficiente para curar qualquer GRIPE (se você não comer e beber)

 

George Ohsawa

 

48.          EU INFECTEI-ME COM UMA DOENÇA INCURÁVEL E MORTAL, PROPOSITADAMENTE, E CUREI-ME EM 3 DIAS

 

George Ohsawa

«Em África, eu salvei-me! No hospital do Dr. Schweitzer (médico, Prémio Nobel da Paz de 1952), eu infectei-me propositadamente com úlceras tropicais, seguindo a dieta dos nativos africanos.

De acordo com os textos dos livros de medicina tropical, escritos por um homem que passou 30 anos na Índia e que escreveu um dos mais conhecidos livros sobre o tema, a mortalidade causada por úlceras tropicais é de 100% e todas as pessoas que adquirirem esta doença morrem em 4 semanas.

Por isso, eu fiquei muito feliz por ficar contaminado com esta doença!

Eu eliminei sangue e pus. E cheirava muito mal.

Eu fui a uma consulta com o Dr. Schweitzer e ele mandou-me ir embora, sair do hospital. Segundo ele, eu estava quase

a morrer, estava no final da 4.ª semana depois da contaminação.

Eu perguntei-lhe se ele me podia ajudar e curar-me, e ele disse que era impossível. Ele disse isso com raiva. Eu disse-lhe que então eu ia curar-me a mim mesmo em poucos dias, e ele disse que não era possível e mandou-me sair.

Em 3 dias, eu curei-me completamente. Em 3 dias!!!

Então, eu fui ao hospital para mostrar ao Dr. a minha cura,

mas ele não a aceitou." Será esta a mentalidade ocidental?»


49.          DENTIE - A PASTA DENTRIFICA QUE CURA A PIORREIA

 

"Eu inventei uma pasta de dentes maravilha que cura qualquer doença da boca, como a piorréia, nenhum médico pode curar essa doença, assim como as doenças da língua, lábios, etc.

Mas eu não nunca a usei, pois imito os cães e gatos que não nunca escovam os dentes. "

George Ohsawa


50.          OS MILAGRES DE GEORGE OHSAWA NA MITSUBISHI

 

A Mitsubishi Metal Industry, uma grande empresa industrial de Osaka, procurou meu conselho para reduzir as taxas de doenças e lesões entre os seus 800 trabalhadores não qualificados.

(trabalhadores recrutados entre rapazes de 18 anos no máximo).

Aconselhei a empresa a introduzir minha dieta macrobiótica entre os seus funcionários (uma aplicação fisiológica do Princípio Único).

Foi o que a empresa fez, e os resultados foram: nenhum acidente; redução da doença: 99%; rendimento, aumentou até 97,3%.

 

51.          COMO ME SALVEI ATRAVÉS DA MACROBIÓTICA A -20 GRAUS

 

Durante a guerra, eu passei 16 meses numa prisão subterrânea coberta por uma espessura de 20m de neve. Estava -20 graus, não havia nem calor nem comida, tive de beber a neve derretida: é a morte.

Para comer, só havia batatas.

Como eu consegui sobreviver?

Foi para me matar que me colocaram em tais condições.

Então, eu me salvei Yanguizando a batata, graças à macrobiótica.

George Ohsawa

 

52.          CURA DE ARRITMIA CARDÍACA EM 21 DIAS

 

Meu querido mestre Ohsawa

De bom grado queria expressar toda a minha gratidão e reconhecimento pelo bem físico e intelectual que você me fez ao ler o vosso livro” Le zem et la macrobiotique”.

Eu sofria de taquicardia bastante grave, emotividade anormal e de irritabilidade notória.

Eu recuperei numas poucas semanas o equilíbrio perfeito e renunciei aos remédios da medicina convencional para me curar unicamente com os alimentos que o Sr. preconiza.

O meu coração batia a um ritmo de 120 vezes por minuto sem razão aparente, e ao fim de 3 semanas ficou a bater 60 e no máximo 80 vezes por minuto.

A minha emotividade que me fazia reagir mal aos barulhos da rua deu lugar á serenidade, de maneira que eu não me apercebo mais dos barulhos que me circundam.

Mesmo do ponto de visto moral e intelectual, eu vejo o mundo exterior com uma nova percepção, graças a uma percepção harmoniosa que eu constato com uma grande alegria.

Para isto bastou que eu seguisse o regime nº7 durante pelo menos durante 10 dias. Isto não foi fácil e o meu corpo recusa-se a obedecer.

Mas agora chegaram as recompensas dos meus esforços: um ritmo cardíaco normal, uma resistência á fadiga desconhecida até hoje por mim, uma resistência ao frio, uma estabilidade de humor constante, a minha irritação desapareceu, em suma uma espécie de alegria que eu nunca havia experimentado.

Eu esqueci ainda que eu passei a dormir sem pesadelos e sem insónias.

E que dizer da minha cura de emagrecimento, num mês e meio eu perdi sem arrependimento, 7 kilos de lixo, o que me permite subir dois ou três degraus de cada vez sem qualquer cansaço.

Que deus lhe conceda muitos anos de vida, graças á vossa ciência da saúde e da felicidade, em vez das misérias causadas pelo progresso da ciência da nossa época.

Eu lhe envio todos os meus desejos, os mais calorosos, do fundo do meu coração que tenha uma vida longa e feliz.

ARMAND BENOIT

 

53.          MILAGRES MENTAIS - O MILAGRE DE GEORGE OHSAWA - TELEPATIA

 

Por George Ohsawa

Eu Creio em milagres mentais.

Há vinte anos, empreguei-me na casa comercial onde o Sr. Fukishima era o meu superior. Nunca poderei de deixar de sentir um grande respeito pela sua memória, pois fez-me um grande favor. Através dele, realizei uma das mais profundas experiências da minha vida.

Lembro-me nitidamente de quando partiu para o Sul do Pacífico para tratar de um contrato, deixando-me encarregado do escritório principal.

Fiquei-lhe tão grato, que trabalhei todos os dias desde o nascer do sol até à meia-noite, dormindo, de vez em quando, na secretária do seu escritório.

Á meia-noite, do dia 30 de Setembro, durante uma grande chuvada, estava a dormir e tive o seguinte SONHO: Estava num dos cais do porto de Hobe. Enquanto ali estava ao Sol, um comboio de carga parou diante de mim. A porta abriu silenciosamente, mostrando-me o meu superior vestido com um fato branco de Verão.

«Que se passa senhor Fukishima? Voltais tão inesperadamente que festa de recepção ainda nem sequer está preparada».

Não posso descrever a sensação do seu aperto de mão incrivelmente frio. «Que se passa?» As lágrimas rolaram-lhe dos olhos e sorriu.

Nesse momento, o meu sonho foi interrompido por uma porta que bateu. Nesse momento, recebi o telegrama dizendo «Fukishima deu entrada no hospital de Saigão». No dia seguinte recebi a notícia da sua morte.

Imediatamente, empacotei as minhas coisas e embarquei com destino ao Vietname do Sul. Dez dias depois, ao meio, dia, estava na «suite» do Sr. Fukishima no Hotel Rotunde.

Como os escritórios, lojas e repartições estão fechadas do meio-dia às duas, decidi descansar. Deitei-me na cama que o Sr. Fukishima tinha ocupado alguns dias antes e caí num sono profundo.

Um pouco mais tarde, pareceu-me que a voz do Sr. Fukishima me acordou. O meu primeiro impulso foi o de me levantar, mas não pude mexer um músculo... fiquei durante uma hora a ouvi-lo falar de mim a um outro empregado, o Sr. Baba.

A sua voz interrompeu-se quando bateram à porta. Então, consegui levantar-me da cama. O quarto estava vazio.

Fiquei tão espantado que demorei a atender à porta. Quando abri, vi o Sr. Baba. Durante a hora que se seguiu, repetiu aquilo que já ouvira no sonho. A sua descrição dos momentos finais do Sr. Fukishima deixaram-me varado:

«Sr. Baba acabei de ver o Sr. Ohsawa ... »

Assim morreu o Sr. Fukishima !

Toda a conversa que ouvira no quarto, tinha ocorrido na altura em que eu o vira no escritório do Japão. Ambos tínhamos incorrido na EXPERIÊNCIA TELEPÁTICA de nos vermos um ao outro no mesmo momento.

TAL CONEXÃO MENTAL E ESPIRITUAL NÃO É NADA DE NOVO PARA MIM. SENTI-AS VÁRIAS VEZES DURANTE A MINHA VIDA, MAS PARTICULARMENTE DESDE QUE ME TOMEI MACROBIÓTICO. Aconteceu de novo recentemente.

Quando estava de regresso da Formosa, visitei o meu amigo Sr. Naturi que estava doente de cama e, depois, apanhei um comboio para Nigata.

Logo que me deitei, surgiu-me o Sr. Naturi.

«Ah, vieste dizer-me adeus. Não te preocupes, eu trato de tudo». Nada mais disse e desapareceu. Antes de dar a conferência no dia seguinte, recebi um telegrama de Tóquio: o Sr. Naturi tinha morrido naquele mesmo momento em que me visitara no comboio.

O corpo humano, uma parte minúscula do Universo, é limitado pelo tempo e pelo espaço; o espírito, a totalidade não, é livre - move-se no infinito incomensurdvel. Estou certo disto.

O nosso organismo é comparável a um receptor de rádio - pode captar as ondas de rádio que enchem todo o Universo. O que é ainda mais miraculoso é que somos ainda transmissores. Podemos mandar mensagens para e de qualquer lugar, em qualquer altura, desde que não estejamos limitados pelo corpo ou pela matéria. Quando nos metemos a pensar realmente ou nos tornamos puramente espirituais, retiramos os limites à nossa mente ... transmitimos ondas. Nessa altura, possuímos um poder maravilhoso. O alimento pode ser comparado ao material de que é feito o nosso receptor ou à electricidade que o abastece. A qualidade e quantidade de alimento que ingerimos pode determinar a quantidade de ondas que o nosso receptor-transmissor manda ou recebe.

Aceito este «milagre» e desejo entendê-lo tanto quanto me for possível.

Esta a forma de viver que escolhi.

 

54.          CURA MILAGROSA


O professor George Ohsawa esteve 57 dias sem dormir com uma dieta especial macrobiótica.

 

55.          RELATO DE UMA CURA DE CANCRO DOS OSSOS

 

MEU QUERIDO MESTRE OHSAWA

Deus me enviou para lhe contar a minha historia pessoal relativa a uma doença muito grave que dura há vários anos. E que eu fui completamente curado graças á macrobiótica.

Antes de começar eu gostava de sublinhar o quanto eu sofri e em que condições.

1º Eu estava sozinho,

2º Sem dinheiro, o que a mais terrível e a pior coisa;

3º Eu venci muitos obstáculos nesse momento tão cruel quanto doloroso.

Eu tinha dores terríveis de cabeça, a pus fluía na minha garganta e sai pelo nariz.

Eu consultei muitos médicos e cada um me dava um diagnostico diferente.

Não era mais uma cabeça que eu tinha sobre os ombros mais uma caixa infernal.

Eu engoli kilos de medicamentos. Eu sofria em todo o meu corpo. Ao principio eu tinha o mental atento, eu era hipernervoso e o meu estado geral era muito mau.

Ás vezes as dores eram tão horríveis que eu chegava a consultar 3 médicos diferentes por dia, mas eu fiquei desencorajado quando cada um me dava um diagnostico diferente.

Alguns me diziam que a minha doença vinha da obesidade e que eu tinha uma doença imaginária.

Muitas vezes eu chorei, era como se me tivessem dado uma facada no coração. Isto durou muitos anos. Os médicos não queriam acreditar no meu sofrimento. Eu não sei porque, apenas deus sabe.

Em todo o caso eu nunca a creditei em deus, eu o odiava porque as pessoas dizem que ele era bom.

Em todo o caso eu perguntava porque deus não podia parar todas estas torturas.

Evidentemente hoje eu sei porquê.

Do que é que eu sofri então?

Foi somente após 19 operações cirúrgicas que eles fizeram um diagnóstico coreto.

Cancro dos ossos, o osso frontal entre os dois olhos.

Mas porque tanta dificuldade e tantas operações?

É ao mesmo tempo muito simples e muito triste.

A radiografia não conseguia ver este mal, porque tudo o que existe dentro do esqueleto é muito difícil de distinguir.

Era por isso que os médicos olhavam vezes sem conta par o meu nariz, que foi massacrado muitas vezes por eles.

Mas é muito longo a descrever em detalhe.

Eu pensava que eu não tinha muito tempo de vida se o mal chegasse ao cérebro.

Um dia a minha cabeça se tornou num inferno e apesar dos meus sofrimentos eu fique muito feliz porque os médicos iriam perceber que eu estava realmente doente.

Eu fui consultar um hábil doutor que reconheceu que era qualquer coisa, mas o que?

Ele não sabia, e era o melhor doutor que eu consultei. Ele fez uma operação ao meu nariz com diversos aparelhos e meteu-me um dreno no osso frontal. Fiquei com o dreno 8 dias e foi então que a pus começou a sair, não pelo dreno mas ao lado.

Neste momento eu já não tinha osso do sinus porque o médico o trocou por pele que retirou do meu estomago.

Dois grandes furos ficaram na minha cara. Após este trabalho eu fique cego por 8 dias.

Bem entendido esta operação nunca deveria ter existido.

Neste momento já não era uma questão de sinus, eu continuava a sofrer todos os dias com uma infeção purulenta.

Sem nenhum diagnostico o médico experimentou uma outra técnica: a trepanação do osso frontal.

E isto revela a verdadeira natureza da minha doença.

Você vê, mestre Ohaswa, o preço que paguei em sofrimento, e eu ainda tive de trabalhar mesmo doente para poder pagar aos médicos e medicamentos.

Eu que sou um simples trabalhador e foi muito duro para mim pagar estes tratamentos tão caros.

Três meses após a última operação apareceu uma nova aparição de pus. Então eu, conclui que não havia nenhuma esperança. Eu senti-me quebrado.

O médico disse-me que não havia mais nada a fazer.

Agora eu lutava para salvar a minha vida.

Eu tornei-me vegetariano durante um ano sem grandes resultados.

Foi depois que eu conhecei a macrobiótica, faz dois anos que eu sigo este regime que eu estou encantado.

Eu não fui apenas curado, mas eu obtive outras vantagens maravilhosas.

Neste momento eu considero-me o homem mais feliz da terra muito mais feliz que os meu amigos multimilionários.

Hoje eu não trocava o meu lugar pelo deles.

Querido mestre eu nunca acreditei em deus, porque se ele existisse ele não deveria permitir que eu sofresse tanto.

Mas hoje eu lhe agradeço. Eu percebo que é preciso passar por estas provações para entrar nesta nova vida.

Elas me ensinaram tantas coisas que as pessoas não conhecem. E isso é a coisa mais maravilhosa do mundo.

Eu devo tudo isto á macrobiótica e eu digo de novo, OBRIGADO OHSAWA.

Você me conhece muito pouco. Eu fiquei tranquilo, trabalhando sobre mim mesmo, aplicando fielmente os seus princípios.

Agora eu sou completamente livre e muito feliz.

Não se esqueça que eu penso em si constantemente como eu penso hoje em dia.

Eu admiro a sua conduta corajosa, mesmo que as pessoas não aceitem os seu principio. É triste.

Eu vos admiro porque você dá a sua vida para salvar o máximo de vidas humanas.

Eu ficaria muito feliz se você disser aos meus amigos americanos que eles devem abrir os olhos, as orelhas e o coração para que eles não sofram o mesmo que eu, mas que reencontrem a saúde e a felicidade.

A minha vida foi muito cruel e eu não posso descrever o que eu sofri, seria muito doloroso.

Afim de evitar isso, eles devem ter uma inteira confiança em si e aplicar o regime macrobiótico.

Queira o senhor lhes dizer que você é um pequeno francês que os ama de todo o seu coração mesmo que não os conheça. Eu gostaria de saber que eles são mais felizes que eu.

Sobre as 19 operações que eu sofri, eu tive duas ao estômago, uma aos intestinos e as outras á cabeça.

Como você sabe meu querido mestre todos os médicos estavam errados, mas eu não quero culpa-los.

Eles são infelizes porquê eles estão ao serviço da doença.

Se eles não podem curar os doentes como podem curar-se a si mesmos?

A minha opinião é que eles ignoram a natureza.

Eu peço ao pai do céu que eles aceitem a macrobiótica o mais rapidamente possível, o regime dos milagres.

Pessoalmente eu lhe agradeço um milhar de vezes pela minha cura e graças a você muitas pessoas serão salvas do sofrimento e da morte.

Aceite, eu rezo, toda a minha gratidão, e os meus melhores pensamento em cristo sem esquecer a madame lima Ohsawa.

Um adepto que vos conhece muito pouco.

JAQUES IMBERT

 

56.          MILAGRES EM HIROSHIMA E DE NAGASAKI

 

Depois da explosão das bombas de Hiroshima e de Nagasaki apareceu, espantosamente, um grande número de leucemias, pela influência repentina dos raios iónicos.

Porém, mesmo recebendo a mesma radioatividade da bomba atómica, houve uma grande variedade de resultados.

Apesar de todas as vítimas da bomba atómica do Hospital Clínico da Faculdade de Medicina de Nagasaki morrerem de cancro no sangue, no Hospital São Francisco Xavier, vizinho daquele, dirigido pelo médico Dr. Shinichiro Akizuki, não morreu ninguém.

No Hospital São Francisco Xavier, todos os pacientes mantinham estritamente as recomendações dietéticas do diretor, o Dr. Shinichiro Akizuki, discípulo do Prof. George Ohsawa.

Ao fornecer refeições macrobióticas, ele salvou os seus colegas de trabalho e pacientes das doenças causadas pela radiação após a II Guerra Mundial e o bombardeio atómico à cidade.

Ele deu uma palestra para expressar a sua crítica à medicina moderna. Ele disse: "A medicina moderna está a cometer o erro de confundir a causa com o efeito da doença. O que a medicina moderna pensa que é a causa da doença é na verdade o efeito ou resultado da causa e não a causa.

Portanto, os tratamentos realizados pela medicina moderna não são para curar a doença mas apenas os sintomas, o que faz piorar a condição do paciente.

Por exemplo, considerando que a dor é a causa da doença, a medicina moderna tenta eliminá-la por qualquer meio, sem nunca parar para pensar qual é a causa da dor. Se um médico vê um inchaço que provoca dor, tenta reduzi-lo sem procurar a causa real do inchaço. Porque a dor ou inchaço não é a causa da doença, e a sua eliminação não cura o doente, apenas dá a aparência de cura.

Esta é uma falsa cura e não uma cura radical que vai à origem. Cedo ou tarde, a dor e a doença voltam. E, em seguida, os pacientes recebem mais analgésicos, achando que foram curados quando a dor pára. No entanto, a doença regressa uma e outra vez, e cada vez surge mais enraizada e demora mais tempo a curar. Nessa altura, são prescritos medicamentos mais fortes e doses mais elevadas, aumentando o perigo de efeitos colaterais.

A medicina moderna realiza cirurgias quando o cancro da mama é diagnosticado. Quatro a cinco anos depois, em muitos casos o mesmo paciente está novamente doente, e geralmente o cancro surge nessa fase de forma mais enraizada no organismo, com frequência afetando o sistema linfático ou ósseo. Neste momento, a doença está já dispersa e não pode haver cirurgia, e nesses casos os médicos prescrevem tratamentos de quimioterapia ou radioterapia. Se o paciente tiver sorte, pode ficar ativo, haverá muito pouco a fazer no que se refere a possibilidades de tratamento.

 

57.          O Dr. Tatsuichiro Akizuki Conta suas Experiência após a Explosão da Bomba Atômica em Nagasaki

 

Lá pela segunda quinzena de agosto, a enfermeira-chefe, o Irmão Iwanaga, a senhorita Murai e eu começamos a nos sentir cada vez mais cansados. A princípio, pensei que o fato de ter dormido ao relento por aproximadamente uma semana me deixara fatigado e com o corpo inteiro aguilhoado por dores, como se me golpeado tivessem. Até então, eu não havia relacionado nenhum desses sintomas com qualquer espécie de radiação. Mas logo comecei a considerar meu desvigor e os outros sinais objetivamente.

Houve um tempo em que trabalhei como assistente do Professor Nagai, chefe do departamento de radioterapia no Hospital Universitário de Nagasaki. Ali topei com um sintoma conhecido como Roentgen catarrh. Tal estado surgia quando os raios X eram empregados para sondar as condições das vitimadas pelo câncer de útero e seio. O uso continuado dos raios X provocava nas pacientes, depois de vários dias, uma sensação de mal-estar a que chamávamos Roentgen catarrh. Naquela época, o hospital universitário encontrava-se tão falto de médicos que a mim competia examinar um grande número de doentes – e, em virtude do excesso de trabalho, eu próprio comecei a dar mostras de esgotamento. Eu radiografava muitos pacientes de segunda a sexta e no sábado analisava os resultados, mantendo um grupo de discussão. Na verdade, nunca tive uma constituição muito forte e, numa sexta-feira, percebi que algo não ia bem. Quando comentei com um companheiro de trabalho mais velho, ele ponderou que deveria ser Roentgen catarrh. Em 15 de agosto de 1945, aproximadamente, tornou-se claro para mim que os sintomas que eu apresentava eram exatamente iguais aos do Roentgen catarrh.

Os raios X consistem, em termos de física clássica, em ondas eletromagnéticas de curtíssimo comprimento que passam através das células do corpo humano e podem destruí-las. O tipo de célula destruído pelos raios Roentgen correspondia às células teciduais, nas quais frequentemente ocorre fissão. Algo semelhante começara a acontecer após a explosão da bomba atômica. Contudo, não tinha ainda eu conseguido descobrir que espécie de raios a bomba atômica havia produzido. Realizei um diagnóstico e concluí: poderiam ser raios radium, raios gama, raios Roentgen ou similares que provavelmente destruíam qualquer tecido hematogênico do corpo humano. Como consequência, muitos pacientes do hospital passaram a apresentar sintomas como os da púrpura.

Àquela altura , eu não dispunha de qualquer maquinaria para contagem de corpúsculos nem de aparato para tingi-los, o que me impedia de examiná-los sob o microscópico: tive de contar com minha própria imaginação e poder de dedução. Tentei lembrar-me de como tínhamos tratado do Roentgen catarrh. Certa vez, no departamento de radiologia, quando eu e os pacientes ficamos aflitos com a doença, bebi e os fiz beber uma solução salgada com mais sal do que o encontrado em soluções fisiológicas – e isso se mostrou eficaz. Naquele tempo, de fato, o uso de uma solução salina para combater o Roentgen catarrh era aceito pelos médicos como o melhor remédio.

Então, espalhei como pude a seguinte notícia: “Sal é bom para as vítimas da bomba.”

Eu não possuía nenhum conhecimento de biofísica ou biologia atômica – não havia livros nem tratados sobre doenças provocadas por radiação atômica. Estava, porém, convencido da validade do meu método dietético – dietética mineral - , que pode ser assim sistematizado: o sal fortalece as células responsáveis pela hematogênese, ao passo que o açúcar as degenera.

Senti a confiança brotando em meu peito. Dei ordens expressas às cozinheiras para que adicionassem sal aos bolinhos de arroz integral, servissem uma espessa sopa de missô em cada refeição e jamais utilizassem qualquer espécie de açúcar. Quando elas faltavam ao dever, eu as repreendia impiedosamente: “Nunca façam uso de qualquer açúcar, nenhum doce!”

- O que há de tão comprometedor no açúcar? perguntavam-me todos. Por que é o sal tão eficaz na cura de doenças atômicas?

Não me sentindo inclinado a explicar detalhadamente as razões, eu simplesmente dizia: “Açúcar não é bom para vocês. Dou-lhes minha palavra: o açúcar lhes destrói o sangue.”

Este método mineral de cura das doenças atômicas, que surgiu, aliás, como um relâmpago em minha mente, foi posto em prática por mim e por aqueles que aceitaram minha visão.

Vários outros métodos de cura das doenças atômicas foram experimentados: o método do Professor Nagai, que lançava mão de vitamina B1 e glicose; o método do Professor Kageura, conhecido por utilizar a seiva das folhas de caqui, ricas em vitamina C; e o método que advogava o consumo do saquê japonês.

Meu método mineral, entretanto, possibilitou que eu permanecesse vivo e seguisse em frente dando minha contribuição como médico no Hospital de Nagasaki – a despeito de eu não possuir uma constituição muito forte e ter, de mais a mais, sofrido os efeitos da explosão atômica a uma distância de aproximadamente 1.600 metros. A radiação, levando-se em conta esta distância, pode não ter sido fatal; de qualquer forma, desde a explosão, o Irmão Iwanaga, o Sr. Noguchi, a enfermeira-chefe, a senhorita Murai e eu – bem como o resto da equipe e todos os pacientes – continuávamos vivos em meio às cinzas contaminadas da cidade em ruínas.

Acredito que foi graças à cura pelo sal – a dieta de Akizuki – que cada um de nós conseguiu socorrer os enfermos dia após dia, superando a fadiga e os sintomas da doença atômica e , em todo caso, sobrevivendo à tragédia nuclear. Eu e aqueles que me cercavam acreditamos nisso, embora os acadêmicos - não poderia ser diferente - ainda duvidem.

 

58.          O PROFESSOR SOICHIRO MUSHA FICOU COM CANCRO PROPOSITADAMENTE, E CUROU-SE

 

O Professor Soichiro Musha conheceu o professor George Ohsawa quando era ainda jovem. Ele era cientista, tendo estudado química e medicina. Foi professor na Universidade de Osaka. Ele era muito doente do estômago, rins, fígado, e quando começou a fazer Macrobiótica seguindo a orientação do professor George Oshawa, curou-se rapidamente.

O Professor Soichiro Musha ficou muito triste porque tinha melhorado com muita rapidez, rápido demais, segundo ele.

O carácter dele era de um jovem, muito Yang, apesar de ter mais de setenta anos de idade. Depois de se curar do estômago, rins, fígado, ele fez a tentativa para educar o povo japonês. Mas isso não foi fácil. Ele fazia conferências e seminários em várias regiões do Japão. Ele falava e gritava para que o ouvissem, mas as pessoas pareciam surdas.

Esse líder macrobiótico sabia que a sua vida não ia durar para sempre, foi assim que ele decidiu: Ninguém quer escutar palavras?

Então eu vou mostrar fatos! Eu vou contrair cancro e vou curar-me.

Será a prova do que falo!

Então ele começou a provocar o cancro em si próprio. Quando ficou canceroso, ele confessou que não tinha sido nada fácil ficar doente.

De fato, foi uma luta durante dois anos de processo canceroso, tudo registado no seu laboratório.

Finalmente ele conseguiu ficar com cancro.

Teve hemorragias, com presença de muito sangue na urina e foi detetado um cancro na bexiga.

Depois ele voltou a praticar macrobiótica, e curou-se.

 

59.          OS MILAGRES DA MACROBIÓTICA

 

“Inumeráveis são as pessoas que foram salvas da doença pela macrobiótica.

Muitas pessoas foram salvas agora e serão salvas no futuro.

Quando eu vejo estas pessoas e quando eu reflito sobre mim mesmo que sou uma dessas pessoas e que estou vivo e que já deveria estar morto há mais de 20 anos, eu não sei dizer outra coisa senão obrigado.

O senhor M. Wago que restabeleceu a saúde depois de uma tuberculose (fim do 3 estágio) num ou dois meses.

O senhor M. Tutumi que foi curado de lepra com mais de 30 anos, O general Matui que venceu a sua colite crónica em 3 semanas.

A asma e os eczemas com mais de 50 anos curados num mês, um cancro do útero e da mama, as nevralgias, o reumatismo, a cegueira, a poliomielite, a mudez, a cabeça careca de uma jovem rapariga, uma rapariga estéril, a hérnia, as cataratas, o calculo renal, epilepsia, sífilis cerebral, cancro do estômago, amnésia, eu vi inumeráveis curas surpreendentes que estão na minha memória.

Tudo isto é milagroso, eu vi milagres e eu vejo a cada dia milagres, mesmo depois de 20 anos.

A macrobiótica faz desaparecer num tempo muito curto as doenças crónicas e ela coloca os doentes na via da saúde, da beleza e felicidade.

Que maravilha e que milagre!

Se isto não é um milagre, então o que será um milagre?

Existem outras doenças misteriosas, tudo é curado de uma maneira rápida num mês ou dois no máximo.

Os doentes graves são curados mais rapidamente que os doentes menos graves, porque estes últimos entram na macrobiótica menos seriamente.

Que maravilha! Que mistério! É exatamente um milagre.

Nós não utilizamos nenhum medicamento.

Os pontos fortes das nossas mãos são os alimentos medíocres. Arroz integral, rabano negro, cenouras, as algas marinhas.

A nossa farmácia é a cozinha.” - George Ohsawa

 

60.          EU TIVE TODAS AS DOENÇAS EXCEPTO AS DOENÇAS DAS MULHERES

 

Aos 18 anos, eu era míope, tinha traucoma, era astigmático, tinha sinusite, pyorrhea, os ouvidos estavam vazando, eu tossia todos os dias, tinha acidez estomacal e o estômago dilatado, tinha os intestinos tuberculosos, ambos os pulmões tuberculosos com três cavernas, tinha um tumor, eczema ... etc. Em áfrica eu me contaminei de propósito com úlceras tropicais na África negra.

Eu experimentei todas as doenças, exceto as doenças da mulher!

Eu nada sei sobre menstruação, porque eu não posso ter menstruação!

Todas as doenças provêm da composição incorreta do seu sangue. Se nosso sangue estiver em bom equilíbrio bioquímico e fisiológico, você não poderá nunca vai ficar doente.

George Ohsawa

 

61.          CARTA DE UM DOENTE DE GEORGE OHSAWA

 

Desculpe-me por não dar notícias da minha saúde, não esqueci as palavras maravilhosas que você me ensinou. Tenho a grande alegria de lhe dizer que minha saúde melhorou muito, minha azia desapareceu. Todos os anos eu tinha febre dos fenos por mais de um mês no início da primavera. Eu não podia suportar a excitação dos cheiros pela manhã. Assim que me lavava, espirrava de 15 a 20 vezes. Agora entendo o que é essa febre dos fenos. As membranas mucosas estavam dilatadas, uma corrente de ar faz você estremecer.

Desde que faço a sua dieta, não tive constipação ou bronquite, estou muito feliz.

Fiz uma traqueoplastia. Tenho seis costelas a menos, o que me diminuiu muito fisicamente. Mesmo assim, trabalho 12 horas por dia no hospital, sempre de pé por mais de 12 horas com ida e volta no metrô. Estou acordada 16 horas por dia e à noite estou um pouco cansado. Mas no dia seguinte, às 5h30, recupero as forças e estou feliz por recomeçar. Minha memória melhorou em 70%. É muito raro eu estar de mau humor desde que eu o conheci. Respeito a opinião de todos, mantendo a minha.

 

62.          CURA MILAGROSA

 

EU TIVE UM CANCRO

Revista Yin e Yang nº89. ano-1968

Eu comecei a me preocupar quando a dor se tornou diária, mesmo quando eu tomava um Yang muito forte como dentie, hambúrguer ou ovo.

O que se passa? Porque é que o dentie ou o hambúrguer não acalmam a dor? Isto poderia ser fatal, pensava eu para mim mesmo.

Eu tive cancro e eu nunca disse nada a ninguém. Quando eu tinha 25 anos eu ajudei o doutor Okabe na sua clínica. Ele me encontrou um cancro no estômago, eu tinha uma grande massa no interior do estômago. Aos 18 anos eu não estava apenas tuberculoso, mas eu sofria do coração, dos rins, olhos, dentes e intestinos, até, de hemorroidas.

Curar o meu cancro era o meu objetivo quando depois de eu curar a tuberculose. Desde então, eu venci o meu cancro de 40 anos sem dizer nada a ninguém.

No entanto eu sempre temia um dia morrer de cancro, e as pessoas poderiam me ridicularizar a mim e à macrobiótica.

Em jovem eu era tão Yin que eu parecia uma menina. Nesta época eu escrevia poemas muito sentimentais sobre o nome de “Russei”(O que significa a voz do choro). É por isso que eu procurei me Yanguizar muito fortemente comendo muito sal durante 40 anos.

Agora eu pensei que tinha falhado. Era o início de julho. Este pensamento me deu um choque. Havia um outro motivo que me encorajou a pensar assim. Desde janeiro eu comecei a comer doces e frutas, beber cerveja, a fim de curar a minha melhor amiga, Mr. ltoga, cujo cabelo era cinza.

Eu tinha certeza que Mr. ltoga nunca tinha comido muita carne, e ou peixe e essa não poderia ser a causa do seu cabelo ser cinza. Tinha de haver uma razão, de acordo com a minha educação alimentar. Eu estava determinado a encontrar o erro.

Para este fim eu comecei a comer um pouco de alimentos Yin. No entanto o meu ascetismo, levou-me ao extremo, á ganância. Eu nunca fico satisfeito até atingir o fim.

Eu como uma caixa de bombons por dia em vez de um bombom por dia. Eu poderia comer 10 bolos, 12 taças de patê de azuki açucarado, ou 24 bolinhos moti de uma vez.

Ninguém me poderia superar na minha gula e ainda assim eu não me reconhecia como pecador.

Sempre que eu comia alimentos Yin, eu nunca o fiz com moderação, mas indo sempre ao extremo.

Ignorando a surpresa e o medo de Lima, tomei doces, frutas, cerveja até ficar satisfeito. Eu pensava que a gula era um sinal de Deus. Eu pensava que a gula era a prerrogativa de um grande homem.

EU fui criado numa família pobre. O meu estômago nunca se sentiu satisfeito. Até 20 anos, eu sempre passei fome. É por isso que nada poderia me fazer comer tanto açúcar, frutas ou cerveja, porque isso ocorria apenas no espaço de 3 a 5 anos. (O meu conselho: fiquem sempre com fome até à idade de 20 anos, este é o segredo do sucesso).

George Ohsawa

 

63.          ASMA

 

Para a medicina sintomática a asma também é uma doença “incurável”. Certa ocasião, um jovem médico da equipe do hospital pediu-me para auxiliá-lo um pouco. (Eu tinha chegado ao hospital à procura do Dr. Schweitzer, mas devido à sua ausência aproveitei a oportunidade para escrever este livro). Acompanhei o médico que me levou para ver uma jovem africana que sofria agudamente de asma. O seu marido estava ao seu lado, desesperado. Ela tinha sido hospitalizada por mais de dez meses, a fim de curar-se da asma, mas durante os últimos quatro meses a doença agravou-se. O jovem médico tinha feito o que lhe era possível, mas não conseguiu nenhuma melhora.

Durante dez minutos aconselhei-a sobre o meu método. Como no dia seguinte a temperatura africana estava bastante favorável, resolvi dar um passeio e fui visitar a doente. Para minha surpresa, encontrei-a a trabalhar na cozinha a preparar o almoço. O seu marido estava junto, observando-a alegremente, porém ainda um pouco temeroso. A jovem mulher que ontem estava a morrer, trabalhava, hoje, muito feliz e satisfeita.

Basta seguir as minhas instruções por alguns meses mais para ficar completamente curada. Mas ela continuou a pedir-me medicamentos. Tinha dificuldade para convencê-la da sua desnecessidade. Disse-lhe: “Em breve estareis curada; na verdade já estais meio curada. Tomastes demasiados medicamentos no passado e isto não vos ajudou, mas agora não tendes necessidade de tomar nenhum remédio. Já sabeis que para a vossa doença não existe remédio, não é verdade?”

“Observai todos aqueles pássaros e animais nas florestas, lá em cima dos montes. Eles não procuram médicos nem pedem remédios como vós. Não há um só elefante que em toda a sua vida tenha tomado quinino ou uma só aspirina. Porquê? É porque curam a si mesmos comendo o que necessitam, abandonando tudo o que lhes é supérfluo. Porque nós, os homens, não fazemos o mesmo? Somos inferiores ou superiores aos pássaros e elefantes?”.

Ambos tinham uma mentalidade inocente e primitiva. Continuaram a olhar-me sem compreender-me inteiramente. Mas desde então, nunca mais a escutei a tossir fortemente durante a noite. Seu quarto distava cerca de 15 metros do meu e, às 2 da manhã, quando me levantava para escrever, e também durante a noite, podia ouvir todos os ruídos deste hospital, inclusive a tosse asmática proveniente da sua choupana.

Depois de alguns dias, ouvi novamente a sua forte tosse e gemidos. Disse à minha mulher: “Bem, tenho a certeza que ontem ela não obedeceu às minhas recomendações”.

Na manhã seguinte inquiri-lhe a este respeito e ela confessou, sem hesitação, que no dia anterior tinha bebido muita água e que desde então foi compelida a urinar dez vezes por dia. Aconselhei-a não mais desobedecer novamente às minhas instruções.

Depois disto decorreu todo um mês sem que eu escutasse ela a tossir. Somente o conselho de uma pequena dieta foi o suficiente para curar uma asmática inutilmente tratada com medicação durante mais de dez meses.

George Ohsawa

 

64.          EPILEPSIA

 

George Ohsawa

L. M. - um menino de 11 anos sofria um ou dois ataques epiléticos mensais desde a idade de dois anos. A sua mãe divorciou-se do marido porque foi informada que tal doença tinha sido herdada dele. Trabalhava como costureira no hospital do Dr. Schweizer, na esperança de que ali poderia encontrar algum meio miraculoso de curar o filho.

 Teve uma grande desilusão quando foi informada de que no hospital não encontraria medicação ou qualquer operação que pudesse curá-lo.

Instado pela mãe e pelo tio, dei ao menino bastantes recomendações. Ele tinha o ventre muito entumecido. Durante os dois seguintes meses, ele não teve um só ataque e depois de mais alguns meses ficou totalmente curado, simplesmente observando as minhas recomendações dietéticas.

As minhas instruções dietéticas não são para toda a vida. Depois de alguns meses (nos casos mais graves, depois de alguns anos), o doente terá permissão de comer os alimentos naturais normais (cereais, vegetais e produtos do mar). Tudo depende da natureza da doença.

Jesus disse: “Esta espécie de demônio (epilepsia) só desaparece por meio da prece e jejum”. Isto é verdade, mas admito exceções em alguns casos.

Durante longo tempo permanecemos numa grande plantação, em Tanganika, e na tarde do segundo dia da nossa chegada, a minha esposa curou um caso de epilepsia cujas manifestações eram bastante cruéis.  Tratava-se da esposa do Maarajá. Ela sofria desta doença desde os 15 anos de idade e perdeu três filhos, um após o outro, durante os ataques.

Ficou completamente curada por simples recomendações da minha mulher. O proprietário, que foi quem nos convidou, também foi dieteticamente curado de uma perigosa enfermidade cardíaca em menos tempo ainda do que a sua esposa.

 

65.        LEPRA

 

George Ohsawa

 

Enquanto morávamos em Lambarene, como hóspedes do hospital do Dr. Schweitzer, fui procurado por um servente pedindo conselhos. Sendo leproso, tinha sido hospitalizado há quatro anos, a fim de curar uma vista e o pé esquerdo. Depois de uma operação, a vista foi totalmente perdida. O seu pé vinha sendo tratado desde o começo, durante alguns anos, sem nenhuma melhora. Sendo pobre, ele agora tinha de trabalhar como camareiro.

Dei-lhe as minhas costumeiras e simples recomendações preparatórias.

Após três dias, ele me disse que as chagas estavam a secar e que as excreções de sangue e pus tinham diminuído. Depois de seis semanas, transformou-se num outro homem. Anteriormente era muito calado e quando entrava no nosso quarto, dava um “bom dia” por muito favor. Estava agora felicíssimo. As feridas do pé tinham cicatrizado e estava até a pensar em casar brevemente. Tornou-se loquaz e comunicativo. Entrando no nosso quarto repetia o seu “bom dia” quatro vezes (duas vezes para mim e duas para minha esposa). A psicologia está baseada na fisiologia.

Antes disto eu já tinha curado centenas de leprosos, mas este foi o único que curei aqui em Lambarene. A lepra é fácil de curar, mas existe certa lepra que, sendo de outra espécie, é muito difícil de curar: a lepra da memória compreensiva e de discernimento.      

É certo que a lepra é uma doença Yin, muito simples na sua natureza (Yin) e consequentemente muito fácil de curar. Ela começa com a simpaticotonia (Yin), que leva à decomposição (Yin) de um tecido superficial ou à sua dilatação (Yin) e paralisia (Yin). Tudo isto devido à alimentação demasiado Yin. O açúcar químico pode ser a causa principal da lepra.

Certo dia, enquanto caminhava, deparei com um velho, semiparalítico acocorado à beira do grande rio Ogooue. Desde a chegada do Dr. Schweitzer em Lambarene este homem tinha trabalhado no hospital. Ele mesmo tinha sido hospitalizado durante muitos anos, com ambas as pernas paralisadas.

Ele me perguntou: “Por que tem aumentado tanto o número de leprosos? Não posso compreender isto. Durante a minha infância não havia aqui um só caso de lepra”.

- Isto verificou-se nos últimos trinta ou quarenta anos, não é verdade?

- Exatamente, há cerca de trinta anos.

Disse-lhe:

- A lepra surgiu depois da importação do açúcar, doces e chocolate. Não é verdade? Para falar a verdade, o açúcar é a razão principal do aumento do número de leprosos. O responsável foi o primeiro importador de açúcar. Sendo carnívoros, os europeus não comem tantos carboidratos quanto os asiáticos e os africanos. Os carboidratos transformam-se em açúcar dentro do nosso corpo. Vivemos dependendo de um máximo da sua quantidade. Se, em adição, usamos o açúcar branco quimificado, o qual é completamente desnecessário para a economia do corpo e não contém nenhum mineral, proteína, gordura ou vitamina, ingerimos somente detritos microscópicos, tais como bacilos ou aneurismas que nos intestinos decompõem a vitamina B1. O açúcar atrai e alimenta formigas e muitos outros insetos. Também atrai micróbios. Se, ademais, tomamos muita água, perdemos sal pela urina e pela transpiração. Como é sabido, é o sal que elimina ou mata todos os seres microbianos. O sal é um dos mais Importantes elementos no nosso sangue e é muito mais importante, também do que as vitaminas.

Só muito vagamente ele compreendeu a minha extemporânea explicação, mas prometeu deixar o açúcar completamente e beber um mínimo de água. Se a minha explicação não foi suficientemente clara para ele, ao menos lembrou-se de que, não muito distante, nas margens de um grande lago, vivia uma tribo cujos membros comiam muito sal e onde havia muito poucos leprosos e vítimas de outras doenças.

A dieta dos nativos é muito simples: mandioca ou farinha de tubérculos, banana verde e um pouco de milho. Não existem vegetais nem saladas. Eles não conhecem a agricultura. Comem algumas folhas de erva e uma ou outra fruta. A maioria das árvores frutíferas são alienígenas, recentemente importadas pelos árabes.

Existem duas espécies de bananas, a verde e a amarela. A verde não contém açúcar e é muito mais comprida do que a amarela que, como contraste, é muito doce e é exportada. A banana verde é usada como alimento principal depois de cozida na água, assada no fogo etc.      

As estatísticas oficiais da produção agrícola no Congo Belga, para 1954, foram as seguintes:

 

Cereais:

·     Trigo-4.115 t

·     Milho-319.325

·     Arroz-179.251

·     Diversos-40.133

Tubérculos:

·     Mandioca-1.763.848

·     “Taro”-355.575

·     Batata-doce-12.475

·     Banana verde-1.865.077

·     Amarela-17.480 (para export.)

·     Amarela-8.045 (cons. interno

 

Toda esta produção é para consumo doméstico, com exceção da banana doce que é exportada (17.480 t). A quantidade total de cereais alcança cerca de meio milhão de toneladas e a de bananas ultrapassa um milhão e novecentas mil toneladas.

A dieta dos nativos do Congo Belga pode ser calculada, proporcionalmente, como segue:

Cereais

12%

(1)

Tubérculos

48%

(x4)

Bananas

40%

(3,5)

 

Não pude encontrar as estatísticas da África Equatorial Francesa, mas perguntei a muitos nativos que vinham a Lambarene como a um lugar de peregrinação, onde pudessem esperar algum milagre e que era, por isto, visitada por gente de todas as partes. Foi quando, então, consegui saber de algumas pessoas mais velhas qual a sua alimentação quando crianças. Depois de delicada inquirição, pude estabelecer, no final, algumas estatísticas, talvez um pouco subjetivas, sobre a dieta dos nativos em Gabon e na África Oriental Francesa, de há trinta anos até o presente.

As percentagens abaixo, mostrando a produção dos principais alimentos na África Equatorial Francesa, podem ser aceitas como a dieta representativa desses africanos:

Cereais

5%

(1)

Tubérculos

40%

(x8)

Bananas

45%

(x9)

 

Isto é uma estimativa pouco apurada, mas foi fisiológica e biologicamente confirmada pela aparência dos nativos em geral. Confirmei melhor quando escrupulosamente observei as reações físicas dos que foram tratados ou em vias de cura, sempre que observadas as minhas recomendações dietéticas. Recuperaram-se mais rapidamente quando abandonaram o açúcar comercial branco. Os naturais da África Equatorial Francesa têm pouca resistência para os males causados pelo açúcar.

A resistência ao calor ou frio se desenvolve com o contato com o calor e o frio, externamente. Internamente é pela alteração bioquímica da nossa constituição. Por exemplo, aumentando a proporção de sal no nosso sangue e células, também aumentam as nossas resistências ao calor ou frio. A fraca resistência doa nativos ao açúcar resultou da insuficiência de sal na sua dieta, quase vegetariana, restrita. Comem alguma carne, de macaco, antílope, porco selvagem e peixe, mas a percentagem é muito baixa. Não se habituaram à reação química do açúcar. A carne provê a nossa constituição de muito sal. A química está atrasada nas suas pesquisas sobre a nocividade do açúcar que é muito mais terrível do que se imagina, o que será confirmado, mais cedo ou mais tarde.

A adaptação fisiológica e, consequentemente, a adaptação psicológica, é proporcional à variedade da nossa dieta. A dieta mais diversificada é a da China e a menos diversificada é a dos naturais de Gabon, até onde pude constatar. A alimentação europeia é muito menos diversificada do que a dos chineses e japoneses.

 

66.CATARATA-INFLAMAÇÃO DA PRÓSTATA-URODINIA

 

George Ohsawa

 

O doente era um clérigo, de 62 anos. Tinha levado uma vida verdadeiramente piedosa e devotada a Deus. Depois de longos anos de dedicação, foi atingido por muitos infortúnios: catarata (perda de um olho), inflamação da próstata, doença do coração, feridas crônicas nos pés, rebeldes de curar (talvez devido á sua origem leprosa) urodinia etc.

Porque Deus mandou todas essas doenças a um clérigo tão piedoso?

Por mais de quinze anos a sua esposa sofria de males singulares, tais como enxaqueca incessante, ferroadas cambiantes em todo o corpo, doença de Tick (pestanejar constante), inflamação dos duetos lacrimais e dores nas gengivas, apesar de ter perdido quase todos os dentes. Por cúmulo, sofreu duas operações dos ovários desde 1934 e, depois disto, o seu abdómen doía constantemente.

Será que, mesmo depois de uma longa vida devotada a Deus, ainda há necessidade de sofrer aos 62 anos de idade? Será isto a vida? Qual é o mérito de uma vida piedosa e cristã? Ele nunca teve fé verdadeira, mas durante mais de quarenta anos acreditava profundamente na misericórdia de Deus. Onde está o Reino Celestial? Onde está Deus? Será que os seus longos anos de prece resultaram em nada? Ele estava com a sua vitalidade exaurida.

A felicidade, como barômetro ou régua da nossa vida, infelizmente depende da nossa habilidade de discernimento superior. Aquele que possui clara visão, a verdadeira conceção da vida e do universo, é dotado com a visão, não só do que existe nesse mundo relativo, mas, também, no mundo do infinito (tanto o passado como o futuro) e nunca será infeliz. Esta é a fé real. Mas este homem não possuía tal qualidade de fé.

 O que ele possuía e acreditava ser fé, era uma crença cega, que é um pobre e escravizante princípio. Era uma verdade sem alicerce, ignorância cega, apesar de corajosa (credo quia absurdum). Esta ignorância, que chamam de “fé”, é um passaporte falso que é fornecido pelos religiosos profissionais.

Tanto o clérigo como a sua esposa sabiam perfeitamente que não havia medicamento nem operação que pudessem curá-los. Dependentes ainda da medicina, não podiam compreender a fé de Jesus. Fé é independência total, liberdade infinita, felicidade eterna e justiça absoluta. Com tal fé, definitivamente estabelecida, nada será impossível para vós. Não tereis mais dores e, com mais razão ainda, não tereis medo. Nunca dependerei novamente de outrem ou de qualquer instrumento.

O clérigo e a sua esposa compreenderam-me completamente e prometeram purificar-se do seu “pecado original”, ou seja, os crimes que cometeram contra as leis fisiológicas e biológicas da vida criadora, isto é, a seleção, classificação e preparação dos seus alimentos e os modos de comê-los. Comer é criar uma nova vida para amanhã por meio do sacrifício do reino vegetal e os seus produtos. Se forem cometidos erros, são estes, literalmente, o que constitui o “pecado original”. Isto está simbolizado no mito do Jardim do Éden.

Fui, não obstante, grandemente inspirado pelo clérigo. Mesmo um humilde e piedoso servidor, inocente e primitivo, pode compreender que a medicina paliativa e sintomática devia ser substituída pela fé e, também, que “fé” é um outro nome para a medicina onipotente e suprema, que cura qualquer doença fisiológica, psicológica ou espiritual.

Tentando a cura por meio de punções, medicamentos, (que nada mais são do que a consequência de nosso baixo discernimento, que está velado ou eclipsado) e outros produtos do mesmo nível, com a capacidade de discernimento eclipsada e velada, isto é sinal de “mentalidade primitiva” e dependência da feitiçaria.

O clérigo e a sua esposa mostravam nada mais do que sintomas Yin, principalmente aqueles consequentes de demasiada ingestão de açúcar. Sendo um pastor, tinha maiores facilidades para conseguir chocolates, doces, açúcar e frutas do que os demais membros da comunidade.

Apresento as seguintes questões para clarificar as causas:

 Porquê, esse pecado original?

     Porque erramos tão seguidamente?

     Porque tantas coisas aparentemente deliciosas são prejudiciais à nossa vida neste mundo?

  Porque tudo aquilo que agrada os nossos sentidos é tão prejudicial?

5º Será por culpa de Deus?

6º Haverá maldade divina nisso?

Faremos, a seguir, com que o Princípio Único nos supra com as respostas:

 Porquê esse pecado original? Se não houvesse princípio, começo ou “pecado original”, por exemplo, não haveria fim. De conformidade com a Ordem do Universo, a primeira lei é que, uma vez que existe uma origem ou um começo neste mundo, forçosamente terá que haver um fim. Para aquele que acredita ser o “pecado original” nada mais é do que uma ficção de um outro mundo, o nosso, então, é pleno de males e a vida é simplesmente um outro nome para o “infortúnio”. Entretanto, para o que conhece a Constituição- Conceção única do universo e as suas leis, o “pecado original” nada mais é do que o começo do reino celestial, paraíso, liberdade infinita, felicidade eterna e justiça absoluta.

2º Porque erramos tão seguidamente? É porque fazemos decisões baseadas nos nossos sentidos, que são de utilidade para nós somente neste mundo relativo, ilusório e transitório.

Um grande número de pessoas está em busca da felicidade eterna, da liberdade infinita e da beleza supernatural por meio dos óculos dos sentidos. É como se tentássemos ler uma novela com um microscópio, a fim de ampliar o prazer da leitura mil vezes mais. É como se escutássemos a Nona Sinfonia de Beethoven o dia inteiro, semanas e semanas, na esperança de compreender mil vêzes mais a profundidade da grande música de Beethoven.

A ciência analítica moderna está sempre  a tentar inventar instrumentos mais fortes para fortificar os enganadores e cegos “sentidos”. Eis porque a atual infelicidade do homem e a sua desventura multiplicam-se dia a dia e continuam a aumentar.

Mas, “quanto maior a frente tanto maior o dorso” ou “quanto maior a desventura tanto maior o prazer”. O homem, que partiu do "pecado original ", está destinado para alcançar a felicidade eterna no final, enquanto que aquele que desconhece ou nega o pecado original, nunca poderá escapar da infelicidade.

 

3º Porque tantas coisas aparentemente mente deliciosas são prejudiciais à nossa vida neste mundo?( A resposta é a mesma da segunda pergunta).

4º Porque tudo o que agrada aos nossos sentidos é tão prejudicial?  Os nossos sentidos nada mais são do que nosso discernimento mais baixo. Fisiologicamente falando, como o homem é Yang, ele é atraído por tudo o que é Yin, que liberta, expande e nos neutraliza. Eis porque tão seguidamente Jesus falava sobre a importância do sal.

5º Será por culpa de Deus? Não, está perfeitamente em harmonia com as sete leis da Constituição-Concepção única do universo.

     Será, então, maldade Sua? Não, não existe maldade divina. Isto acontece justamente por sua bondade infinita. As numerosas possibilidades de falhas e desditas neste mundo relativo correspondem a um igual número de oportunidades de sabedoria e felicidades.

 

67.          REMÉDIO ÉTICO

 

George Ohsawa

 

Certa noite, ao caminhar com a minha mulher ao longo do rio, encontramos um velho africano que nos saudou muito polidamente, segundo o costume daqui. Falou-nos sobre um amigo que estava doente e hospitalizado. Como implorasse para visitar esse amigo, eu não pude recusar.

E o doente era um velho nativo, que estava paralítico e contava cerca de 55 anos de idade. Há dez meses tinha sido ferido num acidente e imediatamente hospitalizado. Mas, depois de alguns meses, as suas pernas ficaram paralisadas. Todas as unhas de uma das mãos estavam carcomidas, tal como acontece com a madeira quando invadida pelas formigas brancas. Isto era sintoma de um excesso de vitamina D que lhe tinha sido ministrada no curso do tratamento. Isto era ruim, porque ele era um comedor de peixe. Proibi-lhe de continuar comendo-o e, como sempre, fiz minhas recomendações preparatórias.

Fui depois visitar a mulher asmática. Achei estranho que o velho encontrado à beira do rio nos acompanhasse. Na cabana, a jovem mulher nos recebeu a sorrir. O seu marido parecia muito satisfeito: “Ela está boa. Como podeis ver, está curada. Esta­ mos por deixar o hospital”.

Perguntei a ela o que sucedera com o seu vizinho, um velho nativo, que tinha ficado extremamente exausto depois de longos meses de tratamento. Também era um asmático que, a pedido dela, tinha visitado há alguns dias. Não era de minha política examinar os outros pacientes nativos que estavam no hospital, o que somente o fiz devido às instâncias dela.

- Ficou totalmente curado, mais rapidamente do que minha mulher, e está ao seu lado.

Para minha surpresa, apontava para o velho nativo que nos seguira desde a beira do rio.

- Sois aquele que tanto sofria na semana passada? - Ele acenava afirmativamente.

- Mas não consigo reconhecê-lo; estais muito diferente.

Estais completamente curado? Não tendes mais tosse à noite?

Ele sempre respondia afirmativamente, sorrindo e parecendo muito contente.

E estou agora muito ocupado. Em vez de ficar na cama, faço visitas a todos os meus amigos que estão doentes e hospitalizados aqui, para inspirá-los e ensinar-lhes a importância de escolher a comida de acordo com a vossa teoria. Sim, é verdade, depois de tantos anos de sofrimento sinto-me completamente transformado e curado. Pela primeira vez na vida sinto a alegria de viver. Não posso mais permanecer sozinho na minha cabana.

Ainda na semana passada ele estava mesmo bem doente.

Ficou bom e tornou-se uma pessoa completamente diferente. Fiquei contente ao ver que ele tinha voltado à vida. Antes era bastante egoísta, o que sempre acontece com os doentes que olham somente para a sua saúde e bem-estar.

O marido da jovem mulher, o velho nativo e o meu camareiro mudaram muito. Logo quando chegamos informaram-nos de que os doentes não recebiam as refeições da cozinha comum, mas cada um cozinhava para si. Eram muito desconfiados e receavam ser envenenados pelos outros. Tal exclusivismo é natural e comum entre as pessoas Yin.

Mas a mulher asmática e o velho mudaram e tomaram-se amigos de todos empenhando-se para o bem-estar dos outros. Foi por isto que não me foi possível reconhecer o velho.

A boa saúde é um excelente remédio ético e muito mais eficiente do que ouvir longos sermões diariamente.

 

68.          HEMORRAGIA RETINAL NUM DOENTE COM DIABETES HÁ 29 ANOS

 

Contarei agora alguns casos por mim constatados na índia, antes de seguir para a África.

O Prof. D. P. (62 anos de idade), da Universidade de Calcutá, veio consultar-me com a sua esposa. Ele tinha perdido a visão do olho direito devido a uma hemorragia retinal e a do seu olho esquerdo estava reduzida em 50%. Durante sete anos tomava duas ou três injeções de insulina diariamente. Estava a ser tratado por cinco especialistas.

Disse-lhe que dentro de duas semanas estaria curado.

— Mas como? Sofro há 29 anos e estou seriamente doente, segundo dizem os meus médicos, dois dos quais são oftalmologistas famosos. Será isso possível?

Efetivamente, não ficou curado em duas semanas, conforme eu tinha predito, apesar de ter melhorado da hemorragia retinal.

Pedi, então, uma amostra dos pratos que ele estava a comer. Descobri muitos erros dietéticos, que corrigi. Depois de duas semanas ele ainda não estava completamente curado, apesar da percentagem de açúcar na urina ter decrescido considerável­ mente. Uma verificação do seu alimento permitiu-me encontrar mais alguns erros para corrigir. Desde o começo a sua esposa não teve interesse no meu método.

Finalmente, pelo fim do terceiro mês, a sua cura era completa. Além disso, os seus cabelos brancos começaram a escurecer novamente e a sua vitalidade aumentou. Este longo período de recuperação foi devido ao fato da sua mulher não ter fé nem confiança, mas também não era sem motivo, pois parecia impossível curar em duas semanas os males que perduravam por 29 anos. Na verdade, ela é que deveria ser tratada, pois estava desanimada e abatida. A partir de então, o professor assistiu a todas as minhas palestras para relatar as suas próprias experiências e para mostrar aos outros que agora podia ler com os seus próprios olhos.

Recentemente ele me escreveu: “Pela primeira vez na minha vida sinto a alegria de viver.” Este método traz rejuvenescimento.

George Ohsawa

 

69.          QUANTO MAIS TRÁGICO, MAIS FELIZ

 

George Ohsawa

 

Um hindu, pai de nove filhos, estava leproso e condenado à amputação das duas pernas. Tinha sido compelido a demitir-se do emprego numa companhia onde já trabalhava há vinte anos e estava bastante desesperado. Procurou-me em Calcutá, transportado por amigos desde uma distante vila ao oeste da índia.

Disse-lhe: - Dentro de três meses estareis curado.

Todos ficaram tão satisfeitos que não me fizeram nenhuma pergunta.

A sua perna direita estava completamente violácea. A sua parte inferior estava coberta de sangue e pus. Parecia uma maçã podre, desintegrando-se. Observando rigorosamente as minhas instruções dietéticas, ficou completamente curado dentro de três meses. Ele regressou á sua vila, para o convívio da sua família que o aguardava impacientemente, mas desta vez a caminhar com as suas próprias pernas e sem nenhum auxílio. A sua lepra foi causada pelo excessivo consumo de açúcar. Como remédio externo, usei primeiro compressa de cocção de gengibre na sua perna e, depois, uma cataplasma feita de “taro” (inhame) que é um vegetal silvestre, com tubérculos, que nasce na índia e na África, sendo cultivado e muito apreciado no Japão como vegetal.

 

70.          IDIOTIA

 

George Ohsawa

 

O sr. X, funcionário de uma grande companhia industrial de Calcutá, perdeu o seu emprego por ter ficado alienado. O seu irmão mais velho trouxe-o de longe, esperando que o meu método dietético o curasse.

O doente não falava. Ficava sentado num canto da casa do irmão, dia e noite. Não comia e também não queria beber. Ocasionalmente fugia e vagava pela grande cidade durante dias e o seu irmão sempre tinha grande dificuldade para encontrá-lo.

“Trata-se de uma intoxicação provavelmente causada por açúcar branco”, foi o meu diagnóstico. Efetivamente. Ele era o supervisor de um grande armazém de açúcar. Os seus colegas roubavam e vendiam açúcar, mas como ele era mais honesto, satisfazia-se a comer somente aquilo que podia comer.

Uma vez conhecida a causa, a cura foi fácil. Ficou curado em cinco semanas. Tivesse ele tido o tratamento psiquiátrico usual, com toda a certeza teria sido levado a um hospício onde talvez ficasse para o resto da sua vida.

 

71.          UM TOLO MILIONÁRIO

 

George Ohsawa

 

Um milionário de quarenta e cinco anos, chamado K., era o proprietário de um salão de beleza de primeira classe em Nairobi, Kenya. Foi tomado pelo medo. Estava incapacitado a dar um passo fora da casa. Fechava-se no seu quarto e durante sete meses não queria ver ninguém. Disse-me já ter gasto mais de quinze milhões de francos para ser tratado por duas dúzias de especialistas da índia e da Inglaterra, sem nenhum resultado. Por diversas vezes tentou suicidar-se.

Durante três dias, a minha esposa ajudou a sua a aprender o preparo da cozinha macrobiótica e obrigou-o a observar as minhas instruções dietéticas. Na tarde do quarto dia, a minha mulher acompanhou-o ao seu salão sobre o qual estava muito preocupado, em virtude da sua longa ausência. Lá ficou, quieto, até a noite. No quinto dia, quando a minha mulher chegou na sua casa, ele já tinha saído sozinho para o seu negócio. Para lá minha mulher se dirigiu imediatamente, onde o encontrou a trabalhar na sua mesa. Sem que fosse notada, ela o observou durante algum tempo. Ele continuou a trabalhar e intercaladamente, transmitia as instruções devidas aos seus empregados.

 

72.        ESQUIZOFRENIA

 

George Ohsawa

 

De maneira geral, a doença mental é mais fácil de curar e tratar, pois o paciente geralmente possui uma saúde física melhor do que os doentes comuns.

O Sr. Y..., filho mais velho (26 anos) de um médico indiano em Nairóbi, Quênia, desenvolveu esquizofrenia no final de seus estudos em Oxford. Enviado de volta à Índia, ele estava internado em um hospital há dois anos, sem nenhuma esperança. Transferido para a clínica do Dr. A, que trata seus pacientes seguindo minhas diretrizes em Madras, ele se recuperou completamente em duas semanas, também graças às minhas diretrizes dietéticas preparatórias.

 

73.        O CASO DO SENHOR”E”(UMA CURA EM 10 HORAS”

 

Quanto maior a frente, tanto maior o dorso.

Quanto mais violenta for a doença tanto mais rápida é a cura.

O Sr. “E” foi curado pelo nosso método macrobiótico em 10 horas, em vez de 10 dias, de uma estranha e violenta doença.

O Sr. “E” (um escritor), com 52 anos de idade, há alguns anos estava sob uma profunda depressão depois de ter sofrido por mais de 10 anos de úlceras nos tubos digestivos. Tinha medo de tudo e, especialmente, de conviver com outras pessoas. Era extremamente sensitivo à temperatura baixa. (Ambas as coisas constituem sintomas Yin). A sua esposa, que era uma pintora com 45 anos, pesava mais de 90 kg e também sofria de uma depressão bastante forte. Ambos estavam aguardando o negro fim de uma vida miserável.

Depois de terem seguido as minhas instruções macrobióticas durante uns poucos meses, mesmo imperfeitamente, a Sra. “E” perdeu 32 kg sem tomar qualquer remédio ou observar algum tratamento. Ela rejuvenesceu uns 20 anos. Até então ela era incapaz de subir até o seu apartamento no 6º andar sem ser ajudada, e tinha a aparência de uma mulher de 70 anos. Tornou-se encantadora, atraente e brilhante, cheia de alegria de viver. O Sr. “E” mudou de modo considerável fisiologicamente, apesar de não ter sido de uma maneira completa, mas a verdade é que perdeu o medo de viver.

Ambos tornaram-se suficientemente positivos e corajosos, ao ponto de abandonarem a sua pena e os seus pincéis para abrir o primeiro restaurante macrobiótico no coração de Paris, há 3 anos, a fim de poderem apresentar o método revolucionário, biológico, fisiológico e dialético de comer e beber de uma maneira mais prática e generalizada. Conseguiram um considerável sucesso com o seu restaurante. Três outros restaurantes macrobióticos foram abertos em Paris durante estes três últimos anos.

Entretanto, a cura e o rejuvenescimento do Sr. “E” não eram tão pronunciados quanto aos da sua esposa. Isto me inquietava. De vez em quando perguntava para mim mesmo, qual seria a razão por que o rejuvenescimento do Sr. “E” estava sendo tão vagaroso. Porém, como ele era mais corajoso, fiel e entusiasta de todos os que tinham sido “milagrosamente” curados pela Macrobiótica, eu então costumava pensar comigo mesmo: “Virá com o tempo. Se a cura está a ser vagarosa, por certo isto significa que a sua doença é muito profunda”.

13 de OUTUBRO de 1959 - Eu tinha feito uma conferência no “American Club” de Paris e regressando depois da meia-noite. Cerca de 1 hora da manhã do dia 14 de outubro fui acordado pelo telefone.

“. . .Meu marido está sofrendo terrivelmente”, disse a Sra. “E”.

Dei imediatamente um tratamento e prometi que lá chegaria com o primeiro comboio. Às 2 horas o telefone tocou novamente.

“Meu marido está a ficar pior. Está a sofrer terrivelmente. O que deverei fazer?”. Novamente, dei alguns tratamentos macrobióticos urgentes. Um pouco depois o telefone tocou novamente. “Está cada vez pior. Ele está a sofrer horrivelmente. Ele está a gritar. Está a morrer”.

Repliquei então: “Dadas as circunstâncias, o melhor será chamar um médico, a fim de tentar parar as dores”.

Mais uma vez o telefone bateu e a Sra. “E” disse: “O médico declara que meu marido tem de ir para o hospital em seguida e operado imediatamente. Diz que a dor é proveniente de uma perfuração dos intestinos. Caso não seja operado dentro de 12 horas estará perdido. O que deverei fazer?”.

Respondi: “Aceite o conselho do médico. No hospital, pelo menos, o médico procurará fazer cessar a dor. Irei para lá o mais breve possível”.

Quando cheguei com minha esposa para visitar o nosso pobre amigo no grande hospital nacional, ele ainda estava a sofrer muito. Não tinha logrado a menor diminuição de dores a despeito do tratamento médico urgente. Comecei a pensar rapidamente.. . Qual será a causa? Será um excesso de Yin ou de Yang?. . .

 “Desidratação”, disse “E”.

. . .Yang? Mas nenhuma perfuração pode ser provocada por desidratação ou pelo sal. Pelo contrário, eles curam qualquer úlcera, perfuração ou hemorragia. Eu estava sob a impressão que durante três anos ele só tinha comido os nossos alimentos macrobióticos. Portanto, ele não podia estar doente e ainda menos ter uma perfuração.

Eu não podia compreender o caso. “Olha”, gritou a minha mulher naquele momento. Tinha notado que o seu abdômen estava qual um balão de bola de futebol. Disse-lhe então: “O seu abdómen está muito inchado”.

“E então”, murmurou “E” do fundo do seu sofrimento. “Ai”, gritou ele quando lhe toquei o ventre.

Isto confirmou que a perturbação deve ter sido causada por fatores Yin em excesso - expansão ou força centrífuga. Entretanto, não disse nenhuma palavra e saí para pensar, a fim de encontrar a verdadeira causa. Eu tinha perdido a confiança no diagnóstico Ocidental. Os médicos do hospital nacional examinaram o nosso pobre amigo pelo raio X e concluíram que devia haver uma perfuração autêntica.

“Você não teria comido algo que fosse demasiado Yin?”, perguntei-lhe antes de me retirar. A resposta foi um forte “NÃO”.

15 de OUTUBRO - Cancelei a minha viagem aos Estados Unidos e retornei ao hospital novamente. Encontrei a Sra. “E” no corredor.

“Será que ele não terá comido alguma coisa fora do nosso restaurante?” A resposta surpreendeu-me bastante, assim como à minha esposa: “Sim, no Restaurante Chinês”.

“Ah! No Restaurante Chinês? Quantas vezes?”

“Todos os sábados, regularmente, o nosso dia de folga.”

“Desde quando?”

“Sempre, nos últimos dois anos.”

Uma luz brilhou. Efetivamente, eles tinham no convidado no sábado passado, 10 de outubro, para comer num grande restaurante chinês. Ele surpreendeu-me por ter comido três vezes mais do que eu, especialmente o arroz branco com molho chinês, que é extremamente Yin. Em quase todos os restaurantes chineses e japoneses de Paris, costuma-se servir um produto químico (glutamina) feito em Hong-Kong sem fiscalização governamental. Todos os molhos são feitos quimicamente. Estes produtos são extremamente Yin (potássio, fósforo, sulfur, aminoácido) tais como brotos de bambu, gérmen de soja, queijo de soja, cogumelos brancos e pretos, camarões, massas, etc. (Se quiser a prova disso, dê 100 a 200 gramas diárias de brotos de bambo ou gérmen de soja a um doente de tuberculose e ele vomitará sangue dentro de poucos dias).

Porém, um tal excesso de Yin seguidamente pode ser neutralizado por outro alimento, especialmente quando adicionado de um pouco de sal, pois são todos substâncias que acidificam. Considerando que “E” sofreu de úlceras no seu aparelho digestivo por mais de 10 anos, ele era mais sensível a estes fatores Yin do que a sua esposa. Certamente que ele tinha melhorado durante estes anos, mas ele tinha corroído esta sua melhora comendo no restaurante chinês todos os fins de semana. Sendo muito fiel e compreensivo com referência à filosofia macrobiótica, ele não teve nenhuma intenção de violar os meus ensinamentos. Porém, ele pensou que a comida chinesa era a que mais se aproximava da Macrobiótica, e como o seu restaurante fechava aos sábados, então passou a comer no restaurante chinês naqueles dias.

Como eu estava convencido que a causa da doença de “E” era um excesso de fatores Yin, solicitei ao Dr. P., um dos meus amigos que representa a Associação Médica Francesa em Congressos Internacionais periódicos, para convencer os médicos do hospital no sentido de adiar a operação o mais possível e de não dar a “E” nenhum alimento ou injeções. A operação foi adiada por 7 dias mas os médicos deram a “E” muitas injeções antibióticas, oxigênio e potássio - todos extremamente Yin. Durante estes 7 dias a Sra. “E” tentou em vão tratá-lo macrobioticamente. As autoridades do hospital nacional proibiram-na de fazer qualquer coisa por ele, a despeito da intervenção do nosso médico francês. Por fim, tentei levá-lo para casa. Isto também falhou ante a hesitação da Sra. “E” e da sua incompreensão. Os médicos do hospital nacional a convenceram quando prometeram que o seu marido poderia deixar o hospital dentro de três dias, caso se submetesse à operação. Foi operado no dia 20 de outubro. Quando abriram o ventre não foi constatada nenhuma perfuração, mas, unicamente, uma cicatriz nos tecidos, de velhas úlceras, com uma impercetível (ou suposta) fissura no duodeno.

21 de OUTUBRO - Nenhuma melhora, mas agravamento; nova inchação do abdômen; um sofrimento continuado, insuportável, apesar de todo o tratamento.

22 de OUTUBRO - A mesma situação lamentável continuou por mais de um dia e uma noite.

23 de OUTUBRO - Persistia a mesma situação. O esperado dia de sair do hospital passou em vão. Os médicos deram a “E” a sua primeira alimentação desde sua hospitalização há 10 dias. Consistiu de puré de batatas, carne, sumo de fruta e café com leite e açúcar.

“E” recusou, pois sabia que tal comida - tão caracterizadamente Yin iria unicamente acelerar o agravamento do mal.

24 de OUTUBRO - O médico deu a “E” uma terrina de b. .. (algo parecido com ovaltine) muito rico em potássio (muito Yin) e phosphorus (ainda mais Yin que O potássio) o que agravou a inchação e dores do abdômen a tal ponto que “E” gritava: “É insuportável! Eu quero morrer!”.

Quando visitamos “E” no hospital naquela mesma tarde ele declarou: “Eu estava errado. Não compreendi completamente a dieta macrobiótica e a filosofia da medicina do Extremo Oriente. Errei em vir para aqui e aceitar esta operação. O meu sofrimento em nada diminuiu; ao contrário, ele continua. É como viver aqui num verdadeiro inferno”. As lágrimas corriam na sua face e pediu-me que o perdoasse. Desejava sair do hospital o mais rápido possível e, assim, preparamos um quarto para ele. Porém a Sra. “E” objetou contra a sua saída alegando estar muito fraco para ser transportado. Esperamos em vão durante uns poucos dias. O Dr. P. telefonou-me dizendo que “E” seria levado para a nossa casa dentro de três dias, pois o seu caso estava a piorar.

O médico pediu que tomasse conta dele e disse que o caso era muito grave. (Todos os médicos sabem que tal caso é desesperador).

2 de NOVEMBRO - A Sra. “E” telefonou-me dizendo que estava convencida de que o hospital tinha fracassado e disse: “E” está com demasiada dor para poder ser transportado; talvez dentro de dois ou três dias.

Como já tínhamos esperado mais do que dezassete dias adiando a nossa partida e mudando o programa das minhas conferências na América, não podíamos esperar mais. Então respondi: “Não podemos esperar indefinidamente desta maneira. Não posso estar a alterar uma porção de vezes o meu programa para os meus estudantes e amigos da América. Partiremos de Paris amanhã”. A Sra. “E” solicitou tão desesperadamente que ficássemos que tive de adiar novamente a nossa partida.

4 de NOVEMBRO - Finalmente “E” foi trazido para a nossa casa. Em se-guida a minha esposa começou a cuidar dele macrobioticamente.

5 de NOVEMBRO - Houve uma pequena melhora. A minha esposa cuidou dele todo o dia e estava inteiramente exausta. O seu tratamento era fora do comum. (Falarei sobre ele mais adiante).

6 de NOVEMBRO - Novamente aumentaram as dores. Desde a sua chegada tentei descarregar todos os fatores Yin que se tinham embebido na sua constituição durante tantos anos. Visitei-o no seu quarto no começo da tarde. Observei-o durante uma hora; muitas vezes pensava comigo mesmo: “Isto é muito curioso, muito estranho e muito interessante. Durante dezassete anos tenho procurado enfrentar os casos mais difíceis, uma doença impossível de curar. Eis aqui um caso destes, finalmente. Eu devo encontrar a solução. . .”. Cerca de uma hora após minha contemplação, encontrei a resposta.

“Meu caro amigo, encontrei a solução. Coma estas “umeboshi”, cerca de 10 , sem mastigar, engolindo-os uma por uma. (“Umeboshi” é uma passa de ameixa japonesa conservada com sal).

“Engolir”, murmurou ele.

Depois de engolir duas “Umeboshi” ele parou. “Não consegui. Elas não descem”. Tendo tomado muito pouco líquido por três semanas, ele estava inteiramente seco. Com um pouco de água elas desceram. Disse-lhes: “Se não puder engoli-las todas de uma vez, tente quantas puder até a noite”. De noite, quando regressamos, tinha engolido 7 “umeboshi”.

Durante a minha ausência, a minha esposa tomou conta dele à tarde toda e o poder curador das suas mãos trabalhou muito bem. Vomitou uma coisa preta e expeliu muitos gases pela boca e pelo ânus. A melhora começou.

Disse-lhe: “Meu querido amigo, passareis por um grande choque, por uma grande limpeza dos vossos tubos digestivos dentro de umas poucas horas. Não tenhais receio”.

Durante a noite, cerca das 2 horas, fui ao seu quarto. Nada escutei a não ser a respiração calma dele e de sua esposa. N a casa de banho, encontrei um monte de roupas de baixo e pijamas cheios de um líquido negro, semelhante a tinta negra de nanquim. Ele vomitou e teve uma diarreia mais ou menos pela meia-noite. Tinha, finalmente, descarregado a causa básica de todo o seu sofrimento.

Às seis horas da manhã seguinte, a minha esposa foi ao quarto de “E”. Eis que escutei a risada forte e satisfeita de “E” pelo corredor. Pensei que tivesse ficado louco. Corri ao seu quarto.

“Meu querido professor, todo o meu sofrimento passou, graças ao Senhor. O tratamento macrobiótico foi miraculoso. Lá pela meia-noite, repentinamente, comecei a vomitar uma coisa preta acompanhada por uma diarreia violenta e logo depois senti que estava completamente liberado. Todo o meu sofrimento passou. Dormi bem pela primeira vez depois de três semanas. Fico imensamente obrigado”.

O nosso tratamento macrobiótico levou menos de 10 horas.

Durante a manhã foram continuamente expelidos gases pela boca e pelo ânus. O abdômen desinchou rapidamente. A fase final da cura foi a eliminação de mais do que um litro de sangue contaminado.

Desde que “E” foi hospitalizado, sempre havia um certo número de visitantes na minha casa, mesmo de países estrangeiros, acompanhando o caso.

7 de NOVEMBRO - Na hora do jantar havia 16 visitantes. Todos estavam satisfeitos em saber da cura miraculosa de “E” em 10 horas. Nesta ocasião, “E” saiu da cama sem auxílio de ninguém para receber todos os seus amigos. Constituiu uma grande surpresa para todos eles, quando souberam que “E” tinha sofrido tanto durante três semanas, ao ponto de querer pôr fim à vida.

8 de NEVEMBRO - “E” estava a se recuperar com grande rapidez.

9 de NOVEMBRO - Fiz uma conferência de despedida no nosso restaurante. “Longue Vie”. Regressamos para casa lá pela meia-noite. No dia seguinte partimos para os Estados Unidos.

A cura do estado desesperador de “E” é somente um exemplo recente dos milhares de curas surpreendentes que se verificaram na Europa durante 1959. Aprendemos uma vez mais, que “quanto maior a frente tanto maior é a retaguarda”. Quanto maior é a dificuldade e o perigo tanto maior é a alegria. Quanto mais violento é o ataque tanto mais rápida é a cura.

George Ohsawa

 

74.          Cancro da próstata e dos ossos

 

Edmund Hanley

Edmund Hanley, um simpático residente de Muskegon, Michigan, soube que tinha cancro da próstata em janeiro de 1980. Nessa altura, pediu ao seu padre que rezasse pela sua recuperação. Homem de grande fé, Ed frequentava a missa das 6h30 da manhã há 30 anos. Uma manhã, depois da missa, a pedido de Ed, o padre levou-o à sacristia onde foi rezada uma oração acompanhada de um rito especial. Ed esperava um milagre, uma cura instantânea como as atribuídas a Jesus. Mas depois não se sentiu diferente. "Pensei", disse Ed, "que Deus não tinha planeado um milagre para mim". Depois riu-se, acrescentando: "Como Ele não sabia!"

Passaram-se dois anos e o cancro começou a metastizar rapidamente por todo o corpo. Os médicos designaram-no como cancro de estádio III. Não tinha sido operado nem irradiado, mas estava a tomar estrogénios hormonais. Nessa altura, Ed decidiu experimentar a Macrobiótica para o curar. Decidiu também deixar de tomar os comprimidos de hormonas receitados. Um ano depois de ter aprendido a aplicar corretamente os princípios da macrobiótica na sua alimentação, Ed Hanley foi libertado do cancro através de um exame médico. Embora o milagre tenha ocorrido mais lentamente do que ele esperava, Ed acredita firmemente que foi o milagre que ele pediu e que agora partilha com alegria com os outros.

Quando soube que tinha cancro, Ed tinha 61 anos e geria a Kaydon Corporation, uma empresa de produção sediada em Muskegon. Casado e com seis filhos, o mais novo tinha na altura 17 anos. Para além das responsabilidades que acompanham uma família numerosa, ele e a sua mulher Jeanne tinham uma vida social intensa.

Sempre foi popular como, diz ele, um "comediante disponível", munido de um extenso repertório de piadas acumuladas ao longo da sua vida. Por isso, era, e continua a ser, convidado para animar almoços, convenções e reuniões. Faz parte de um quarteto vocal que faz cantar em festas e outras reuniões sociais. É aguarelista e escultor em madeira e dá aulas de pintura para adultos. Em 1986, um grupo de católicos pediu-lhe que esculpisse uma estátua de madeira de S. Francisco de Assis para a igreja. Cozinheiro muito trabalhador, depois de se reformar aos 65 anos, assumiu a cozinha da sua casa, enquanto a sua mulher se ocupava do negócio imobiliário. Em maio de 1987, quando ele e a mulher foram entrevistados para esta história, ambos aparentavam ter cerca de 50 anos. Cerca de seis meses antes de se alimentar de forma macrobiótica, Ed estava a participar num programa de atletismo e de fitness no YMCA local. Ainda hoje faz jogging e natação. Apesar de estar oficialmente reformado, continua muito ativo, dizendo: "Hoje mexo-me mais do que em qualquer outra altura da minha vida" e diz que tem a energia de um trintão, grande parte da qual é canalizada para ajudar outras pessoas com cancro a, tal como ele, utilizarem a macrobiótica para se curarem. Ele tem muito mais energia agora do que no passado.

Ed lembra-se de uma altura em que o seu entusiasmo e energia sofreram uma grande queda. Foi entre 1960 e o momento em que descobriu que tinha cancro da próstata, e seguiu um padrão bastante aborrecido e hesitante. "Quando chegava a casa à noite, lia os jornais e adormecia no sofá. A Joana acordava-me para jantar, depois punha a televisão a dar e eu voltava a adormecer. Às 11 da noite, a Joana acordava-me de novo para me deitar. O único exercício que fazia era apanhar as folhas do jardim e deitar o lixo fora".

Quando soube da sua doença, Ed passou por uma grande transformação. Em 1979, um vizinho contou-lhe a sua luta contra o cancro da próstata. Na altura da conversa, Ed estava a apanhar folhas do jardim. Não via o vizinho há algum tempo e queria saber porquê. Esse dia causou-lhe alguma preocupação e levou-o a visitar o médico para fazer um exame à próstata. "Há alguns anos, tinha ido ao médico e ele disse-me que eu tinha a próstata aumentada, explicando-me que é um problema muito comum nos homens com mais de 60 anos. Sugeriu-me que o voltasse a consultar um ano mais tarde, mas só o fiz passados dois anos. Um mês depois, Ed foi ao médico para fazer um check-up. "Ele ouviu-me e depois disse-me que, com o dedo, tinha sentido algo duro na minha próstata através do revestimento do reto. Recomendou-me que fosse a um urologista e, uma semana depois, fui examinado por um amigo urologista. Ele disse-me que sentia uma dureza e que pareciam pedras. Nenhum deles me falou de tumores, mas o urologista aconselhou-me a fazer uma biopsia. A biopsia foi efectuada uma semana mais tarde no hospital. Passou mais uma semana e ele telefonou-me e disse: "Ed, gostaria de o ver esta tarde, pode vir? E depois acrescentou: "Traz a Jeanne contigo" e desligou. Pensei: "Espera um minuto, porque é que a Jeanne também tem de vir? Bem, telefonei-lhe e ela disse: "O que é que se passa? Ninguém diz isto a não ser que haja algo realmente mau. Foi difícil para mim imaginar que era algo de grave".

Recordando o que Jeanne sentiu nesse dia, disse: "Sentada no consultório do médico, parecia a guilhotina. Foi terrível".

Disse Ed: "O médico entrou na sala, e normalmente é um tipo alegre, mas naquele dia estava muito sério e tinha uma folha na mão que dizia: 'Ed, tenho más notícias. Tem cancro da próstata, mas também tenho boas notícias. Acho que o encontrámos suficientemente cedo, por isso vamos fazer um exame para o detetar".

Quando chegaram os resultados da análise óssea, o médico disse: "Ed, há alguns pontos marcados no crânio e na pélvis, mas não sei se é cancro. Uma vez que o encontrámos tão cedo, recomendo uma operação e vou verificar os gânglios linfáticos nessas áreas. Se estiverem bem, tiramos-lhe a próstata e fica livre de cancro".

Bem, quando se descobre que se tem cancro, é muito assustador. Estamos nas mãos do médico e entregues a ele. Por isso, eu estava pronto para ser operado. No caminho para casa, a Jeanne disse: "Acho que devíamos falar com os miúdos. Eles estão espalhados por todo o país... em Lansing, Grand Rapids, Haslett (Michigan) e Denver. Eles apoiam-nos e rezam por nós, mas o Dick é diferente, há muito tempo que se interessa pela natureza e pelos métodos naturais de cura, é vegetariano há bastante tempo. O Ed lembra-se de o Dick dizer: "Tu és maluco".

Ed responde: "Obrigado, porque é que dizes isso?" e Dick responde: "Não vais morrer amanhã, nem na próxima semana, nem talvez daqui a um ano. Tens todo o tempo do mundo para obter uma segunda opinião". Também recordou ao pai que tinha feito um check-up completo e que agora podia tomar as suas próprias decisões. Sugeriu-lhe que fosse à Clínica Mayo ou ao Sloan-Kettering, onde se encontrava a melhor investigação até à data. Jeanne e eu falámos sobre isso mais tarde e ela concordou, dizendo: "Acho que é sensato ter uma segunda opinião". Decidiram então ir à Clínica Mayo. Ed telefonou ao seu médico e comunicou-lhe a sua decisão. Ele também achou que seria uma boa ideia.

Na Clínica Mayo, em Rochester, Minnesota, fizeram mais um exame e mais testes. Aí, um médico analisou todos os resultados (exames, resultados da biopsia, análises ao sangue e à urina). Ed ficou surpreendido quando o médico lhe disse: "Para si, nada de cirurgia". Ed perguntou: "Porquê?"

O médico respondeu: "Sabemos que tem cancro da próstata, mas não sabemos se tem cancro nos ossos se não fizermos uma biopsia. E tenho a certeza de que não quer que lhe faça um buraco no crânio ou no abdómen para chegar à pélvis. De acordo com a nossa experiência, com o tipo de cancro que tem, há uma boa probabilidade de também ter cancro nos ossos. Quando o cancro da próstata metastatiza, vai para os ossos, por isso, se lhe retirarmos a próstata, o cancro vai espalhar-se".

Perguntei-lhe: "O que é que eu faço então?" Ele disse: "Se eu estivesse no seu lugar, tomaria hormonas em comprimidos. Não sabemos como curar isto. Podíamos castrá-lo e isso iria abrandá-lo, mas as hormonas também o iriam abrandar. Então eu disse: 'Bem, acho que é isso que vamos ter de fazer. O médico deu-me dez anos de vida". Quando Ed regressou a Muskegon, o seu médico ficou surpreendido por saber que o outro médico o desaconselhava a fazer cirurgia e lhe dizia para tomar apenas hormonas sob a forma de comprimidos (ou seja, estrogénio sob a forma de dietilestilbestrol). Ed pediu uma receita de hormonas, mas com relutância. O médico pediu-lhe que o voltasse a ver dentro de seis meses para fazer outra ecografia e examinar a próstata. "Sempre que o ia ver, verificava a próstata e desenhava o tamanho dos tumores como referência para a consulta seguinte. Fui vê-lo durante dois anos e as casas pareciam estar adormecidas, inalteradas.

Ao fim do terceiro ano, o cancro começou a metastizar. Fui fazer uma ecografia e o médico disse-me que era na região lombar da coluna vertebral. A seguir, foi no peito e nas costelas. Continuava a sentir-me bem, exceto quando eu e a Jeanne viajávamos de carro. Dava-me dores à volta da pélvis. Deve ser o cancro.

O médico continuava a insistir. Ed, não sei se te dás conta da gravidade da situação. Tem cancro da próstata. Tem metástases e já está nos seus ossos". Ele estava sempre a implorar-me para fazer terapia radioactiva. E eu respondi-lhe que não queria fazer isso. Um amigo meu, que tinha trabalhado na mesma fábrica, passou por isso. E ele estava a falar-me disso. Ela disse-me que a maior parte do tempo estava muito doente. Era terrível, e ele disse-me: "Se te fizerem isso, eu vou aí segurar-te na mão e, pelo menos, falar contigo". E eu pensei, 'oh Deus, eu não quero esta coisa'. Acho que foi sobretudo porque me senti bem. Talvez se eu estivesse a sofrer muito, como acontece com muitos doentes com cancro, tivesse pensado de forma diferente.

Da última vez que fui ao urologista, ele disse: "Olha Ed, pedi-te uma hora para ires ao radiologista do Hospital Hackley. Quero que vás para lá e não demores mais". E eu disse: "Se isso te faz feliz, eu vou. Quando fui ao radiologista, ele perguntou-me: "O que quer que lhe faça?" E eu disse: "Mandaram-me fazer terapia radioactiva. E o radiologista respondeu: "É demasiado tarde para isso, já tem cancro nos ossos e não lhe vai servir de nada". Não podia acreditar no que estava a ouvir, por isso telefonei ao radiologista e contei-lhe o que o radiologista tinha dito. Pensem em tudo o que me aconteceu. Certamente que o Senhor me estava a guiar. Se eu tivesse sido operado, irradiado e tudo o resto, estaria hoje numa situação horrível".

"Eu não tinha medo de morrer", explicou Ed. Sou um católico muito bom e vou à missa todos os dias. Vi os meus filhos crescerem, tive uma boa vida e acho que a vida depois da morte é um bom lugar." O que o magoou foi deixar a mulher, e sozinha. Mas não tinha um bom incentivo para enfrentar realmente o cancro e lutar até que o seu filho David, um psicoterapeuta, lhe pediu para ir a casa uma noite com Jeanne para conversar. Durante uma conversa emotiva, Ed recorda o que David lhe disse: "Pai, sinto que estás a ir embora e que não vais viver muito tempo, agora que o teu cancro tem metástases. E quando nos estamos a conhecer melhor, vais morrer". Bem, chorámos os dois e eu pensei: "Meu Deus, vou lutar contra isto, não me vou deixar morrer. Isso deu-me vontade de lutar, apesar de na altura não ter muita fé na Macrobiótica."

 

"Quando descobri que tinha cancro, um amigo deu-me um exemplar do Saturday Evening Post, onde estava a história do Dr. Sattilaro e da sua recuperação de um cancro da próstata utilizando a Macrobiótica (o Dr. Sattilaro era então presidente do Methodist Hospital em Filadélfia). Li o artigo e enviei uma carta à East West Foundation em Boston para que me enviasse alguma literatura. O que me enviaram deu-me uma ideia aproximada da dieta macrobiótica: cereais integrais, legumes frescos, sem carne, sem açúcar, sem farinha branca, sem lacticínios, sem café, sem álcool.

Quando chegou o terceiro ano e o meu cancro metastizou, eu continuava a pensar na macrobiótica. Na Clínica Mayo, os médicos diziam que não sabiam como curar o cancro. Finalmente, disse à Jeanne: "Tenho andado a pensar em experimentar a macrobiótica, o que achas? E ela respondeu: "Também tenho andado a pensar nisso". E foi assim que nos envolvemos. E esse foi o início. A conversa com David deu-lhe o empurrão extra de que precisava.

A 10 de julho de 1983, Ed e Jeanne iniciaram a dieta macrobiótica por si próprios, indo a uma loja de produtos naturais e comprando alguns livros gratuitos. Um deles era um livro de receitas de Wendy Esko. O outro foi escrito por um homem que tinha sido curado de cancro pela Macrobiótica. Cerca de duas semanas depois, o consultório do nutricionista falou-lhes de um anestesista cuja mulher tinha cancro. Também ela estava a utilizar a Macrobiótica para recuperar a sua saúde após um devastador ciclo de radiações e quimioterapia. Depois de os ter contactado, este médico e a sua mulher convenceram-nos a ir a Boston para uma entrevista com um professor certificado em macrobiótica e a ter aulas de culinária. A entrevista permitir-lhes-ia saber quais os alimentos a utilizar para o problema de Ed e ter aulas de culinária. Uma vez que grande parte da comida consistia em ingredientes básicos não refinados e em cereais integrais com os quais não estavam familiarizados, as aulas de culinária ajudá-los-iam muito a evitar cometer erros. Seguiram o conselho e dirigiram-se à East West Foundation, em Boston, para marcar uma entrevista e as aulas.

Quando chegaram ao Centro de Educação Macrobiótica em Brookline, um subúrbio de Boston, Laureen Spector, a directora do programa, apresentou-os a Edward Esko, um antigo professor de Macrobiótica, na East West Foundation. Estávamos a 12 de setembro de 1983. Esko explicou a relação entre dieta e saúde e deu-lhes instruções sobre a abordagem dietética da Macrobiótica, tendo em conta a constituição e a saúde de Hanley. De uma lista de alimentos básicos, alguns foram realçados, outros foram proibidos por um período de tempo. Ed deveria comer cereais integrais, legumes frescos, algas marinhas, papas de aveia e sopas especiais. A carne, os produtos lácteos, as gorduras, o açúcar refinado, o mel, as farinhas refinadas, o café, o álcool e outros alimentos comuns deviam ser excluídos.

O casal ficou durante uma semana, enquanto eles tinham aulas de culinária. "Ao fim da tarde", conta Ed, "antigos doentes com cancro vieram para o nosso canto. Conhecemos uma enfermeira chamada Virginia Brown, curada de um melanoma em fase IV com macrobiótica. Falavam com ela e com outros que, como ela, tinham sido curados. Nota: Virginia Brown escreveu o livro: "Macrobiotic Miracle"

"Posso dizer-vos", disse Ed, "que depois de falar com eles pessoalmente e de os ouvir dizer quão mau era antes, fiquei convencido de que podia recuperar.

No Centro, havia duas aulas de culinária por dia, com a duração de duas semanas cada. "A semana que passámos a aprender a cozinhar foi uma grande ajuda", disse Ed. "Dá-nos muita confiança e há uma variedade de alimentos diferentes, apesar de os ingredientes serem limitados. Ensinam-nos a cortar os legumes de uma determinada forma. Laureen ensinou-nos a fazer compras e mostrou-nos diferentes utensílios e coisas de que íamos precisar: facas, esteiras de bambu, panos e um espremedor de saladas. Aprendemos a prensar legumes, colocando-os em camadas (couve, aipo, cenoura, por exemplo) com um pouco de sal. Chamavam-lhes pickles e recomendavam-nos que os comêssemos duas vezes por semana. Em Boston comprámos tudo, exceto uma panela de pressão (necessária para cozinhar o arroz integral). Quando chegámos a casa, o carro estava cheio de coisas".

Em setembro, Ed teve a reunião com Esko e Esko marcou-a novamente para dezembro. Quando Ed lhe disse que não poderia regressar a Boston mais uma vez, Esko disse: "Há um médico perto de Chicago que é clínico geral e macabiótico, sugiro que o consulte se não puder regressar a Boston. Ed telefonou ao médico no final de janeiro de 1984 e este marcou-lhe uma consulta em meados de fevereiro, dizendo-lhe para trazer todos os exames, resultados de biopsias, filmes e registos urológicos. "Esta consulta era para cinco meses depois de eu ter ido para Boston e adotado a dieta", recorda Ed. "O médico analisou todos os relatórios, incluindo os pequenos desenhos dos tumores feitos pelo urologista. Depois levou-me para a sala de exames para examinar a minha próstata. Perguntou-me: "Onde estão esses tumores?" Um dos tumores tinha desaparecido e o outro era do tamanho de uma cabeça de alfinete. Isto foi um exame rectal, por toque. Sugeri a realização de uma ecografia da próstata por um urologista do Hospital da Universidade de Chicago. Em 22 de março de 1984, o médico fez uma série de 12 ecografias, não tendo sido detectado qualquer tumor na próstata".

Um mês mais tarde, foi efectuada uma biopsia da próstata e não foram encontradas células cancerosas. Nessa altura, uma ecografia revelou uma pequena quantidade de cancro no crânio e numa costela. Em setembro de 1984, um novo exame não revelou qualquer sinal de cancro. Tinha passado exatamente um ano desde que Ed tinha iniciado a dieta macrobiótica sugerida por Edward Esko em Boston... recomendações que ele seguiu rigorosamente a partir desse dia, com a ajuda entusiástica da sua mulher. Depois de saber que estava livre do cancro, Jeanne disse: "Sinto-me como o Rocky a ganhar uma luta". Nesse dia, no consultório do médico, quando ele lhe deu a notícia, tudo parou e telefonaram-lhe. "O médico estava num alvoroço", recorda Ed, "e eu senti como se me tivessem tirado um peso enorme dos ombros. Depois ele disse: "As células desapareceram, mas ainda há toxinas no corpo. Se voltarem à dieta antiga, comendo carne e lacticínios e coisas do género, não demorará muito até o cancro voltar. Passarão muitos anos até que essas toxinas desapareçam e terá de efetuar várias descargas para se livrar delas à medida que limpa o seu corpo. É claro que, agora que o cancro desapareceu, há coisas que o deixarei comer que antes não podia." Até então, o Ed estava proibido de consumir óleo. Mas ele comia legumes salteados em pouco óleo. Em novembro de 1986, o médico acrescentou à dieta algumas coisas que antes eram proibidas, como comer ocasionalmente cerveja escura importada, que não contém químicos nem conservantes.

No dia em que receberam a notícia de que Ed não tinha cancro, saíram tarde do consultório do médico e chegaram a casa à noite, porque a viagem demorava quatro horas de carro. Assim, no dia seguinte, contaram a toda a gente, até à secretária, e a partir daí a notícia espalhou-se por todo o lado. Depois, Ed foi ao YMCA e contou aos seus amigos. "As pessoas", diz Ed, "pararam-me na rua e o telefone começou a tocar todo o dia.

Ed visita o seu médico macrobiótico uma vez por ano para fazer um check-up, que inclui uma cintilografia óssea, uma ecografia da próstata e análises ao sangue e à urina. Continua a não ter cancro.

A vitória conquistada pelo casal não foi alcançada sem dúvidas, sacrifícios e uma adaptação radical das suas vidas. Quando Ed começou a fazer uma alimentação macrobiótica, Jeanne também o fez, e sempre que lhe perguntavam, ela respondia: "Nem sequer pensei nisso, sabia que o faria, sabia que tinha de o partilhar com ele. Nem sequer pensei duas vezes. Como tinha de ser constante, precisava de apoio. É como quando se deixa de fumar, mas o parceiro continua a fumar. Ele não conseguia imaginar que pudesse fazer outra coisa. Se era bom para ele, também seria bom para mim. É uma questão de fé. Riu-se e acrescentou: "De qualquer forma, não ia preparar duas refeições diferentes". Depois de ler Introduction to Macrobiotic Cooking de Wendy Esko e Miracle Cures with Macrobiotics de Jean Kohler sobre a sua recuperação do cancro da próstata, Ed disse: "Parecia que tínhamos ideias suficientes para continuar. 

"Tomámos nota de tudo o que tínhamos de comprar", diz Jeanne, "arroz integral, molho de soja, sementes de girassol e outros tipos de sementes, algas marinhas... tudo o que é básico. Claro que os sabores eram todos diferentes dos anteriores. Era como atravessar uma montanha. Eu tinha muito medo de não cozinhar tudo bem e que o Ed não beneficiasse com isso. Isso preocupava-me muito. Agora percebo que, mal ou bem cozinhado, tudo era muito superior ao que comíamos antes".

"No início, tudo parecia terrivelmente sem graça". Ed diz que "era difícil sentarmo-nos para comer". Ele recorda a primeira refeição: "Cheguei a casa do trabalho e a Jeanne disse: 'Lava as mãos e senta-te à mesa'. Sentei-me e ela trouxe-me o prato. Não me lembro do que era. Talvez umas cenouras cozidas e arroz cozido, e eu perguntei: "O que é isto? E ela respondeu: "Este é o teu jantar macrobiótico". E eu perguntei-lhe: "Quantos dias posso sobreviver a comer isto para o resto da minha vida? Assim, a pobre Joana debateu-se durante duas semanas ou mais, tentando preparar as coisas de acordo com o livro de receitas e dizendo: "Isto é terrível, preciso de ajuda. Um dia, o dono da loja de dietética perguntou a Ed: "Que tipo de dieta é que vocês estão a fazer?" Ele explicou: "Estou a tentar seguir a dieta macrobiótica, mas estamos a ter dificuldades. Depois falou-me de um anestesista e da sua mulher que viviam a cerca de 32 quilómetros de Muskegon. Tinham ido a Boston e foram lá tratados por Michio Kushi. Quando regressaram, trouxeram um livro de cozinha macrobiótica e ele ensinou-os a cozinhar. Sugeriu-nos que lhes telefonássemos e deu-nos o seu nome e número de telefone. Acontece que este anestesista conhecia o irmão de Ed, que era oftalmologista.

Estavam ambos muito entusiasmados com a Macrobiótica e o médico convidou-os para um canto, dizendo-lhes que a sua mulher os ensinaria a cozinhar. "Então fomos e comemos refeições realmente deliciosas. Deram-nos peixe, arroz integral, alguns legumes e uma sobremesa sem açúcar." Jeanne comentou depois que isso lhe mostrou as possibilidades de cozinhar de forma saborosa. O médico também mostrou a Ed como assar sementes de girassol com um pouco de shoyu. Foi então que o médico lhes disse para irem a Boston falar com um conselheiro macrobiótico e ter aulas de culinária.

Quando o casal chegou a Boston, descobriu que tinha usado demasiado shoyu e óleo para o estado de Ed. Jeanne disse: "Até então, eu costumava pôr shoyu em tudo e todas as noites fritávamos arroz. E gostávamos, mas quando descobrimos como devia ser o sabor, foi difícil. Na primeira noite no Centro de Aprendizagem, quando nos sentámos à mesa, éramos duas pessoas à volta da mesa. Puseram grandes quantidades de comida em grandes travessas. Eu servi-me muito. Mas era difícil, especialmente as algas marinhas. Mas acabámos por nos habituar. Gostamos sempre de descobrir novas receitas. O Ed, por outro lado, gosta de algas e no primeiro dia comeu uma folha de nori por dia. Hay continua a comer kombu e wakame regularmente, normalmente adicionados a vários pratos. Ocasionalmente, come hijiki, mas Jeanne não gosta do seu sabor forte. Para além de se habituarem aos novos gostos e sabores, ambos gostam da abordagem diferente à cozinha e à carta de legumes. Cozinhar tudo de forma diferente era um pouco estranho: "Tínhamos muitos tachos, panelas e pratos pequenos. Isso fazia-nos rir. Mas agora simplificamos as coisas, apesar de planearmos com antecedência".

Num curto espaço de tempo, conseguiram obter novos fornecimentos para a sua dietética local.

No primeiro ano, quando viajaram para visitar o médico em Illinois, Jeanne e Ed compraram o que precisavam numa loja local de produtos alimentares saudáveis. Durante o primeiro ano em que viajaram para visitar o médico em Illinois, a Joana e o Ed compraram o que precisavam numa loja de produtos alimentares saudáveis. Atualmente, compram algumas coisas numa loja em Grand Rapids. Uma vez que agora há mais pessoas em Muskegon envolvidas na Macrobiótica, tornou-se mais fácil obter o que precisam.

Embora Jeanne diga que não teve problemas em habituar-se à comida macrobiótica, Ed disse que demorou algum tempo a familiarizar-se com todos os nomes japoneses para os diferentes alimentos.

Para além de se habituar a comer da nova maneira, Ed disse: "O primeiro mês a seguir aquela dieta foi terrível. E a Jeanne também. Ambos perdemos peso. Telefonei ao Esko para lhe dizer que a sensação era terrível e ele disse: "Dá-lhe mais algum tempo. Vais recuperar o peso e vais sentir-te melhor". Ao fim de seis semanas, comecei a sentir-me melhor e a recuperar a minha energia.

Tinha passado de 76 quilos para 53 em cerca de três meses. Estava esquelético. Tenho 1,80 m. No YMCA medem-nos o pneu da barriga para verem a quantidade de gordura que temos. Eu tinha tão pouca que mal a conseguiam detetar. 76 quilos é muito peso. A minha cintura media 1,07m. É provavelmente o que eu pesava entre 1960 e 1983. Atualmente, Ed pesa cerca de 61 quilos. Jeanne, com 1,58 metros de altura, passou do tamanho 14 de roupa para o 5 no mesmo período. Tal como Ed, o seu peso voltou a aumentar e atualmente veste o tamanho 10 a 12. Nenhum dos dois sabia que ia perder peso e Ed estava assustado por perder tanto peso tão depressa. Jeanne, por outro lado, "estava entusiasmada". Mas muitos familiares e amigos estavam preocupados com a sua saúde. "Por isso, acho que era melhor ganhar um pouco de peso", acrescentou Jeanne, "mas agora já não têm medo que eu morra."

Jeanne sentiu alguns benefícios adicionais com a mudança de dieta, para além de um equilíbrio de peso mais natural. Costumava ter muitas infecções da bexiga e prisão de ventre, que agora desapareceram. Uma vez que não tem de ser tão rigorosa como Ed, Jeanne admite fazer "batota" de vez em quando. E repara que, quando comete indiscrições com a comida, volta a ter hemorróidas, que desaparecem assim que passa a ter uma alimentação mais macrobiótica.

Ed recebeu também um prémio inesperado da Macrobiótica. Após a espetacular perda de peso em 1984 e 1985, o seu médico pessoal descobriu que Ed já não precisava, ou já não podia tomar com segurança, a medicação anti-hipertensiva que lhe tinha sido prescrita em 1946. Ao perder peso, Ed começou a revelar uma tensão arterial extremamente baixa e a sentir os seus efeitos. O médico que lhe tinha diagnosticado a hipertensão em 1946 tinha morrido e um novo médico mudou o tipo de medicação, embora tenha continuado a tratá-lo da sua hipertensão até estes acontecimentos terem ocorrido. Anteriormente, Ed tomava três anti-hipertensivos por dia. Sob a supervisão atenta do novo médico, durante três semanas, reduziu-os até os eliminar por completo. Desde então, a sua tensão arterial mantém-se normal sem medicação.

 

Embora a vontade de sobreviver seja essencial para ultrapassar qualquer doença grave, o apoio dos outros é sempre um fator crítico na recuperação. Ed recebeu encorajamento de várias fontes.

Durante a sua luta contra o cancro, diz que o maior apoio que recebeu foi o da sua mulher. "Desde o dia em que fomos para Boston e adoptámos a Macrobiótica, ela observava-me como um falcão. Sempre que eu estava prestes a fazer alguma coisa imprudente, ela dizia: 'Olha, a vida é tua. Mas também dizia: "Estou aqui para te vigiar. Não comas essa comida, não é boa!" E usava toda a sua habilidade para preparar pratos adequados mas apetitosos".

Os filhos também apoiaram os esforços dos pais. Quando os pais decidiram ir para Boston, David e Dick ofereceram-se para pagar as despesas. No entanto, durante algum tempo, David preocupou-se com o facto de eles estarem muito magros. Mas Dick sabia que isso fazia parte do processo de cura e continuou a apoiá-los. As dúvidas dos outros filhos foram dissipadas quando souberam dos resultados favoráveis dos exames efectuados pelo médico de Chicago. Desde a recuperação do pai, dois dos filhos começaram a incorporar os princípios macrobióticos nas suas vidas. Todos eles encaminham para Ed pessoas com cancro para consulta. Quando Ed e Jeanne iniciaram a dieta, Jeanne lembra-se de como era cozinhar para eles na altura. "Eu estava a trabalhar muito e o Ed também. Os miúdos vinham aos fins-de-semana e eu tinha de cozinhar duas refeições separadas, porque eles não queriam mudar. Num Dia de Ação de Graças, cozinhei um peru inteiro. Mas agora faço tudo de forma mais diferente, porque aprendi muitas coisas e posso preparar a nossa dieta para agradar a todos, e agora eles estão mais receptivos."

Os seus colegas de trabalho também o apoiaram. "Todos eles sabiam que eu tinha cancro e quando lhes disse que ia para Boston, onde havia um grande centro, não sei o que pensaram, mas fizeram tudo o que podiam para me ajudar. Disse ao patrão que íamos para Boston de carro e que ia estar fora durante uma semana, mas ele disse-me para não me preocupar. A mulher dele era nutricionista e estava muito curiosa acerca da minha dieta.

Os familiares, por outro lado, eram um problema diferente. A família de Jeanne estava preocupada com a sua perda de peso, mas Jeanne disse-me: "Preocupam-se porque acham que não tomamos as vitaminas certas e, como não comemos carne, assumem que não estamos a comer bem. Não importa o que digamos, eles não compreendem". Agora que o Ed já não tem cancro, surge outra questão. "Bem, agora que o Ed está curado, não precisa de seguir essa dieta." Eles não compreendem a questão. É difícil para Ed e Jeanne explicar que a Macrobiótica é uma forma de criar e manter a saúde. Não é fácil ensinar os princípios macrobióticos de yin e yang e a dieta é diferente da dos quatro grupos de alimentos básicos que se comem nos EUA.

Mas, apesar destes obstáculos, Jeanne persistiu e cheguei mesmo a convidá-los a partilhar com sucesso um menu macrobiótico. Numa ocasião, serviu tofu com amêndoas, um prato em que o tofu é marinado em molho de soja (shoyu), manteiga de amendoim, gengibre e alho. São depois adicionados legumes salteados, como rebentos de bambu, aipo, pimentos doces e amêndoas, e servido numa cama de arroz integral. "Muitos dos meus familiares acharam que era um estrogonofe e comeram-no, e pareceram gostar". Conhecendo a sua família e recordando esse acontecimento, Jeanne acrescenta: "Tivemos muita coragem em convidá-los e servir-lhes aquilo."

As reacções dos amigos à mudança radical de dieta do marido e da mulher foram muito variadas. "Quando regressámos de Boston, a nossa vida social desapareceu. Espalhou-se a notícia de que Ed estava a seguir uma dieta extravagante sem carne, lacticínios e queijo.  Que já não bebia os seus claritos ou whisky com soda. Eram velhos amigos com quem comíamos muitas vezes, em casa deles ou na nossa. Imagino que agora não podíamos comer nada do que eles nos serviam. Sentimo-nos exaustos. E acabámos por deixar de ser convidados".

No entanto, havia outros amigos que, segundo Jeanne, eram mais compreensivos. "Se éramos convidados, diziam-nos: 'tragam algo que possam comer' e eles experimentavam e toda a gente gostava. Neste aspeto, segundo Jeanne, os amigos eram mais compreensivos do que os familiares. "Convidámos alguns amigos para provarem a nossa comida. Alguns gostaram, embora não a tenham adotado. Queríamos provar-lhes que havia muitas outras coisas para comer para além da carne".

Os que mais os encorajavam eram os do grupo religioso. Os grupos vão à missa das 6h30 e depois tomam o pequeno-almoço. Especialmente às sextas-feiras de manhã, reúnem-se regularmente num restaurante. Ed e Jeanne trazem kukicha e depois pedem água quente para preparar este chá que não contém cafeína.

Ed comentou: "Eles nunca contrariaram a nossa dieta." Os amigos dos grupos religiosos diziam-lhes sempre que eram bem-vindos, perguntavam-lhes como estavam a progredir, regozijando-se com a melhoria de Ed. "E também é importante", disse Ed, "quando havia algo que pensavam poder partilhar connosco, faziam-no. Nunca nos abandonaram. Aceitavam-nos a 100%. Se a nossa dieta lhes parecia estranha, nunca o disseram".

Como o irmão de Ed é oftalmologista, ele tem muitos amigos médicos em Muskegon. Ed gosta muito dele e diz que ele é "um tipo muito simpático". Quando Ed decidiu tornar-se macrobiótico, foi um pouco difícil para ambos. Os amigos médicos tinham dificuldade em acreditar que Ed iria recuperar. Quando confrontados com todo o historial médico de Ed (biópsias, exames, etc.), "algumas pessoas, mesmo os médicos, não conseguiam aceitar o facto de que eu iria recuperar de um cancro." No entanto, este ceticismo foi uma das maiores motivações para ele seguir rigorosamente as orientações de Boston durante o primeiro ano crítico. "Sempre que ia a Illinois fazer um check-up, perguntavam logo à Jeanne: 'Como está o seu marido', e isso era um pouco exasperante, porque eu estava tão ansioso por provar que estava a recuperar, especialmente com todos aqueles médicos a observar. Mas ajudava-me a continuar". Atualmente, Ed tem ocasionalmente a oportunidade de se encontrar com os médicos que lhe deram o diagnóstico original antes de ter começado a praticar Macrobiótica. Normalmente tenta evitar o assunto da sua recuperação do cancro. Diz, por exemplo: "Se houver médicos numa reunião em casa do meu irmão, não falamos da minha doença. É como falar de política partidária. Alguns são republicanos e outros são democratas. É melhor não discutir, porque é assim que se perdem amigos".

 

Apesar disso, a sua dedicação em ajudar qualquer pessoa que quisesse saber mais sobre a Macrobiótica atraiu os meios de comunicação locais. Em julho de 1985, o Muskegon Chronicle publicou na primeira página a recuperação de Ed. Quatro dias mais tarde, o Chronicle publicou uma refutação de um médico de Muskegon. Cerca de quatro semanas mais tarde, o médico de Illinois respondeu a ambos os artigos, fornecendo uma explicação adicional sobre a Macrobiótica, referindo que, na sua prática, utilizava "um vasto leque de recursos - todas as ferramentas e técnicas médicas apropriadas, bem como uma profunda preocupação com a dieta, a gestão do stress, o condicionamento físico e a utilização de uma variedade de técnicas de fisioterapia, condicionamento físico, etc."

Um mês depois de o médico ter expressado as suas opiniões e preocupações no jornal, Ed contou a sua própria história com a sua habitual franqueza e frontalidade. Mas a publicidade no jornal de Muskegon tornou-o mais cauteloso, embora esteja sempre disposto a ajudar no que puder se alguém perguntar sobre a Macrobiótica e o cancro. Foi também encorajado a conhecer pessoalmente um jovem médico que, depois de falar com Ed, decidiu estudar a nutrição e o seu papel na criação de saúde. Além disso, no que diz respeito à validade da Macrobiótica, o urologista da Universidade de Chicago disse a Ed: "Fizeste de mim um crente". Depois de ter feito a ecografia e a biopsia da próstata, o médico interrogou-o cuidadosamente sobre os seus tratamentos. Os exames do urologista foram os primeiros a indicar, sem qualquer dúvida, que Ed estava livre do cancro. Ed disse ao médico que não tinha recebido o tratamento radioativo habitual e que também tinha deixado de tomar os três comprimidos diários de hormonas alguns meses antes. "No Muskegon Chronicle", escreveu Ed, "o médico era da opinião de que, se os comprimidos tinham sido interrompidos há tantos meses, não se podia atribuir-lhes a cura. Anteriormente, o médico tinha realizado testes semelhantes com outros doentes de cancro que, tal como Ed, estavam a seguir a dieta macrobiótica. No entanto, os outros tinham sido submetidos a cirurgia, quimioterapia, radioterapia e/ou medicamentos hormonais, consoante o tipo de cancro. Perante estes factos, o papel do programa macrobiótico na redução do tumor de Ed foi claro para o urologista.

Por muito importante que a dieta macrobiótica tenha sido para a sua recuperação, Ed é o primeiro a proclamar que a oração e a fé são a base sobre a qual assentam todos os seus esforços para vencer o cancro. "Se tivermos fé, o Espírito Santo ajudar-nos-á. Sinto que Deus está comigo. E também acredita que foi ajudado pelas orações dos outros. "Durante a missa das 6h30 da manhã, há uma altura em que o padre pergunta se alguém quer que rezem por si. Se tivermos um problema, pedimos à comunidade que reze por nós e nós também rezamos por eles. Para Ed, ir à missa e comungar são partes importantes da sua vida de oração. "Se não for à missa todas as manhãs, sinto-me nu e não sinto que o dia esteja a começar bem. E acrescenta: "Ao longo de toda a minha experiência, saber que tinha cancro e vencê-lo fez-me sentir que o Senhor me guiava para me deixar fazer a cirurgia, a quimioterapia ou a radioterapia. Enfrentar o cancro foi um grande desafio. Quando estava a trabalhar, parecia-me ouvir uma voz que me dizia: 'tens cancro, tens cancro, tens cancro'".

Juntamente com a oração, Ed fez um esforço consciente para cultivar uma atitude mental positiva. Foi-lhe especialmente útil a leitura de Anatomia de uma doença, de Nornan Cousins. Cousins conta no seu livro como superou uma doença terminal com o riso, dizendo: "quanto mais positiva for a mente, maior é a possibilidade de cura. Ed também descobriu que, mantendo-se ativo, fazendo o que mais gostava, se sentia melhor. "Deus deu-me o talento para ser um artista e para usar ferramentas. Por isso, descobri que se me sentasse para pintar ou para ensinar os outros a pintar aguarelas, os meus problemas desapareciam. O facto de ceder os seus direitos para partilhar os seus talentos pessoais alivia o peso das suas preocupações".

Na altura, os jornais destacavam o papel do exercício físico na redução do stress. Incentivado pelo seu filho John, que vive em Denver, Ed iniciou um programa de fitness no YMCA local. Em março de 1983, alguns meses antes de Ed adotar a Macrobiótica, John tornou-o membro anual do YMCA. O presente foi um sucesso espetacular, dada a participação entusiástica de Hanley. Começou um grupo de treino diário depois do trabalho chamado Happy Hour. A partir daí, começou a nadar e a partilhar muitas actividades. Quando foi para Boston, Esko perguntou-lhe o que fazia para se cuidar e Ed disse-lhe que ia ao YMCA. Claro que lhe sugeriu que continuasse. Essa atividade complementaria o programa de dieta macrobiótica. Eventualmente, Ed tornou-se tão eficiente que o YMCA pediu-lhe para ser instrutor. Uma das histórias mais engraçadas é a de uma aula de ginástica que deu quando tinha 63 anos, pouco depois de saber que estava curado. "Um grupo de estudantes do liceu veio fazer exercício e eu conduzi-os. Fazíamos aquecimento, alongamentos, ginástica e jogging durante vinte minutos. Uma noite, no início de uma nova aula, os alunos estavam a aquecer quando apareceu um homem que não sabia que eu era instrutor. Olhou para mim enquanto corríamos e disse: "Bem, pelo menos há um com quem me posso vingar", enquanto um tipo que corria comigo e que me conhecia respondeu: "Eu não teria tanta certeza, amigo. Mais tarde, o homem descobriu que eu era o instrutor". Ed riu-se ao lembrar-se do episódio. "Ele era um velhote como eu e os outros eram todos rapazes." Desde então, Ed tem dado muitos tipos diferentes de aulas, incluindo natação para pessoas com artrite e cirurgia à anca. "Eu passava uma hora a fazer exercício na água de várias maneiras. Na água, é-se mais leve do que a correr. Depois, comecei outra aula no grupo para aqueles que queriam fazer aeróbica. Isso exige muito esforço. Ed continua a fazer exercício regularmente porque sabe como é importante manter um equilíbrio saudável na vida.

Ed adorava a comida com que foi criado. "A minha mãe era uma boa cozinheira alemã e servia muita carne, repolho, batatas e molhos. Tudo com muita gordura. A mãe de Jeanne também era alemã e cozinhava de forma semelhante à de Ed, embora Jeanne se lembre da carne assada e do pudim de Yorkshire, e dos molhos que os acompanhavam. Ambos admitem gostar da cozinha que comiam quando eram jovens e que continuaram a comer quando adultos. Hoje, no entanto, Ed diz: "Descobri, através da minha leitura, que fui eu que me causei o cancro ao comer carne e lacticínios, e eu gostava de queijo. Todos os dias tomava pelo menos uma refeição com queijo e carne. Ao pequeno-almoço comia ovos ou salsicha e bacon. Não gostava de papas de aveia, só se viesse com leite. Eu bebia muito leite. Ao meio-dia, comia um hambúrguer, carne ou carne assada. Depois, à noite, mais carne, fiambre, etc. A minha comida preferida eram as salsichas quentes. Na cidade há um sítio onde são deliciosas e eu punha-lhes molho picante e muita cebola. Mas também gostava de guisados com carne, puré de batata, molho e quaisquer legumes. A minha mãe fazia costeletas de porco e cozinhava-as em chucrute. Também comíamos puré de batata com muita manteiga. Essas coisas eram boas para mim. E, claro, muitas sobremesas como tarte de maçã com queijo forte". Durante os anos da Depressão, a sua mãe também preparava pratos de massa ou macarrão. "Em vez do pão de centeio alemão preto, comíamos pão branco. Mas ela também nos dava outros pratos tradicionais. A minha mãe tinha muito orgulho nas suas receitas, que aparentemente vinham da sua terra natal". Ed recorda outro prato que não vem da Alemanha: "A minha mãe cozinhava feijão com muito açúcar preto e toucinho grosso. Também fazia uma boa sopa de legumes com galinha ou peru, à qual juntava também massa. Nunca passámos fome. Havia sempre uma sobremesa. Os miúdos gostam de comer depressa para poderem chegar à sobremesa mais cedo. Ed está agora muito consciente da importância de mastigar bem tudo para facilitar a digestão. Quando começou a praticar macrobiótica, apercebeu-se da rapidez com que comia e, recordando as sobremesas da sua infância, disse: "talvez seja por isso que eu comia à pressa". Hoje em dia, come com pauzinhos e acha que assim abranda e mastiga bem cada dentada.

Ed já não cozinha sobremesas com açúcar ou xarope de milho, embora por vezes adicione malte de cevada, xarope de arroz ou sumo de maçã ... com tarte de maçã. "Tento fazer tapas com farinha de trigo integral. Não são como as que a minha mãe fazia ... com bacon e bem estaladiças, mas são boas e eu gosto delas". Os recheios dos bolos também se transformaram, graças a várias tentativas e erros. Às maçãs, acrescenta sultanas e alperces secos, primeiro demolhados e depois picados. "Tenho uma forma de bolo de 20 cm, onde coloco uma chávena de sumo de maçã e um quarto de chávena de malte de cevada ou xarope de arroz. O malte dá-lhe mais sabor. Misturo tudo e aqueço, acrescentando 2 colheres de chá de araruta previamente diluída com um pouco de sumo de maçã. Em seguida, adiciono-a lentamente à forma com o sumo de maçã e o malte até engrossar como um pudim. Acrescento a fruta e uso-a como recheio, pondo algumas sementes de girassol e tudo no forno durante cerca de 50 minutos". Ed é um cozinheiro entusiasta e partilha as suas receitas com tanta alegria como coragem. Gosta do desafio de aprender a utilizar novos ingredientes para criar algo delicioso. Jeanne participa com ele na aventura de criar estes pratos.

Antes de iniciar a Macrobiótica, Ed tomava as vitaminas recomendadas pelo amigo que lhe mostrou o artigo do Dr. Sattilaro. Mas deixou de as tomar assim que começou a seguir o programa dietético especial que a Esko lhe mostrou. Agora sabe que a sua alimentação lhe fornece todas as vitaminas de que necessita, o que é confirmado pelas análises sanguíneas efectuadas nas consultas médicas.

Antes de começar a praticar a Macrobiótica, fazia clisteres. "Isso foi cerca de seis meses depois de ter descoberto que tinha cancro. A minha filha estava a ter alguns problemas e foi pedir clisteres a uma enfermeira. Disse-lhe que tinha cancro. A enfermeira aconselhou-a a dar-me clisteres também e eu perguntei à minha filha: "Como são esses clisteres?" "São muito fortes. E eu disse: 'Não os quero fazer. Mas acabei por me convencer e fiz cerca de 20 clisteres, que me ajudaram muito a limpar os intestinos.

Quando se come demasiada carne, esta apodrece no cólon e aí torna-se tóxica. O cólon é o local onde o corpo retira todos os nutrientes dos alimentos, que são depois absorvidos pelo sangue e transportados para todas as células do corpo. Por isso, os intestinos retiram muitas toxinas do cólon. Agora parece-me que  se eu já praticasse a Macrobi6tica não teria sido necessário fazer os clisteres. Quando comecei a praticar macrobiótica tinha quatro movimentos intestinais por dia. E dizia para mim próprio: "Meu Deus, quanta comida acumulada! Mas depois tudo se tornou regular quando comecei a comer macrobióticamente.

 

Tendo em conta o aspeto financeiro, a Macrobiótica foi um abrir de olhos para Ed. Antes de iniciar a Macrobiótica, tinha calculado os custos do médico, da Clínica Mayo, das análises ósseas e dos exames à próstata. Custariam cerca de 8.000 dólares. Mais tarde, lembrou-se de todas as pessoas com cancro que foram operadas ou irradiadas, que passaram dois dias no hospital e já gastaram 8.000 dólares. Também se aperceberam de uma redução do custo da alimentação. Jeanne disse: "As nossas facturas de mercearia baixaram para metade. Também estávamos a gastar 2 dólares por dia em refrigerantes e snacks. E depois em carnes e refeições prontas". Não só gastam menos em comida, como também têm uma melhor nutrição.

Ed passa muito tempo a cozinhar e a falar sobre comida. Ao pequeno-almoço, prepara arroz integral numa panela de pressão. Acrescenta frequentemente grão-de-bico e kombu, acompanhados de sopa miso com lentilhas e chá bancha ou kukicha. Durante o pequeno-almoço, Ed falou sobre as mudanças na sua vida e em si próprio desde que descobriu que tinha cancro e adoptou a Macrobiótica. É evidente que a sua vida está agora bem estabilizada.

 

Estar com Ed e Jeanne Hanley é uma sensação de paz, uma presença que satura a sua casa confortável, a sua cozinha e a comida que dela sai. Ed admite que nem sempre gosta disso. "Costumava ter mau feitio, mas agora acalmo-me. Quando me zangava, costumava tremer, mas já não tenho esse problema." Ed diz que, por vezes, quando estava a trabalhar e noutras alturas, ficava zangado com os miúdos. Embora haja coisas que ainda o incomodam de vez em quando, ele lida com elas de forma diferente. "Paro e penso no assunto. Penso que a vida é curta e que não tenho muito tempo. Porquê dificultar as coisas zangando-me com os outros e incomodando-os? Agora a minha atitude é tornar o mundo agradável. Acho que a alimentação tem muito a ver com isso. Antes estava sempre cansado e sem energia. Agora divirto-me com as crianças. Estou mais próximo deles. E acho que eles também o sentem." Relativamente à sua relação com Jeanne, disse: "Aparentemente, algumas das coisas que eu fazia irritavam-na, mas parece que já não as faço. Pelo menos, espero que não. Somos muito compatíveis, gostamos da vida juntos e partilhamos. Viajamos juntos. De facto, partilham as tarefas domésticas desde que Jeanne começou a trabalhar no negócio imobiliário do pai, há 20 anos, quando o filho mais novo tinha cinco anos. Embora Jeanne cozinhasse a maior parte das refeições antes de começar a praticar Macrobiótica, Ed diz que, mesmo nessa altura, quem chegava primeiro a casa preparava o jantar e também lavava e secava a roupa. E esta prática mantém-se. "Eu passava a ferro as coisas dela e depois ela passava as minhas. Hoje tenho mais energia, levanto-me cedo, mas às vezes deito-me às 11 da noite sem estar cansado. Deito-me na cama, dou-lhe um beijo, rezo e adormeço. Normalmente acordo antes do despertador tocar, às 5 horas". Jeanne também experimentou um grande aumento de energia, embora os seus padrões de sono dependam das suas actividades.

 

Depois de saber que tinha cancro, Ed teve um pensamento constante: "O que devo fazer para passar bem o tempo que me resta?" Como resultado, diz que não gosta de perder tempo. Mas as prioridades de como utilizar esse tempo nunca foram totalmente reveladas até saber que estava livre do cancro. Em julho de 1985, o Muskegon Chronicle publicou um artigo em que ele dizia: "O Senhor pôs a mão no meu ombro durante todo este processo. Creio que ele me salvou com um objetivo. E não é para eu ficar sentado como muitos reformados". Na entrevista que deu em maio de 1987, voltou ao pacto que tinha feito com Deus: "Disse que, se recuperasse, ajudaria certamente quem mo pedisse". Na sequência dessa intenção, iniciou muitas actividades que ainda hoje o ocupam. É frequentemente convidado a dar palestras sobre a sua recuperação e a Macrobiótica. Em média, dá uma ou duas por mês.

O primeiro pedido foi o ponto de viragem que o ajudou a perceber que podia juntar-se aos outros nos almoços. "Tinha estado a dar aulas num programa de fitness no YMCA e John Usmial, que era o responsável pelo programa, perguntou-me se estaria disposto a dar uma palestra num clube de serviço a que ele pertencia. Eu disse: 'Bem, sabem que provavelmente não posso comer a vossa comida, por isso importam-se que eu leve a minha?

Bem", respondeu ele, "acho que sim, não vejo porque não!" Então fiz sushi com arroz integral, algas e legumes. E trouxe uma maçã, um bolo de arroz e kukicha. Fizeram-nos sentar cinco ou seis por mesa, à volta de mesas redondas. Primeiro veio a salada. Depois de a comermos, os empregados começaram a trazer um prato de comida para cada um de nós. Havia carne com legumes, molho e puré de batata. Por fim, eu disse: "Posso ter um prato sem nada? Uma senhora ao meu lado não queria acreditar. "Sem nada?" Todos os rapazes olharam para mim de forma estranha. Bem, o empregado trouxe-me um prato e eu tirei uma tigela de papel com o sushi, a maçã e o bolo de arroz. Todos olharam para ela e disseram: 'Mas que raio é isto? Vendo o lado humorístico da situação, Ed riu-se, recordando: "Expliquei-lhes que era um rolo de sushi. Cortei uma fatia e perguntei-lhes se queriam experimentar. Cada um pegou numa fatia e, a partir daí, tivemos uma óptima explicação sobre Macrobiótica. Depois da refeição, prestaram-me muita atenção enquanto eu falava. Isso convenceu-me. Não havia razão para eu não ir às refeições públicas.  Podia comer peixe, salada e legumes. Se fosse servido qualquer outro prato, eu não o comia e passava-o ao vizinho. Tinha a minha saqueta de chá kukicha e só tinha de pedir água quente. Se a Jeanne o acompanhava, uma saqueta de chá era suficiente para os dois.

Recentemente, estava a dar uma palestra no Rotary Club e alguém perguntou: "Aqui estamos a comer estes bifes (o meu era de peixe), o que acha deste?" "Bem", respondi, "para dizer a verdade, estava aqui sentado e pensei: coitados, estão a matar-se!" E todos se riram. Fui sincero. É assim que me sinto ao vê-los comer gelados, bolos e sobremesas, a pensar: 'coitados, não sabem o que estão a fazer'".

Quando a notícia da sua maravilhosa cura do cancro se espalhou em Muskegon, as pessoas pararam-no e convidaram-no a dar mais palestras. Além disso, muitas pessoas telefonam-lhe e ele diz: "Qualquer pessoa que queira conhecer a Macrobiótica recebe o meu apoio. Se ouço falar de alguém com cancro, não vou ter com ele e digo-lhe: "Devia tornar-se um macrobiótico. Sabe, pode levar um cavalo à água, mas não o pode obrigar a bebê-la. Há tantas pessoas que me pedem ajuda que não preciso de a oferecer se elas não a pedirem".

Em resposta a este interesse e necessidade, os Hanleys criaram um grupo de apoio em sua casa. "Havia um homem com cancro que queria tornar-se macrobiótico e eu ajudei-o. Consultei um conselheiro da East West Foundation e eles deram-lhe aulas de culinária. Houve outros. Quando tive cancro, não tínhamos apoio e pensámos que não havia ninguém para nos ajudar. Quando conseguimos, foi como da noite para o dia, começámos um grupo de apoio com 6 pessoas, todos os meses, nós os seis trazíamos outros, e de repente o grupo cresceu tanto que sugeriram que procurássemos um quarto. Um casal que pertencia à igreja metodista de North Muskegon disse-nos que podíamos ir para lá. Assim, fomos para lá e, desde então, reunimo-nos uma vez por mês. Fazemos um jantar informativo.

Quando apareceram artigos nos jornais sobre a minha recuperação, também foram publicados em Grand Rapids. Como resultado, foi criado um grupo de apoio nessa cidade, que é igual ao nosso em número de pessoas. Os que vêm mais frequentemente têm todos os cancros. Mas há outros que estão interessados em preservar a sua saúde, porque sabem que não devem comer algumas das coisas que comem. E depois? Podem ser-lhes recomendados cereais de grão, legumes, algas, frutos secos e sementes, e depois querem saber como os preparar. Estes jantares informais são realmente notáveis. É uma refeição bastante equilibrada, com uma grande variedade de pratos e até sobremesas. Quando as pessoas descobrem todas as casas deliciosas que podem comer, isso ajuda a mudar toda a sua atitude.

Há também um orador todos os meses. No início, eu falava e as pessoas faziam todo o tipo de perguntas, às quais eu respondia o melhor que podia. Agora sou eu que trago os oradores. Este mês temos um que vai falar sobre biofeedback e gestão do stress, esta pessoa trabalhou num dos hospitais locais. No próximo mês, será um homeopata a falar". Para além de arranjar oradores para o grupo, Ed actua como coordenador geral e recolhe contribuições para financiar os boletins informativos que envia. E, ao fazê-lo, consegue manter o controlo sobre os que vêm regularmente.

No grupo de apoio, muitos pedem-lhe ajuda. "Em alguns casos, fui a casa deles para falar com eles e mostrar-lhes como se cozinha. Dou-lhes uma lista de alimentos com que devem começar e algumas receitas". Em resposta a numerosos pedidos, os Hanleys deram duas ou três aulas de culinária em sua casa e uma no YMCA.

E fá-lo, diz Ed: "porque quando saí de Boston sabia quais os alimentos que podia comer, quantos e como, mas não sabia como os cozinhar. Se não fosse o Centro de Aprendizagem, ter-nos-íamos encontrado como toda a gente. Se eles forem apenas a um conselheiro, mas não frequentarem um seminário ou aulas de culinária, não saberão cozinhar. Vão para casa e ficam desamparados. Precisam de ajuda e é por isso que temos os grupos de apoio. E nós podemos ajudá-los. Ed diz que recebe quase diariamente chamadas de Muskegon a pedir ajuda. "Digo-lhes que farei o meu melhor, mas recomendo-lhes que consultem um professor de macrobiótica qualificado pelo Instituto Kushi."

Por vezes, Ed fica frustrado por ser tão acessível: "Alguém pergunta o que é esta dieta e eu digo-lhe que não é uma dieta e que depende do estado do indivíduo e do tipo de doença que tem. Digo-lhes que basicamente o que comemos é semelhante. Mas que algumas pessoas podem comer certos alimentos e que outras não podem durante algum tempo. Também lhes digo que não sou conselheiro e que não estou qualificado para lhes dar informações exactas".

 

Talvez a sua maior frustração seja quando alguns doentes com cancro, especialmente amigos, vão a um conselheiro, recebem uma dieta macrobiótica adequada à sua condição e não a seguem, como deveriam, a 100%. Também o incomoda saber que um amigo com cancro da próstata, que ouviu falar da recuperação de Ed, não quer considerar a macrobiótica. As pessoas não querem cortar nas coisas de que gostam, como o álcool, a carne, etc.". Parece que isso significa mais para elas do que recuperar a saúde."

As chamadas que Ed recebe não se limitam à zona onde vive. Em Boston perguntaram-lhe se podia dar a sua morada e número de telefone a quem quisesse falar com alguém que praticasse macrobiótica. Atualmente, recebe chamadas de todos os Estados Unidos e do Canadá. "Utilizo o World Macrobiotic Guide para os ajudar a encontrar o Centro mais próximo. Até uma mulher que vive na Áustria me escreveu e eu pude dar-lhe a morada de um Centro nesse país". Para além disso, Ed diz: "Rezo por eles. Pediram-me que me lembrasse deles nas minhas orações, e eu lembro-me. Normalmente recebo um telefonema de um familiar da pessoa doente e, se me pedem para a visitar no hospital, levo um livro comigo, normalmente o livro do Dr. Sattilaro "Recalled By Life". Tenho vários exemplares do livro e distribuo-os por aí, e há sempre alguém interessado.

Ed continuará estas actividades e, no futuro, escreverá um livro sobre as suas experiências, que conterá orientações para a criação de grupos de apoio macrobiótico. Também quer publicar o seu próprio livro de receitas.

Considerando tudo o que faz e os planos para o futuro, Ed percorreu um longo caminho desde os dias em que só lhe restava energia suficiente para adormecer no sofá. A cura milagrosa pela qual rezou e que recebeu continua a espalhar-se como as ondas causadas por uma pedra atirada para um lago parado.

 

75.          Melanoma maligno

 

Michael Shanik

 

Em meados de fevereiro de 1985, Michael Shanik, um empresário de sucesso que vivia na Florida, soube que tinha um melanoma maligno. Com apenas quarenta anos de idade, foi-lhe dado um prazo de vida de três a seis meses. A notícia deixou-o de rastos. A sua mulher, Mickey McKay, era praticante de jogging e há muito que se interessava por questões de saúde e nutrição. Alguns meses antes, um amigo arquiteto tinha-lhe apresentado a Macrobiótica. Ela e Michael analisaram as opções disponíveis e decidiram experimentar a dieta. A decisão salvou-lhe a vida. Depois de uma alimentação rigorosa durante quatro meses, em junho estava no caminho da recuperação. Continuando a aplicar os princípios macrobióticos, Michael foi declarado livre de cancro após exames médicos e análises sanguíneas em setembro de 1985. Os exames e análises efectuados de seis em seis meses indicam que está livre do cancro. Michael guarda um dossier com cartas de médicos e relatórios de laboratório que documentam o seu diagnóstico inicial e a sua incrível recuperação. Quando foi entrevistado em setembro de 1987 para este artigo, a sua última análise ao sangue tinha sido feita em maio de 1987. O seu médico examinador escreveu-lhe nos seguintes termos: "Um hemograma completo de 27 canais de CBC (Cellular Blood Count), perfil químico com análise diferencial de urina e CEA (antigénio carcinoembrionário) estavam todos dentro dos limites normais". A taxa de sobrevivência deste tipo de cancro é atualmente de 10 a 20 %. Trata-se de um tipo de cancro agressivo que progride rapidamente. Apesar destes factos sombrios, no momento em que este texto é escrito, em maio de 1988, Michael Shanik está vivo, saudável e pode facilmente percorrer 75 quilómetros de bicicleta num fim de semana.

Neste encontro com o cancro, não havia lugar para dúvidas se a Macrobiótica o ajudaria. O seu triunfo sobre o cancro exigiu uma dedicação total a uma linha de ação, que foi inteiramente partilhada pela sua mulher Mickey. Ambos se viram entre um muro e o abismo e, com uma determinação inabalável, não cederam ao medo, ao desespero e ao pânico que sentiam. É uma história cheia de determinação e coragem.

Na altura da notícia, Michael e Mickey eram representantes de uma empresa de fabrico na zona de Gold Coast, em Miami. Viviam em Boca Raton com os dois filhos de Mickey de um casamento anterior, Andrea e Christopher. Andrea estava no liceu e Christopher na escola primária. Atualmente, vivem em Siesta Key, em Sarasota. A três ou quatro passos de uma sala de estar com grandes janelas há um bosque rodeado de plantas tropicais e ervas daninhas nativas. A profusão de plantas proporciona total privacidade à família e uma abundante variedade de plantas silvestres encontra aí o seu refúgio. É possível sentar-se nessa sala de estar e ter uma cegonha azul acampada a poucos passos de distância. O exterior complementa a elegância tranquila e graciosa da casa. As ventoinhas colocadas no teto fazem circular o ar quente e húmido da Florida. Neste ambiente agradável, e em ocasiões diferentes, os dois protagonistas sentam-se a partilhar os pormenores do encontro de Michael com o cancro.

Um ano antes de lhe ser diagnosticado cancro, Michael foi a um cirurgião geral para lhe ser retirado um sinal acima da cintura. "Nessa ocasião", recorda Michael, "referi ao cirurgião que tinha um caroço atrás de uma orelha e pedi-lhe para o ver. Ele olhou e perguntou-me se me incomodava. Eu disse que não e ele disse-me para o deixar em paz naquela casa. Mas passado um ano o caroço cresceu e começou a doer-me e a irritar-me. Por isso, voltei ao mesmo cirurgião. Ele examinou-o e disse-me que provavelmente era um gânglio linfático degenerado. Disse-me que, se doesse, teria de ser retirado e que seria fácil".

"No dia a seguir ao Dia dos Namorados", disse Mickey, "levei o Michael ao hospital como doente externo. Não estávamos a prever nada de mau. Eu trabalhava perto do hospital em West Palm Beach e aproveitei a oportunidade para visitar alguns clientes. Quando Michael recuperou da anestesia, o médico confirmou que se tratava de um gânglio linfático degenerado e que não era grave. Mas, por uma questão de rotina, iria fazer-lhe um exame.  "Era sexta-feira", conta Michael. "Na segunda-feira, recebi uma chamada do gabinete do cirurgião a dizer que queria ver-nos aos dois. Suspeitava de melanoma maligno. Não me deu mais pormenores. Não era necessário, porque sabíamos o que isso significava."

"Mas quando o Michael chegou a casa", disse Mickey, "estava nervoso, porque não sabíamos exatamente o que era o melanoma maligno. Por isso, fomos à biblioteca pública consultar vários livros sobre cancro e alguns outros textos sobre o assunto. Foi nessa altura que ficámos realmente preocupados. A taxa de recuperação do melanoma maligno era de 5 a 7 %, nada mais. A maior parte dos livros tinha entre 7 e 10 anos. Então pensei: 'talvez desde então as hipóteses de cura tenham melhorado'". Nessa tarde, Mickey leu alguns livros que tinha sobre Macrobiótica. Um deles era "Cancer and Heart Disease" e o outro "The Macrobiotic Approach to Degenerative Disorders", escrito por Michio Kushi e associados, incluía histórias de casos de pessoas que tinham sido curadas de cancro e de doenças cardíacas usando os princípios macrobióticos aplicados à sua dieta e estilo de vida. "Naquele dia", disse Mickey, "tinha a Macrobiótica numa mão e a informação ortodoxa na outra. Parecia que a solução dependia da Macrobiótica, porque do ponto de vista médico o Michael estava condenado. No dia seguinte, terça-feira, fomos ao consultório do médico. Durante o trajeto, pedi ao Michael que lesse os livros sobre Macrobiótica e que considerasse essa possibilidade. No consultório estavam o médico e o seu colaborador. O primeiro disse que se tratava definitivamente de um melanoma maligno, confirmado pelo laboratório, e que o prognóstico era mau."

Também lhes disse que a quimioterapia não funciona para este tipo de cancro, apenas a cirurgia. Mas era necessário localizar o local primário. As células do gânglio linfático degenerado eram secundárias, o que significa que o cancro vinha de outra zona. Os médicos queriam reabrir a zona operada. No entanto, indicaram que o local primário poderia não ser detectado e que, perante esta forte possibilidade, Michael teria três a seis meses de vida. Mas, como medida de precaução, sugeriram uma cirurgia extensa e, para a preparar, elaboraram uma longa lista de coisas para o doente fazer. Mickey disse: "Primeiro temos de consultar um oftalmologista, um otorrinolaringologista e um dermatologista que vai examinar cada centímetro de pele. Os médicos queriam fazer muitos mais exames para tentar localizar o sítio primário. No dia seguinte, Michael marcou uma consulta com esses médicos. "Nessa altura", disse Michael, "também escolhi um oncologista em West Palm Beach e outro em Fort Lauderdale. Dois para obter duas opiniões. Ambos concordaram que os testes deviam continuar e que novas amostras do tumor deviam ser enviadas para outros laboratórios mais importantes do que o Del Rey Hospital. Assim, enviaram amostras para as universidades da Pensilvânia e de Miami e para o Brower General Hospital. Talvez Miami tivesse a máquina de testes mais sofisticada para reter e detetar o melanoma. Todos verificaram a presença de melanoma. Este período de testes durou entre uma semana e dez dias".

 

No mesmo dia em que os médicos lhes disseram que se tratava de um melanoma, foram a uma loja de produtos naturais. Mickey recorda: "Não tínhamos a certeza sobre a Macrobiótica, porque não sabíamos nada sobre ela. Mas de uma coisa tínhamos a certeza: segundo os médicos, havia pouca ou nenhuma esperança, enquanto a Macrobiótica nos oferecia alguma". Compraram os primeiros cereais integrais, feijões e outros alimentos para uma dieta macrobiótica. "O proprietário veio ter connosco e explicámos o problema e ele disse-nos que um dos seus clientes tinha tido a mesma coisa e que ainda estava vivo ao fim de dois anos. Não nos deu o seu número de telefone, mas ficou com o nosso. Esse homem telefonou-nos, chamava-se Alan Jacobs e sofria de melanoma maligno. O facto de ele ainda estar vivo era incrível, tendo em conta o tipo de cancro e as estatísticas. Alan foi a minha inspiração e estava a praticar Macrobiótica para curar o seu cancro. Se ele o conseguia fazer, eu também conseguia. Era o raio de esperança de que eu precisava. A Dieta de Prevenção do Cancro (de Michio Kushi com Alex Jack) e o " Macrobiotic Miracle" de Virginia Brown também ajudaram. Estes foram os dois livros que compraram à dietista. Para Michael, o mais significativo foi o livro de Virginia Brown.

Em 1978, Virginia Brown, uma enfermeira registada, foi diagnosticada com melanoma maligno (fase IV). Os médicos do Burlington Medical Center, em Burlington, Vermont, disseram-lhe que, se não fosse operada, tinha apenas 6 meses de vida. Conseguiu recuperar totalmente sem cirurgia ou qualquer outra intervenção médica. A sua história, juntamente com as muitas histórias de casos contidas em A Dieta da Prevenção do Cancro, ofereceu a Michael uma perspetiva positiva de sobrevivência ao cancro. Este livro também ensinava como o fazer.  Na quarta-feira, no dia seguinte à condenação por cancro, Mickey telefonou para a Fundação Macrobiótica em Miami e marcou uma consulta com Lino Stanchich, um conselheiro macrobiótico. A marcação era para quinta-feira da semana seguinte. "As pessoas com quem falei para marcar a consulta não me podiam dar quaisquer recomendações até vermos o Lino. Por isso, pensei que seria melhor começar a comer macrobiótico imediatamente." Em retrospetiva, Michael diz: "Cozinhámos durante uma semana seguindo a dieta de tipo macrobiótico, mas sem ter qualquer orientação. Entretanto, chegou o dia de ir ter com o Lino". Durante a entrevista, o conselheiro explicou como o marido e a mulher deviam aplicar os princípios macrobióticos e ajudou-os a elaborar uma dieta para as necessidades de Michael. Salientou que deviam utilizar um fogão a gás.

Diz-se na Macrobiótica que as propriedades energéticas dos alimentos, do corpo e do ambiente são importantes na criação da doença e da saúde. A panela eléctrica modifica os alimentos com uma energia caótica que é prejudicial à saúde. Nas medicinas tradicionais, que servem de modelo aos ensinamentos macrobióticos, quando o Ki ou fluxo de energia no corpo de uma pessoa está desequilibrado, ocorre a doença. O fluxo de Ki é a força vital ou o campo eletromagnético do corpo. No nosso ambiente atual, há muitas coisas que interferem com este fluxo de energia. A qualidade da alimentação também afecta o fluxo de Ki porque cada alimento é um tipo de energia. Os ensinamentos macrobióticos definem os vários alimentos como sendo mais yin (expansivos) ou mais yang (contractivos). Consoante o estado de saúde e a constituição da pessoa, esta deve consumir alimentos mais yin ou mais yang ou alimentos mais equilibrados entre as duas energias.

Diz-se na Macrobiótica que as propriedades energéticas dos alimentos, do corpo e do ambiente são importantes na criação da doença e da saúde. A panela eléctrica modifica os alimentos com uma energia caótica que é prejudicial à saúde. Nas medicinas tradicionais, que servem de modelo aos ensinamentos macrobióticos, quando o Ki ou fluxo de energia no corpo de uma pessoa está desequilibrado, ocorre a doença. O fluxo de Ki é a força vital ou o campo eletromagnético do corpo. No nosso ambiente atual, há muitas coisas que interferem com este fluxo de energia. A qualidade da alimentação também afecta o fluxo de Ki porque cada alimento é um tipo de energia. Os ensinamentos macrobióticos definem os vários alimentos como sendo mais yin (expansivos) ou mais yang (contractivos). Consoante o estado de saúde e a constituição da pessoa, esta deve consumir alimentos mais yin ou mais yang ou alimentos mais equilibrados entre as duas energias.

Além disso, certos tipos de vestuário, como os sintéticos, são mais dissociativos, enquanto que as fibras naturais, como o algodão, não o são. O uso de ornamentos metálicos, relógios, colares, pulseiras e brincos, que contribuem para os desequilíbrios, também obstruem o fluxo de energia. Por considerações semelhantes, todos os alimentos enlatados ou congelados carecem de força vital ou Ki.

Quando os dois maridos e mulheres decidiram adotar a Macrobiótica, leram e estudaram intensamente os seus princípios para os compreenderem corretamente. Mickey disse: "Tentámos obter o máximo de informação possível. Eu não o ia deixar morrer. E tinha toda a fé que o Michael era suficientemente forte para ficar curado. A minha fé era tão grande que era impossível que ele não melhorasse. Não conseguia pensar em reconhecer o facto de que ele ia morrer".

No entanto, Michael disse que durante as duas primeiras semanas andava como um zombie. "Não conseguia acreditar. Estava tão assustado e não queria fazer nada, nem mesmo trabalhar ou ir para a esquina. Nada me interessava. Acho que perdi cinco quilos numa semana. E apesar de normalmente comer vorazmente, não conseguia comer. Ali estava eu, felizmente casado e totalmente apático. Foi então que o Mickey se riu e disse: 'Coragem, há maneiras de enfrentar isso'. O Mickey era muito forte. A sua atitude era: 'Vamos vencer isto'. Foi extraordinário".

Apesar do medo inicial de Michael, Mickey sabia que ele tinha a vontade e o desejo de sobreviver. "Costumávamos caminhar todas as noites. Nas duas primeiras noites depois de recebermos a notícia da doença dele, andámos três quilómetros, a falar e a chorar. E eu disse: 'Porquê? Não é justo. Não conseguia entender. Por outro lado, estava de certa forma a aceitar que Deus tinha planeado tudo e sugeri que comprássemos o livro 'Death and Dying'. E quando eu disse isso, o Michael respondeu: "Porque é que tinhas de dizer isso?" Surpreendida pela sua reação, eu disse: "Se é inevitável que vás morrer daqui a seis meses, acho que devias ler esse livro. E ele recuperou, dizendo: "Não vou morrer". Havia ali qualquer coisa. Ele sabia que era forte e que o cancro não o consumiria. Tinha demasiada força de vontade para se deixar dominar por ele".

Mickey sentiu-se encorajado pela visita a Lino Stanchich. "A primeira coisa que ele disse ao meu marido foi que, apesar de ele poder ter um melanoma maligno, o seu aspeto exterior (baseado na fisionomia) era demasiado vital para alguém que poderia morrer dentro de meses. Lino continuou o que eu pensava. Senti-me muito positivo em relação a isto. E o Miguel começou a melhorar. Depois de falar com o Alan e consultar o Lino, já não tínhamos a menor dúvida de que ele ia ficar bem.

Comprámos imediatamente um fogão a gás e instalámo-lo. Fizemos uma boa limpeza à casa. Deitámos fora todos os alimentos enlatados e deitámos fora os alimentos congelados ou químicos. Numa semana, a cozinha estava completamente limpa. O Michael tirou a pulseira de identificação e o relógio de pulso. O único objeto de metal que guardou foi a aliança de casamento. Deitámos fora ou demos todas as roupas que continham poliéster e tudo o que não era de algodão. Ela queria virar o nosso mundo de pernas para o ar. Nas primeiras semanas, trabalhámos como loucos.

Ao mesmo tempo que faziam estas mudanças nas suas vidas, Michael recebia chamadas da clínica de cancro. Os exames tinham chegado e os oncologistas queriam que o Michael fosse para a Universidade do Alabama... onde havia um cirurgião de melanoma de classe mundial. Disseram-lhe que tinha de ser operado e que, se não conseguissem encontrar o local primário, reabririam a área operada, fariam uma nova excisão e, depois, provavelmente no pescoço... e talvez até no braço e nos gânglios linfáticos, dependendo do grau de progressão.

"Mas alguns dos testes que fizeram foram linfáticos", disse Michael. "Tiraram amostras de fluidos e células dos gânglios linfáticos desta zona sem encontrar nada. Mesmo sabendo disso, quiseram fazer novas biopsias. Então eu disse: 'Bem, não, vou pensar nisso. Já trabalhei com pessoas que foram operadas a um melanoma. É absolutamente brutal. Eles cortam tudo, e muito, muito profundamente. Pode perder-se parte do maxilar. É inacreditável e uma mutilação. Seria maravilhoso se nos pudéssemos salvar. Mas não vale a pena. Então, porquê passar por isto?

Existe um livro escrito por Jean Kohler, um dos primeiros livros macrobióticos. Nota: "Curas milagrosas" com Macrobiótica, por J. Kohler A.M.U. Após anos, Jean morreu, mas não de cancro. Os médicos confirmaram que tinha morrido de uma infeção abdominal devido à não observância da dieta, ou talvez de um problema latente que se tornou ativo. A autópsia revelou que não tinha qualquer atividade cancerígena no seu corpo... sete anos depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro no pâncreas. Eu nunca concordaria em ser operado sem motivo".

Finalmente, recebeu uma carta registada do oncologista de West Palm Beach, datada de 4 de abril de 1985, dizendo-lhe que, se não fosse operado, morreria.

Caro Sr. Shanik, como sabe, o melanoma no lado direito do seu couro cabeludo, que o afecta atualmente, foi tratado de forma inadequada. Recomendo uma terapia convencional adicional, incluindo a avaliação da extensão das metástases linfáticas, bem como a excisão da região. Se rejeitar estas recomendações, a doença irá muito provavelmente recidivar no lado direito do couro cabeludo e/ou metastizar para outras partes do couro cabeludo. Isto resultará na sua morte, em vez de uma situação que poderá ser curável. É importante que compreenda a gravidade desta situação. Estou certo de que tem conhecimento das opções discutidas no passado. Muitas pessoas aceitam terapias não convencionais porque têm dificuldade em aceitar o facto de terem uma forma de cancro tão ameaçadora. Se eu puder ajudar a salvar esta situação, terei todo o gosto em falar consigo pessoalmente ou por telefone, mas é preciso que tome consciência do grave risco que está a correr ao seguir a sua linha de ação atual, que parece limitar-se a uma dieta macrobiótica. Espero ter sido suficientemente claro.

"Essa carta foi uma provação muito difícil para mim. Foi como receber uma sentença de morte e foi assim que me senti. Entretanto, tínhamos conhecido outros macrobióticos na Fundação que tinham estado envolvidos com o melanoma. Telefonei-lhes para acertar em cheio. Claro que ninguém pode decidir por ninguém e eles não tentaram forçar-me, mas disseram: "O que precisa de fazer é pesar as suas convicções. Tinha lido muito sobre o carácter invasivo da cirurgia proposta. Acabei por decidir não fazer a operação e não pensei mais no assunto. Estava confiante de que a Macrobiótica iria funcionar. Do ponto de vista energético, comecei a sentir-me melhor. A filosofia macrobiótica e a quantidade de coisas que li de pessoas que tinham sido curadas faziam muito sentido para mim. As estatísticas da medicina ortodoxa com números de sobrevivência de 10 a 20 % são muito deprimentes. É provável que com outros dados a história tivesse sido diferente. Quando as estatísticas são bastante favoráveis no caso dos melanomas é quando se descobre o local primário numa fase inicial e este não se moveu. Digamos que é um nódulo ou algo do género no corpo e suspeitam que se trata de um melanoma e a biopsia é positiva, podem removê-lo muito profundamente. Parece que nestas casas e com este tipo de operação, o doente recupera".

Em 22 de março de 1985, dois meses depois de terem recebido a carta do médico, Miguel e Mickey foram a Boston onde assistiram a um seminário macrobiótico para principiantes. Participaram no seminário antes de se encontrarem com Michio Kushi. "Acho que a orientação durou dois ou três dias", disse Michael. "Havia cerca de 40 a 50 pessoas na turma. Deram aulas de culinária e palestras sobre filosofia. Puseram toda a comida numa mesa, diferentes tipos de feijões e grãos de cereais, legumes e algas marinhas. Michio, Ed Esko e o Dr. Marc Van Cauwenberghe falaram. Evelyne Harboun, uma marroquina, demonstrou como preparar compressas de gengibre e outras aplicações caseiras. Tudo muito bem organizado. O programa decorreu de manhã à noite durante três dias inteiros. Para nós, foi de grande importância."

"Tinha passado um mês desde que tínhamos visto o Lino em Miami", recorda Mickey. "Nesse mês, aprendemos muito sobre macrobiótica e seguimos a dieta religiosamente. O marido e a mulher estavam bem informados e a praticar tudo diligentemente quando chegou a carta do médico.

Em junho desse ano, tiveram uma segunda entrevista com Michio Kushi. "O nosso filho Christopher está connosco. É sempre maravilhoso ver o Michio. Falámos e, depois de observar o meu estado, Michio disse: 'Parece que ele já deu a volta à doença; 

Vejo-o bem encaminhado para a recuperação.

O Mickey e eu olhámos um para o outro e não demorou muito até começarmos a chorar. Não conseguíamos acreditar que tudo tinha acontecido tão depressa. Tinham passado apenas quatro meses. Foi uma experiência muito emotiva. Para celebrar, fomos beber uma cerveja. Havia muita alegria. Eu sabia que algo estava a acontecer. Todos os dias me sentia cada vez melhor. Em setembro de 1985, Michael visitou um médico holístico que confirmou o que Kushi tinha dito. No entanto, a visita de Michael aos seus médicos só aconteceu em fevereiro de 1986, no aniversário do seu diagnóstico inicial. Este médico, que exercia a sua atividade em Fort Lauderdale, escreveu, a pedido de Michael, uma carta de recordação, com cópias das análises ao sangue e das amostras colhidas durante o exame. A carta dizia o seguinte:

Certifico que o Sr. Michael Shanik esteve ontem no meu consultório. Há cerca de um ano, foi submetido a uma ressecção de gânglios linfáticos devido a um melanoma maligno, cuja localização primária era desconhecida. Nessa altura, não foi efectuada qualquer terapia adjuvante sistémica local ou regional.

Está a desenvolver-se muito bem. O seu aspeto físico e mental é saudável. Perdeu cerca de 15 quilos com a dieta macrobiótica. E parece que esta abordagem o ajudou a recuperar muito bem o seu estado físico e mental. Nesta altura, não recomendamos mais nenhum tratamento, apenas exames médicos de seis em seis meses. Foram efectuados testes de hemograma completo (CBA) e de CEA. Os resultados ainda não são conhecidos. Quando foram efectuados, ambos eram normais.

Particularmente importante foi o exame a que se submeteu seis meses mais tarde, em 29 de agosto de 1986, no oncologista de West Palm Beach que lhe tinha enviado a carta gravada na qual dizia a Michael que morreria se não se submetesse à operação recomendada. A pedido de Michael, os médicos escreveram outra carta em outubro de 1986, relatando os resultados desses exames, escritos em termos estritamente clínicos:

RE: Michael Shanik

Visita de gabinete em 29 de agosto de 1986

S. Sem dores. Bom apetite. Dieta 100 % macrobiótica.

Totalmente ativo. Transformou a sua vida. Diminuição do stress.

Sente-se bem.

O. Sinais vitais estáveis. Peso 80 kg. WBC 7,4, Hct. 43,6, Hgb 15,6, plaquetas 180.000. Fundo de olho benigno. Couro cabeludo direito sem nódulos. Parede torácica limpa. Coração e pulmões normais. Sem massas abdominais ou hepatoesplenomegalia. Pele sem lesões. Sem linfadenopatia. Sem edema dos membros inferiores. Neurologicamente intacto. SMA-25 nor-mal.

A. Sem evidência de doença palpável.

P. Regressar dentro de seis meses. Avisar se surgirem nódulos.

 

Descrevendo a reação do médico à visita, Michael disse: "O médico ficou completamente espantado. Não podia acreditar no quanto eu tinha mudado e no bem que estava a fazer".

Antes de Michael conhecer a Macrobiótica, Mickey frequentava há muito tempo lojas de produtos naturais devido ao seu interesse pela nutrição e pelos suplementos naturais para a saúde. "Sempre quis ser vegetariana, devido à minha aversão à matança de animais", diz ela. A sua primeira impressão da dieta macrobiótica, basicamente vegetariana, foi favorável devido a essa forma de pensar. Interessou-se pela Macrobiótica porque era a coisa mais próxima do vegetarianismo antes do Michael. Embora ele lhe tenha ensinado a beber um copo de xerez antes do jantar e a comer um bom bife do lombo de vez em quando, porque achava que era necessário para melhorar a qualidade do sangue. "Por isso, quando o conheci, deixei de ser vegetariana", diz Mickey. "Depois, gradualmente, voltei atrás e consegui que ele comesse menos carne e gordura e fizesse mais exercício. Michael concordou: "A Mickey tornou-me muito mais saudável do que era antes, apesar de eu não ser vegetariano no bom sentido da palavra."

Quando o amigo de Mickey lhe falou da Macrobiótica, deu-lhe também algumas brochuras da Fundação Macrobiótica de Garden Grove. Sugeriu também que o marido e a mulher fossem lá passar uma noite. "Li as brochuras, falavam do estilo de vida: deitar cedo, levantar de madrugada, sem lacticínios, sem carne, sem álcool, sem isto ou aquilo. Parecia-me demasiado rigoroso. Talvez eu conseguisse fazê-lo, mas o Michael não se submeteria."

Mas quando descobriram que Michael tinha cancro, as coisas mudaram. Mickey diz: "Eu sabia que a medicina moderna não tinha respostas, por isso, porque não olhar para outra coisa? E o que eu tinha à mão era a Macrobiótica". Ao ler as provas em todos os livros que estudaram, Michael convenceu-se de que esta era a única hipótese de sobrevivência. "O que mais me impressionou foi o carácter científico destes escritos. Tudo era discutido em termos químicos sobre como cada alimento funciona e como nos tornamos melhores. Para mim, era claro que teria um efeito. Não era uma bruxaria. Era a verdade."

Ao contrário da forma como Mickey pensou que o seu marido reagiria à Macrobiótica, ele disse: "Vi-a como algo que me iria ajudar. Como se algo dentro de mim me dissesse que ia funcionar.

Sobre as suas primeiras impressões da Fundação Macrobiótica de Miami, Michael comentou: "Desde o início que senti algo muito agradável. O edifício é bonito e as pessoas são muito simpáticas. Basicamente é uma grande sala separada em sala de jantar, escritório, receção e sala de aconselhamento... muito simples e austera... como uma sala de jantar de um campo de férias com cabanas de madeira, paredes brancas, chão de madeira, tudo muito simples. Por vezes está cheia de gente, cerca de oitenta pessoas a comer. O centro está a crescer a toda a velocidade. E as pessoas são simpáticas e acolhedoras". Michael aprecia especialmente os diferentes interesses de todos os que lá vão.

Mas o mais importante é a sua reação à comida macrobiótica. "Estou a adorar". Embora Mickey admita que demorou algum tempo a habituar-se ao forte sabor a peixe das algas. "O Michael gostou logo", diz Mickey. "Mas ele gosta de tudo. Por isso é que é tão fácil. Ele gosta de comer e eu gosto de cozinhar. Ele achava que tudo o que eu cozinhava era maravilhoso. Quanto mais ele gostava da comida e quanto melhor ficava, mais eu gostava de cozinhar para ele. É por isso que ambos afirmam que a transição para a Macrobiótica foi fácil para eles. Para Mickey não houve qualquer dificuldade porque, como ela diz, "sempre quis cozinhar de forma mais natural". O Michael atribui-lhe o mérito da facilidade desta transição. "Porque sou casado com uma cozinheira fenomenal, a comida é muito interessante. É muito inovadora. Nunca é aborrecida e os pratos têm sabores diferentes. O mais difícil para ele foi aprender a mastigar. "Tinha de mastigar 50 a 100 vezes em cada dentada. E tinha de me lembrar de o fazer constantemente, senão ficava com indigestão. O Lino era muito persistente, muito parecido com um militar prussiano. No final, convenci-me de que a mastigação era parte integrante dos benefícios que se obtêm dos alimentos. O ensino macrobiótico ensina que grande parte da digestão ocorre na boca".

No início, Michael teve alguma dificuldade com os nomes japoneses dos alimentos. "Mas acabamos por nos habituar. A cozinha é muito diferente, é preciso saber como utilizar cada ingrediente. Alguns vêm secos em frascos e temos de nos certificar de que não contêm insectos. Onde vivemos, na Florida, refrigeramos muito porque há muitos insectos e eles germinam na comida. Por isso, agora, em vez de irmos ao mercado uma vez por semana, vamos três ou quatro vezes por semana, para que tudo esteja fresco. Mas habituamo-nos a isso. No entanto, Michael admite que gosta porque entra em contacto com a natureza com mais frequência, uma vez que tudo o que compra é da estação. "É uma experiência nova e muito direta, talvez pareça um pouco ridícula, mas cria uma sensação de unidade com o universo. É uma consciência que enriquece a sua vida dia após dia.

Embora a transição tenha sido relativamente tranquila para ambos, Mickey disse: "Eu estava muito nervosa no início. Queimei a primeira fornada de arroz na noite em que chegámos a casa da dietética e pensei: "Meu Deus, a vida dele depende da minha capacidade de cozinhar!" Sabia que os problemas dele estavam em Deus e na Macrobiótica, mas eu desempenhava certamente um papel importante, que era o de cozinhar. Mas quando me habituei a isso, tudo se tornou mais fácil.

Os meus filhos também me acompanhavam e apoiavam em tudo. Quando estávamos no Michigan, eu e os meus dois filhos íamos a restaurantes naturais. Quando eles tinham seis e sete anos, eu fazia jantares de Tofu Surpresa e todos eles exclamavam: "Oh não, o que é que fizeste desta vez?" Quando começou a cozinhar de forma macrobiótica, Mickey disse: "Fiquei nervosa porque nada lhes agradava. Tinham mudado o seu gosto pela comida rápida na escola e com os amigos. Quando se comem alimentos congelados e sobremesas açucaradas, é difícil saborear uma simples tigela de arroz integral. Por esta razão, não gostavam de muitas coisas. Para o Christopher, tive de cozinhar quase separadamente. A Andrea comia comigo e com o Miguel. Mas ao fim de quatro ou cinco meses, o rapaz queria outra coisa. Tudo isto tornava a vida difícil para mim e comecei a tentar que o Christopher comesse connosco. Se ele não gostasse do que estávamos a comer, era capaz de ir à cozinha fazer uma sandes de manteiga de amendoim e geleia.

Mas, desde o início, os meus filhos mostraram que estavam muito preocupados com a saúde do padrasto, queriam que ele ficasse bom. Ele não tem filhos e gosta de ter uma família. A família dele não o apoiava, por isso a minha família é a família dele e ele sabia que todos precisávamos dele. Sobre a sua mãe e outros familiares, Mickey disse: "Ninguém da minha família é macrobiótico. Alguns nem sequer compreendem, mas ninguém tentou convencer-nos do contrário. Aqui em 

Wisconsin é a terra dos lacticínios, mas muitos estranhos apoiaram-nos".

O Michael teve, de um modo geral, as mesmas experiências. Ele sempre foi um pouco solitário, nunca teve almoços de negócios ou manteve uma vida social extensa, por isso houve poucos conflitos resultantes da mudança da sua dieta anterior para a macrobiótica.

"Quando costumávamos comer fora, da primeira vez, éramos vegetarianos, mas faziam-nos alguns pratos a pedido, como legumes a vapor e arroz branco. Agora temos cinco restaurantes vegetarianos, por isso é mais fácil para nós sairmos".

 

Desde o momento em que lhe foi diagnosticado o cancro e durante o período inicial de recuperação, Michael continuou a trabalhar. "Não me sentia doente nem tinha os sintomas que as pessoas com cancro têm. Mas isso era porque não estava a seguir o tratamento médico. No entanto, o meu conselheiro macrobiótico aconselhou-me a viajar menos para não me tentar com a comida.

"Pensando bem, acho que as causas alimentares do meu cancro foram os lacticínios. Eu adorava queijo." Ele também sabe que não teve leite materno quando era bebé e foi alimentado a biberão. "Mais tarde, ele comia de tudo e era fácil de satisfazer. Éramos uma família típica da classe média dos anos 40 e 50. Comíamos guisados, frango e, ao jantar, carne... e também peixe. Bebíamos muitos produtos lácteos, porque a minha família vivia no campo. Eu comia sempre demasiado, embora não fosse obeso. Depois perdi peso quando estive na tropa. Estava em boa forma, mas era um glutão, comia de tudo e não tinha disciplina. Por vezes, fazia uma dieta, a dieta de Atkins. Depois, voltava a engordar. Embora gostasse de saladas, comia-as com Roquefort ou outro queijo semelhante; também gostava de pão e massa".

Quando o Michael começou a praticar Macrobiótica, pesava 90 quilos. Em 4 meses desceu para 70 quilos. Mede 1,80 m de altura. Tinha dificuldade em baixar-se para atar os atacadores. Apesar de tudo isto, fazia muito exercício e andava de bicicleta. Durante a fase inicial da dieta macrobiótica, notou outras mudanças. "Eu diria que em duas semanas me senti completamente diferente. Lia melhor. Descobri que a qualidade do sangue muda muito rapidamente e que isso faz uma diferença profunda. Pouco tempo depois, estava numa reunião importante, onde pude ver que a minha cabeça nunca tinha estado tão clara. Estávamos em meados de março. Normalmente, tenho tendência a distrair-me neste tipo de reuniões, porque me aborrecem. Tratava-se de um grupo um pouco moderado e o assunto também era aborrecido. Mas havia algumas decisões a tomar. A minha tarefa era importante para garantir a participação da minha empresa e deixei isso bem claro. E agora noto que o meu pensamento é muito mais claro. Costumava pensar que aos 44 anos ficamos mais velhos e que isso nos torna mais lentos. Mas agora não é esse o caso. E também tenho muito mais energia."

Por outro lado, Mickey sentiu que a sua energia tinha diminuído. "Sentia-me um pouco pesada. Há vários meses que faço uma alimentação macrobiótica e talvez coma demasiados cereais. O clima da Florida é diferente do de Boston". Na altura, o marido e a mulher estavam a considerar alternativas à macrobiótica. Um programa que lhes agradou foi o de Bernard Jensen, naturopata, quiroprático e principal defensor da iridologia. Os alimentos crus, componentes da abordagem curativa holística de Jensen, atraíam-nos particularmente. Alan Jacobs, que inicialmente inspirou Michael a experimentar a Macrobiótica, costumava visitar um iridologista versado no programa de Jensen. "Queríamos tornar as coisas mais leves", diz Michael. "Começámos a ir ao iridologista do Alan. Os alimentos crus eram maravilhosos. Na Macrobiótica, praticamente tudo é cozinhado. É mais fácil preparar comida crua, a comida é mais saborosa, mas também mais difícil de digerir. Mas não o seguimos durante muito tempo. Este método provocou edemas e eu tive dois que quase me mataram. Acabei por ficar com um caso muito grave de hemorróidas, tão grave que tive dores durante três ou quatro meses. A dor era insuportável. E eu não queria tomar medicamentos, apesar de termos usado vários tipos de pensos, pomadas e supositórios, e finalmente deixámos que o tempo fizesse com que a dor melhorasse. A Mickey não foi afetada pelos clisteres, mas eu não fui feito para os tomar. Fazia parte do regime de limpeza interna. Tem alguma utilidade, mas não me parece natural fazer clisteres a toda a hora. A macrobiótica também limpa o corpo, mas de uma forma suave. É fácil para o corpo. É por isso que funciona.

Para além do desconforto que Michael sentia com os alimentos crus e os clisteres, tanto ele como Mickey estavam alarmados com os efeitos que estes tinham no seu amigo Alan. Mickey explicou: "Quando estudámos a prática dos clisteres, uma limpeza intestinal também fez sentido para mim. Se comermos mal, durante muitos anos, há certamente resíduos que ficam no nosso corpo. Se pensarmos bem, quando nos livramos desses alimentos velhos acumulados, isso prepara-nos para uma melhor absorção dos nutrientes e minerais que ingerimos. Pensei que se o Alan fez isso e melhorou, e ele estava ótimo, talvez fosse bom para nós também, que nos sentimos um pouco fracos. Bem, o problema é que o Michael ficou tão mal com os clisteres que não conseguiu continuar, enquanto nós víamos o nosso amigo começar a deteriorar-se. O Alan melhorou durante algumas semanas depois de ter começado a comer alimentos crus e citrinos. Depois, foi-se abaixo. Mas durante este período, o casal não abandonou completamente a Macrobiótica. Como Mickey disse: "Só o fazíamos superficialmente, porque tomávamos sopa de miso e algas, mas ao pequeno-almoço às vezes comíamos citrinos. Eu era meio macrobiótico e meio vegetariano, com frutas, ervas e enemas. Mas quando vi a deterioração do Alan e a rapidez com que estava a diminuir, fiquei assustada. E pensei: "Se isto aconteceu tão depressa com ele, não consigo imaginar o que poderá acontecer ao Miguel. Por isso, telefonei ao Lino e contei-lhe tudo".

O Michael lembra-se da resposta do Lino. "Eu digo-te porque é que isto está a acontecer ao teu amigo: ele comeu demais e desequilibrou o seu organismo". Mickey comenta a abordagem curativa do iridologista. "Não foi um processo de base macrobiótica (ou seja, baseado no conceito yin/yang de energia). Considero a Macrobiótica como a base e, após algum tempo de prática, torna-se natural pensar nesses termos. Depois de falar com o Lino, voltei a tomar o pequeno-almoço, o almoço e o jantar macrobióticos sem me desviar. E senti que estava de volta ao meu lugar".

Desde essa experiência, nunca mais tentaram outros tipos de programas de cura natural. 

natural. "A única coisa que fiz", diz Michael, "foi ajustar a nossa dieta e cozinhar de acordo com o clima e as estações do ano da Florida. Mickey também ajustou a sua dieta às suas próprias necessidades e diz: "Quando começámos a Macrobiótica, eu comia tal como o Michael, mas acabei por ficar muito muito yang, ou tensa. O meu período parou e o cansaço estava a irritar-me. Por isso, o Lino aconselhou-me a fazer algumas alterações".

Os alimentos sugeridos por Lino para o Mickey são de energia mais yin ou expansiva. Mas o melanoma é uma doença que exige que o doente coma alimentos cuja energia não seja extremamente yin ou extremamente yang, mas sim naturalmente equilibrada. Embora não corresponda exatamente ao yin e yang, o conceito ocidental de equilíbrio do pH é semelhante quando se considera a bioquímica do corpo e outros sistemas orgânicos como, por exemplo, os das plantas. Para o corpo humano, é importante manter um estado ligeiramente alcalino que permita que os alimentos sejam bem metabolizados e "queimados" de forma limpa. Se o corpo absorve demasiados alimentos acidificantes, ocorre uma condição conhecida como acidose. O oposto é verdadeiro quando ingerimos alimentos que são basicamente alcalinos. Quando isto acontece, temos tendência a ficar "doentes". Por exemplo, certas plantas necessitam de um solo acidificante para crescerem e se desenvolverem corretamente, enquanto outras necessitam de um solo alcalino ou neutro. Se as condições do solo não corresponderem, o crescimento pleno e saudável será impedido. O mesmo princípio aplica-se ao corpo humano. O conceito de yin e yang funciona de forma semelhante, só que a ênfase é colocada no tipo de energia e não no equilíbrio químico. Dada a diferença na condição e formação do corpo da Mickey em relação ao do Michael, ela precisa de ser alimentada com mais energia yin. Também o clima afecta o tipo de energia que o corpo necessita. O tempo quente (yang) aumenta a necessidade de uma alimentação mais yin. O tempo frio (yin), por outro lado, aumenta a necessidade de mais alimentos yang.

"Consultamos o Lino formalmente em cada mudança de estação, quatro vezes por ano, e ele aconselha-nos a reajustar a nossa dieta", diz Michael. Além disso, à medida que a sua saúde foi melhorando, apercebeu-se de que Michio e os outros conselheiros macrobióticos nunca se apresentaram como curandeiros. Eles não me iam pôr bom. Eu e a Mickey trataríamos disso. Tudo aponta para nós próprios. Tu consegues. O mantra de toda a filosofia macrobiótica é que cada um é responsável por si próprio. Responsável por criar o seu bem-estar ou a sua doença. É um conceito que me agrada e que partilho".

 

No que diz respeito à vertente económica da Macrobiótica, Michael observou: "Os alimentos integrais são mais baratos do que os alimentos processados. Comemos cereais não refinados, feijões e legumes em vez da carne, que é mais cara. Também raramente saímos para comer fora. Por isso, as nossas despesas diminuíram muito. Se bem me lembro, inicialmente gastámos cerca de 1000 dólares, incluindo o fogão a gás, tudo o que precisávamos e a comida. Mas quando se trata da vida de uma pessoa, quem é que duvida? O fator custo nunca pesou na nossa decisão. Em comparação com qualquer terapia médica, mesmo tendo em conta o que se paga, incluindo os programas educativos, estávamos muito abaixo disso. Na altura, não pensei nisso, mas é nisso que estamos a pensar. Não é uma questão de custo".

Mickey confirma que, inicialmente, os seus custos alimentares diminuíram entre um terço e 10 por cento. Mas ele tende a cozinhar ao estilo "gourmet", utilizando muitos ingredientes acessíveis, mas mais caros. "Naquela casa", diz ele, "custa o mesmo que se estivesse a comer uma dieta moderna normal. Alguns produtos, como a pasta de castanha, o umeboshi, etc., custam mais do que se nos mantivermos fiéis aos princípios básicos da Macrobiótica. No entanto", acrescenta, "é possível preparar refeições absolutamente incríveis com estes ingredientes maravilhosos. O melhor é ser criativo com a comida".

Comer num restaurante macrobiótico é outra coisa completamente diferente. O Michael e eu costumávamos gastar 250 dólares por mês a comer fora. Só comemos em sítios populares. Se fôssemos a um restaurante caro, gastaríamos 150 a 175 dólares, o que é totalmente absurdo. Agora temos jantares maravilhosos num restaurante macrobiótico em Nova Iorque e gastamos 25 ou 30 dólares lá. Os valores mudam. Mas Mickey confessa que, por vezes, anseia por um canto no ambiente de "um café francês sexy" ou "comer um pedaço de bolo de quesadilla". Mas também diz: "Tenho vontade, mas não ao ponto de o comer. Fiz batota algumas vezes comendo um bolo de chocolate e uma vez comi um gelado com alperces, mas depois não me senti bem. Ela reconhece a má qualidade destas coisas, porque não contribuem para a sua saúde e bem-estar. E que é preciso mudar o jeito de viver. É um estilo de vida diferente.

Falando sobre estas mudanças de vida, Michael disse: "Penso que para qualquer pessoa que esteja a passar por uma doença potencialmente fatal, a disciplina macrobiótica é muito melhor. Eu não tinha outra escolha. Mas isso permitiu que muitas coisas novas entrassem na minha vida. A alimentação é realmente secundária, embora muito importante. Sou um homem totalmente diferente do que era antes. Estava sempre agitado. Hoje estou mais calmo. As pessoas que me conhecem não conseguem acreditar como estou diferente. Embora tenha os meus momentos, como toda a gente. Michael explicou: "Antes, sentia-me muito mais pressionado a trabalhar e a lutar, agora não sinto necessidade de me esforçar para ganhar dinheiro. E como não preciso de o fazer, estou a sair-me melhor nos negócios. Podia ganhar mais dinheiro, mas não preciso de o fazer. Para quê? Nunca tive o instinto de fazer nada por dinheiro. Trabalhei muito. Tínhamos o que precisávamos, mas de quanto é que se pode precisar? O meu trabalho era divertido, mas não era só isso. Mas prefiro andar de bicicleta e fazer outras coisas". Também mudou a sua forma de reagir às pressões. "Sabendo o que sei agora, os pequenos problemas da vida tornaram-se mais pequenos. Antes, qualquer coisa me irritava, coisas pequenas e triviais, mas agora já não. Nos negócios é tudo problemas. Há sempre qualquer coisa a acontecer. Mas agora nada perturba a minha harmonia. Por vezes, os clientes ficam irritados porque me esforço bastante para os servir. Mas um pouco de stress é bom. É algo que nos mantém alerta. Embora eu ache que uma família onde existe harmonia torna a vida mais fácil, tanto no trabalho como em casa, e é muito importante para a nossa saúde. É prejudicial sofrer demasiada ansiedade, porque corrói absolutamente tudo".

Os Shanik vivem agora na costa oeste da Florida, para onde se mudaram um ano após o diagnóstico de cancro. Para além de um lago e da vida selvagem, no fundo do jardim há uma piscina que vai da lateral à frente da casa e um relvado bem cuidado rodeado de arbustos, árvores e plantas selvagens. A cinco minutos de carro, encontra-se uma praia privada partilhada por outros residentes de Sandy Hook Street, que oferece um panorama do Golfo do México. "Estou a aumentar o meu apreço pelo ambiente. O ambiente aqui é mais natural do que no outro lado do estado. Sempre gostei da natureza, mas agora o meu amor por ela é mais forte.

Penso também que o negócio melhorou porque a nossa atitude é mais calma. Duplicámos os nossos lucros este ano e provavelmente vamos duplicá-los novamente no próximo ano. Há uma tendência para nos acontecerem coisas boas. É muito real. Todas as ondas que se lançam voltam. Acredito mesmo nisso. Estamos mais no controlo. A primeira coisa é que somos donos do nosso negócio, por isso fazemos tudo ao nosso próprio ritmo e não como quando trabalhamos para outros. Entramos e saímos quando nos apetece, mas com um sentido de responsabilidade pelas nossas obrigações empresariais. Gosto de variedade. Nunca poderia estar inativo.

Há mais do que uma forma de tratar uma doença, mas com a Macrobiótica não se trata apenas de uma correção, mas de um modo de vida. Há tantas coisas boas na vida que são totalmente melhoradas pela Macrobiótica. As pessoas com quem contactámos são extraordinárias; por exemplo, as pessoas que conhecemos através das fundações em Boston e Miami. Também as pessoas que conheci, ou que tentei ajudar, ou as histórias que publicaram sobre as suas experiências".

 

Um aspeto importante da cura pessoal é restaurar o equilíbrio do Ki dentro de nós e com o universo que nos rodeia e para além dele. Consequentemente, as pessoas que estudam os princípios macrobióticos são encorajadas a partilhar ativamente as práticas espirituais dos seus antepassados ou de uma tradição que as molda.

Anteriormente despreocupado com estes aspectos da vida, o encontro próximo de Shanik com a morte afectou definitivamente o seu conceito de assuntos espirituais. A sua educação foi judaica e recebeu o seu Bar Mizvah aos 13 anos, tendo depois frequentado aulas de hebraico durante cinco ou seis anos. "Era a coisa certa a fazer. Não havia como fugir. Mas, na altura, não me pareceu que fosse de grande utilidade." Recentemente, porém, encontrou-se com alguns amigos judeus ortodoxos e interessou-se pelo Talmude, acolhendo a ideia de se juntar a um grupo de estudo, apesar de não querer aderir a uma sinagoga. Além disso, manifestou interesse em aprender mais sobre o budismo e também em explorar a espiritualidade dos nativos americanos. De um modo geral, diz que dá mais importância do que antes ao desenvolvimento espiritual e aspira a participar no seminário de Michio Kushi sobre espiritualidade, quando puder ir com a sua mulher. Por outro lado, Mickey disse sobre o desenvolvimento espiritual: "Sempre procurei e procurei, especialmente desde os 28 ou 29 anos de idade... um grupo após o outro. Mas nenhum deles me satisfazia. O mais próximo que cheguei da espiritualidade foi sentado numa árvore ou na relva. O meu pensamento sobre a religião é mais centrado na terra. Se estudasse os costumes e as crenças dos nativos americanos, tenho a certeza de que ficaria satisfeito.

Além disso, uma forma importante de obter e manter a gratidão no coração e na atitude é manter uma relação próxima e equilibrada com o Ki, ou força vital. E acrescenta, falando da busca espiritual que ambos empreenderam: "Ambos sentimos tanta gratidão pelas nossas bênçãos que gostaríamos de ter a certeza de que as estamos a transmitir aos outros de forma adequada."

Entre as muitas outras mudanças que experimentou, Michael diz: "Para mim, a família é muito mais importante. Estou a falar da família da Mickey, porque a minha já faleceu. São pessoas muito simpáticas e passamos muito tempo juntos. Antes, teria optado por fazer outra coisa com a Mickey, mas agora encoraja-a a visitá-los". Ela tem uma relação muito próxima com o avô, que tem 98 ou 99 anos e vive no Wisconsin. É uma sorte ele ainda estar vivo. Penso que sentimos um maior apreço por esses laços e compreendemos o valor da nossa própria existência. Todos os aspectos da nossa vida estão mais sintonizados e isso é encorajado, ao passo que antes podíamos ser mais arrogantes, o que é mau." A mãe de Michael morreu de cancro aos 57 anos. A sua irmã também morreu de cancro aos 46 anos. Michael esteve sempre com elas.

 

Hoje, uma das primeiras preocupações de Michael é partilhar com os outros o que a Macrobiótica lhe ensinou. Falando da carta registada que recebeu do seu médico, disse: "Não preciso que outra pessoa me diga que estou bem. Sei que o meu sangue é normal. Se não estivesse, eu senti-lo-ia. Acima de tudo, olho para os médicos para obter provas. Quero ter muitas e, daqui a dez anos, espero ainda poder falar com as pessoas. Fui a um seminário e havia um par de pessoas que queriam ver estas cartas e as análises ao sangue que as acompanhavam. Ficaram totalmente convencidas ao vê-las. Não eram apenas testemunhos, mas provas. Isso significa muito para as pessoas.

Michael planeia continuar a praticar uma dieta macrobiótica rigorosa e continuar a ajudar as pessoas, por telefone ou pessoalmente, de todas as formas que puder. O casal fundou também o Gray Dove Inn, onde as pessoas dormem e tomam o pequeno-almoço. Fazem-no na sua casa de hóspedes e, como dizem, para corresponder à Macrobiótica. Michael acrescenta que, para o futuro, "estou a explorar uma possível oportunidade de organizar um curso de dietética. Não sei se vou conseguir, mas para mim seria uma mudança de emprego completa". Os dois estão a seguir um programa macrobiótico intenso de nove meses, fazendo-o um fim de semana por mês em Miami. "Precisamos de aprender muito mais sobre dieta e filosofia para continuar a melhorar.

A Macrobiótica está a atrair mais pessoas do público em geral e muitos profissionais estão a chegar. Na Fundação de Miami há um grande número de advogados, contabilistas e outros. Ajudamo-los com o nosso exemplo.

No início, ele agia como um cruzado. Queria mudar tudo e todos, com grande intensidade. Mas já não é assim. Ainda toma a iniciativa de visitar alguém, tentando ajudar, mas se nota resistência, não insiste. Eu conto-lhe a minha história e ele dá o exemplo. Se as pessoas me virem de boa saúde, e souberem o que eu tive, só têm de tirar a conclusão inevitável".

Mickey está a começar uma aula de culinária para uma senhora que conheceram na ilha. Há outros amigos que se vão envolver. Por vezes, há seis ou oito pessoas nessa aula que nem sequer sabem soletrar a palavra macrobiótica.

Mas, na pior das hipóteses, eles tomarão consciência de como é importante comer melhor e de como isso é importante para a sua saúde.

Mickey recordou todas as mudanças que tinham sofrido desde o diagnóstico de cancro. Considerando o seu interesse anterior pela saúde, pelos alimentos naturais e pelo vegetarianismo, concluiu: "Não sei se o Michael teve de ficar doente para eu fazer a transição. Nós juntámo-nos por essa razão específica. Eu não o deixei morrer. Sinto que temos de fazer muito mais juntos. Agora ele tem uma verdadeira missão: ser um exemplo para as pessoas".

Mickey diz que costumava dar sermões a toda a gente, dizendo às pessoas o que fazer, enquanto agora é muito mais gentil e não tenta forçar tanto e aprendeu muitas coisas.

Quanto a Michael, Mickey diz: "É uma pessoa diferente. É quase como se tivesse morrido para renascer e começar tudo de novo. Ele teve uma oportunidade maravilhosa. Depois das nossas primeiras viagens a Boston, dissemos que era uma bênção e o Michael disse que o cancro era a melhor coisa que lhe tinha acontecido".

 

 

76.        MECÂNICO COM UM CANCRO CEREBRAL

 

Brian Bonaventura, um mecânico de Columbus, Ohio, vinha sofrendo há vários meses com sintomas semelhantes aos da gripe. Após um ataque convulsivo, os médicos descobriram um tumor benigno do tamanho de uma pequena laranja no lobo frontal direito do seu cérebro. Ele foi submetido a uma cirurgia e, seguindo o conselho médico, reduziu a ingestão de alimentos fritos. No entanto, anos depois, seu casamento fracassou e ele começou a consumir uma dieta rica em gordura e açúcar, o que resultou no surgimento de um novo tumor no seu cérebro. Após outra cirurgia, ele começou a praticar macrobiótica e sua saúde melhorou significativamente. A sua depressão desapareceu e ele se sente mais estável do que nunca, tendo se livrado do cancro desde então.

Fonte: Ann Fawcett e a East West Foundation, Macrobiótica e Cancro (Publicações Gea).

 

77.        ENFATRE DO MIORCÁRDIO

 

Jack Saunders, um engenheiro e designer aeronáutico da planta da General Electric em Lynn, Massachusetts, foi diagnosticado durante um exame médico de rotina da empresa com um enfarte silencioso. Embora não tenha apresentado sintomas, ele poderia ter sofrido danos permanentes no coração ou ter futuros ataques mais graves. Saunders iniciou uma dieta macrobiótica e a sua condição cardiovascular melhorou rapidamente. Vários testes médicos mostraram que não havia sinais de problemas futuros. "Com minha dieta anterior, eu não me relacionava bem com as pessoas nem conseguia resolver diferenças. A macrobiótica não apenas mudou minha saúde física", disse ele, "mudou minha vida inteira".

Fonte: Jack Saunders, "História de Caso", em Michio Kushi, Cancror e Doenças Cardíacas (Tóquio: Japan Publications, 1982).

 

78.        UM EPILÉCTICO

 

Um dia, um jovem de cerca de 20 anos foi ver Michio Kushi e começou a praticar a macrobiótica depois de sofrer de epilepsia por sete anos. Após dois meses, ele conseguiu interromper a medicação que tomava para controlar as suas convulsões. Elas pararam completamente após três meses. Satisfeito com a recuperação da saúde, ele foi para um acampamento de verão cerca de seis meses depois, e enquanto estava lá, Michio Kushi recebeu um telegrama informando que o jovem havia falecido. Estava muito quente e, uma noite, enquanto o jovem visitava uma cidade vizinha com vários amigos, ele bebeu três latas de cerveja. Ao voltar para o acampamento, ele bebeu mais algumas antes de deitar-se. Na manhã seguinte, ele acordou cedo e foi nadar, tendo uma convulsão fatal enquanto nadava. Infelizmente, o jovem não havia compreendido que ele deveria continuar limitando a sua ingestão de líquidos após sua recuperação inicial, caso contrário, os episódios de epilepsia poderiam recomeçar.

Fonte: Michio Kushi, Cura Natural (Publicações Gea).

 

79.        DOENÇA DE CROHN

 

Desde os 14 anos, Virginia Harper sofria de distúrbios intestinais. Depois de passar oito anos lidando com dores paralisantes, desconforto e incapacidade, foi diagnosticada com a Doença de Crohn e Arterite de Takayasu, uma deficiência autoimune que causa bloqueios espontâneos nos vasos sanguíneos. Ela recebeu uma prescrição de prednisona, um medicamento anti-inflamatório, e foi recomendada a cirurgia, incluindo a possibilidade de aborto quando engravidou. Com base no que lhe disseram sobre a necessidade de várias cirurgias, ela temia morrer antes de completar trinta anos. Em busca de uma alternativa, Virginia procurou um orientador macrobiótico, que lhe disse: "Você pode reverter isso". Virginia, acostumada com comida rápida e pré-preparada, começou a comer alimentos integrais e naturais, experimentando um alívio imediato. Ela deu à luz uma linda menina e, desde então, está livre de sintomas, livre de medicamentos, livre de dores e libertada de médicos por quase vinte anos. Agora, ela é uma cozinheira macrobiótica, conselheira e professora em Nashville, Tennessee, ajuda muitas pessoas, incluindo a sua filha, que se formou no Instituto Kushi.

Fonte: Gale Jack e Wendy Esko, Guia da Saúde da Mulher (Becket, Mass .: One Peaceful World Press, 1997), 7-10.

 

80.        ALERGIA AO POLÉN E ALIMENTAR

 

Quando era criança, Vincent Armenio tinha alergias a ovos, leite de vaca, trigo e nozes. Mais tarde, ele sofreu de asma, constipações frequentes e congestões pulmonares e cerebrais constantes. Embora tenha sido tratado por renomados especialistas em alergias em Boston, a sua condição não melhorou realmente. Vincent lutou na escola secundária, mas teve que interromper os seus estudos na Faculdade de Direito de Georgetown devido à sua saúde precária. Os principais exames coincidiram com a estação das flores de cerejeira e pólen em Washington, DC. Ele se mudou para Nova York e trabalhou em vendas pela televisão, uma posição de alta pressão, levando uma vida muito agitada. No entanto, as suas reações alérgicas eram quase insuportáveis. Ele só conseguia dormir tomando Vallium, acordando de manhã e se sentindo como um zumbi. "Era como se alguém tivesse carregado a minha cabeça com eletricidade", lembrou. Mesmo com o apoio da família e dos amigos, a sua vida mal funcionava. Ao se mudar para a Califórnia, ele começou a trabalhar no Vale de San Joaquin, onde uma longa estação de verão imperava numa região intensivamente cultivada com agroquímicos. Enquanto frequentava as aulas de nutrição e experimentava o vegetarianismo, a sua busca pela saúde o levou eventualmente à macrobiótica. Ele percebeu que estava consumindo alimentos de origem animal em excesso, farinhas e seus derivados, alimentos gordurosos, batatas fritas e muito do que ele chamava de "junk food". Com uma dieta baseada em cereais integrais e vegetais, Vincent finalmente começou a se sentir bem. As suas alergias ao pólen e a certos alimentos melhoraram drasticamente, e sua hipoglicemia e candidíase começaram a se dissipar. No Instituto Kushi, onde estudou e trabalhou nos jardins, ele conheceu uma jovem japonesa. Hoje, Vincent está casado, é um pai orgulhoso e não tem mais as alergias e desconfortos que o incomodaram durante grande parte de sua vida.

Fonte: "Diet and Environmental Illness: The Vincent Armenio Story", One Peaceful World Journal 10, primavera de 1992.

 

81.          ENXAQUECAS(MÉDICA)

 

A Dra. Helen V. Farrell, ex-consultora do Departamento Nacional de Saúde e Assistência Social do Canadá, usou a macrobiótica para se recuperar de enxaquecas crônicas. Desde os 11 anos de idade, ela vinha sofrendo de dores de cabeça graves e debilitantes, parestesias transitórias e vômitos. Conforme ela crescia, as dores de cabeça diminuíam e desapareciam quando ela eliminou completamente os laticínios de sua dieta. No entanto, as enxaquecas voltaram e ela buscou uma solução com remédios caseiros macrobióticos. "Até chegar em casa vinte minutos depois", relatou após um ataque, "eu mal conseguia ver, e a enxaqueca feroz estava apenas começando. Fui direto para a cozinha em busca da pasta de umeboshi. Eu havia lido sobre o condimento e o seu efeito contrativo, então pensei em usá-lo para ver se funcionava. Depois de tomar duas colheres de chá por cerca de 2 minutos, os problemas de visão desapareceram completamente. Eu não podia acreditar!", exclamou. A Dra. Farrell continuou a comer um pouco dessa pasta de umeboshi e, após duas horas, ela "acordou se sentindo completamente normal, sem dor de cabeça, náuseas ou formigamentos". Ela passou a incorporar a macrobiótica na sua própria prática médica e descobriu que era especialmente eficaz em casos de síndrome pré-menstrual e outros problemas femininos.

Fonte: H.V. Farrell, "PMS is not PMS", in Michio Kushi (ed.), Doctors Look at Macrobiotics (Tokyo and New York: Japan Publications, 1988), pp. 177-91.

 

82.          HEPATITE A

 

Enquanto viajava pela Índia, Yuko Horio começou a consumir muitas frutas tropicais, chá quente com leite e açúcar, e sumo de cana-de-açúcar servido com gelo. No Japão, o seu país natal, ela já havia praticado a macrobiótica, embora não de forma estrita, e as altas temperaturas e a umidade tropical tornaram esses alimentos apetecíveis. Após vários dias, ela começou a se sentir extremamente cansada, perdeu o apetite e teve diarreia. O sumo de cana-de-açúcar satisfazia a sua sede por líquidos.

Ao retornar ao Japão, os seus sintomas persistiram por cerca de um mês. No início do outono, ela apresentou icterícia e recebeu o diagnóstico de hepatite A aguda. O seu médico recomendou que ela fosse hospitalizada imediatamente e recebesse esteroides, alertando que, se sua condição se deteriorasse para uma hepatite fulminante, ela poderia morrer numa semana. Uma enfermeira disse a ela que nunca havia visto níveis anormais das funções hepáticas tão perigosos. Enquanto isso, um amigo macrobiótico a inspirou a usar os alimentos como medicina. Na sua casa, ela seguiu uma dieta curativa rigorosa, consistindo de arroz integral, gomasio, sopa de missô, konnyaku cozido e outros pratos simples, mastigando cada pedaço mais de 100 vezes. Gradualmente, ela melhorou e, aos 34 anos de idade, pôde retornar ao trabalho em algumas semanas. Após um mês, os seus testes hepáticos estavam quase normalizados e, desde então, ela desfruta de boa saúde.

Fonte: Gale Jack e Wendy Esko, editores, Guia de Saúde da Mulher (Becket, Mass.: One Peaceful World Press, 1997), pp 11-13.

 

83.          ESQUIZOFRENIA

 

Quando era criança, David Briscoe adorava doces, gelados e outros alimentos açucarados. Também gostava de bifes, batatas fritas, biscoitos e outros alimentos extremos. No ensino médio, ele tinha frequentes dores de garganta, problemas digestivos, febres, úlcera duodenal e problemas renais. À medida que crescia, ele se tornou caprichoso e retraído. Psiquiatras diagnosticaram esquizofrenia e prescreveram um tranquilizante que ele tomou por seis anos. Conforme a sua doença progredia, ele foi a muitos especialistas, tomou muitos medicamentos e esteve em muitos hospitais psiquiátricos. Com a ajuda da sua mãe, Charlotte Mahoney-Briscoe, ele iniciou uma dieta macrobiótica.

Depois de mudar para uma dieta baseada em arroz integral e outros grãos integrais, vegetais frescos e condimentos de boa qualidade, como shoyu, ele se recuperou completamente. Tornou-se um professor macrobiótico, conselheiro e diretor de uma instituição. Ele é pai de quatro filhos e atualmente trabalha como conselheiro dietético macrobiótico num hospital comunitário na Carolina do Norte, ajudando outras pessoas a curarem os seus problemas físicos e mentais.

Fonte: David Briscoe e Charlotte Mahoney-Briscoe, A Personal Peace: Macrobiotic Reflections on Mental and Emotional Recovery (Tóquio e Nova York: Japan Publications, 1989).

 

84.          CEGUEIRA E GLAUCOMA(PADRE)

 

No início da década de 1960, enquanto vivia em Cambridge, Michio Kushi conheceu um clérigo anglicano de cerca de 70 anos que sofria de glaucoma. O homem estava cego e numa noite sonhou que recuperava a visão. No dia seguinte, uma vizinha falou sobre a macrobiótica e recomendou que ele procurasse o Sr. Kushi. Michio encontrou-se com ele e a sua esposa, e ambos começaram a adotar a macrobiótica. Neste caso, a causa principal da condição era o excesso de líquido, e Michio o alertou para controlar estritamente a quantidade de água na cozinha e também nas bebidas. Após vários meses, o homem retornou para uma nova consulta. Ele estava muito magro e Michio aconselhou a aumentar o seu consumo de sopa e adicionar mais vegetais de folhas. Duas semanas depois, o homem voltou sem sua esposa, exclamando que estava recuperando a visão. A partir daí, ele voltou regularmente e logo pôde dispensar a sua bengala branca. Sua visão retornou e ele estava extremamente feliz.

 

85.          OSTEOPOROSE

 

Gale Jack ficou chocada quando o seu dentista lhe disse: "Você tem o caso mais avançado de osteoporose que já vi numa mulher da sua idade". Por muitos anos, enquanto crescia e trabalhava numa escola no Texas, Gale costumava consumir muito queijo, ovos, leite, carne, frango ou atum como base diária. Mais tarde, ela começou a tomar suplementos de cálcio. Devido à sua saúde declinante, incluindo tumores ovarianos e outros distúrbios femininos, ela adotou a macrobiótica e gradualmente recuperou a sua vitalidade e bem-estar. Ao eliminar todos os alimentos de origem animal, exceto um pouco de peixe branco, e reduzir significativamente o consumo de pão e alimentos ricos em farinha, a sua condição óssea se estabilizou, os seus tumores desapareceram e ela se tornou professora e conselheira macrobiótica. "A osteoporose é uma ameaça silenciosa apenas para aqueles que não compreendem a ordem do universo ou se recusam a viver em harmonia com ele", observou. "Mesmo entendendo o yin e yang, manter ossos e dentes saudáveis não é fácil, mas pode-se começar evitando certos hábitos".

Fontes: Gale Jack e Wendy Esko, editores, Guia de Saúde da Mulher (Becket: One Peaceful World Press, 1997), pp. 79-83.

 

86.          SIDA

 

Frank, um jovem de Nova York, sofria de parasitas e uma condição relacionada à SIDA, incluindo o sarcoma de Karposi. O seu médico recomendou que ele parasse de consumir laticínios e carnes vermelhas e adotasse a macrobiótica. Frank respondeu imediatamente à dieta, perdendo o excesso de peso e experimentando maior vitalidade, além de ter uma pele e olhos mais claros e brilhantes. O seu nível de células T voltou ao normal. Ele já não sentia mais desejos por carne, gelados, álcool, droga, café e outros alimentos. Em vez de bifes e martinis, ele passou a comer bolinhos de arroz nas suas frequentes viagens de negócios ao redor do mundo. Frank compartilhou a sua experiência no New York, uma publicação voltada para a comunidade gay, e fez um alerta público sobre a dieta e a SIDA. "Não vou arriscar ou ser tolo em qualquer aspecto da vida. O tempo de curar, o tempo de viver, é agora", observou.

Fonte: Michio Kushi e Martha Cottrell, MD, Macrobiótica e Imunologia Natural (Publicações Gea).

87.          TUBERCULOSE

 

Yukikasu Sakurazawa, um jovem tuberculoso, leu um pequeno livro intitulado "O Método Curativo pela Dieta". Sakurazawa vivia em Kyoto, a antiga capital do Japão, no início do século XX, e já havia perdido a sua mãe e irmãos por causa dessa terrível doença. O Dr. Sagen Ishizuka, autor do livro, explicava que a tuberculose e muitas outras doenças infecciosas poderiam ser curadas com uma dieta adequada. Ele recomendava evitar carne e outros alimentos de origem animal, cereais refinados, açúcar e outros alimentos altamente processados, e optar por consumir arroz integral e outros cereais integrais, sopa de missô, vegetais cozidos, algas marinhas e outros alimentos tradicionais.

Como a Sakurazawa lhe foi dado pouco tempo de vida e não tinha nada a perder, com muito ceticismo, ele começou a cozinhar para si mesmo e seguir as instruções do Dr. Ishizuka. Muito rapidamente, ele se recuperou da sua tuberculose e decidiu dedicar sua vida a esse método. Adotando o nome de Georges Ohsawa, ele se tornou o fundador da macrobiótica moderna no Japão e viajou incansavelmente ao redor do mundo por 50 anos, difundindo esses ensinamentos tradicionais.

Fonte: Michio Kushi e Alex Jack, "O Livro da Macrobiótica" (Publicações Gea).

 

88.          DEPRESSÃO GRAVE

 

O Dr. Stephen Harnish, um psiquiatra de New Hampshire, nos Estados Unidos, relatou que a macrobiótica tem beneficiado muitos de seus pacientes com doenças mentais graves e crônicas. Por exemplo, uma jovem com depressão grave, que estava internada num hospital estadual há dois anos e estava sendo tratada com antidepressivos e medicamentos antipsicóticos, recuperou-se depois de evitar açúcar e alimentos de origem animal e começar uma dieta macrobiótica. Ela reduziu gradualmente a medicação, conseguiu retomar uma vida normal e sentiu-se inspirada a retornar à escola. O Dr. Harnish acredita que centenas de outros pacientes psiquiátricos se beneficiariam com essa abordagem e propôs a criação de estabelecimentos com chefs e orientadores macrobióticos para oferecer o melhor enfoque integral possível.

Fonte: Stephen Harnish, MD, "On my Awakening to the Macrobiotic Way", in Edward Esko, editor, Doctors Look at Macrobiotics (Tóquio e Nova Iorque: Japan Publications, 1988), pp. 151-68.

 

89.          SINDROMA DE TOURETTE EM 4 DIAS

 

No Japão, um famoso jogador de beisebol se aproximou de Michio Kushi durante um dos seus seminários. O homem sofria da Síndrome de Tourette e estava constantemente se movendo e segurando a cabeça. Ele explicou que a sua condição piorava há quatro anos e estava preocupado em não poder continuar  a fazer desposto profissionalmente.

Michio explicou que a principal causa dos seus tremores era comer muito frango e temperos picantes. Ele disse que os seus sintomas nervosos parariam em quatro dias se ele começasse a se alimentar com a dieta macrobiótica padrão, enfatizando um cozimento rápido e uso moderado de sal e outros condimentos. Surpreso com o diagnóstico, o homem confirmou que todos os dias ele gostava de comer frango assado estilo teriyaki com pimentões e temperos. Michio sugeriu que ele também bebesse uma bebida de vegetais doces, incluindo daikon fresco e cogumelo shiitake, para acelerar a sua recuperação. O jogador de beisebol eliminou o frango e começou a seguir uma dieta macrobiótica equilibrada, focada em grãos integrais, e no quarto dia, os seus sintomas desapareceram completamente.

 

Fontes: Michio Kushi, Macrobiotic Teachers Conference, Becket, Mass., Verão de 2000.

 

90.          MACROBIÓTICA NUMA PRISÃO PORTUGUESA

 

Em 1979, vários reclusos da prisão do Linho, na periferia de Lisboa, começaram a comer macrobioticamente e a assistir a palestras sobre filosofia e medicina oriental. Logo trinta prisioneiros se tornaram macrobióticos e funcionários da prisão permitiram que eles usassem uma grande cozinha onde cozinhavam e comiam juntos várias vezes por semana. Linho é uma prisão de segurança máxima que abriga os criminosos mais perigosos, incluindo José Joachim (conhecido como “Al Capone"), um célebre arrombador, e António (To Zé) José Aréal, genial manipulador de uma quadrilha de assaltantes armados e sequestradores que haviam sido perseguidos em todo o país. Como resultado de mudanças de atitude e comportamento, o To Zé e à maioria dos outros reclusos que frequentaram as aulas, receberam uma redução das suas penas e foram libertados antes do final das mesmas.

"Há uma grande diferença entre eles, principalmente entre os que saíram da prisão" observou o Sr. Afonso, administrador da prisão, comentando sobre o grupo macrobiótico. "Não é fácil de descrever. Por um lado, posso dizer que agora eles tomam mais iniciativas. Na verdade, não há problema em o que quer que seja macrobl6tlc; este modo de vida goza muito boa reputação. Acho que tanto a comida quanto o estímulo externo ajudaram.''

A comida pode transformar as pessoas. To Zé foi estudar no Kushi Institute em Boston, e ensinou macrobiótica em New Bedford, onde há uma grande população de origem portuguesa, antes de voltar a ensinar e ajudar outros presos em Portugal.

 

91.          CANCRO NO PANCREAS

 

Este artigo é tirado de uma carta/panfleto que eu e minha mulher enviamos, na terceira semana de Janeiro, a todas as pessoas que compõem a nossa lista de cartões de Natal. Devido ao facto de ela contar as nossas experiências em curar o incurável, demos cópias a muitas mais pessoas que estavam interessadas. Estamos ainda a receber muitos pedidos de cópias, por isso acrescentamos esta página para tornar esta carta mais atualizada.

Em 9 de Abril, Michio Kushi, especialista macrobiótico de Boston, examinou-me e disse que o meu "cancro extremo" estava de facto curado. Ele disse que continuava a existir uma certa dureza no abdómen, que era resultado de anos de ingestão de carne, e disse-nos para mantermos a dieta durante outros seis meses, de forma a dissolver essa dureza e prevenir qualquer reaparecimento da malignidade. Ao fim desses seis meses, podemos acrescentar mais alguns alimentos e ao fim de um ano podemos ter ainda mais liberdade. Depois de termos aprendido tanto como aprendemos sobre o sistema macrobiótico, não vemos razão para voltar a consumir produtos animais, açúcar, refrigerantes e os outros produtos que estão fora dos limites (excepto numa festa ocasional), mas podemos saborear de vez em quando alimentos ' 'profanos" se quisermos.

O sistema macrobiótico, quando seguido conscienciosamente durante seis a oito meses, curará ou melhorará extraordinariamente os diabetes, muitos padecimentos cardíacos, a anemia falciforme, a artrite, a obesidade, ou qualquer outra doença resultante de se estar desequilibrado. O Sr. Kushi disse que o único cancro que ele considera muito difícil é o cancro avançado no fígado ou nos rins. Estes podem no entanto ser curados no seu estágio Inicial. O cancro pancreático é algo difícil limpar; o cancro pulmonar e intestinal é de dificuldade média; enquanto que o cancro no seio, na pele e no sangue (leucemia) são muito fáceis. Por conseguinte, todo o temor ao cancro se reduz a nada. Muitas pessoas, Incluindo a minha própria madrasta, podiam ter sido salvas se este conhecimento tivesse sido apenas mais comum. Considerando todo o sofrimento que estas doenças causavam e ainda causam - sem mencionar o dispêndio financeiro - e considerando todas as pesquisas que custam milhões e milhões de dólares, que estão a ser feitas de maneira confusa e em direções erradas, é espantoso considerar que as curas e respostas se encontram facilmente ao dispor para. serem usadas por qualquer pessoa que queira tirar vantagens da sua utilização.

Estamos naturalmente ansiosos por espalhar a boa nova sobre os métodos macrobióticos e estamos a planear arranjar lojas, preleções e outras formas de divulgar esta informação. Ficámos consternados ao verificar que não tínhamos mencionado na nossa carta, um dos principais básicos da macrobiótica: MASTIGAR BEM. Isto significa mastigar até o alimento ficar cremoso - 50 a 100 vezes ou mais por garfada, dando à nossa saliva (o nosso melhor medicamento) uma oportunidade para fazer o seu trabalho, ajudando os sucos gástrico e intestinal. Absorva as bebidas lentamente e apenas no final de cada refeição. Todas estas coisas são eficazes. Consigo agora subir rapidamente 4 lances de escada de dois em dois degraus e faço horas de trabalho duro e pesado (Incluindo remover e plantar de novo arbustos e pequenas árvores), além de dar aulas e praticar durante grande parte do dia.

Maio de 1974

No Verão passado eu parecia estar mais ocupado do que o habitual, Planeei dar as cinco aulas semanais de Verão, como sempre faço, más toquei em mais concertos de câmara do que em qualquer outra altura e, seja como for, eu parecia estar sempre em corrida. Numa dada altura de Maio, tive uma espécie de intoxicação nas pernas, com aparecimento de pequenas erupções cutâneas e inchaço. Não me pareceu importante na altura e, por isso, nada fiz. Umas semanas mais tarde, o inchaço tinha-se espalhado por todo o corpo, embora não tenham aparecido mais erupções cutâneas de qualquer espécie, Ao princípio não fiz caso, mas por fim fui a um médico, Ele também pensou que não era grave e deu-me uns comprimidos anti-histamínicos, que não ajudaram. Cerca de uma semana depois voltei lá, sempre pensando que não era nada de grave. O médico, desta vez, ficou embaraçado e pediu um teste sanguíneo. Logo que viu os resultados, ficou muito consternado e queria que eu fosse, o mais depressa possível a Indianápolis, fazer testes no "I.U.Medical Center". Soube devido a isso, que ele pensava que o caso era grave, mas eu ainda me sentia bem, à parte o inchaço que por esta altura me mantinha acordado de noite. O médico deixou-me esperar mais uns dias de modo a eu poder tocar num recital com François D' Albert, um violinista de Chicago, que é o Presidente do Conservatório de Música de Chicago.

No dia seguinte ao recital (8 de Agosto) cheguei ao "I.U." embaraçado como um estudante. Após quatro dias de testes infrutíferos, fizeram-me uma biópsia ao fígado que me deixou muito doente, Urna vez que isso também nada revelou, o próximo passo era a alta cirurgia e assim fizeram, abrindo-me completamente para ver o que lhes fosse possível. Os resultados disso foram uma bomba. Eles descobriram que eu tinha um grande tumor maligno no pâncreas, que já se tinha espalhado para dentro do intestino. Nada podiam fazer em relação ao cancro, pois consideravam uma operação ao pâncreas muito perigosa, mas fizeram um segundo canal desde a vesícula até ao intestino, passando por baixo do tumor (o inchaço tinha sido causado pela bílis regressar ao fígado, em consequência de estar bloqueada pelo tumor). A ideia deste segundo canal foi para me dar um pouco mais de tempo de vida. Os médicos eram completamente negativos nos seus diagnósticos.. Disseram-me a mim e à minha mulher, Mary Alice, que não havia esperança. Com quimioterapia podiam adiar o inevitável de 3 meses a 3 anos. Podiam ainda dar-me os narcóticos suficientes para evitar qualquer grande sofrimento. Estive sob quimioterapia intravenosa durante cinco dias, antes de deixar o hospital e fiquei de lá voltar para outra sessão de tratamento cerca de um mês depois.

Isto era um golpe trágico para minha mulher e para a minha família, e também não me soou muito bem, como facilmente podem imaginar. Por conseguinte, logo que comecei a recuperar de todos aqueles "narcóticos", comecei a pensar nas maneiras possíveis de combater tão animador vaticínio. O que adicionado ao facto de eu não ter medo de morrer (no caso dos médicos terem razão), fez com que eu ficasse surpreendentemente animado. Tanto a minha mulher como a minha família, começaram quase imediatamente a ter melhor impressão sobre as minhas possibilidades. Penso que o que mais ajudou, a quase todos na família, foi o nosso interesse e confiança no fenómeno psíquico, que tinha constituído para nós um passatempo durante alguns anos. Nessa altura, chegamos a acreditar ser possível grande número de coisas, que pareciam não só impossíveis, mas até completamente loucas.

Irei entrar agora em pormenores consideráveis sobre a nossa busca da cura, para o caso de conhecerem alguém com cancro, ou qualquer outra doença grave, que queira basear-se na longa experiência que tivemos. Se não conhecerem ninguém que esteja doente, talvez queiram saltar grande parte disto. Mas para qualquer pessoa que tenha tido cancro, sugiro que tenha em atenção o facto de que a maior parte do nosso estudo indica que, uma vez que o cancro se tenha desenvolvido até ao ponto de ser considerado grave, pode regressar em qualquer altura se as enzimas perderem o equilíbrio. Por outras palavras, somos "cancerosos" e por isso precisamos fazer concessões.

Na altura da minha operação, apareceu um artigo no "Psychic Magazine" sobre os resultados obtidos por um certo Dr. Carl Simonton, na Califórnia, no tratamento de pacientes com cancro, usando uma combinação de terapia de grupo, meditação (ou prece) e despertando a vontade de viver, a par de tratamentos com radiações de cobalto. Tinha um recorde impressionante de curas. Ficámos muito entusiasmados com o artigo e a Mary Atice telefonou-lhe para obter mais Informações. Falamos-lhe em aparecer para seguir o seu curso, mas ele sugeriu que primeiro obtivéssemos uma gravação dum discurso que ele tinha feito e encomendássemos um livro que recomendou. 0 livro, escrito por um médico e intitulado " A Vontade de Viver" teorizava que Somos nós que escolhemos a altura e a maneira de morrermos. Normalmente, é uma escolha inconsciente, mas o autor acreditava que a mente controla, de uma maneira ou outra, todas as doenças. Com certeza que qualquer médico zomba de tal ponto de vista. O Dr. Simonton disse à minha mulher que parecia que estávamos no bom caminho, com os nossos planos para combinarmos todas as formas de trabalho psíquico com massagens, exercícios e quimioterapia. Ele disse que uma pessoa devia continuar com qualquer método de cura do cancro que parecesse estar a dar resultado.

Outra coisa que nos ajudou foi o curso "Silva Mind Control" que frequentámos em Junho passado. Nesse curso ensinaram-nos que a mente e o corpo trabalham em grande parte como um computador, tanto para o bem como para o mal. Por exemplo, eles mencionavam o caso de um jogador de futebol famoso que, quando as pessoas faziam referência à sua boa condição física, costumava dizer por piada que provavelmente morreria de cancro no coração ( uma doença multo rara) e o que aconteceu? Ele morreu de cancro no coração.

No curso diziam que o subconsciente não reconhecia uma piada, Por isso, quando ia e vinha da escola, mantinha-me a dizer a mim próprio (programando-me) que ficaria rapidamente de boa saúde, que o cancro desapareceria e que iria recuperar rapidamente o peso, a robustez e a resistência, etc.. Claro que as mudanças não apareceram imediatamente, mas eu estou convencido que essas coisas acontecem com o tempo se a via for correta.

Não há tempo nem espaço para começar a descrever este aspeto daquilo que estamos a investigar. mas isto é uma explicação suficiente para esta metade da moeda. A outra metade, que também pensamos ser extremamente importante, é a dieta. Não tínhamos pensado nisto até um amigo. nosso nos ter dado um livro sobre curas miraculosas e completas através de uma dieta natural e de ervas, Intitulado ' 'De Volta ao Paraíso" de Jethro Kloss. Este livro está a tornar-se multo conhecido e está agora disponível em brochuras.

Pouco tempo depois, outro amigo nosso deu-nos algumas informações sobre um centro de cura do cancro no Texas, cuja literatura nos pareceu tão impressionante que telefonámos para lá ir fazer um exame.

Eles tinham um bom número de curas feitas através de uma dieta que usava muitos frutos e sucos de vegetais, alimentos crus, clisteres, os seus próprios suplementos dietéticos e nada de produtos animais, era bastante semelhante às ideias de Kloss e por isso a achámos convincente.

Contudo, poucos dias antes do dia 25, fomos visitar a minha família perto de Evansville. Aí, outro amigo nosso falou-nos de uma nutricionista em Evansvitle ( Judith Viehe) que conhecia uma dieta oriental que se supunha que curasse o cancro e, por isso, marcámos um encontro para a ver, enquanto estávamos lá, Bem, eta conhecia tão bem o caminho que ficámos dispostos a ouvir as suas ideias. Ela persuadiu-nos de que com o meu tipo de cancro, os sumos de frutas e a quimioterapia era o mesmo que andar a espalhar as toxinas por todo o corpo e falou-nos dos benefícios totais da dieta macrobiótica. Queria que fossemos á Boston para falar com Michio Kushi, a primeira autoridade sobre alimentação macrobiótica. Após muita deliberação e uma conversa telefónica com o Sr. Kushi, cancelámos o vôo para Dallas - e a quimioterapia - e em vez disso marcámos viagem para Boston. Ficámos lá cinco dias a aprender como preparar os alimentos e o Sr. Kushi deu-nos uma grande palestra, que incluiu um exame com pressão de certos pontos. Mostrou a Mary Alice uma pequena bolha no meu olho direito a qual, disse, indicava que o problema estava no pâncreas (na medicina orientava cirurgia exploratória não é necessária). Algumas semanas depois da nossa visita a Boston a Mary Alice não conseguia encontrar a tal pequena bolha, mesmo com o auxílio de uma magnífica lente. 0 Sr. Kushi disse também que a cor azul-acinzentada da parte branca dos meus olhos indicava cancro. Recentemente tem havido dias em que esta condição desaparece e haverá cada vez mais dias assim, até desaparecer completamente. Agora, no meu quarto mês de dieta, estou inteiramente convencido de que, tal como as coisas estão a correr, estarei curado dentro de um par de meses. Planeámos viajar de novo até Boston em Abril, para termos a confirmação da minha cura pelo Sr. Kushi. 0 mais engraçado benefício até agora é que com poucos dias de dieta, as minhas mãos ficaram subitamente muito mais flexíveis do que jamais tinham estado. Nunca tinha pensado que fossem pouco flexíveis e, por isso, este facto constituiu um bónus surpreendente e totalmente inesperado. Toquei num recital no dia 7 de Janeiro, que foi o melhor que alguma vez dei, em parte porque as minhas mãos estavam melhores. Posso dobrá-las um pouco mais, por exemplo, do que aquilo que alguma vez pude. Há toda uma filosofia completa que acompanha a dieta - o modo de viver dos Monges Budistas Zen desde há 5.000 anos, que eram particularmente notados pelas suas vidas longas e livres de padecimentos. George Ohsawa, o mestre do Sr. Kushi, que recuperou o sistema há alguns anos e começou a espalhar a verdade macrobiótica pelo estrangeiro, dizia que nada é tão curável como uma doença incurável - e nada tao incurável como o próprio paciente (é muito difícil para ele esquecer os caminhos que o levam à doença). Declaro simplesmente que a minha moral está terrivelmente elevada e me sinto muito mais feliz e bem disposto do que o estive ao longo de todos estes anos. Acredito realmente que o que de melhor me aconteceu até agora foi ter um cancro dito extremo Reconheço que estas palavras podem parecer loucas, mas eu acredito nisso. As minhas interpretações musicais são melhores e acre. dito que ficarei ainda com mais saúde do que em qualquer altura devido a esta dieta e aos exercícios que estou fazendo. Adicionalmente, acredito poder ajudar com o tempo multas outras pessoas.

Já tivemos um sucesso neste aspeto. Encontrámos uma senhora em Evansvilte no dia de Acção de Graças, que tinha ouvido falar no meu cancro e na via dietética, através de minha irmã em Indiana. Tinha também falado com a jovem de Evansville que nos tinha indicado a dieta macrobiótica. Vimos a senhora no dia seguinte ao dia de Acção de Graças e o seu caso parecia desesperado, uma vez que ela tinha cancro nos intestinos e estava verdadeiramente num estado pré-comatoso. 0 seu abdómen tinha inchado inacreditavelmente. Encorajamo-la a ir até Boston e a irmã dela levou-a lá. Há algumas semanas, ela escreveu à minha irmã dizendo que se sentia uma nova mulher. 0 seu abdómen desinchara cerca de cinco polegadas; tinha uma nova robustez e um novo interesse pela vida. Duas semanas depois da sua viagem a Boston, foi a três festas na mesma semana. 0 seu médico examinou-a e ficou admirado dos seus progressos. Devo ter incomodado sem dó nem piedade até os meus melhores amigos, com este longo boletim médico. Por esta razão devo terminar esta minha narrativa.

As maiores felicidades para todos vós. Para o próximo ano, planeamos uma saudação curta mas feliz.

 

92.          CANCRO INTESTINAL

 

Uma vez que eu não via a minha mãe há mais de 18 anos, pode parecer impossível a qualquer pessoa acreditar que ela se curou completamente de um cancro extremo na Hungria, através da macrobiótica, a partir das instruções e alimentos que eu enviei daqui dos Estados Unidos. Nesta altura, ainda não chegaram os documentos médicos, mas as cartas da minha irmã, parecem ser autênticas e 'fidedignas. 0 endereço de minha irmã é:

A minha irmã trabalhou num hospital como técnica de laboratório mais de 20 anos, A minha mãe submeteu-se nesse hospital a uma operação, em 1969, que resultou na remoção de grande parte do seu Intestino. Desde aí, ela precisou de usar um pequeno saco do lado esquerdo para onde evacuava. Esta operação salvou-a durante alguns anos, mas não ficou completamente curada.

No começo de Agosto de 1974, recebi um telegrama da minha irmã dizendo que a nossa mãe estava a morrer com um cancro e que calculavam que ela só vivesse mais algumas semanas. Quando recebi esta notícia, já tinha ouvido falar na cura do cancro extremo do professor Jean Kohler, uma vez que ele deu alguns recitais com o meu cunhado, Dr. François D'Albert, que é violinista. Assisti a muitos dos seus concertos antes do Dr. Kohler adoecer e mesmo já depois da sua recuperação, desde que o meu pai morreu de cancro em 1973, tinha uma ideia na mente, que era tentar salvar a minha mãe por qualquer meio possível. Enviei imediatamente um telegrama à minha irmã pedindo-lhe para a tirar do Sanatório, para onde a tinham levado para morrei, e para a levar para casa, sob a minha responsabilidade. A minha irmã assim fez, porque não havia quaisquer esperança de cura pelos métodos modernos de tratamento.

Os testes no hospital revelavam que tinha um cancro muito espalhado pelos intestinos, mas o problema principal parecia ser no útero, onde era impossível operar e que resultava num sangrar constante. A minha irmã dizia que no sanatório havia muitos pacientes com cancro que recebiam tratamentos à base de drogas, mas que não eram conhecidas quaisquer curas. Mais tarde escreveu: t' Olhando o problema do ponto de vista da ciência médica, penso que uma dieta à base de arroz integral não ajudará em nada".

A minha mãe recebeu a sua primeira encomenda de alimentos a 9 de Setembro de 1974. No dia seguinte começou a fazer o regime no .7 (100% de cereais), conforme tinha instruído minha irmã por carta. Uma semana mais tarde, a minha irmã escreveu-me dizendo que a hemorragia tinha quase parado completamente e que os movimentos intestinais se tinham tornado normais.

Duas semanas mais tarde, a minha irmã volta a escrever dizendo que as dores tinham desaparecido completamente e que a minha mãe podia agora levantar-se da cama sem sangrar, mas havia ainda uma descarga de células cancerosas através da urina. Nesta altura recomendei-lhe que ela tentasse caminhar à volta do prédio, durante uma hora após cada refeição. Ela continuava ainda a fazer a dieta n o .7. Ela manteve esta dieta durante cinco semanas, até eu receber um esboço da dieta especial do Dr.Kohler, que lhe tinha sido 'recomendada por Michio Kushi. Escrevi imediatamente à minha irmã, para ela incluir os alimentos recomendados para o Professor Kohler.

A minha irmã pediu-me então vários livros do Sr. Kushi, que enviei, juntamente com outros de George Ohsawa. No fim de Outubro de 1974, a minha irmã escrevia que a saúde de minha mãe tinha melhorado extraordinariamente, para espanto dos médicos do hospital. Ela afirmava também que vários dos seus amigos, que são médicos, estavam a estudar os livros que eu tinha enviado e a ajudavam também a traduzir os livros de cozinha para ela melhor poder preparar as refeições de minha mãe. A maior e mais agradável das surpresas veto quando a minha mãe caminhou cerca de três milhas até ao hospital, no dia d 2 de Novembro. Foi também uma surpresa para os médicos, que não tinham podido operar a minha mãe, por causa do volume do cancro e que tinham também predito a sua morte dentro de um mês. 0 resultado da sua caminhada até ao hospital foi que, no dia 14 de Novembro, se submeteu a um exame completo. Para desorientação dos médicos, não conseguiram encontrar nem mesmo um pequeno traço do cancro.

Todos na minha família ficamos felizes. A cura, no entanto, ainda não estava completa, uma vez que a minha mãe ainda descarregava células cancerosas pela urina. No princípio de Maio de 1975, a minha irmã Informou-me que a cura de minha mãe estava terminada e que ela estava feliz, trabalhando no quintal, plantando vegetais, feijão de soja e feijão azuki.

Desejo agradecer ao Professor Kohler e ao Sr. Kushi, com os quais nunca falei, pela sua contribuição para a recuperação de minha mãe. A minha irmã mencionou ocasionalmente que após as duas primeiras semanas de dieta, o arroz integral ficava delicioso quando temperado com um pouco de molho de soja (tamari) e que a minha mãe levava entre uma hora a hora e meia a comer cada tijela de arroz, mastigando muito bem, o que constitui uma parte muito importante desta dieta.

Desde a cura de minha mãe, distribuí mais de 100 cópias da carta/panfleto do Professor Kohler, atém de estar a ajudar a minha prima na Hungria a curar um cancro no seio, e ainda a minha tia que tem cancro no sangue, Baseado na minha experiência, acredito que em breve serão capazes de curar o impossível.

 Estou também certo de que o Sr. Kushi seria muito bem vindo na Hungria e que muito sucesso na sua volta Europeia.

Desejo muito boa saúde a todos. Obrigado.

 

93.          CANCRO NA PELE

 

Após ter observado ao longo de várias semanas, quatro pequenos pontos vermelhos na minha pele - três no peito e um nas costas - que não desapareciam, fui a um especialista de pele de renome, um médico com vasta experiência, Ele diagnosticou imediatamente a minha condição como sendo cancro de pele e prescreveu dois tipos de medicamentos: um para ser aplicado nesses pontos duas vezes ao dia, durante 3 semanas, seguido do outro medicamento por outras 3 semanas.

O médico disse que tinha a certeza de que os pontos do peito seriam curados, mas que o ou• tro nas costas não tinha respondido à medicação e iria, por isso, crescer lentamente e que era sem qualquer dúvida cancro de pele, que estava quase certo ser maligno, mas que não podia ter a certeza sem fazer uma biópsia.

0 médico disse-me ainda que havia duas alternativas: uma - remover o cancro cirurgicamente; a outra - submeter-me a sete tratamentos de raios X, um em cada dia. Ele recomendou o raio X como sendo preferível à cirurgia, uma vez que o raio X era mais certo para eliminar completamente todas as células cancerosas.

Discuti isto com a minha mulher e com os meus filhos, que me animaram para ir ver o Sr.Kushi e que não sujeitasse o meu corpo ao raio X que, na opinião de todos, iria fazer mais mal que bem e não resolveria de modo algum a condição que tinha dado origem ao cancro. Por isso, disse ao especialista de pele que queria três meses de “interregno" para experimentar uma cura oriental e que voltaria a ser observado por ele dentro de três meses.

No dia 28 de Abril de 1975 em Boston, o Sr. Kushi examinou-me cuidadosa e meticulosamente, tendo diagnosticado os pontos vermelhos que ainda persistiam como sendo cancro de pele, encontrados outros problemas incipientes e recomendado uma dieta macrobiótica rigorosa durante três meses, com particular ênfase para a mastigação de cada garfada de 50 a 70 vezes. O Sr. Kushi disse que o cancro continuaria a crescer provavelmente durante um ou dois meses, mas que, logo após, iria desaparecer. No dia I de Maio, comecei a dieta estrita e segui-a fielmente durante três meses.

A meio de Julho fui fazer um exame ao especialista de pele, que me disse que o cancro estava a crescer e que eu devia começar com os tratamentos de raio X, o mais tardar em Setembro.

No dia 18 de Agosto tornei a visitar o especialista de pele que, após examinar-me segunda vez, ficou atónito ao ver que o cancro estava curado. Na verdade, ele ficou perplexo e sugeriu que a cura devia ter sido produzida por uma reação retardada do cancro medicação, que eu tinha cessado de aplicar quatro meses e meio antes. Insistiu comigo para lá voltar dentro de três semanas, para verificar se o cancro tinha de facto desaparecido por completo.

A 9 de Setembro fui visitar novamente o especialista de pele, que disse outra vez que o cancro estava completamente curado, mas recomendou que eu fizesse um exame final, dois meses mais tarde para ver se tinha havido qualquer modificação. Fiz isto em Novembro e recebi a resposta de curado, Ainda que seja possível o cancro fosse curado por uma reacção “retardada" à medicação, isso parece-me altamente Improvável. Em primeiro lugar, os pontos cancerosos, estavam maiores em meados de Julho do que em Abril, e a medicação foi suspensa no princípio de Abril. Em segundo lugar, o especialista de pele, na sua avaliação inicial disse que a medicação tinha apenas 50% de probidades de sucesso; e na minha segunda visita, dois meses mais tarde, disse que a medicação não tinha resultado e que era altamente improvável que outras aplicações pudessem dar resultado.

Na minha opinião, a dieta macrobiótica foi a causa única da cura, permitindo que o meu corpo se curasse a ele mesmo, ao provê-lo com a nutrição apropriada e ao afastá-lo dos terríveis alimentos que a maior parte de nós come.

 

94.          CANCRO NO PULMÃO E NO FÍGADO

 

Este relato será escrito numa linguagem não-técnica para que todos o possam compreender e espero que ele encoraje outras pessoas a seguirem a mesma via,

O começo situa-se em 1948 com um cancro no seio esquerdo, Na altura recusei ser submetida a uma operação radical, que me tinha sido recomendada, apenas permitindo que fosse removido o tumor. Esta foi seguida de terapia de raios X até à altura em que tive uma séria queimadura de ralo X, com atrofia parcial do ombro e braço esquerdo,

Em Junho de 1973, senti uma diminuição no fôlego, Atribuí isso a um excesso de cigarros, mas em Setembro estava incapaz de andar mais do que dez metros sem sentir palpitações. Havia uma completa falta de energia, mas não obstante continuei com a minha atividade como médica osteopata. Sabia o que estava mal, mas decidi nada fazer em relação a isso.

Um paciente meu velo um dia ao meu consultório e notou que havia algo de errado. Disse-lhe que tinha a certeza de ter um cancro no pulmão esquerdo, mas que ía fazer com que ele terminasse. Ele sugeriu laetrile, conhecia pouco sobre isso e ele foi a casa buscar literatura relativa ao assunto. Aquilo parecia ser a minha via e fui então a um hospital para obter um diagnóstico positivo.

0 pulmão esquerdo estava completamente fora de uso, devido ao facto do fluido estar a ocupar o espaço (pleura) entre o pulmão e a caixa torácica. Este fluido foi extraído e analisado e era positivo para o caso de cancro. O caso foi considerado não operável e a cirurgia foi eliminada (já tinha progredido multo), Foi sugerida a terapia de raios X mas eu recordei-me da outra queimadura. Saí do hospital e fui para o México, onde recebi a terapia de Laetrile durante três semanas e regressei com uma grande provisão dela. Continuei com as injeções de Laetrile duas vezes por semana, mas nos restantes dias tomava medicação por Via oral.

No entanto, em Maio de 1975, sem obter resultados de terapia de Laetrlle, o cancro tinha invadido o fígado. Isto foi demonstrado por um exame cuidadoso ao fígado. Nesta altura diminuí os meus afazeres profissionais. Eu não tinha robustez física suficiente e ficava exausta apenas com um pequeno esforço.

Um estudante do colégio de Medicina Osteopática de Filadélfia falou-me no Sr. Kushi. Encontrei-me com ele no dia I de Julho de 1975. A palavra macrobiótica era-me familiar, mas o gergelim, o miso, o tamari e o tahin eram-me estranhos e fique: bastante confusa. 0 Sr. Kushi começou com um "não-não" sucessivo e, por isso, chamei mentalmente a "dieta não-não do Sr. Kushi". A minha dieta anterior consistia em frutas leite, carne, manteiga, cremes, café e também num sortido enorme de bolos, pudins, etc., que os pacientes traziam para o consultório. (eles talvez tenham sido tentados subconscientemente a pôr-me assim.)

Depois dos não' sucessivos do Sr. Kushi sobre muitos dos alimentos, parece não haver muitos mais alimentos ' 'sim-sim", mas a autoconservação sobrepôs-se e aderi completamente às suas recomendações durante seis meses. 0 Sr. Kushi também tinha dito "não" à Laetrile. Em Dezembro de 1975 fui novamente vista ao raio X e, nessa altura, o fígado tinha também um possível cancro. 0 pulmão estava obscuro como sempre tinha estado desde o princípio e o radiologista não conseguia ver através da pleura assim nublada, Continuando ainda com a dieta, fiz em Mato de 1976 um exame ao fígado, mas desta vez ele estava aparentemente normal, O pulmão anda estava nublado. Quando vi o Sr. Kushi em Junho de 1976, ele disse que não havia mais cancro no pulmão, mesmo que isso não pudesse ser demonstrado pelo ralo X. Assim deve ser porque tenho agora bastante energia. Não há ainda um completo funcionamento do pulmão esquerdo, devido a estar a cicatrizar, mas também não conto ir às Olimpíadas este ano.

Estou multo grata pela ajuda do Sr. Kushi, embora eu tenha tido algumas dificuldades em adaptar-me a estas novas comidas. Descobri que o ler uma revista enquanto mastigo o alimento ajuda um pouco, Espero que este artigo vá ajudar outras pessoas.

Acho que a macrobiótica não é tão fácil como engolir uma pastilha, mas é por certo muito mais eficaz. Cumprimentos a todos.

 

95.          DOENÇA DE HODGKIN - ESTÁGIO III B

 

Janeiro de 1973: desenvolve-se um inchaço no nódulo linfático do lado direito da garganta.

Abril de 1973: uma biópsia prova a glândula maligna. Diagnóstico de Doença de Hodgking, Estágio II B no "Memorial Hospital" em Nova Iorque.

Junho de 1973: fui tratada com terapia de radiações até fins de Agosto de 73, no "Memorial Hospital". A terapia era aplicada diretamente na área da garganta abaixo do queixo e na área abaixo do umbigo, incluindo o baço, mas sem abranger os ovários. 0 tratamento ficou completo em Agosto de 1973 e os ditos tumores foram dissipados.

Foram feitos exames confirmativos, de três em três meses, no "Memorial Hospital". Estes exames incluíam um exame físico, um teste sanguíneo, CBC e taxa de sedimentação. Durante os primeiros três meses do segundo ano, Março de 1975, notei um endurecimento na região intestinal, do lado esquerdo do umbigo. Não fiz caso disso por uns tempos, mas por fim fui fazer um exame de verificação e fui novamente testada sobre a Doença de Hodgking. Os resultados foram positivos e mostravam os ditos tumores e ainda outro, situado na última costela do lado esquerdo.

Em Maio de 1975, eu e os meus pais aconselhamo-nos com os médicos sobre qual sena a forma de tratamento. Devido à quantidade de radiações a que tinha estado exposta no verão anterior, ficou estabelecido que eu devia ser tratada com quimioterapia. O programa de drogas prescrito consistia em MOPP (mustargen, procarbazne, prednisone) e ABDV (adriamyeln, bleomycln, Imidazole carboxamide, wnblastine) numa cadência mensal alternada e com terapia de radiações todos os cinco meses para dissipar os nódulos inflamados.

A duração do tratamento estava programada para ser de Vinte e quatro a tanta e seis meses. O tratamento era para começar em Setembro de 1975. O programa  MOPP-ABDV era uma experiência nova. A teoria, tal como eu a compreendi, era que desse modo o corpo não ficava imune a qualquer dos tratamentos, uma vez que seria ativado por uma mudança alternada todos os meses.

Foi tirada a taxa de sedimentação e fizeram-me um teste sanguíneo no princípio do tratamento. A taxa de sedimentação era de 72. Submeti-me ao tratamento MOPP durante o mês de Setembro de 1975. Não podia ser estabelecido se, ao fim dos dois anos de tratamento, me veria livre da doença ou quanto tempo levaria para a doença voltar novamente.

Vários amigos nossos tinham sido macrobióticos quase durante um ano. Quando ouviram falar da minha saúde, escreveram-me imediatamente dizendo para ir ver o Sr. Kushi e a seguir uma dieta macrobiótica, Esses nossos amigos diziam que eu podia ser curada da Doença de Hodgking para sempre se eu aplicasse o princípio do equilíbrio à minha dieta.

Marcamos um encontro e fomos ver o Sr. Kushi no fim de Setembro de 1975. Ele aconselhou-me a comer 50% de cereais integrais, 20% de vegetais da estação cozidos, 100 de sopa de miso, 10% de feijões e 10% de algas. Aconselhou-me também a aplicar compressas de gengibre no meu baço e na região do tumor. O Sr.Kushi calculou que eu ficaria curada dentro de quatro a seis meses.

Dei esta informação a meus pais, à família e aos médicos. Comecei imediatamente a cozinhar e a comer macrobioticamente. No fim de Setembro, a seguir ao meu tratamento com MOPP, a minha taxa de sedimentação era de 42; em Novembro, após dois meses de alimentação macrobiótica, ela tinha baixado para um normal 14. Sentia-me novamente viva, estava activa todos os dias, a minha resistência física aumentou e o meu cabelo parou de cair. Vi o meu médico em Janeiro ler os seus relatórios que mostraram que a irregularidade tinha feito progressos no sentido de diminuir e que o tumor, no lado esquerdo do intestino, estava distendido.

O mundo dos hospitais e dos médicos é uma terra estranha para um leigo. Os termos e as técnicas são tão complicados, que uma pessoa não sabe realmente o que está a ser feito. Durante as minhas primeiras experiências sempre perguntei o que podia fazer - tinha a doença, o que podia então fazer para me ver livre dela o que podia ou não comer. No entanto, continuei a ser tratada e as minhas perguntas ficaram sem resposta.

A minha doença do sistema linfático, Doença de Hodgking, III B, foi-me explicada pelo Sr. Kushi usando apenas princípios simples, Quando comia uma dieta normal Americana sempre fui uma pobre comedora. A carne não era tudo o que me atraía. Eu devorava doces, gelados, frutas, líquidos e grandes tartes, que foram os meus favoritos durante o tempo em que estive no colégio. A maior parte da minha dieta era formada por alimentos que não estavam equilibrados. Comia algumas vezes bem, mas no conjunto, sempre aproveitei o estar à mesa para comer uma grande sobremesa extra. Os alimentos a partir dos quais eu fui formada, foram alimentos que causavam expansão, tal como a expansão do meu intestino, o meu tumor maligno e os tumores de há ano e meio atrás.

A medicina podia abolir os tumores à mão, mas não podia encontrar a causa do problema - a minha dieta diária. Tenho a certeza que se me tivesse submetido à quimioterapia durante os dois anos e não mudasse a dieta, num futuro próximo a seguir ao tratamento de drogas, dentro de talvez um ano, a doença voltaria e teria talvez resultado na extração do meu baço. Com infinito apreço à maneira de comer macrobiótica, isto não é mais possível em mim. A macrobiótica acabou com a causa da doença - a má qualidade da minha alimentação.

Não tive mais a Doença de Hodgking ou qualquer dos inchaços e pesadelos a ela associados. Isso partiu do meu sistema. Não consumo, em primeiro lugar, nenhum dos alimentos que causavam a minha doença. Continuo a comer macrobioticamente todos os dias, cheia de gratidão. Tenho ainda remanescentes do meu tumor fibroso na região intestinal, na altura em que escrevo isto, mas com uma diminuição de óleos e de algumas proteínas, juntamente com aplicação de compressas de gengibre diariamente isto desaparecerá lá para Setembro.

A cura macrobiótica da Doença de Hodgking é simples. Não envolve sofrimento para a pessoa, não são necessários períodos de repouso - não há perigo em lesar qualquer função ou orgão do corpo. A pessoa precisa apenas de escolher o seu alimento judiciosamente, mastigar muito bem, ser activa e gozar um novo começo numa vida livre de doenças.

Estou infinitamente grata à macrobiótica, a todos os meus professores e à Ordem do Universo, que estou a começar a aprender.

Estou inteiramente ao dispor de todos aqueles que estejam afectados por esta doença e que decidam que gostariam de se encontrarem e falar comigo. Obrigado.

 

96.          CANCRO NA LINFA

 

 

Pergunta: Qual era a sua condição quando decidiu ir ver o Sr. Kushi?

Moe Ackman: Tinha-me sido diagnosticado cancro nas glândulas linfáticas.

P.: Quais eram os seus sintomas?

M.A.: Não tinha sintomas a não ser um diagnóstico feito através de uma biópsia. A primeira entrevista que tive com o Sr. Kushi foi pelo telefone e ele sugeriu uma dieta de 50% de cereais integrais, 20% de vegetais cozinhados, 10% de sopas, de vegetais crus e 10% de outras coisas, dieta essa que comecei em Dezembro de 1974, precisamente antes de começar com quimioterapia.

P.: Quais foram os comentários do Sr. Kushi sobre a sua doença?

M.A.: Visitei-o em Janeiro, onde me disse que o cancro tinha provavelmente origem no estômago e delineou a mesma dieta que tinha aconselhado pelo telefone em Dezembro. P.: Como descreveu ele a sua condição?

M.A.: Descreveu-a como sendo muito yin e aconselhou-me a parar com a quimioterapia, P.: Isso foi quantos meses depois da quimioterapia?

M.A.: Após apenas o primeiro tratamento.

P.: No entanto, o Sr. Kushi concordou em que continuasse com a quimioterapia?

M.A.: Sugeriu que no máximo continuasse apenas mais dois ou três meses.

P.: Descreva tanto quanto puder como se sentiu após ter começado a dieta macrobiótica.

M.A.: Experimentei algumas mudanças básicas; fiquei, por exemplo, menos cansado, a minha compleição mudou e perdi algum peso, Eu pesava normalmente cerca de 69 Kg. e desci para cerca de 58 Kg. após ter começado a dieta.

P.: Diz que a sua compleição mudou?

M.A.: Sim. Os meus olhos também, particularmente a sua limpidez. A condição de olhos injetados de sangue diminuiu claramente após ter começado a macrobiótica.

P.: Os seus médicos aprovaram o conselho de seguir esta dieta?

M.A.: O meu médico ficou bastante cauteloso e avisou-me para ter cuidado. Não tinha pessoalmente a certeza sobre quais os efeitos que a dieta tem tido; contudo, sei que entre a maior parte das pessoas que receberam uma forma de quimioterapia semelhante à minha, eu tinha os menores efeitos secundários. Também visitei um médico em Nova lorque, que, embora não tenha aprovado a dieta, me disse que enquanto eu continuasse a comer (leste modo nunca sofreria qualquer ataque apoplético ou cardíaco e disse também que a minha pressão sanguínea tinha baixado de 150-115 para 120-75. Isto foi cerca de cinco meses após ter começado a dieta. Também sabia que a minha medula espinal estava infectada com cancro, em graus variando entre 10 a 50% e em Junho de 1975, cinco meses após ter começado com a quimioterapia e com a dieta, ela estava limpa, Compreendo que isto é muito invulgar e normalmente leva um período de tempo substancialmente mais longo.

P.: Diria então que a dieta teve efeitos benéficos em conjugação com a quimioterapia?

M.A.: Não teve com certeza um efeito nocivo. Também sei que o meu cabelo começou a crescer novamente, pois tinha caído em resultado da quimioterapia. Em Junho de 1975 parei de tomar doses fortes de quimioterapia e voltei a outras drogas. 0 meu cabelo começou a crescer novamente em Julho e Agosto e em Setembro o meu cabelo estava mais denso do que tinha sido até então e também ondulado. Eu não tinha o cabelo ondulado há mais de trinta anos. Adicionalmente a cor também ficou mais escura do que até então. 0 meu cabelo presentemente está mais forte e ainda ondulado.

P.: Parece-lhe que a dieta macrobiótica teve algum efeito benéfico na sua condição?

M.A.: No mínimo, o meu médico disse que o meu sangue está melhor do que o da maior parte das pessoas na minha condição e devem compreender o quanto a quimioterapia afecta determinantemente o sangue.

P.: Ele manteve a qualidade a despeito da quimioterapia?

M.A.: Pelo menos teve a mesma qualidade se não a melhorou porventura.

P.: Há mais alguma coisa que queira dizer em relação às suas descobertas?

M.A.: Recomendei recentemente a dieta a um amigo meu que sofre duma doença idêntica à minha e o seu colesterol desceu de 230 para 180, após cerca de cinco semanas e o seu médico aconselhou-o a continuar com a dieta. Ele fez um teste à medula espinal, para determinar o que aconteceu à sua medula e estamos ainda à espera dos resultados. Ele esteve sob uma forte quimioterapia cerca de onze meses antes de começar a dieta macrobiótica.

P.: Nesse caso talvez haja uma oportunidade para determinar se a dieta com a quimioterapia é mais benéfica do que a quimioterapia sozinha?

M.A.: Será um caso melhor para verificar isso do que o meu.

P.: Que tipo de tratamento está agora a seguir?

M.A.: A minha quimioterapia foi reduzida substancialmente depois de ter começado a macrobiótica. Estou agora sob aquilo a que chamam manutenção e ainda não decidi se devia parar com isso completamente ou não. No entanto, nos últimos cinco dias eu Interrompi-a não tomando qualquer droga.

P.: Sente alguns efeitos que possa atribuir a isso?

M.A. : Senti algumas dores nos últimos seis dias, que podiam ser devidas a uma hérnia ou à falta das drogas,

P.: Com respeito à sua hérnia que é separada do seu cancro e que melhorou, tem tomado qualquer outro tratamento?

M.A. : Comecei recentemente a usar compressas de gengibre e emplastros de albi, que irei experimentar durante um mês e ver como afecta a condição da hérnia, antes de me decidir a fazer uma operação. Decidi firmemente adiar a operação por uns tempos.

P.: Em conjugação com aquilo que o Sr. Kushi lhe disse em relação à hérnia, o conselho normal era reduzir o yin, de modo a melhorar a sua condição geral. Isto ajudaria tanto a hérnia , que é uma condição yin, como a condição geral devido à interrupção das drogas. M.A.: Isso está correto.

P.: Muito obrigado pela sua informação. Encontrar-nos-emos para detalhes adicionais depois de ter continuado a dieta por mais uns tempos, a parou os tratamentos que descreveu. M.A.: Obrigado.

 

97.          LINFOMA LINFÓCITO E CANCRO NO COLON

 

0 meu nome é Ida Ranslem e tenho agora 55 anos. Há cinco anos, em Dezembro de 1972, fiquei subitamente doente, depois de ter aquilo que pensava ser uma saúde perfeita. Fui para um hospital onde, depois de uma semana de testes, fui operada sem saber o que estava mal. Tinha um tumor no tórax. Quando me operaram, não o puderam tirar e era um tumor maligno. FOI sugerido que eu me submetesse a um tratamento de raios X, na esperança que isso fosse limpar o tumor. Deixei o hospital na véspera de Natal e ficou combinado voltar lá três semanas depois para Iniciar o tratamento de raios X, No dia em que estava combinado começar o tratamento desmaiei fui levada para o hospital. Depois de outra semana de testes, encontraram um tumor no cólon. Isto foi em Janeiro de 1972. Foi feita outra operação, durante a qual me tiraram cerca de 30 cm do cólon e o tumor e depois puseram-me sob quimioterapia. Estive muito doente cerca de um ano e comecei depois a sentir-me melhor, mas tomava quimioterapia diariamente, uma droga com mais três outras, até Junho de 1974.

Nessa altura voltei para o hospital e entre 18 de Junho e 18 de Julho fizeram-me três operações.

Durante cerca de dez dias, eles pensaram que eu não iria continuar a viver. Disseram ao meu marido: "Não espere nada". Penso que tive todos os medicamentos, todos os antibióticos, tudo o que era possível e nada parecia ajudar. Tive uma pneumonia e não sei que mais, pois não me lembro muito bem. Estive no hospital durante sete semanas, incluindo cinco de cuidados intensivos. Fui para casa no dia 1 de Agosto e disseram ao meu marido, que eu só recuperaria passado pelo menos um ano. Eu estava a progredir bem, tomando continuamente quimioterapia, até Junho deste ano. Foi quando encontrei Cheryl Hilliard, que- me falou na macrobiótica.

No dia 13 de Junho, exatamente dois anos depois de ter ido para o hospital, comecei a macrobiótica. Não tinha medicação de qualquer espécie. Estive: sob toda a espécie de antibióticos até essa altura, mas desde Junho deste ano, não tomei absolutamente mais nada. Vi o Sr. Kushi a 25 de Junho deste ano. Quando fui ver o meu médico no princípio desse mês, disse-lhe que não tomaria mais medicamentos de espécie nenhuma, porque não podia comer. Perdera cerca de 9 Kgs durante o último ano, devido a todas aquelas bombas que tinha tomado. Disse-lhe ainda que me recusava em absoluto a tomar qualquer outra medicação e ele disse: " ótimo, iremos tentar uns meses sem isso".

No dia 23 de Julho ele estava absolutamente entusiasmado porque, pela primeira vez desde há quatro anos e meio, o meu sangue estava normal. Quando o fui ver no dia 13 de Agosto, o meu sangue estava normal e ele disse que o meu fígado estava a voltar à normalidade, tudo isto por causa da minha maneira de comer desde Junho.

Desde aí, tenho assistido a vários seminários de macrobiótica que tenho recomendado a muitas pessoas para assistirem. As minhas contas hospitalares eram, a maior parte das vezes , mais elevadas que todos estes seminários. Muito obrigado.

 

98.          DISPLASIA CERVICAL

 

O que se segue é um estudo cronológico daquilo que acreditamos ser um alívio, através da macrobi6tica, de uma condição pré-cancerosa cervical,

Setembro 3 - Começa o período menstrual.

25 - Como continuasse o fluxo sanguíneo, fui para a "Whitney Young Health Clinic," onde fui aconselhada a tomar hormonas. Uma vez que eu ainda estava a amamentar decidi renunciar ao tratamento de hormonas.

29  Com o fluxo de sangue subsistindo, fui ao "Albäny Medical Center", onde me fizeram análise à urina e um Esfregaço PAP- Pesquisa de células cancerosas (N. Editor). Recebi também medicação para uma infeção nas vias urinárias.

Outubro 6 - Com o fluxo de sangue ainda subsistindo, marquei uma consulta com o meu médico para o dia 13.

13 - Ainda com algumas descargas vaginais e devido aos resultados do esfregaço PAP, fui aconselhada a marcar uma consulta com um especialista do cancro. Este diagnóstico não tinha relação com o fluxo de sangue e a infeção nas vias urinárias. Foi tirada também outra amostra de urina,

21 - O meu marido telefonou para o Sr. Stephen Uprichard da "East West Foundation" que nos aconselhou a visitar Boston e a Investigar a via macrobiótica,

24 - Eu e o meu marido encontramo-nos com o Sr. Uprichard em Boston, onde ele nos recomendou uma dieta macrobiótica normal, incluindo alimentos como: cereais integrais, vegetais cozinhados, sopa de miso, feijões, algas e outros suplementos. Também recomendou que evitássemos a carne, as gorduras animais, os lacticínios, o açúcar, as farinhas refinadas e outros alimentos.

27 - Desenvolvi uma descarga na área vaginal, que ficou mole e vermelha e sentia uma sensação ardente durante a urinação. Isto foi a minha última anotação no meu calendário relativa à descarga e ao fluxo de sangue vaginal.

Novembro 10  - Visitei o especialista de cancro para fazer uma bi6psia e uma laparoscopia para determinar se eu tinha uma formação cancerosa na região cervical.

20 - Os resultados destes testes mostravam o desenvolvimento de uma displasia que foi descrita como sendo uma condição pré-cancerosa.

24 - No encontro com o especialista de cancro foram-me apresentadas várias alternativas. A primeira era submeter-me a crio-cirurgia, que é um congelamento local das células cancerosas. Este tipo de terapia requer uma assistência cuidadosa posterior, com uma descarga prevista de sangue de 4 a 6 semanas após o tratamento, A maior desvantagem é haver a possibilidade de voltar a aparecer uma formação cancerosa.

A segunda possibilidade era submeter-me à conização da nuca, a qual foi sugerida como sendo a maneira mais certa para limpar o problema. Isto é um processo cirúrgico que requer hospitalização, havendo a possibilidade de daí resultar a esterilidade.

A terceira alternativa era nada fazer e continuar com a prática macrobiótica fazendo um esfregaço PAP de três em três meses. Embora ainda inquieta, senti que esta era a minha melhor escolha.

Dezembro 12 - Fui a Boston ver o Sr. Kushi, que confirmou a opinião do Ar. Upnchard e Indicou que o meu

uso de marijuana interferia no funcionamento do fígado, impedindo o meu corpo de produzir células vermelhas saudáveis. Ele disse que as células vermelhas saudáveis iriam ' 'lavar" o cancro do meu corpo,

20 - Mudei-me para uma casa de estudantes macrobióticos na área de Boston e segui as Indicações do Sr. Kushi.

28 - Recomecei a ter períodos menstruais normais que duravam 5-6 dias.

Fevereiro 26 - Visitei o meu médico para outro esfregaço PAP e dez dias depois telefonei para saber os resultados. O esgregaço PAP era de classe I - negativo. Nessa altura eu pesava menos 16 Kgs e sentia-me normalmente com muita energia.

Setembro 14 - Tive sempre ciclos menstruais regulares desde Dezembro último. Estou agora grávida de dois meses e meio, olhando o futuro de modo a ter um bebé saudável e feliz. É certamente compensador sentir que tenho algum controle sobre o meu corpo e suas mudanças. Estou muito contente por seguir a macrobiótica. Obrigado.

 

99.          CANCRO UTERINO

 

Em dezembro de 1970 estava grávida de cinco meses, fiz um esfregaço PAP como parte do meu exame pré-natal. Indicou cancro uterino. Foi feito outro esfregaço PAP que mostrou os mesmos resultados. O médico achou que este cancro se iria espalhar rapidamente e que eu tinha apenas seis meses de vida. Sugeriu} uma bi6psta do cone imediata, um processo cirúrgico que pode causar o aborto do bebé. Recusei-me a fazer a biópsia. Quatro dias depois, tinha-me mudado de Minneapolis para uma casa de estudo macrobiótica em Boston. Em três semanas iniciei os cuidados pré-natais com outro médico. Foi nessa altura feito outro esfregaço PAP que já não acusou cancro,

Não tive qualquer dificuldade quer em prosseguir com a gravidez quer durante o parto. Nasceu uma criança normal. Temos gozado ambos de boa saúde desde então, faz agora cinco anos.

Desde o começo da gravidez até à altura do meu primeiro esfregaço PAP eu comia açúcar, ali, mentos tratados e enlatados, lacticínios e carne três vezes por semana, adicionados a uma dieta de cereais e vegetais. Deixei-me também ficar inativa e frouxa a mastigar os alimentos. Logo que recebi o diagnóstico de cancro, tornei-me muito ativa, pensando, fazendo projetos fazendo malas e viajando. Na casa de estudo reduzi a minha dieta para cereais integrais, feijões (Incluindo produtos fermentados de feijão de soja), uma extensa variedade de vegetais cozinhados, algas, nozes e sementes, com peixe e uma sobremesa de fruta cozinhada sem doçuras uma vez por semana. Todos os outros alimentos que mencionei mais acima, eliminei-os por completo da minha dieta,

Sinto que a boa qualidade dos alimentos que comi e a atividade que empreguei, conduziram à mudança de condição do meu útero em tão pequeno espaço de tempo. Obrigado.

 

100.      MANEIRA CONCRETA DE TROCA DE CORAÇÃO

 

Georges Ohsawa escreveu um livro cujo título é "Maneira concreta de troca de coração ". nessa obra, George Ohsawa descreve o caso do Dr. Shin Ishiro Akizuki que quando tinha aproximadamente 13 ou 14 anos de idade estava com uma dilatação cardíaca severíssima ao ponto de não poder continuar os estudos de ginásio. Nesta ocasião o seu pai procurou George Ohsawa que deu sugestões de como renovar o coração concretamente.

Como na época estavam em moda os raios x, pois eram uma novidade, foram tiradas chapas logo que foi diagnosticada a doença. Mostrando o coração extremamente dilatado. Depois de 2 ou 3 anos após a mudança de hábitos, foi tirada outra chapa, revelando um coração completamente renovado.

Posteriormente recuperado, Akizuki estudou na Faculdade de Medicina de Nagasaki, onde se formou em medicina. Desenvolvendo e aplicando o estilo de vida tradicional e a medicina oriental. Depois quando explodiu a diabólica bomba atómica lançada pelos norte americanos sobre Nagasaki o Dr Akizuki era director do Hospital São Francisco, localizado logo atrás do Hospital das Clínicas de Nagasaki. Há algum tempo ele já praticava a alimentação tradicional que era também a alimentação de todos os médicos e doentes internados neste hospital. Num total de três mil pessoas. Logo após a explosão da bomba atónica infernal o Dr. Ak izuki mandou servir missoshiru e verduras a todas as pessoas. Assim, criteriosamente, não deixou nenhuma pessoa morrrer. Mas no Hospital vizinho das Clínicas, as pessoas morriam uma atrás da outra. O Dr. Akizuki foi premiado pelo seu trabalho.

Tomio Kikuchi

 

101.      A MINHA CURA - A MARAVILHA MAIS INTERESSANTE DA MINHA VIDA

 

Maurice Chalmont

A maravilha mais interessante da minha vida

 

Eis algumas passagens da minha vida actual na terra. Casei-me aos 24 anos, quando regressei da Alemanha, para onde tinha sido deportado para trabalhar (pesava 37 kg quando regressei). Aos 34 anos, fiquei viúvo. Num dia de Outono, a minha mulher queixou-se de dores na parte inferior do abdómen. O médico diagnosticou uma obstrução intestinal e foram recomendados: medicamentos, laxantes, etc. As dores persistiram, até que foi observada no hospital. Depois de operada, e novamente analisada, foi detectada a presença de células cancerosas. Este processo durou três meses. Acompanhei a minha mulher durante três meses: sumo de laranja, vitamina B12, injecções, fruta, carne, medicamentos, e ainda uma bomba de cobalto; após algum tempo, surgiu a falta de apetite, e depois disso, degeneração gradual até ao fim. Fiquei muito afectado, e logo de seguida, muito deprimido. Esta foi a gota de água, e resultou numa depressão que durou quase 5 anos. Na altura, o Sr. Bruton era proprietário de dois hotéis, o Golf e outro, bem como de um casino. O casino dava grandes lucros e o restaurante era mais do que extraordinário: podia-se comer o que se quisesse, havia todos os produtos do mundo e eu era sempre bem tratado. Comia as minhas refeições à mesa dos artistas. Conheci Michel Simon, Marie Laforêt, Paul Guers, Dalida e muitos outros.

 

O meu médico era o Dr. Abeille, e todas as manhãs tinha direito a um duche, o que era muito agradável. Estive lá durante 12 anos, com medicamentos que adormeciam o meu cérebro, mas não fiquei curado. Além disso, procurei a memória da minha mulher na comida que ela preparava, ela era um Cordon Bleu, como se diz em França, e um dia, depois de tomar um duche, vi ao espelho que o meu corpo, da cabeça aos pés, estava coberto de manchas vermelhas, ao qual não prestei muita atenção.

 

Quando voltei a olhar ao fim da tarde, tinham desaparecido. Mas não por muito tempo: o duche seguinte trouxe de volta os mesmos sintomas. As manchas desapareciam durante algum tempo, mas voltavam depois do duche. Fiquei neste estado durante bastante tempo. Quando dei por mim, a minha língua estava a ficar toda preta, passando por diferentes cores. Consultei então um médico especialista, na altura estava em Nantes, e este não me disse muito. Ele consultou um livro em que havia línguas de cores diferentes e deu-me o tratamento do gelo seco, que é muito frio, para a língua, e de facto a minha língua ficou cor-de-rosa. Mas durou pouco tempo e, de manhã, fiquei com sintomas de escurecimento, apodrecimento, decomposição e mau cheiro.

 

Assim, fiquei neste estado durante algum tempo. Nessa altura, vivia em Pigalle, onde tinha um pequeno quarto no 6º andar, debaixo de um telhado. Um dia roubaram-me o carro. Recuperei-o alguns dias depois, mas estava num estado lastimável, e tive de o levar à oficina para o reparar. Ao sair da oficina da Rue Maubeuge, era hora de almoço e não conhecia a zona, passei por um senhor que estava à porta da sua loja na Rue Lamartine. Perguntei-lhe se conhecia algum restaurante onde pudéssemos comer bem e barato. Ele olhou para mim e disse-me algo que me espantou: “Devias ter cuidado com o que comes. O que é que comes?”, respondi: “O que me apetece”. Ele disse: “Isso é muito bom, mas agora tens de ter cuidado com as tuas escolhas, porque estás com uma má condição”. Perguntei como é que ele tinha visto isso à primeira vista. Respondeu-me: "Vai à Rua Montmartre, diz que vais da minha parte, e come e fala com o Sr. Champon sobre os teus problemas”. E assim fiz. Cheguei ao restaurante e fiquei surpreendido ao ver que os clientes sentados que não falavam comigo ou que falavam muito pouco comigo, o que é bastante surpreendente num restaurante, pareceu-me muito triste, mas já que lá estava, sentei-me numa mesa e a conversa começou com o Sr. Champon que, devo sublinhar, era muito agradável e competente, muito Yang, mas com bons conselhos, embora sempre surpreendido com o que eu estava a aprender pela primeira vez.

 

Assim, voltei para almoçar e jantar e, ao fim de uma semana, estava mais calmo e a dormir bastante bem.

 

Algum tempo depois, o Sensei Ohsawa esteve em Paris para dar algumas palestras. A Sra. Rivière marcou uma consulta para mim. Na consulta, o exame foi rápido e sem grandes problemas. Dirijo-me à loja da Rue Lamartine e, pela primeira vez, encontro-me frente a frente com o Sensei Ohsawa. Ainda vejo o seu olhar preciso e inteligente, ouço aquelas perguntas agradáveis e breves: “qual a tua profissão”, “põe a língua de fora”, e por aí fora. “Ah, ah, ah, ah” e, muito gentilmente, disse-me: “Creme de arroz de manhã, arroz integral ao almoço e ao jantar, e se ainda tiveres fome, uma pequena chávena de chá de 3 anos depois de cada refeição, mas sobretudo, mastiga o mais que puderes, 200 vezes cada bocado. Faz isto durante 12 dias, e se não melhorares ao fim desses 12 dias, podes escrever-me para Tóquio”. Eu estava cada vez mais espantado, muito impressionado, mas o seu rosto, a sua simplicidade, tinha conquistado a minha alma, e separámo-nos muito simplesmente com um belo sorriso. Comecei a seguir as suas instruções, que eram muito simples, sem pensar em nada, apenas mastigando. Fiquei logo convencido: ao fim do sétimo dia, a minha língua tinha voltado ao normal e eu tinha regressado ao Paraíso, a minha alegria estava no auge. No dia seguinte, o Sensei Ohsawa deu uma conferência em casa do Sr. Maltèse, em Ste Geneviève des Bois, à noite, a partir das 19 horas. Fui o primeiro a chegar e esperei, na esperança de poder agradecer ao Sensei Ohsawa e exprimir a minha gratidão. Ele chega acompanhado pela Sra. Lima. Estávamos só nós os três – ainda não estava lá mais ninguém. Assim que me viu, cumprimentou-me. Não tive tempo de falar antes dele, e disse-me: “Agora estás curado, prolongaste a tua vida em 10 anos. Vai estudar o Princípio Único”. Separámo-nos porque toda a gente estava a chegar. As aulas do Sensei Ohsawa trouxeram-nos sempre muito amor e desenvolveram o nosso fraco discernimento, e nunca saímos sem ter aprendido algo que nos fortalecesse e nos enchesse de amor.

 

Fico por aqui e digo arigato, arigato pela vida aqui e no infinito ao Sensei, agradecendo também a todos os nossos amigos que nos dão a alegria de poder praticar macrobiótica segundo os ensinamentos do Sensei Ohsawa, material, intelectual e espiritualmente.

 

A todos os nossos amigos do mundo arigato.

PS. O senhor que estava na Rue Lamartine, à porta da loja de macrobiótica, era Monsieur Brugnoli, a quem agradeço eternamente.

 

102.      PICADAS DE ABELHAS E INSECTOS

 

Se uma abelha ou um inseto for atraído para a sua orelha, é provável que você cheire doce, como mel. Isso acontece quando você come frutas ou açúcar em excesso e o seu corpo fica com cheiro doce. Você pode acabar por desenvolver diabetes. Se você parar de comer açúcar, frutas ou mel completamente, os insetos não virão até você. O seu sangue não tem mais cheiro doce, portanto você não atrai insetos. Uma vez no nosso acampamento anual de Verão em French Meadows, vespas atacaram duas crianças porque elas cheiravam mais doce do que as outras crianças acampadas. Eu Curei as picadas aplicando folhas de chá de 3 anos mastigadas nos locais das picadas. As crianças pararam de chorar rapidamente. O chá de 3 anos a e a saliva alcalinizaram o veneno ácido das picadas. Se você não tiver chá de 3 anos, use folhas verdes escuras, esfregue com saliva e aplique. O ácido será neutralizado.

 

Hermana Aiahara

 

103.      INFECÇÃO NA BEXIGA

 

No inverno de 1960, eu tive uma infeção na bexiga. Eu estava  a pisar tapete na banheira para lavá-lo. Os meus pés estavam molhados e eu andei descalça nos pisos de madeira. Os meus quadris ficaram frios e a minha bexiga se contraiu, resultando em micção frequente e dolorosa. No dia seguinte, George Ohsawa, que estava nos visitando naquela época, teorizou que, mesmo que minha bexiga estivesse contraída, havia uma causa yin para minha infecção na bexiga porque eu estava fisicamente e mentalmente fraca desde uma cirurgia no coração em 1958. Para a infecção yin na bexiga, Ohsawa me aconselhou a eliminar todos os alimentos yin, como mel, açúcar e frutas; eliminar certos alimentos yang, especialmente queijo; e seguir uma abordagem dietética macrobiótica com bastante bardana nitsuke de cenoura e nitsuke de hijiki. Ele também sugeriu que eu fizesse um banho de assento com nabo todos os dias por cerca de dez dias. Segui esse conselho, e a minha condição melhorou rapidamente; eu estava completamente curada em menos de um mês.

Em novembro de 1970, depois de me mudar para a Califórnia, eu estava tentando fazer picles de nabo para o inverno. Eu me sentei do lado de fora num colchão de palha. Os meus quadris novamente ficaram frios, mesmo que eu estivesse usando calças de lã. Eu tentei um banho de assento com nabo, que aliviou a dor, mas a infecção continuou retornando pelos dois anos seguintes. Então o Sr. Muramoto, o renomado herbalista e autor de "Healing Ourselves" e "Natural Immunity", veio e me disse que minha infecção na bexiga era do tipo yang resultante de consumo excessivo de sal. A causa e o tipo de infecção eram diferentes da minha experiência anterior, mesmo que minha bexiga estivesse novamente contraída, resultando em micção dolorosa. O Sr. Muramoto sugeriu caminhadas descalço na grama molhada por vinte minutos todas as manhãs, durante dez dias ou até eu melhorar. Depois, um quiroprático me aconselhou a lavar minha vagina com água fria após tomar um banho quente. Desde então, tenho lavado minha vagina assim como meus pés com água fria após o meu banho quente. Isso melhora a circulação e ajuda a livrar a área da infeção. Se você não sabe qual é a causa do seu problema na bexiga, experimente comer uma ameixa salgada e, se sentir dor na bexiga, isso é um sinal de uma infeção na bexiga do tipo yang.

Cornélia Aiahara

 

104.      INCAPACIDADE DE PRODUZIR LEITE

 

Uma vez, eu (Cornélia Aihara) tive esse problema no seio esquerdo; o mamilo estava fechado. Lembrei-me de que havia comido salmão salgado (Yang), e isso, juntamente com o consumo de outros alimentos gordurosos, provavelmente foi a razão pela qual o mamilo ficou obstruído. O salmão salgado causou a estimulação do sistema nervoso parassimpático, que por sua vez fez com que os músculos do mamilo se contraíssem e o fluxo de leite parasse. Depois de usar uma compressa de gengibre, o leite começou a fluir novamente porque o gengibre (vegetal Yin) estimulou o sistema nervoso simpático, fazendo com que os músculos do mamilo relaxassem.

A minha amiga também teve um mamilo obstruído depois de comer muita “Tempura (Legumes fritos)”. Nesse caso, a causa subjacente era o consumo excessivo de gordura. No entanto, a tempura é bastante Yang porque, durante o cozimento, os vegetais absorvem muito calor (yang).

Comer muita tempura estimulou o sistema nervoso parassimpático, assim como no meu caso. Depois que a minha amiga comeu uma laranja (fruta yin), o mamilo se abriu. Devo ressaltar que comer uma vez um alimento animal salgado ou gorduroso não obstrui o mamilo. É o consumo excessivo desses alimentos que leva a um mamilo obstruído.

Cornélia Aiahara

 

 

105.      ACIDENTE DE CARRO

 

Há vários anos, sofri um acidente de carro. Fui atingido na maçã do rosto direita, no braço direito, no peito direito e nos dois joelhos, bem como na minha coluna. Não houve sangramento, apenas hematomas roxos. Isso aconteceu dois dias antes do acampamento de verão, então não fui ao hospital. Usei apenas cataplasmas de tofu.

Numa noite de sábado em Oroville, Califórnia, foi impossível conseguir tofu suficiente, então só pude aplicar um cataplasma uma vez nos joelhos e duas vezes no olho, com duas horas de intervalo. Não tive tempo de espremer completamente o tofu numa tábua, então apenas o torci rapidamente com um pano de algodão e apliquei. Normalmente, tenho bom apetite, mas não durante esse período. Bebia apenas kuzu e comia um pouco de soba. O Sr. Otake, um quiroprático japonês que era convidado no acampamento, me ensinou a fazer uma cataplasma de arroz. Isso foi de grande ajuda porque não consegui obter tofu no acampamento de verão. Usei essas cataplasmas e meus hematomas cicatrizaram muito rapidamente.

Herman Aiahara

 

106.      QUEIMADURA DE 1ºGRAU

 

Lembro-me de que o bebê de um amigo meu se queimou (de primeiro grau) na coxa com água fervente. Naturalmente, o bebê sentiu dor e começou a chorar. Após eu aplicar batata ralada na queimadura, o bebê parou de chorar; não se formaram bolhas e a queimadura cicatrizou rapidamente.

Uma queimadura causa muita dor porque, após a exposição das células nervosas ao oxigênio, a oxidação se torna mais rápida, resultando numa falta de oxigênio nas células nervosas. A sensação de dor ocorre devido à falta de oxigênio nas células nervosas. No entanto, mais oxigênio na área aumenta a dor porque alimenta o processo de oxidação. Quando o bebê chora, mais e mais oxigênio é inalado, causando mais queimaduras ou dor. Colocar batata ralada (ou óleo de gergelim) na queimadura impede a área de receber oxigênio e reduz a dor. Em seguida, o bebê para de chorar, ocorre menos oxidação e a dor é ainda mais reduzida. Em outras palavras, quando a dor desaparece, o bebê esquece o próprio problema e o sistema de cicatrização natural do corpo assume o controle. Enquanto o bebê continuar a chorar, o processo de cicatrização levará mais tempo.

 

Herman Aihara

 

107.      GRIPES E CONSTIPAÇÕES

 

De vez em quando, sinto que estou a começar a ficar constipado e a minha coluna fica fria. Nessas situações, por vinte e quatro horas, não bebo nada - nenhum líquido, nenhuma sopa. Então, geralmente, a constipação não se desenvolve. Se você evitar o consumo excessivo de líquidos, o corpo ficará mais yang. Se isso não funcionar, trabalho no jardim até começar a suar. Isso geralmente me protege de apanhar uma constipação.

 

Herman Aihara

 

108.      PRISÃO DE VENTRE

 

Às vezes, as pessoas têm prisão de ventre ao iniciar uma dieta macrobiótica. Não se preocupe, mesmo que dure uma semana, desde que o seu nível de energia esteja bom. No Centro de Estudos Vega, uma estudante teve prisão de ventre por duas semanas depois de começar a dieta. Ela estava muito acima do peso, com mais de 90 KILOS, e os seus intestinos estavam muito dilatados. Mostrei a ela uma técnica de massagem no estômago (consulte a página 185) e dei a ela nitsuke de cenoura com hijiki para comer e sumo de repolho azedo para beber. Ela voltou a ter movimentos intestinais após dois dias.

 

Herman Aihara

 

109.       CONVULSÕES

 

Em 22 de junho de 1979, no meu (Cornélia Aihara) último dia no Acampamento de Verão da Fazenda Moniteau no Missouri, eu estava ajudando na cozinha quando uma garota me chamou para uma emergência. Uma bebê, com um ano e meio de idade, estava a ter convulsões. Uma bebê havia vomitado creme de aveia pelo nariz e pela boca. Os seus olhos estavam sem expressão e o seu corpo estava mole. Eu pensei que isso fosse causado por algum problema no cérebro, então coloquei a minha mão na cabeça da bebê. A sua cabeça estava muito quente. Nós sugamos o muco do nariz da bebê e ela adormeceu. Uma hora depois, a bebê teve outra convulsão. Desta vez, as bochechas da bebê tremiam e a sua respiração estava muito fraca, quase inexistente. Os lábios da bebê estavam cortados, onde ela os tinha mordido. Coloquei algumas gotas de sumo de gengibre fresco na boca da bebê e uma compressa quente de sal na barriga da bebê para mantê-la aquecida. Então, o Herman Aiara chegou e colocou a sua mão fria na sua cabeça. As convulsões pararam.

No dia anterior, tínhamos comido melancia fresca lanche e bolo de morango no jantar na festa da lua cheia. Além disso, o bebê tinha ido nadar. Esses três fatores yin, juntamente com a ausência de sal, tornaram o sangue do bebê muito yin (menos hemoglobina) e reduziram a circulação. Essas condições a tornaram incapaz de ficar em pé e, portanto, ela só conseguia se virar.

A mãe do bebê explicou que a sua filha frequentemente tinha convulsões em casa. Parece-me que a causa dessas convulsões era o medo da mãe de dar sal ao bebê. Em certo momento, eu havia falado sobre quanto sal dar às crianças. Eu disse que elas precisam de menos sal do que os adultos, mas não recomendo uma dieta sem sal para bebês ou crianças. Você precisa pensar em quanto sal o seu bebê precisa. Muitas mães têm medo de dar sal a seus filhos.

A mãe deste bebê doente fumava cannabis durante a gravidez e parou quando o bebê tinha um ano de idade. Se você segue uma dieta macrobiótica e também fuma cannabis, não pode alcançar um equilíbrio. Você se tornará muito yinizado. O fumo da cannabis da mãe tornou o bebê mais yin. Além disso, esse bebê não consumia miso, shoyu ou sal de forma alguma. Então, quando o bebê comia frutas, ela se tornava muito yin e não conseguia ficar em pé. Se uma dieta macrobiótica adequada for seguida, uma criança nunca deverá ter convulsões.

 

110.      INFLAMAÇÃO DA CÓRNEA

 

Durante o acampamento de verão de 1981 em French Meadows, uma fagulha de fogo voou e queimou o olho de um amigo. Eu (Herman Aihara) procurei e encontrei uma mãe que estava amamentando naquele momento. Ela teve a gentileza de fornecer um pouco do seu leite materno para aplicar no olho do meu amigo. Coloquei uma folha de repolho sobre o olho e uma bandagem triangular por cima para segurar a folha no lugar. Na manhã seguinte, o olho estava completamente normal. Se não houver leite materno disponível, use o dedo para colocar uma gota de óleo de sésamo fervido e depois de arrefecer no canto do olho antes de dormir.

 

111.      DISENTERIA, EM CRIANÇAS

 

Uma amiga de Seattle uma vez me contou (Cornélia Aihara) que uma criança de três anos na sua comunidade havia falecido. Ao ouvir os sintomas, eu disse que achava que a causa poderia ser disenteria. Naquela época, um líder espiritual da Índia estava hospedado na comunidade em Seattle, e as famílias estavam servindo laticínios e frutas, já que ele estava acostumado a consumir essas coisas. Acredito que isso possa ter sido o motivo do surgimento da disenteria. A minha amiga estava envolvida em uma creche macrobiótica na época, e eu recomendei que ela desse extrato de umeboshi a todas as crianças todos os dias para prevenir essa doença. Nenhuma outra criança contraiu disenteria.

Se uma criança tiver disenteria, pode indicar que toda a família está com uma condição enfraquecida, especialmente se estiverem compartilhando a mesma dieta. Nesse caso, eu recomendo que todos os membros da família tomem umeboshi ou extrato de umeboshi e que sempre tenham uma garrafa do extrato em casa. Ameixas umeboshi são muito salgadas para crianças, mas elas podem tomar o extrato de umeboshi.

 

112.      INFECÇÕES DE OUVIDO

 

Recordo-me de cuidar de uma menina americana de três anos durante três meses, enquanto ela estava longe dos pais. Quando o pai dela voltou para ficar connosco, começou a sair pus da orelha da menina. O pai achou que minha comida estava muito salgada, então ele tentou uma dieta sem sal com ela. Quando o pai ia trabalhar, ela tentava abrir o armário para enfiar os dedos nos recipientes de miso e sal. Certa noite, servi picles de daikon e miso para a menina de três anos. Ela os comeu. Eu disse a ela que estavam muito salgados. Ela respondeu: "Não, mamãe, eles não estão muito salgados, eles são bem doces". Ela os comeu novamente na manhã seguinte. Após duas semanas, o corrimento da orelha parou completamente. O pai disse que a mãe da criança costumava dar leite de vaca para ela.

A condição da orelha está ligada à saúde dos rins, então se os rins estão fracos e não conseguem limpar as toxinas, o excesso sai pela orelha. Se seus filhos desejam miso, molho de soja ou sal marinho, dê a eles. As crianças não têm conhecimento de yin e yang, mas têm sentidos e instintos naturais muito importantes. Mesmo se eles desejarem água depois de comer miso ou molho de soja, continue dando o miso ou molho de soja e água a eles, porque eles precisam de novo sal para substituir os sais minerais antigos, especialmente quando os sais antigos são de qualidade inferior.

 

Cornélia Aihara

 

113.      CÃIBRAS NAS PERNAS

 

Quando eu estava a trabalhar num pomar de pêssegos, eu comia cinco pêssegos todos os dias. Eu tinha cãibras nas pernas todas as manhãs. Isso foi causado pelos pêssegos deixando os músculos muito yin (frios ou imobilizados), juntamente com o excesso de trabalho sob o sol quente, o que tornou minha condição muito Yin. Assim que parei de comer os pêssegos e diminuí o trabalho excessivo, as cãibras desapareceram.

 

Cornélia Aihara

 

 

114.      PARASITAS

 

Durante uma visita, minha amiga me disse: "Minha filha está com parasitas." Eu perguntei a ela qual dieta estava usando para a criança. Ela disse que estava seguindo uma dieta sem sal. Eu disse: "Não, George Ohsawa apenas recomendava essa dieta até a criança estar mais equilibrada, apenas por cerca de cinco a dez dias." Minha amiga continuou com a dieta por quase dois meses, então o corpo de sua filha não tinha recebido sal suficiente e os parasitas estavam começando a se desenvolver. Recomendei que ela desse à criança grãos yang, como pratos de trigo sarraceno e macarrão soba temperados com miso e molho de soja. Numa semana, ela estava melhor - sem mais parasitas.

Se o corpo se tornar salgado, os parasitas não podem sobreviver. Se cometer um erro e usar muito sal, o remédio é simples; basta reduzir o consumo de sal. Os parasitas surgem devido ao consumo excessivo de açúcar, frutas e alimentos yin. Os órgãos do corpo se tornam expandidos e yin. Então, leva tempo para se curar. Mesmo assim, se todos os alimentos yin forem evitados e a dieta for equilibrada, então os parasitas não podem viver e se multiplicar.

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Cornélia Aihara

 

 

115.      INFECÇÃO NOS SEIOS NASAIS

 

O meu pai fez uma operação nos seios nasais, mas a congestão voltou novamente. Uma operação não funciona permanentemente se a dieta não for alterada. Um parente da minha mãe era médico especialista em seios nasais e ele recomendou que o meu pai limpasse o nariz com água salgada. Lembro-me de que meu pai fez isso e isso o ajudou.

Noutro caso, lembro-me de uma garota do campo que veio ficar na minha casa quando eu era jovem. Ela estava aguardando uma operação nos seios nasais. Os meus pais a aconselharam a usar uma lavagem nasal com água salgada. Ela tentou e uma grande quantidade de pus verde saiu para a bacia. Ela ficou surpresa. Depois de usar esse remédio, ela não precisou mais de fazer a operação. George Ohsawa recomendava o uso de uma lavagem nasal com chá de 3 anos e sal, mas se você não tiver chá de 3 anos, então pode usar água salgada simples.

 

Cornélia Aihara

 

116.      DESVIO DE COLUNA

 

Um jovem menino tinha uma coluna muito desalinhada. Ele foi a um quiroprático para corrigir sua coluna, mas em vão. Então, eu ensinei a mãe do menino a massagear a sua coluna com óleo de sésamo e sumo de gengibre(50/50)  todas as noites antes de dormir. Após um ano dessa massagem, a coluna do menino estava completamente reta. Nesse caso, um fator importante de cura foi o amor da mãe. Portanto, o amor pode ser o maior remédio. No entanto, ações corretas, como uma boa dieta ou massagem, podem acelerar o processo de cura.

O pensamento macrobiótico diz que a forma mais importante de curar doenças é com amor e devoção; em segundo lugar, uma boa dieta; em seguida, remédios naturais externos.

 

Cornélia Aihara

 

117.      CÂNCER DE ESTÔMAGO

 

Quando eu era criança no Japão, o meu dentista era um homem muito determinado, como um samurai. Ele tinha cancro de estômago, o qual ele curou comendo apenas trigo sarraceno por três anos. O esparguete de trigo sarraceno era vendido numa loja perto da sua casa. Esse esparguete era feitos à mão usando apenas farinha de trigo sarraceno. Ele usava esses esparguetes para fazer "scrambled buckwheat" e creme de trigo sarraceno. Ele foi completamente curado em três anos.

O trigo sarraceno é muito yang. Os homens santos que vivem nas montanhas, meditando e entoando mantras todos os dias, comem farinha de trigo sarraceno misturada apenas com um pouco de água fria. Se você está saudável, pode digerir dessa maneira, mas, é claro, pessoas doentes devem cozinhá-lo por um longo tempo para que se torne mais yangizado e digestível.

 

Cornélia Aihara

 

118.      ÚLCERA NO ESTÔMAGO

 

Há alguns anos, uma ex-aluna do Centro de Estudos Vega retornou porque estava com úlcera no estômago. Ela disse que havia tentado de tudo e nada havia funcionado. Eu ensinei a ela a importância de mastigar bem os alimentos e expliquei sobre a digestão completa dos alimentos antes de dormir. Também dei a ela o remédio de George Ohsawa: bolinhos de arroz assados com molho de soja. Tostar ambos os lados de um bolinho de arroz em cima do fogão usando uma torradeira de metal japonesa até que ambos os lados estejam crocantes e depois salpicar uma pequena quantidade de molho de soja em cada lado. Pessoas com úlcera no estômago têm medo de comer isso porque o bolinho de arroz é muito duro. No entanto, o truque é cortar o bolinho em 10 ou mais pedaços pequenos e mastigar cada pequena pedaço pelo menos 200 vezes. Mesmo que as cascas do arroz permaneçam, a saliva ajuda a proteger o revestimento do estômago. A aluna ficou completamente curada depois de um curto período mastigando bem os alimentos e evitando comer logo antes de dormir.

Para outra pessoa com úlcera no estômago, eu recomendei bacalhau seco. Ele experimentou e disse que funcionou muito bem. O curador macrobiótico japonês, Sr. Ohmori, recomenda arroz integral cozido sob pressão com gomashio e acompanhamentos de bardana, cenoura e raiz de lótus nitsuke refogados com molho de soja, e hijiki com raiz de lótus nitsuke. Evitar todas as frutas é importante. Essas são as recomendações básicas de alimentação para uma recuperação rápida.

 

Herman Aihara

 

119.      GAGUEIRA

 

A minha amiga tinha um menino de quatro anos que havia comido uma dieta típica americana nos primeiros três anos de vida. Então, a mãe dele decidiu mudá-lo subitamente para uma dieta macrobiótica e passou a servir gomásio em todas as refeições. Quando eu a visitei, o menino estava a chorar e recusava o gomásio, além de estar a gaguejar. Eu a aconselhei a parar de dar gomásio para ele se ele não quisesse.

Na próxima vez em que a visitei, o menino não estava mais gaguejando. É claro que o gomásio não causa gagueira, mas esse menino havia consumido muitos alimentos de origem animal nos primeiros três anos de vida e eles ainda estavam presentes em seu corpo. Portanto, o gomásio era muito yang para a sua condição. Como resultado, os músculos da boca dele se moviam rápido demais e sem coordenação.

 

Herman Aihara

 

120.       ANOREXIA E BULIMIA

 

Christina Campion sofreu de anorexia e bulimia alternadas crônicas durante toda a sua vida. Aos 30 anos, com 1,70 m de altura e pesando apenas 35 kilos, ficou claro para ela que ela teria que mudar sua vida drasticamente se quisesse permanecer viva. Ela procurou vários conselheiros macrobióticos nos Estados Unidos e no Reino Unido, mas a orientação deles não pareceu ajudá-la.

Christina finalmente teve a sorte de conhecer o renomado Conselheiro Macrobiótico Sênior, Denny Waxman, numa das suas viagens a Londres. Denny foi o primeiro conselheiro a diagnosticar com precisão sua condição de hipoglicemia.

No primeiro ano em que Christina seguiu o conselho de Denny, ela o visitou várias vezes em consultas de acompanhamento e cada vez ele fez novos ajustes e mudanças na sua dieta e ela lentamente começou a curar a condição profundamente enraizada com a qual havia nascido.

Mais tarde, Christina começou a estudar Macrobiótica com Denny, incluindo 9 ki e bússola feng-shui e desde então tem compartilhado sua experiência de cura através de apresentações, aulas e consultas.

 

http://phiyakushi.com/miracles/2010/06/20/christina-campion-anorexia-and-bulimia/

 

121.      Cancro da mama

 

Em 1985, um ator deu à diretora de elenco, Lori Wyman, um livro como presente de agradecimento por escalá-lo para um episódio da série de televisão Miami Vice. Esse livro foi “Confessions of a Kamikazee Cowboy”, de Dirk Benedict, no qual ele compartilha sobre a sua recuperação do cancro de próstata com a macrobiótica. Depois de lê-lo, ela sabia que um dia abraçaria o estilo de vida macrobiótico.

Os hábitos alimentares de Lori na época eram horríveis: Diet Coke e Hershey's Kisses no café da manhã; Taco Bell para o almoço; Costelas Tony Romas para o jantar - muito refrigerante e açúcar. No entanto, por ser magra, disseram-lhe que podia comer o que quisesse.

Avanço rápido para julho de 1998: após um autoexame de mama, Lori encontrou um nódulo que mudaria a sua vida. Ela apareceu na porta dos seus médicos às 9h da manhã de segunda-feira exigindo que ele a visse naquele momento e a examinasse. Depois de muitas consultas e correndo para mamografias e ultrassonografias, foi determinado que ela deveria fazer uma mastectomia. Muitas horas depois, ela recebeu o diagnóstico: tumor maligno de mama, estágio 1, receptores de estrogênio positivos e margens claras. Os médicos queriam fazer quimioterapia, radioterapia e uma mastectomia dupla - só para garantir. Mas ela tinha outras ideias.

Este foi o seu sinal de D'us. Ela sabia que esse era o sinal que esperava para entregar sua vida totalmente à macrobiótica. Em poucos dias, ela se inscreveu no programa Way To Health de uma semana no Kushi Institute. Ela fez uma dieta curativa com a ajuda da professora e conselheira macrobiótica Wendy Esko. Ela perdeu 20 quilos e “espremeu” o cancro para fora do seu sistema. Ela também limpou os seus ovários e engravidou aos 45 anos de idade – depois de ouvir que ela estava bloqueada e nunca engravidaria. Ela deu à luz uma menina maravilhosamente saudável, apenas 5 meses antes de seu 46º aniversário, sem drogas e totalmente natural. Os seus médicos estão surpresos por ela ter mantido o seu estilo de vida saudável. O seu oncologista de mama a examina uma vez por ano, mas sabe que ela não tomará nenhum dos seus medicamentos.

Lori abençoa o dia em que aquele ator lhe deu aquele livro há muitos anos. Esse ator, que finalmente salvou a sua vida, é o pai da sua filha e é seu marido há 16 anos!

Lori compartilha a sua história macrobiótica com quem quiser ouvir, incluindo todos os atores com quem ela trabalha. Uma dessas atrizes entrou no seu consultório com colite ulcerosa há cerca de 8 anos. Lori a apresentou-a à macrobiótica e ela fez o programa Caminho para a Saúde. A atriz acabou morando no Kushi Institute por 4 meses e ficou completamente livre de todos os sintomas sem tomar drogas ou medicamentos.

 

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122.      Cancro Cervical

 

Em fevereiro de 1975, Jill Schneider foi diagnosticada com cancror cervical maligno. Ela não tinha dor ou outros sintomas e não teria ideia de que estava doente se o cancro não tivesse aparecido no  seu exame de Papanicolaou anual, que voltou do laboratório marcado como “Classe cinco: conclusivo para malignidade”. Ela recebeu a notícia de uma recepcionista preocupada no consultório do seu ginecologista, que lhe disse que ela deveria entrar e fazer outro teste para que eles pudessem verificar os resultados. Ela o fez e passou os dias seguintes se perguntando se morreria ou se algum dia seria capaz de ter filhos. E então os mesmos resultados voltaram.

Ele descreveu todas as opções à sua disposição, todos os procedimentos invasivos, começando com o que é chamado de conização, no qual uma seção em forma de cone do colo do útero seria cortada, levando todo o tecido canceroso junto. Mas isso pode não ser suficiente, ele disse a ela. Ela ainda pode precisar de uma histerectomia – a remoção do colo do útero e útero, e talvez também dos ovários.

Ela pensou sobre o que meu médico disse e se convenceu de que a linha de tratamento que ele delineou era totalmente errada para ela. Parecia doloroso, complicado e desarmônico com a natureza para ela.

Na época, Jill estudava Medicina Oriental e o seu professor sugeriu que ela consultasse Michio Kushi, autoridade em macrobiótica e fundadora do Kushi Institute em Massachusetts. Ela seguiu o conselho de Michio junto com a medicina chinesa e em um mês a sua condição começou a melhorar e em três meses os testes revelaram que ela estava livre do cancro. Dois anos e meio depois, Jill deu à luz um menino saudável e, trinta e três anos depois, ela continua livre do cancro e ensina e incentiva outras pessoas a usar métodos naturais de cura.

 

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123.      CONTROLADO O HIV

 

“Eu sou HIV positivo. A Macrobiótica me escolheu para seguir o seu Caminho e não o contrário. Fui diagnosticado em maio de 2006, dois dias depois do meu aniversário. Eu estava devastado. Felizmente, a macrobiótica me encontrou e nunca precisei tomar medicamentos antirretrovirais.” – Alejandro Aguilera

Os sintomas de HIV de Alejandro começaram durante uma viagem a Turim durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2006. Começou como suores noturnos e uma erupção viral. Pouco depois de retornar aos Estados Unidos, ele pegou uma constipação que piorava cada vez mais. Ele teve que trocar de camisa pelo menos cinco vezes numa noite porque estava encharcado de suor. À medida que os sintomas progrediram e conhecendo o HIV, ele temia o pior. Ele chorou. Ele fez exames médicos para todo o resto e foi a três centros de testes anônimos. Finalmente, ele estava ficando sem opções e enquanto esperava pelos resultados anônimos, ele concordou em ser testado pelos médicos duas vezes. Ele não tinha seguro na época. Dos cinco testes, três deram positivo para HIV. Ele então decidiu aceitar o vírus que agora vive no seu corpo. Ele contatou o seu advogado e amigos mais próximos para compartilhar o diagnóstico. Eventualmente, com o tempo, ele entraria em contato com sua família.

Alejandro lembrou-se de um jovem bartender de Minneapolis sugerindo a macrobiótica. O barman tentou com muito sucesso em relação à sua condição, mas desistiu. Ele também mencionou um homeopata e uma livraria no sul de Minneapolis.

A irmã de alma de Alejandro em Minneapolis, Daniella o levou naquele fim de semana para ver o homeopata. Foi na livraria “Present Moment” que Daniella comprou o seu primeiro texto macrobiótico de aniversário: “The Macrobiotic Path to Total Health” de Michio Kushi e Alex Jack. Ele foi para casa e devorou toda a seção sobre Sida e se viu concordando com os preceitos e princípios. Ele começou a esvaziar a sua despensa em sacolas de papel pardo e reciclou o seu teflon e utensílios de alumínio. No dia seguinte, ele devolveu mantimentos não utilizados à loja de conveniência do bairro e depois foi à Target comprar panelas de aço inoxidável. A sua próxima parada foi o Wedge Community Coop para comprar comida “MACRO”. O caixa acabou sendo macro e esse foi o início de uma relação de mentoria. Ela lhe daria a primeira panela de pressão e a sua primeira panela Le Creuset. Ela acabaria levando-o para a Filadélfia para ver o renomado Conselheiro Macrobiótico, Denny Waxman.

Alejandro testemunhou a sua carga viral diminuir de mais de 300.000 cópias por mililitro de sangue para pouco mais de 9.000 cópias por mililitro. Ele também tem um sistema imunológico flutuante, contagem de CD4 que o mantém em muito boa saúde. Ele só teve gripe uma vez desde que se tornou macrobiótico, e o único sintoma que o lembra de sua condição (e de sua humilde existência) é a leucoplasia oral peluda na sua língua.

Emocionalmente e espiritualmente, Alejandro passou da raiva e socos nas paredes, para o medo e as lágrimas sem fim, para um lugar de paz, luz, serviço e redenção. Ele agora sugere aos outros que: “Se você quer VIVER e abraçar plenamente o seu propósito na vida, dê à macrobiótica uma chance de mudar seu ponto de vista. Ela fez isso por mim.

 

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124.      DOENÇA DE CROHN

 

Em 2004, após lutar contra duas doenças incuráveis, Marisa começou a buscar tratamentos alternativos. Ela foi recomendada ler o livro “Controlling Crohn's Disease - The Natural Way” de Virginia M. Harper, uma história de cura de uma mulher através dos ensinamentos da macrobiótica. Ficando inspirada, ela disse: “Eu também posso fazer isso!” Já se passaram 5 anos e Marisa está vivendo uma vida feliz e sem sintomas! Por meio das suas próprias experiências com a cura, ela foi inspirada a ajudar outras pessoas a abraçar a sua saúde e nossas habilidades de cura. Marisa conquistou dois títulos locais na Miss America Organization: Miss Spirit of New York 2006 e Miss Jubilee 2007 e ficou entre os dez primeiros dois anos no Miss New York State Pageant. Por meio dessas organizações, ela conseguiu continuar a defender a sua plataforma, compreendendo a doença de Crohn por meio do estilo de vida e da dieta.

 

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125.       ECZEMA INCURÁVEL

 

O pequeno caso de eczema infantil de Susan Marque tornou-se o pior caso que os seus médicos já haviam visto. A cortisona era a solução médica e, quando não funcionava topicamente, davam-lhe comprimidos junto com banhos de aveia, envolvendo-a em filme de plástico ou amarrando-a a uma cama para que ela não se coçasse. Quando ela chegou aos vinte anos, a gravidade das suas erupções enfraqueceu o seu sistema imunológico e duas vezes ela quase morreu de pneumonia e uma vez de mono. Doenças comuns do dia a dia tornaram-se potencialmente letais para ela. Incapaz de continuar a faculdade por motivos de saúde, ela viajou para o exterior e se deparou com uma solução. Enquanto estava em Londres, ela conheceu a ideia e o poder de cura por meio da comida. Duas semanas depois de mudar a sua dieta, o eczema vitalício de Susan começou a desaparecer. Tendo descoberto como administrar a sua saúde e vida comendo uma dieta macrobiótica de alimentos naturais integrais, Susan tornou-se uma Food and Life Coach e agora orienta profissionalmente indivíduos na sua jornada de cura www.SusanMarque.com

 

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126.      DOENÇA DA TIRIDE DE HASHIMOTO

 

Um dos melhores lugares para ouvir histórias de recuperação ao vivo é uma vez por ano no painel “Celebrate Life” da Conferência Anual de Verão do Kushi Institute. Como uma das palestrantes, Janine Lauren Atkinson compartilha a sua recuperação de complicações resultantes da doença da tireoide de Hashimoto desde os 14 anos, neste vídeo capturado da conferência.

 

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127.      INFERTILIDADE DEPOIS DOS 40

 

Aos 43 anos, Nancy Wolfson-Moche queria engravidar. Ela não era elegível para tratamentos de fertilidade (FIV) de “alta tecnologia” devido a um nível elevado de FSH (que a medicina ocidental disse ser normal numa mulher saudável de 43 anos). Os médicos disseram que o nível de FSH pode flutuar, mas quando passa de 30 é uma indicação de que os óvulos estão muito velhos e não são viáveis para conceber um bebê saudável. O nível de FSH de Nancy chegou a 38. Por meio de uma dieta e estilo de vida macrobióticos e seguindo as recomendações de Denny Waxman, seu FSH passou de 38 para 6 num período de 12 meses. Dois meses depois, ela fez uma viagem ao redor do mundo e concebeu o seu primeiro filho, em algum lugar entre o Butão e o sul da Espanha, aos 44 anos. Ela deu à luz uma menina saudável.

Nancy Wolfson-Moche é uma conselheira nutricional, educadora e escritora de Nova York que orienta mulheres, crianças e famílias a melhorar a sua saúde e bem-estar por meio de escolhas informadas sobre dieta e estilo de vida. Ela conduz oficinas de conscientização alimentar para crianças de 2 a 14 anos.

Formada pelo Strengthening Health Institute na Filadélfia, Nancy estudou macrobiótica com Denny Waxman por mais de doze anos.

Ela foi editora de Style.com, Glamour, Seventeen, Parents, Departures, Redbook e Your Prom, e os seus artigos sobre comida apareceram em dezenas de revistas, incluindo Eating Well, Good Housekeeping, Travel and Leisure e The Wine Spectator.

Além disso, Nancy faz parte do Conselho de Administração da Motherhouse, uma organização que oferece apoio espiritual, emocional e físico a todas as mães; no Conselho de Administração da Risa Jaroslow and Dancers; e é membro do Conselho Consultivo da Oded Halahmy Foundation for the Arts e do Adamah, The Jewish Farm Center, fornecendo programas e produtos educacionais para construir um mundo mais sustentável.

Nancy é casada com S. David Moche e eles têm duas filhas, de 9 e 3 anos.

 

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128.      CANCRO DO RIM

 

Bob Mikell foi diagnosticado com cancro de rim em estágio 4 (carcinoma de células renais) em 30 de outubro de 2002. No dia anterior ao Dia de Ação de Graças, 27 de novembro de 2002, o principal cirurgião renal do Sloan Kettering Medical Center removeu o seu rim direito - e um tumor do tamanho de uma bola de futebol. Um exame exploratório e biópsias foram feitas. Foi-lhe dito que eles removeram tudo. No entanto, três meses depois, ele soube que os tumores e lesões cancerígenas haviam se espalhado para o fígado, pulmões e leito renal, onde costumava estar o rim direito. Em 6 semanas, outra tomografia computadorizada mostrou que os tumores cancerígenos haviam crescido 35%. Os médicos decidiram que a melhor abordagem seria um medicamento de teste clínico chamado Interferon. Esta droga limitou algum sucesso (15 por cento) com a desaceleração do crescimento do câncer renal em ensaios clínicos. Os efeitos colaterais foram horríveis. Após 4 ou 5 tratamentos, os médicos disseram a ele que deveriam retirá-lo do remédio por um período de 60 dias para permitir que o seu corpo se recuperasse dos danos causados pelo remédio.

Bob queria qualidade de vida, independentemente do prognóstico a longo prazo. A necessidade de ter algum controle e contribuição sobre a sua vida o levou à macrobiótica. Em 6 de maio de 2003, Bob iniciou uma dieta de cura macrobiótica muito rigorosa (também conhecida como dieta de limpeza). Sete meses depois, em 16 de dezembro de 2003, outro exame não mostrou evidência de nenhum tumor. Bob credita totalmente na macrobiótica por permitir que ele se torne responsável por sua própria vida e saúde. Ele compartilha a sua história e ajuda os outros sempre que pode.

 

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129.      LEUCOPLASIA

 

James Kirman, 84 anos, é guitarrista e cantor. Em 1997, James sentiu rouquidão nas cordas vocais. Ele foi ao médico, que o encaminhou a um especialista que o examinou e suspeitou que fosse leucoplasia, uma condição pré-cancerígena. James foi ao hospital e o removeu e  o seu médico confirmou que era realmente leucoplasia.

 

6 meses depois, ele ficou rouco novamente. Desta vez, ele foi ver o Dr. William Lewis, que disse que era leucoplasia, carnicoma de células escamosas, mas não invadiu e o removeu. 6 meses depois, novamente ele teve leucoplasia, carnicoma de células escamosas e novamente o removeu. 6 meses novamente, ele o removeu novamente e novamente. Voltaria mais uma vez e James teria um total de cinco operações para remover a leucoplasia recorrente!

 

Em 1999 e antes da quinta (e última) vez que James iria ao hospital para remover a leucoplasia, a sua filha foi a um seminário de saúde conduzido pelo renomado professor de macrobiótica e conselheiro Denny Waxman, fundador e diretor do Strengthening Health Institute na Filadélfia . Ela disse ao pai para ir ver Denny para uma consulta e foi aí que James mudou sua dieta e começou a seguir a macrobiótica.

 

Agora, dez anos depois, James ainda come macrobioticamente. A sua leucoplasia nunca mais voltou e tanto ele quanto seu médico estão convencidos de que foi por causa da macrobiótica. Ele agora canta tão bem ou até melhor do que antes e frequentemente se apresenta em casas de repouso para públicos mais jovens do que ele!

 

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130.      VIDA SEM REMÉDIOS

 

Phiya Kushi nasceu na cidade de Nova York e foi criado em Brookline, Massachusetts. Ele, junto com os seus irmãos, compartilhou o privilégio de crescer na casa única de seus pais, Michio e Aveline Kushi, junto com milhares de pessoas para quem abriram a sua casa. Como resultado, Phiya tem muitos amigos que são como uma família em todo o mundo e é eternamente grato pela infância única que os seus pais lhe deram.

 

Phiya evitou com sucesso a maioria dos produtos de origem animal, todas as hospitalizações e todos os medicamentos (com exceção das visitas ao dentista) durante toda a sua vida (ele agora tem 50 anos) e atribui essa boa sorte em saúde ao amor e carinho da sua mãe enquanto ele estava no seu ventre e como uma criança em crescimento e a seguir os ensinamentos do seu pai.

 

Estando no centro de um movimento mundial, Phiya adotou conscientemente a abordagem macrobiótica integral não convencional dos seus pais, juntamente com o seu compromisso inabalável de criar a paz mundial.  O se foco na vida é construir comunidades de pessoas saudáveis, felizes e inspiradas.

 

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131.      LUPUS E CANCRO DO PÂNCREAS

 

Num período de 30 anos, Rosemary Stark foi hospitalizada 21 vezes. Ela fez uma cirurgia de sinusite Caldwel-Luc, uma hemoroidectomia, uma apendicectomia e foi diagnosticada com lúpus e estava se recuperando do vício em álcool e drogas. Em 1985 ela tomava 60 miligramas de cortisona por dia para controlar o seu lúpus e o seu médico lhe disse que ela tinha apenas seis meses de vida. Depois de estudar macrobiótica por vários meses, Rosemary descobriu que não precisava tomar cortisona e se curou do lúpus. Na primavera seguinte, o seu médico diagnosticou cancro pancreático e, com a ajuda de Michio Kushi e vários amigos macrobióticos, Rosemary conseguiu superar o cancro num ano. Desde então, Rosemary tem sido muito ativa na comunidade macrobiótica ajudando muitas pessoas.

 

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132.      MACROBIÓTICA NA PRISÃO

 

Quando Alan tinha 13 anos, a sua mãe foi submetida a uma mastectomia radical devido a um cancro da mama. Durante 5 anos, os médicos disseram-lhe que tinham conseguido tudo e que não havia qualquer sinal de cancro. Durante esses cinco anos, ela sofreu sem piedade até que um dia adoeceu e morreu tragicamente duas semanas depois, literalmente cheia de cancro em todas as partes do corpo.

Nesse dia fatídico, duas coisas morreram para Alan: a sua querida mãe e a sua fé nos hospitais e nos médicos. Todo o episódio assustou-o tanto que ele soube, mesmo naquela tenra idade, que precisava de encontrar um caminho melhor para a saúde e o bem-estar. A partir desse momento, tornou-se um "buscador", até que um dia, ao regressar à sua cela, enquanto cumpria uma pena de prisão perpétua de 15 anos numa prisão de segurança máxima, encontrou um livro inocentemente pousado na sua cama chamado "You Are All Sanpaku", que mudaria a sua vida para sempre. O livro foi escrito por George Ohsawa, o grande curandeiro que trouxe a Macrobiótica para o Ocidente.

Ohsawa escreveu sobre os horrores do açúcar refinado, da carne e dos lacticínios, e do envenenamento da nossa comida e bebida com químicos, pesticidas, corantes e conservantes. Lamentou o consumo voraz e inconsciente de alimentos e bebidas que deixou a nossa cultura fora de contacto com o nosso corpo e a nossa saúde. O resultado, segundo ele, é uma lista impressionante de doenças e uma dependência de médicos, dos chamados especialistas em medicina, de medicamentos e terapias que deixaram muitos de nós impotentes e assustados. Não sabendo como cuidar de nós próprios, prosseguiu, é de admirar que tenhamos medo?

As palavras de Ohsawa soaram verdadeiras para Alan. Ele decidiu experimentar as recomendações de Ohsawa. De repente, estava a dormir profundamente à noite. Acordou de manhã totalmente descansado, pulsando com energia e entusiasmo. Não podia acreditar na quantidade de energia que tinha e no facto de se sentir leve e livre.

Após as primeiras semanas a comer e a viver de acordo com o que Ohsawa chamava a "forma macrobiótica", tinha mais energia, resistência e concentração do que alguma vez tivera na vida. Uma vida inteira de doenças: alergias, dores articulares e musculares, muco no nariz e na garganta, oscilações de energia, mal-estar - tudo desapareceu milagrosamente, e ele começou a sentir uma ligação profunda com o seu corpo. Não foi algo que ele aprendeu ou que lhe foi ensinado, mas uma experiência profunda vinda do seu interior que ele "sabia" ser verdadeira e na qual podia confiar totalmente.

Ele tinha encontrado um sentido de Liberdade que nunca soube que existia e tinha-o encontrado atrás das paredes de uma prisão de segurança máxima.

 

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133.      MELANOMA MALIGNO

 

Marlene Marcello-McKenna é uma sobrevivente de cancro terminal há 24 anos e autora proeminente de When Hope Never Dies. O seu livro descreve a sua extraordinária recuperação de um cancro metastático e a sua viagem física, emocional e espiritual de regresso à saúde. Foi oradora convidada em conferências sobre saúde holística em todo o país, apareceu em programas de televisão e rádio nacionais e foi apresentada em revistas como a Ladies Home Journal e a Your Health. Foi também selecionada para fazer parte de um estudo do Instituto Nacional do Cancro sobre sobreviventes macrobióticos. O facto de Marlene ter sobrevivido a uma doença terminal, bem documentado, levou a instituição médica a investigar mais a intervenção nutricional e as abordagens holísticas.

 

Diagnosticada com cancro terminal em 1986, quando tinha 39 anos, Marlene, mãe de quatro filhos na altura, trabalhou incansavelmente para curar o seu corpo e mente através de terapias e medicina alternativa. Concebeu o seu último filho, Joseph, dois anos depois do seu diagnóstico terminal e, contra o conselho da classe médica, continuou a gravidez. Joseph nasceu saudável e está atualmente a frequentar a faculdade. Começou imediatamente a ajudar muitas pessoas em todo o país que souberam da sua recuperação. Marlene estudou nutrição e tirou cursos básicos de enfermagem para aprofundar os seus conhecimentos médicos.

Marlene tornou-se um exemplo nacional de como uma dieta curativa, a fé e a esperança podem ser factores importantes na recuperação do cancro e de outras doenças. Os desafios da sua "vida" com o cancro e os seus estudos sobre terapias complementares e alternativas que estão disponíveis hoje em dia, posicionaram-na para ser uma forte defensora e oradora inspiradora.

 

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134.      CANCRO DE OVÁRIO

 

Sanae suzuki é conselheira macrobiótica de saúde integral, praticante de essências florais e massagista terapêutica certificada para pessoas e animais de estimação.

Foi-lhe diagnosticado um cancro do ovário em 1993, o que a inspirou a aprender sobre macrobiótica como um caminho para a cura. Oito anos mais tarde, sofreu um acidente de viação quase fatal no deserto do Arizona. Conseguiu ultrapassar estes dois desafios extremos da vida através da prática e adoção da filosofia da macrobiótica.

É uma aluna de longa data de Michio Kushi, líder mundial da educação macrobiótica, e completou toda a formação de Nível IV no Instituto Kushi em Becket, MA. Possui também um certificado de reconhecimento do Kushi Institute International para o ensino macrobiótico.

Sanae tem ensinado e cozinhado extensivamente na Califórnia, a nível nacional e internacional, os seus locais incluem o Health Classic, A Taste of Health Cruise, a International Macrobiotic Summer Conference, vários locais no Japão, incluindo o Kushi Institute of Japan, e nas Caraíbas, Reino Unido e Europa. O seu desejo é ajudar a plantar uma semente de felicidade física, intelectual e espiritual que florescerá em cada pessoa que encontra.

 

Escreveu e publicou o seu livro de receitas, "love, sanae", que inclui um ano inteiro de receitas completas de cura macrobiótica vegana e a sua viagem macrobiótica.

Em 2008, abriu um café macrobiótico vegan muito popular, Seed, em Venice, Califórnia, com o seu marido, Eric Lechasseur, conhecido chef macrobiótico vegan para celebridades e autor de "love, eric". Tem estado a oferecer aulas comunitárias no Seed através do Meetup macrobiótico vegan.

Eric e Sanae têm um retiro macrobiótico em North Fork, Califórnia, perto do Parque Nacional de Yosemite. As pessoas podem vir e apenas relaxar e comer boa comida. Além disso, ela acabou de abrir um estúdio macrobiótico ecológico "mugen" em Santa Mónica, Califórnia, onde oferece aulas e eventos e onde as pessoas podem passar a noite.

 

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135.      CANCRO DA PRÓSTATA

 

Em 2004, Ken Walles foi diagnosticado com cancro da próstata. Assustado com os programas de tratamento oferecidos pela medicina moderna, Ken decidiu investigar outras formas mais naturais de o ajudar a combater o cancro. Descobriu a Macrobiótica - um estilo de vida que não só lhe salvou a vida, como a mudou para sempre.

 

Mais de 5 anos depois - sem qualquer sinal de cancro - Ken vê-se a si próprio como um verdadeiro " Proof of Concept". Agora, está numa missão para partilhar a sua história - a sua cura pessoal - para ajudar outros a evitar e a recuperar de doenças graves e potencialmente fatais. Para Ken, isso significa conseguir que o maior número possível de pessoas comece a comer comida macrobiótica.

 

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Melody Gardot é uma artista nomeada para um Grammy com vários álbuns de platina. O seu álbum de estreia "My One And Only Thrill", que inclui as canções 'Baby I'm A Fool' e 'Who Will Comfort Me', já alcançou o estatuto de Dupla Platina em França e na Suécia, onde atingiu o primeiro lugar na tabela de álbuns e foi o álbum internacional mais vendido de 2009 nesse mercado. O álbum é Platina na Noruega e na Rússia e Ouro no Reino Unido, Dinamarca, Polónia, Grécia e Nova Zelândia, alcançou o primeiro lugar na tabela de vendas da Amazon.com nos EUA e o primeiro lugar na tabela do iTunes em 8 outros mercados; no total, My One And Only Thrill vendeu 1 milhão de cópias em todo o mundo.

Quando tinha 19 anos, Melody foi atropelada por um SUV enquanto andava de bicicleta. Os seus ferimentos foram extremamente graves e deixaram-na incapaz de se sentar durante mais de 10 minutos. Sofreu uma perda de memória a curto prazo e uma sensibilidade aguda à luz e ao som. Os médicos prescreveram-lhe uma grande quantidade de medicamentos para tudo, desde dores a perturbações do sistema nervoso.

Após cerca de 11 meses com pouco ou nenhum alívio das dores e dos problemas neurológicos, Melody ficou determinada a encontrar outra forma de resolver esses problemas. Por acaso, descobriu a macrobiótica através de uma amiga que lhe emprestou um livro que falava sobre o assunto. Ficou imediatamente intrigada e quis saber mais. Comprou vários livros e começou a ler e a cozinhar durante várias horas por dia.

Com o passar do tempo e em conjunto com a terapia musical, 90% dos problemas que tinha antes de iniciar a macrobiótica foram resolvidos. A experiência serviu-lhe de trampolim para um sucesso musical que de outra forma nunca teria alcançado.

 

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136.      CANCRO DOS TESTÍCULOS

 

Em outubro de 1984, cerca de quatro dias após o dia do seu casamento, foi diagnosticado a John um cancro nos testículos. Muito insatisfeito com as experiências passadas com a profissão médica e com as opções que lhe eram oferecidas, decidiu procurar outras opções.

Dois anos antes deste diagnóstico, John tinha lido dois livros sobre Macrobiótica, "You Are All Sanpaku" de George Ohsawa e "Natural Healing Through Macrobiotics" de Michio Kushi. A filosofia da dieta e da cura, tal como explicada por estes dois homens, fazia mais sentido para John, que decidiu experimentar a macrobiótica.

Poucas semanas depois de receber as orientações dietéticas do conselheiro macrobiótico de renome mundial, Denny Waxman, os efeitos transformadores na saúde de John puderam ser sentidos. Um ano e meio depois de ter iniciado a sua nova dieta, sentindo-se curado, John abandonou a sua dieta e sofreu grandes reveses quando o cancro voltou e se espalhou.

No Methodest Hospital, em Filadélfia, PA. John foi diagnosticado com seminoma testicular de fase 3 e recebeu quimioterapia, radiação e operações. Embora estes tratamentos lhe tenham dado tempo, a cura definitiva veio através da macrobiótica. As tomografias ainda revelavam pequenas massas, mas os médicos de John disseram-lhe que mais quimioterapia seria letal e que, como estava, ele nunca seria pai de crianças devido aos danos causados pela quimioterapia.

Voltando ao conselheiro macrobiótico Denny Waxman, John recebeu recomendações que não só livraram o seu corpo dos efeitos tóxicos da quimioterapia e o mantiveram livre do cancro durante quase 25 anos, como lhe permitiram ser pai de quatro filhos lindos e musicalmente talentosos.

 

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137.      PROBLEMAS NA TIROIDE

 

 

Após a morte da sua mãe, e testemunhando os efeitos devastadores dos tratamentos médicos modernos para o cancro, Andrea Beaman sabia que tinha de haver uma forma alternativa de curar o corpo sem o destruir no processo.

Andrea pôs essa teoria à prova quando lhe foi diagnosticada uma doença debilitante da tiroide. Ela alterou a sua dieta pobre em nutrientes e utilizou métodos naturais que promoveram a sua saúde. Com o tempo e a persistência, recuperou a sua saúde e recuperou totalmente sem ter de recorrer a uma vida inteira de medicamentos sujeitos a receita médica dispendiosos.

Andrea partilha a sua história inspiradora, seguindo a viagem reveladora das suas viagens da doença crónica para uma saúde vibrante! Andrea Beaman é uma Chef de cozinha de alimentos naturais, autora e apresentadora de televisão dedicada à cura alternativa e a uma vida verde e sustentável. Andrea foi uma concorrente de destaque no reality show de sucesso da Bravo, "Top Chef" (temporadas 1 e 5). É a especialista em alimentação e saúde da CBS News e apareceu no programa de Barbara Walters, "The View". É a apresentadora do programa de culinária "Fed UP!", nomeado para um prémio, que ensina os telespectadores a cozinhar e a curar as suas doenças corporais. Mantém www.AndreaBeaman.com o seu sítio Web pessoal que oferece receitas, tópicos mensais, dicas alimentares, aconselhamento de saúde holística e outras informações relacionadas com a saúde.

Andrea dá aulas no Instituto de Nutrição Integrativa, na Escola de Culinária Natural Gourmet, no ICE, na James Beard House e noutras escolas a mais de 2000 alunos por ano. As suas aulas de culinária e seminários sobre saúde, cheios de energia e divertidos, atingem uma vasta base de clientes e estudantes.

Andrea é apresentada no "Top Chef Cookbook", "Escape From Corporate America" e nos livros "Integrative Nutrition Case Histories". Contribuiu com artigos para a Women's Health Magazine, Forbes Traveler, Dish Du Jour, Physician Assistant Magazine, Quick & Simple, Delicious Magazine, Nick Jr. Magazine, Energy Times, Delicious Living, e muitos outros.

Andrea é autora de "The Whole Truth - How I Naturally Reclaimed My Health, and You Can Too!" e "The Eating and Recipe Guide - Better Food, Better Health". O seu terceiro livro "Health is Wealth - In Tough Financial Times The Best Investment is in Yourself" está a caminho. Ela faz com que aprender sobre saúde, alimentação e actividades de estilo de vida positivo seja uma alegria para todos!

 

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138.      MIOMA UTERINO

 

Em janeiro de 2008, Desrine Miller Robertson notou um pequeno nódulo na parte superior do seu seio direito. Foi fazer um exame e o resultado foi positivo. Era cancro e foi logo submetida a uma lumpectomia. Foi submetida a uma série de quimioterapia seguida de radioterapia durante 5 semanas. Em agosto de 2009, enquanto ouvia a rádio, ouviu o Sr. Ted Emanuel, um conselheiro macrobiótico, falar sobre vários tipos de doenças. Pegou no seu número de telefone e marcou uma consulta com ele. Na sua primeira visita, ele assegurou-lhe que a sua doença poderia ser resolvida desde que ela seguisse as suas orientações. Na altura, ela pesava 97 kilos, tinha pressão arterial elevada, para a qual tomava medicação há mais de 5 anos, e um exame de ultra-sons revelou também 2 pequenos miomas uterinos.

Apenas 4 meses depois de seguir os conselhos de Ted, Desrine voltou ao seu médico que a mandou fazer todos os exames relevantes e ultra-sons. Todos os exames foram normais e os resultados sanguíneos também estavam dentro dos valores normais. Não havia qualquer indício mamográfico de malignidade. Os dois pequenos fibróides desapareceram e a minha tensão arterial estava a 120/40 pela primeira vez em mais de 5 anos.

 

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139.      OBESIDADE

 

Bridgette Kossor, uma mulher de 47 anos que passou a maior parte da sua vida adulta a debater-se com o peso, a imagem corporal e a saúde, estava no fim da corda, tentando mais uma vez perder peso e sentir-se bem. No final de 2006, encontrava-se com o seu peso mais elevado, 122 kilos, a tomar medicação para o colesterol e a tensão arterial elevados e a dormir com uma máquina para a apneia do sono. O seu médico sugeriu-lhe uma cirurgia de bypass gástrico, o que a levou a tomar algum tipo de medida real e responsável para cuidar de si própria. A sua amiga, Barbara Panno, tinha-lhe falado da Macrobiótica no início desse outono, mas ela não estava preparada para considerar fazer este tipo de mudança, até ao seu "momento lâmpada", meses mais tarde. Não podia continuar a fazer o que fazia há anos: fazer dieta e exercício sem qualquer ligação real com os alimentos ou consigo própria. Ela não fazia ideia do que era a Macrobiótica, mas sabia que precisava de descobrir.

Bridgette encontrou-se com Denny Waxman em 2007 para a sua primeira consulta de saúde macrobiótica. Ele deu-lhe as suas recomendações para seguir uma dieta macrobiótica alargada e mudar o seu estilo de vida para equilibrar melhor o seu interior e a sua aparência exterior. Em 6 semanas, os seus números de colesterol reduziram drasticamente (o LDL foi reduzido para metade) e em 4 meses perdeu 23 quilos sem sequer tentar. Deixou de precisar de medicamentos, pois a sua tensão arterial e colesterol estavam dentro dos valores normais pela primeira vez em anos. Deixou de precisar de uma máquina para dormir, uma vez que a apneia do sono também desapareceu. No final do seu primeiro ano de prática macrobiótica, perdeu cerca de 40 quilos. Para alguém que passou toda a sua vida adulta numa relação disfuncional com a comida e o seu corpo, esta abordagem à comida, à cozinha, à saúde e à comunidade era não só simples, mas inestimável.

Em 2008, Bridgette frequentou o Strengthening Health Institute com Denny Waxman e formou-se no Programa de Certificação Abrangente. Todo um novo mundo se abriu para ela através das aulas que frequentou; ela mal podia esperar para aprender mais! Foi, e ainda é, incrivelmente excitante viver num contexto diferente do que é a comida e como ela alimenta a vida. A frase "tu és o que comes" tem agora um significado profundo no mundo dela. Perdeu mais de 40 kg e agora ensina outras pessoas na esperança de que também elas descubram a alegria de comer e cozinhar alimentos verdadeiros, cheios de vida, com consciência e amor, enquanto aprendem a cuidar impecavelmente de si próprias e do nosso mundo. Dá aulas de educação e culinária à base de plantas/macrobiótica no Whole Foods Market, The Wellness Community of St. Louis, e para muitos indivíduos, grupos e famílias. Louis, e para muitos indivíduos, grupos e famílias. É também coordenadora de duas hortas comunitárias orgânicas na área do condado de St. Louis e co-criou um programa de 90 dias chamado "My Big Reveal" que reúne mente, corpo e espírito.

Como cantora profissional, compositora/gravadora, Mestre de Reiki, Ministra Inter-religiosa, escritora e amante das pessoas, viver este estilo de vida traz equilíbrio e paz ao que ela gosta de ser e fazer. O seu nível de energia sempre foi elevado; viver de forma macrobiótica abriu-o ainda mais e deu-lhe uma forma equilibrada e concentrada de usar essa energia. Cada dia dá vida a mais dos seus sonhos... sem contar com nada!

 

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140.      Melanoma maligno

Mariene McKenna

 

Em 1983, Mariene McKenna foi diagnosticada com melanoma maligno. "Ela tinha quatro filhos, trabalhava na rádio e na televisão e era corretora de investimentos. Eu vivia muito desequilibrada", explicou Mariene numa entrevista recente publicada no The Providence Visitor.

Em agosto de 1985, começou a queixar-se de fortes dores de estômago e, em janeiro de 1986, os médicos descobriram que cinco tumores se tinham espalhado pelo seu corpo. Foram-lhe retirados 66 cm de intestino e foram-lhe dados seis meses de vida.

Recusando qualquer tratamento, Mariene recorreu à Macrobiótica por sugestão do irmão e visitou Michio Kushi em Boston. Além de mudar a sua alimentação, comprou um fogão a gás para substituir o elétrico que utilizava e começou a meditar e a praticar ioga. Como católica devota, dedicou-se também a muitas leituras e orações edificantes.

"Prometi a Deus que se ele me ajudasse a ultrapassar isto e me ajudasse a viver, eu dar-lhe-ia vida para toda a vida.

No espaço de um ano, estava totalmente recuperado e os médicos não detectaram qualquer indício de cancro. Sentindo-se suficientemente bem para regressar à vida pública, candidatou-se a tesoureira do estado de Rhode Island. Durante a campanha, descobriu que estava grávida. Devido à sua doença anterior e à sua idade (42 anos), os médicos recomendaram um aborto, que Mariene recusou. "Compreendi", explica, "que ter o bebé fazia parte da minha promessa de dar a vida pela vida. Ela perdeu a escolha, mas deu à luz um menino saudável, cumprindo a sua promessa a Deus e provando que os médicos estavam errados.

Mais tarde, abriu um restaurante macrobiótico em Providence, chamado Shepherd's, e está a ajudar muitas pessoas no país que ouviram falar da sua notável recuperação.

Fonte: One Peaceful World no seu boletim informativo, Becket, Massachusetts, outono de 1989.

 

 

141.      Melanoma maligno

Cecil Dudley

 

Em agosto de 1980, fui operada a um melanoma maligno. A operação consistiu na remoção de um tecido de 12 cm de diâmetro ao longo do músculo do meu ombro direito, onde a pele foi enxertada da minha anca. A operação curou bem e, após alguns meses, senti-me razoavelmente confiante de que tinha resolvido o meu problema de cancro.

No entanto, em novembro de 1981, apareceu um nódulo no lado direito do pescoço. O cancro tinha-se espalhado para os gânglios linfáticos. Na semana anterior ao Natal de 1981, o meu cirurgião retirou os gânglios linfáticos. Recebi quimioterapia durante cinco dias consecutivos. Depois de três semanas de descanso, fiz cinco tratamentos por dia. O oncologista disse-me que isto iria continuar durante um ano e que depois iria reavaliar o meu estado.

A quimioterapia foi interrompida de 1/6 a 30/8 devido a uma baixa contagem de glóbulos brancos. Fiz quimioterapia em agosto e três dias em setembro, após o que me apercebi de que já não aguentava mais.

Um amigo falou-me de uma cura para o cancro que afectaria o Dr. Sattilaro, publicada na edição de agosto de 1982 da revista Life. O meu marido e eu lemos o livro Recalled By Life, escrito pelo Dr. Sattilaro e o livro Healing Miracles From Macrobiotics, escrito por Jean e Mary Alice Kohler. Isso e o apoio da minha família era tudo o que eu precisava para embarcar na Macrobiótica. Procurei e obtive muita ajuda de amigos que acompanhavam a dieta e li tudo o que pude encontrar sobre o assunto.

Já passaram nove anos desde a minha primeira operação ao cancro. Sinto-me muito bem e agradeço a Deus todos os dias a preciosa dádiva da boa saúde.

Fonte: Correspondência com Betty Metzger, Shelby, Ohio, agosto de 1989.

 

142.      Cancro do cólon

Cecil Dudley

 

Em 1982, quando tinha 75 anos de idade, consultei um médico de medicina interna para fazer um check-up completo. Este incluía uma sigmoidoscopia do cólon, mas, por alguma razão, não incluía uma análise de sangue nas fezes (exame de Hemoccult Il). Em março de 1982, vários meses depois do último exame, voltei a consultar um interno por causa de dores abdominais e foi-me receitado um tranquilizante para os "gases".

O meu anjo da guarda deve ter-me protegido quando li uma notícia no jornal sobre um curso intitulado "Evite Morrer de Cancro - Agora ou Mais Tarde", ministrado na Universidade do Estado de Ohio. Embora este curso fosse frequentado basicamente por cerca de 300 estudantes de medicina e enfermeiros, as pessoas da minha idade também podiam participar gratuitamente. Nessa ocasião, foi-me dito que todas as pessoas com mais de 50 anos deveriam fazer o teste uma vez por ano. O teste pode ser efectuado em casa, de forma privada.

O meu teste deu positivo, pelo que fiz um clister de bário que indicou um tumor no cólon. O tumor foi removido sem necessidade de colostomia. Um ano mais tarde, os resultados de um cateterismo hepático levaram-me a investigar a dieta macrobiótica, de que tomei conhecimento através de um noticiário televisivo que descrevia como um Dr. Sattilaro, com cancro metastático, tinha dado boleia a dois jovens no seu carro e estes lhe tinham falado da Macrobiótica.

Participei no seminário "Macrobiotic Way of Life" em Boston para aprender a cozinhar, a cuidar de mim e os princípios macrobióticos. Desde então, participei em quatro conferências macrobióticas de verão nas montanhas de Berkshire. Estas conferências são muito benéficas e esclarecedoras. Um ano depois de ter adotado a dieta, comecei a fazer exames médicos de três em três meses. Desde então, só o faço uma vez por ano. Com o apoio da minha mulher, Margaret, foram introduzidas numerosas alterações no nosso modo de vida, nos alimentos que compramos, na forma como comemos e noutros aspectos. Também fiz mais exercício físico. Como resultado, perdi peso ao reduzir a ingestão de gorduras, o meu colesterol baixou de 219 para 137, sinto-me física e mentalmente mais alerta e suficientemente alerta para viajar várias vezes por ano. Os níveis de ACE (antigénio carcinoembrionário) estão normais e não há sinais de recidiva do cancro.

Fonte: Correspondência com Cecil O. Dudley, Columbus, Ohio, agosto de 1990. 

 

143.      Cancro da uretra

Barbara Lee

 

A minha vida tomou um novo rumo no dia 1 de julho de 1987, quando, após um exame muito doloroso, um urologista me disse que devia fazer uma biopsia à uretra, pois havia ali um tumor que ele tinha a certeza de ser maligno. Aconselhou-me a falar com a minha família e, no dia seguinte, fui internada no Baylor Hospital às 6 horas.

A minha primeira reação foi de incredulidade, porque me sentia muito bem, exceto por aquela pressão incómoda na bexiga, e porque nunca ninguém na minha família tinha tido cancro. O meu marido e eu ficámos chocados, não podíamos acreditar! Mas logo senti uma profunda calma espiritual e a certeza de que Deus estava no controlo e a conduzir o caminho.

Nos dias que se seguiram, falámos e rezámos com os meus cinco filhos adultos e depois com os três filhos do meu marido, bem como com os nossos irmãos e irmãs e respectivas famílias. É uma grande ajuda receber apoio e conforto dos amigos mais próximos e da família quando se está de rastos.

No dia 3 de julho, o meu marido e eu fomos almoçar à nossa loja de produtos naturais preferida, como fazemos frequentemente. Desta vez, um livro numa prateleira chamou-me a atenção - The Cancer Prevention Diet de Michio Kushi. Peguei rapidamente nele e folheei-o, pensando que o compraria para comparar o que o autor dizia sobre a nossa dieta "saudável" de alimentos crus. Também estava interessada em saber o que o autor diz sobre a prevenção do cancro. Nunca tínhamos ouvido falar de Michio Kushi ou da Macrobiótica.

Na segunda-feira, dia 6, a biopsia confirmou os receios do médico. O diagnóstico foi de carcinoma da uretra, estádio III, que se espalhou para a bexiga. O médico explicou que se tratava de um cancro muito raro e extremamente letal. Disse-me que era muito importante avançar sem demora com tudo o que a ciência podia fazer para esse problema.

Primeiro, encaminhou-me para o radiologista-chefe, que decidiu que eu deveria fazer um enxerto de rádio antes de 8 de junho. Durante a minha estadia no Baylor Hospital, toda a gente foi muito atenciosa e eficiente comigo, mas eu estava doente, com dores fortes e náuseas. Apenas obtive algum alívio temporário com medicamentos.

No dia 17 de julho, o radiologista retirou o enxerto e inseriu um cateter que deveria demorar várias semanas. Depois de ter saído do hospital, o médico examinava-me semanalmente e ficou preocupado quando, ao fim de seis semanas, eu não tinha recuperado as forças. Tanto ele como o urologista aconselharam-me a fazer uma cirurgia radical no mês seguinte.

Expliquei que estava a seguir uma dieta macrobiótica maravilhosa e eles reagiram dizendo que eu era demasiado inteligente para acreditar que uma dieta ou certos alimentos pudessem produzir a remissão do cancro. Entretanto, o meu marido encontrou um centro macrobiótico em Dallas e teve aulas de culinária lá e, quando regressou, trouxe consigo material e livros que descreviam a recuperação do cancro com a macrobiótica. Felizmente, o meu marido sempre gostou de cozinhar e acreditava nos lares naturais. Assim, embarcámos nesta nova forma de cozinhar, comer e aprender.

Por isso, era muito natural que eu quisesse viajar até Boston para ver o Michio Kushi. Telefonámos para a Fundação Kushi e conseguimos vê-lo a 23 de agosto. Ele ainda estava bastante fraco, enquanto a mensagem unânime da maioria dos meus familiares e amigos era: "pôr-me nas mãos dos médicos, pois eles sabem o que fazer".

Michio estava cautelosamente otimista e afirmava que eu iria melhorar se seguisse as recomendações macrobióticas, sugerindo algumas modificações na dieta e certas preparações caseiras. Recomendou que caminhasse meia hora por dia, acompanhado de uma música agradável para me manter feliz. Também insistiu em que eu mastigasse 50 vezes cada bocado.

De volta a Dallas, seguimos à risca as suas recomendações. Decidimos adiar a operação para ver como estavam a ficar as casas. Gradualmente, a minha saúde e força voltaram e cada visita ao médico confirmava que o tumor estava a diminuir. Em outubro, o meu médico apresentou o meu caso à Comissão de Urologia de Dallas. Pareceu-lhe que eu precisava de mais opiniões médicas para me convencer da urgência e da necessidade de uma intervenção cirúrgica. Disse-lhe que apreciava a sua preocupação.

Pouco tempo depois, telefonou-me para me informar que todos os médicos concordavam que era necessária uma operação para salvar a minha vida e que esta deveria ser efectuada o mais tardar em dezembro, caso contrário seria demasiado tarde. A razão da minha relutância em ser operado era que a cirurgia radical demoraria cerca de 16 horas e, aparentemente, removeria grandes áreas do meu corpo. Ainda assim, as minhas hipóteses de sobreviver cinco anos ou mais eram escassas e eu estava preocupado com a qualidade da minha vida e com o tempo que me restava.

No início de novembro, regressámos a Boston para ver o Kushi. Ele estava entusiasmado com os meus progressos e muito otimista quanto às minhas hipóteses de recuperação. Regressei a casa e continuei a seguir a dieta de forma muito rigorosa. Rezávamos a cada passo e eu caminhava cerca de 3 km por dia, cantando e rindo. Não voltei a telefonar ao médico porque ele me tinha dito para não o fazer a não ser que eu concordasse com a operação.

Em junho de 1987, depois de regressar da Florida, fui ver o meu médico. Ele ficou satisfeito e surpreendido por me ver tão bem e saudável. Depois de uma cistoscopia, tomografias, radiografias e análises ao sangue, disse que estava absolutamente espantado por todos os exames terem sido positivos - por agora! Disse também que o meu caso devia ser registado nos livros de medicina porque nunca ninguém com esta doença tinha conseguido viver tanto tempo sem uma operação radical após o enxerto de rádio. Perguntei-lhe se não tinha curiosidade em saber o que eu tinha andado a fazer durante esse tempo, mas ele sorriu e disse: "Bárbara, o teu corpo reagiu muito bem ao enxerto de rádio e, embora eu saiba que você tem muita fé na dieta que adoptou, tenho a certeza de que ela não tem nada a ver com a sua cura.

Quando saímos da clínica, o meu marido e eu estávamos tão entusiasmados que começámos a saltar de alegria e a agradecer ao Senhor. Foi uma satisfação total e partilhada com toda a gente. Quando fomos a uma reunião do nosso grupo macrobiótico, todos se levantaram e nos abraçaram. Os membros da nossa igreja também se alegraram e partilharam lágrimas de alegria, porque tinham rezado com muita fé pela minha recuperação.

Desde 1988, participamos na Conferência Macrobiótica anual que se realiza todos os verões nas montanhas de Berkshire, em Massachusetts. Em várias ocasiões, contei a minha história a uma audiência. Algumas das pessoas com cancro que assistiam a esta conferência disseram-me que se sentiam encorajadas e inspiradas por me ouvirem. A partir daí, dediquei-me a contar as minhas experiências. Nesse ano, criámos um grupo de apoio, chamado Lifeline, para ajudar as pessoas com cancro. Começámos com quatro pessoas, depois dez, depois vinte e cinco e mais!

Em abril de 1990, contei a minha história num programa de televisão em Atlanta, mas primeiro fui ao médico para fazer um exame. Ele fez uma cistoscopia e ficou espantado ao ver como as paredes da minha bexiga tinham amolecido, em vez da rigidez habitual devida à cicatrização. Disse que não seriam necessários mais exames porque a minha recuperação era evidente. Declarou que se tratava de um "milagre medicinal".

Em conclusão, os últimos três anos foram os melhores anos da minha vida. Estou profundamente grato a tudo e a todos os que contribuíram para a minha recuperação: Michio Kushi, os meus médicos especialistas, a dieta macrobiótica equilibrada, os exercícios físicos e, acima de tudo, as orações e a fé da minha família e amigos.

Fonte: Correspondência com Barbara Lee, Dallas, Texas, janeiro de 1991.

144.      Cancro da próstata

J. R. Lee

 

No início do verão de 1987, comecei a sentir dores incómodas na zona da próstata, nomeadamente ao urinar, que se tornavam cada vez mais frequentes. Isto preocupava-me, porque há alguns anos que os médicos tinham notado que a minha próstata estava aumentada, embora isso não significasse qualquer problema grave e, por essa razão, eu não precisava de cuidados médicos. Como antigo comandante de uma companhia aérea, tive de ser examinado de seis em seis meses durante 33 anos e estive sempre em boas condições físicas.

A minha condição física passou para segundo plano quando, no início de julho, foi diagnosticado um cancro à minha mulher, Barbara. As nossas orações levaram-nos a procurar ajuda adicional da Macrobiótica. Assim, rapidamente terminei as aulas de culinária e a preparação de pratos macrobióticos. Isto permitiu-me cozinhar para ela, que esteve durante muito tempo completamente incapacitada devido a um enxerto de rádio, após o qual regressou a casa do hospital. Aqui diz o ditado: "quando chove, chove a cântaros".

Em agosto de 1987, tive uma experiência alarmante: a minha micção era limitada e acompanhada de dores e vestígios de sangue. Examinado por um urologista, foi-me revelado que não só tinha a próstata muito aumentada, como também tinha um tumor duro no lado direito. Quando lhe perguntaram como é que ele conseguia distinguir as duas coisas, ele respondeu: "não há dúvida: enquanto o aumento é carnudo, o tumor é como uma bola de mármore!" Receitou-me antibióticos durante oito dias. Disse-lhe que tanto eu como a minha mulher seguíamos uma dieta especial para os nossos problemas e para adiar a biopsia por alguns dias. "Tudo bem", respondeu-me, "mas não é normal que estes problemas desapareçam".

Entretanto, a minha mulher e eu continuámos a rezar e fomos a Boston ver Michio Kushi, a quem entreguei os meus relatórios médicos. Ele recomendou-me algumas bebidas especiais para tomar duas vezes por dia durante as duas primeiras semanas e, por telefone, a minha rotina foi ligeiramente modificada durante as semanas seguintes. Podia continuar com as minhas visualizações e com a prática macrobiótica. Era evidente que estava a melhorar o meu estado, embora continuasse a perder peso. Tenho 1,75 m e durante cerca de quarenta anos o meu peso manteve-se entre os 80 e os 60 quilos, mas desci até aos 63 quilos antes de estabilizar e engordar muito rapidamente.

No final de novembro de 1987, fui ao urologista. Tinha uma boa esperança de que as nossas orações tivessem surtido efeito e alguma confiança de que o médico iria constatar que o tumor tinha diminuído bastante. Mas, para dizer a verdade, mal podia acreditar que o tinha ouvido bem quando ele disse que não encontrava qualquer vestígio do tumor. Continuei a melhorar e, em dezembro de 1987, visitei o urologista mais famoso de Dallas para um novo exame e uma segunda opinião. Continuava a haver muito inchaço na próstata, mas não havia vestígios do tumor. Demorei quase um ano a recuperar o meu peso, que se fixou em cerca de 76 quilos. No momento em que escrevo isto, 21 de fevereiro de 1991, tenho 71 anos e estou de perfeita saúde.

Fonte: Correspondência com J. R. Lee, fevereiro de 1991.

145.      Cancro da mama

Bonnie Kramer

 

Em novembro de 1980, Bonnie Kramer, 27 anos, casada, com filhos e a viver em Torrington, Connecticut, sentiu um desconforto numa axila. Descobriu um nódulo do tamanho de uma ervilha que parecia flutuar quando lhe tocava, mas que a deixou indiferente. Em fevereiro de 1981, fez uma mamografia que deu negativo.

Durante o inverno, o nódulo aumentou e diminuiu e ela começou a sentir dores constantes na mama esquerda, bem como fadiga e um corrimento leitoso do mamilo. Os seus seios tornaram-se maiores e doridos. Também durante o inverno, teve várias constipações e gripes.

Uma biópsia efectuada em fevereiro de 1982 revelou a existência de cancro e, pouco tempo depois, foi internada no Winsted Memorial Hospital, em Connecticut, para a remoção da mama esquerda e de vários gânglios linfáticos na axila. Foi também submetida a quimioterapia e deveria receber seis semanas de radioterapia. Os efeitos secundários não eram graves, mas ela sentia-se irritada, perdia algum cabelo e tinha náuseas após cada tratamento. Terminei os tratamentos em março de 1983, altura em que os médicos a consideraram livre de cancro, embora recomendassem exames periódicos aos ossos e ao fígado como medida de precaução. À medida que se sentia melhor, trabalhou como directora dos serviços sociais de uma organização de enfermagem e ajudou a obter fundos para a American Cancer Society.

Três anos mais tarde, em abril de 1986, enquanto jogava à bola com o seu filho, sentiu um puxão na zona lombar. As dores continuaram a aumentar e, no início de 1987, tornaram-se insuportáveis. Bonnie recorda: "As dores voltaram em força e não passavam. As enfermeiras que trabalhavam comigo estavam muito preocupadas comigo. As dores chegavam-me à cara. Durante o meu primeiro período menstrual, senti-me inchada e sofri cólicas intensas". Uma ecografia revelou tumores na pélvis e na parte superior das costas. Os médicos aconselharam radiações e uma quimioterapia agressiva. Abatida, tinha dificuldade em exprimir-se e chorava sem parar. Recorda: "Senti que tinha de fazer alguma coisa, rezei para ter força e orientação para resolver esta situação dramática. De repente, recebi um impacto do nada e, dessa forma, recebi uma resposta. Sabia, pelas minhas leituras, que havia cada vez mais informação sobre nutrição e cancro, e lembrei-me que a minha irmã me tinha falado de um artigo que tinha lido há vários anos sobre um médico que tinha sido curado de cancro através de uma mudança na sua dieta. Na altura, não dei muita importância ao assunto, mas de repente lembrei-me e disse para comigo: "Meu Deus, é disso que preciso, tenho de ter alguma informação sobre esta dieta, mas como?

Uma amiga foi a uma loja de produtos naturais e comprou o livro de Michio Kushi, The Macrobiotic Way, que leu. A Bonnie achou-o completamente lógico, mas bastante complicado. No entanto, foi a um nutricionista e comprou os alimentos indicados no livro e deixou de comer carne, açúcar e produtos lácteos. Foi também submetida a radioterapia e a uma histerectomia. Depois destes tratamentos, decidiu frequentar um seminário no Instituto Kushi chamado Macrobiotic Way of Life.

Teve aulas de culinária com Sarah Lapenta do Instituto Kushi, que vivia perto da sua casa. Em maio de 1987, uma análise ao sangue revelou que os seus níveis de enzimas tinham voltado ao normal. Em setembro, uma ecografia mostrou que os tumores tinham diminuído bastante. Uma amiga que trabalhava na unidade de radiologia do hospital disse-lhe que nunca tinha visto um relatório semelhante. Em setembro de 1988, uma nova ecografia revelou tecido cicatricial, mas sem tumores. O médico diz-lhe que a remissão se deve provavelmente à operação e à radiação, embora a dieta macrobiótica possa também ter ajudado. Em agosto de 1988, uma nova ecografia deu um resultado completamente normal, sem tumores nem tecido cicatricial. Nesta altura, o seu médico ficou muito impressionado e apoiou plenamente a sua experiência macrobiótica.

Bonnie descreve-o da seguinte forma: "Notei mudanças imediatas tanto em mim como no meu filho Ben, que partilhou as minhas refeições durante o primeiro verão. As nossas alergias desapareceram e o Ben deixou de ter problemas de garganta inflamada. Sentimo-nos mais fortes, mais enérgicos, organizados e bem em todos os sentidos da palavra. Eu senti-me espiritualmente liberta e estável. À medida que a minha confiança aumentava, também aumentava a minha paz interior. Um sentimento de unidade com a natureza e com Deus".

Agora, Bonnie está prestes a abrir um centro macrobiótico na zona onde vive. Acredita que "a felicidade só vale a pena se puder ser partilhada". Gostaria de ajudar os seus vizinhos com aulas, alimentação e orientação. Dedica-se à construção de um mundo pacífico e está grata por ter encontrado ajuda para concretizar este conceito.

Fonte: " Uma mãe cura o seu cancro da mama: uma mudança na dieta ajuda a curar tumores e metástases ósseas". One Peaceful World Newsletter, Becket, Massachusetts, primavera de 1990. 

 

146.      Melanoma maligno

Virgínia Brown

 

Em agosto de 1978, Virginia Brown, 56 anos, uma enfermeira registada que vivia em Tunbridge, Vermont, reparou que um sinal preto no seu braço estava a aumentar de tamanho e a ficar mais escuro. Ela tinha perdido muito peso e sentia-se mentalmente enfraquecida. Os médicos do Vermont Medical Center, em Burlington, fizeram-lhe uma biopsia e descobriram que se tratava de um melanoma maligno em estado avançado (estádio IX). Disseram-lhe que, se não fosse operada, viveria apenas seis meses. Virginia disse mais tarde: "Apesar de ter tido formação e exercido a profissão de médica durante anos, a ideia de uma operação não me agradava. Há muitos anos que estudava alternativas, embora não as praticasse de facto".

Em casa, o filho e a nora encorajaram-na a experimentar a Macrobiótica e, pouco tempo depois, participou na conferência anual sobre cancro da East West Foundation, que se realizava nesse ano em Amherst, Massachusetts. Aí, ouviu cerca de quinze doentes com cancro falarem das suas experiências com a dieta. Ficou muito impressionada com os seus relatos.

Até então, tinha seguido a dieta típica dos EUA: alimentos refinados, especialmente gorduras animais provenientes de produtos lácteos, carne, aves e peixe. Quando começou a dieta, já estava tão doente que mal conseguia subir as escadas e passava a maior parte do dia a dormir. Três semanas após a mudança de dieta, preparada pelos seus filhos, sentiu uma melhoria na sua energia, atitude e clareza mental. "Eu era uma nova pessoa, conseguia levantar-me e andar sem problemas.

Em setembro, foi a Boston para ver Michio, que lhe deu alguns conselhos dietéticos específicos, aconselhando-a a ter aulas de culinária. Com o apoio da família, seguiu fielmente a dieta, o ioga, a oração, a meditação e uma caminhada de três quilómetros todas as manhãs depois do pequeno-almoço.

Em 1979, tornou-se evidente que Virgínia tinha ultrapassado a sua doença, o que foi confirmado por exames médicos exaustivos. Após o restabelecimento da sua saúde, Virgínia passou a estudar no Instituto Kushi e a dedicar-se ao programa macrobiótico iniciado no Hospital Lemuel Shattuck, em Boston, para promover um modo de vida mais natural junto de outros profissionais de saúde e doentes. Em 1984, a sua história foi publicada no livro Macrobiotic Miracle: How a Vermont Family Overcame Cancer.

Fonte: "Malignant Melanoma, Stage IV", em Cancer and Diet (East West Foundation, 1980); entrevista com Alex Jack, 30 de setembro de 1982.

147.      Cancro da mama e do pulmão

Magdaline Cronley

 

O meu nome é Magdaline Cronley e vivo em Montauk, a cidade mais a leste de Long Island, com o meu marido Bob e a nossa filha Jennifer. Tenho 47 anos e fui criada com uma dieta dita típica americana. Consumia grandes quantidades de carne, lacticínios, açúcar, alimentos congelados e muita comida rápida. Fumei cigarros durante mais de 30 anos. Ao longo da minha vida tive muitas constipações, gripes, problemas de sinusite, infecções renais, quistos e obesidade.

Em agosto de 1984 foi-me diagnosticado um cancro da mama e do pulmão, que se espalhou por vários ossos. O prognóstico dava-me dois meses de vida, uma vez que o cancro era terminal e inoperável. Fui imediatamente submetida a quimioterapia, o que resultou na perda de todos os pêlos do corpo e em dificuldades de digestão. Quando não estava a vomitar, estava a antecipar o vómito. Esta vida prolongou-se durante um mês, resultando numa fraqueza progressiva.

Em setembro, uma mulher chamada Joanne Kushi (nascida Collette) emprestou ao meu marido The Cancer Prevention Diet de Michio Kushi. O livro foi para mim como o raio de sol de que estava à espera. Tornou-se a minha Bíblia e levava-o para todo o lado, mantendo-o na minha mesa de cabeceira para o caso de precisar de alguma informação durante a noite. Comecei a aperceber-me de que, se continuasse com a minha dieta habitual, continuaria a ficar mais doente e a vomitar, porque alguns dos aditivos nos alimentos e nos cosméticos eram os mesmos que tinha recebido com a quimioterapia. Sempre que alguém me visitava com um perfume que continha estes aditivos, eu começava a vomitar.

Assim que comecei a cozinhar sopa de miso, arroz integral e legumes cozidos a vapor para mim própria, comecei a sentir-me melhor e mais forte e a poupar comida. No início, tinha de cozinhar sentada numa cadeira de rodas. Mas todos os dias ficava mais forte. O meu médico queria dar-me quimioterapia durante dois anos (22 meses a mais do que eu tinha de vida). Ele acreditava que sem a quimioterapia eu não conseguiria sobreviver... Continuei a quimioterapia durante mais seis meses, preparando pratos especiais após cada tratamento para reconstituir o meu sangue.

Tive também de enfrentar uma das causas do meu cancro. Tive de aceitar que trinta anos de tabagismo tinham contribuído para o meu cancro do pulmão e que o meu cancro da mama tinha sido muito provavelmente causado pelo consumo excessivo de produtos lácteos. Quando compreendi que estas práticas tinham contribuído para esta situação, compreendi também que podia transformar a minha doença numa bênção e permitir que Deus me curasse. Agora eu tinha à minha disposição os meios para reverter a doença.

Em janeiro de 1985, apercebi-me de que tinha de parar a quimioterapia. Por três vezes perdi todos os pêlos do corpo, que voltaram a crescer com a ajuda da dieta macrobiótica. Fomos de férias para a Flórida, passeámos na praia, tomámos banho na água salgada, comemos boa comida macrobiótica e agradecemos sempre tudo o que tínhamos.

Em março de 1985 fiz uma transfusão de sangue porque tinha recebido demasiada quimioterapia. O médico disse-me que, se não fizesse a transfusão, teria sérios problemas se entrasse em contacto com alguém portador de germes, porque o meu sistema imunitário não seria capaz de os neutralizar, pois estava demasiado enfraquecido. Apercebi-me de que, depois de muitos raios X, exames e quimioterapia, estava completamente intoxicada e, se não fosse o miso, as algas, o arroz integral e os legumes, provavelmente não teria sobrevivido.

Comecei a ter aulas de culinária e a assistir a palestras macrobióticas e também fui ao Instituto Kushi em Becket. Considero-me muito afortunada por ter sido ensinada pelos melhores professores do mundo. Compreendo que a partilha da minha experiência com os outros teve muito a ver com a minha recuperação. A nossa amiga Joanne partilhou comigo o seu conhecimento e liberdade, o que me ajudou a curar. Disseram-me que quando nos curamos a nós próprios, tornamo-nos curadores, quer queiramos quer não. Desde então, tenho ajudado todos aqueles que me querem ouvir e, por vezes, aqueles que não querem.

Dou aulas de culinária em Montauk e na vizinhança. Para mim, a Macrobiótica não é para ser guardada numa caixa de tesouros, mas para ser partilhada com todos os que precisam e querem aprender. Seis anos depois da minha batalha contra o cancro terminal, estou viva e bem, e agradeço a Deus a oportunidade de poder ajudar os outros como fui ajudada.

Fonte: Correspondência com Magdaline Cronley, Montauk, Nova Iorque, agosto de 1990. 

 

148.      Cancro da mama

Anne Kramer

 

Em fevereiro de 1986 foi-me diagnosticado um cancro da mama e fui submetida a uma mastectomia radical modificada na mama esquerda. Dos dez gânglios linfáticos, quatro tinham carcinomas com metástases, além de pequenos êmbolos tumorais presentes nos pequenos vasos sanguíneos auxiliares. O meu oncologista recomendou quimioterapia durante um ano e possivelmente mais tempo. Uma segunda opinião dada por outro oncologista confirmou a primeira: mais um ano de quimioterapia. Este segundo oncologista sugeriu que eu tinha provavelmente vários milhares de células cancerosas a flutuar na minha corrente sanguínea. Uma análise de sangue de rotina efectuada no hospital revelou que o meu nível de colesterol era de 243.

Enquanto convalescia da minha operação, comecei a ler relatórios de investigação sobre o cancro que associavam o consumo elevado de gorduras ao cancro da mama. Um desses estudos, realizado com mulheres japonesas que seguiam a dieta tradicional japonesa, revelou uma incidência muito menor de cancro da mama e uma taxa de recorrência inferior à das mulheres ocidentais que ingeriam muito mais gordura. Eu sabia que precisava de adotar uma dieta com baixo teor de gordura, mas faltava-me a energia para investigar uma dieta tradicional japonesa. A quimioterapia tinha-me enfraquecido. O meu médico mandou-me adotar o regime de Cooper e eu estava também a tomar Tamoxifina porque tinha testado ligeiramente positivo para os receptores. Após três meses deste difícil tratamento de quimioterapia, a minha amiga falou-me da dieta macrobiótica. Encomendei o livro "The Cancer Preventive Diet" de Michio Kushi. Li-o e comecei imediatamente a cozinhar as refeições recomendadas para a minha doença. Eu sabia que esta dieta macrobiótica era o que eu procurava e acreditava firmemente que iria curar o meu cancro da mama. Afastei todos os sentimentos de insegurança.

Não foi fácil para mim obter e cozinhar estes novos alimentos estrangeiros, especialmente porque estava absolutamente sem energia e, na maior parte do tempo, sentia-me doente e enjoada devido aos efeitos da quimioterapia. Pelo menos não tinha de me preocupar com a presença de cabelos na minha comida, porque tinha perdido todo o meu cabelo. Confiei nesta nova dieta e segui religiosamente as suas instruções. As receitas maravilhosas de Aveline Kushi ajudaram-me a acalmar e a dedicar-me à cura. Li também o livro de Simonton, Getting Well Again, e fiz os exercícios recomendados de imagens mentais positivas (visualizações) três vezes por dia.

Após dois meses de dieta macrobiótica, fiz uma mamografia de repetição à mama direita. O médico alertou-me para a possibilidade de novos tumores nos locais onde tinham sido descobertos pontos de calcificação. Estava ansiosa. A mamografia revelou que as manchas de calcificação, que eu tinha descoberto seis meses antes, tinham desaparecido! Fiquei entusiasmada.

Em setembro de 1986, decidi parar a quimioterapia. O oncologista discordou e disse-me que tinha de continuar a quimioterapia durante pelo menos mais seis meses. A minha mente revoltou-se ao pensar em mais seis meses deste veneno. Já tinha tido de interromper a quimioterapia várias vezes porque os meus glóbulos brancos estavam perigosamente baixos. Prometi ao meu corpo que não permitiria mais tratamentos de quimioterapia.

Mais tarde, nesse ano, conheci a Bonnie Breidenbach, uma mestre quimioterapeuta de Detroit, que ajustou a minha dieta. Ela também me falou de uma terapia de grupo para doentes com cancro. Frequentei as sessões de grupo durante algum tempo. Foi muito encorajador e estimulante partilhar os meus sentimentos com outras pessoas com cancro que estavam a passar por uma experiência macrobiótica.

Passaram cinco anos e estou de boa saúde. Fiz várias mamografias, cintilografias ósseas, radiografias mamárias e análises ao sangue, sem qualquer sinal de cancro. Tenho 61 anos, o meu colesterol é de 170. Inscrevi-me no Programa de Extensão do Instituto Kushi em Cleveland para aprender mais sobre Macrobiótica. Gosto do programa e aproveito a vida. Estou grata ao meu marido por me apoiar, adoptando também a dieta macrobiótica desde o início. Toda a minha família, incluindo a minha mãe de 89 anos, beneficiou da Macrobiótica.

Agradeço a Deus por me ter dado esta doença e a saúde para apreciar a vida.

Fonte: Correspondência com Anne Kramer, janeiro de 1991.

149.      Tumor cerebral

Brian Bonaventura

 

O meu nome é Brian Bonaventura, vivo em Columbus, Ohio, e tenho 37 anos. Trabalho na indústria automóvel e recuperei de dois tumores cerebrais com a ajuda da Macrobiótica e da cura espiritual. Esta é a minha história.

Antes de ter cancro, fazia a dieta do tipo americano. -Carne vermelha, doces, puré de batata, café e refrigerantes. Durante muitos anos reprimi as minhas emoções e nunca fui realmente feliz, embora estivesse de boa saúde em geral. Há alguns meses que sofria de sintomas gripais, quando, em setembro de 1983, durante o trabalho, tive um ataque apoplético. Foi-me diagnosticado um tumor cerebral benigno do tamanho de uma pequena laranja no lobo frontal direito do cérebro. Fui imediatamente operado e recuperei sem paralisia.

Depois de considerar diferentes opiniões entre o meu radiologista e o meu oncologista sobre se devia ou não fazer radioterapia e/ou quimioterapia, acabei por concordar com o meu radiologista que, devido à minha tenra idade - 29 anos na altura - e ao facto de dois dos três relatórios de patologia dizerem que o tumor era benigno, eu não faria quimioterapia. O meu neurocirurgião concordou, mas recomendou-me que começasse imediatamente a fazer radioterapia. Mas decidi não o fazer e comecei a tentar resolver a minha vida e os meus problemas conjugais e a ultrapassar o meu medo crescente das pessoas. Menos de um ano depois, comecei a ter ataques de pânico no trabalho e a tomar tranquilizantes para lidar com os meus problemas profissionais e domésticos. Pensando bem, apercebo-me que estes não eram bons sinais. Os meus ataques de pânico desapareceram assim que tomei tranquilizantes, mas estes causaram-me problemas de sono e sonhos perturbadores durante os quatro anos em que os tomei. O calor forte e húmido dos verões do Ohio também me afectou negativamente, pelo que evitei ao máximo qualquer atividade nesses verões. Após outra tomografia no outono de 1984, decidi mudar de médico. Os resultados dos exames eram normais, mas o meu novo médico aconselhou-me a evitar os fritos e a reduzir a ingestão de carne, pois os meus níveis de triglicéridos no sangue estavam elevados. Este foi, no meu caso, os primeiros conselhos dietéticos dados por um médico.

Os anos 85 e 86 decorreram sem alterações fundamentais na minha condição física. Todos os anos fazia uma TAC, que era normal, e nessa altura o médico aconselhou-me a reduzir também os produtos lácteos. À medida que a minha vida emocional se tornava cada vez mais stressada, comecei a ter desejos de alimentos gordos e oleosos, passando por períodos de dieta ou de alimentação desequilibrada. Em 1984, iniciei um programa de condicionamento físico porque tinha engordado e, embora o exercício físico e o ciclismo tenham ajudado um pouco, os meus hábitos alimentares voltaram aos velhos padrões de alto teor de gordura e açúcar, enquanto os meus problemas conjugais continuavam a agravar-se. O calor do verão voltou a ser insuportável e os tranquilizantes que tomava tinham perdido o efeito. Para aliviar a minha depressão, comecei a beber álcool.

Finalmente, em 1988, o meu casamento falhou completamente. Nesse ano, fiz uma ressonância magnética (RMN) que revelou outro tumor cerebral no mesmo sítio que o anterior. Após outra operação e outra recuperação total, o meu neurocirurgião recomendou vivamente tratamentos radioactivos, pois tinha a certeza de que o segundo tumor era maligno. Antes, tinha esperança de que a medicina moderna resolvesse todos os meus problemas. Agora, depois de dois tumores cerebrais e duas grandes operações no espaço de cinco anos, comecei a aperceber-me de que não era esse o caminho para mim. Ao mudar a minha maneira de pensar, apercebo-me agora de que não foi por acaso que a minha namorada me deu um exemplar do livro do Dr. Sattilaro Recalled by Life quando estava a recuperar da minha segunda operação. Depois de ponderar as minhas opções, decidi experimentar a Macrobiótica. Li o livro todo sem parar e fez todo o sentido para mim quando revisitei o meu passado. Assim que saí do hospital, fui à loja de produtos naturais mais próxima e comecei a aproximar-me o mais possível da dieta macrobiótica, enquanto continuava a ler. Fui ver Michio e observei as suas sugestões com muita atenção durante muitos meses.

A minha saúde melhorou absolutamente nestes três anos. Estou emocionalmente mais estável do que em qualquer outra altura e já não tomo tranquilizantes porque há anos que não sinto pânico. Bebo muito pouco álcool e nunca por estar deprimido. Desde que comecei a Macrobiótica não tenho mais depressões! Também deixei de ter desejos de comer alimentos gordos, porque tenho uma alimentação muito equilibrada. Depois de aplicar a recomendação de Michio de usar uma compressa na zona operada, um formigueiro persistente no ouvido direito desapareceu e estou contente por ter ultrapassado o meu último encontro com tumores cerebrais.

Agora faço esqui na neve e esqui aquático e nunca me senti tão bem fisicamente. Sou muito ativo na comunidade macrobiótica de Columbus e decidi estudar para me tornar um conselheiro macrobiótico. A minha experiência demonstrou que a doença se manifesta mentalmente muito antes de ser diagnosticada. Acredito que a alimentação e as emoções estão na base da saúde ou da doença. Agora deixo que a minha vida seja o meu prognóstico. A dieta macrobiótica deu-me liberdade. Com coragem, um sonho pode tornar-se realidade. A minha vida nunca foi tão bem sucedida. Já não dependo da medicina para obter respostas, mas apenas para me ajudar. Acredito que a única cura para o cancro pressupõe descobrir a origem da nossa doença, a verdade em nós próprios e no nosso universo. Obrigado Macrobiótica por me ter dado um novo sopro de vida!

Fonte: Correspondência com Brian Bonaventura, Columbus, Ohio, abril de 1991. 

 

150.      Cancro do útero

Elaine Nussbaum

 

Em abril de 1980 foi-me diagnosticado um cancro do útero. Tratava-se de um carcinoma localizado no músculo do revestimento do tecido conjuntivo uterino. Fui tratada com radiação interna e externa, quimioterapia oral e intravenosa e terapia hormonal. Em agosto de 1980, fui submetida a uma histerectomia radical. Continuei a receber quimioterapia.

Em maio de 1982, começou a doer-me a região lombar, tendo sido diagnosticada uma fratura por compressão. Apesar da medicação pesada, as dores agravaram-se progressivamente. Tinha dificuldade em sentar-me ou deitar-me. Em agosto, após vários dias de pé, dia e noite, dormindo apenas com o meu marido encostado a mim, consultei um ortopedista. Ele confirmou a fratura por compressão e constatou também um colapso parcial de uma vértebra. Para evitar o colapso total da coluna vertebral, foi-me colocado um espartilho ortopédico que se estendia desde a parte inferior do tórax até à parte inferior da bacia e à volta das costas. Tinha de o usar dia e noite.

As dores agravaram-se e estenderam-se às minhas pernas. Quando já não conseguia sequer ficar de pé, fui colocada numa cadeira reclinável onde tinha de ficar todo o dia a tomar analgésicos fortes. Nada fazia parar a dor.

Em setembro, fui novamente levada para o hospital para mais exames de diagnóstico. Estes exames revelaram que, para além do colapso da coluna vertebral, eu tinha cancro lombar, cancro torácico e múltiplos depósitos metastáticos em ambos os pulmões.

Fui novamente irradiada, depois recebi quimioterapia, mais radiação e mais quimioterapia. O protocolo atribuído consistia em dez ciclos de quimioterapia com intervalos de três a quatro semanas. Cada tratamento exigia uma noite de internamento no hospital. Sentia-me cansada, fraca, com náuseas e dores.

No final de janeiro de 1983, após quatro ciclos de quimioterapia, cortei o dedo num envelope. Como os meus níveis sanguíneos estavam demasiado baixos devido à quimioterapia, o meu corpo não conseguiu combater a infeção. Esse corte resultou num internamento hospitalar de dez dias, incluindo doses maciças de antibióticos intravenosos, quatro transfusões de sangue e três dias de isolamento. Os médicos decidiram que, em casa, a quimioterapia que eu estava a receber era demasiado forte e que iriam dar algo menos tóxico.

Os diagnósticos realizados durante o internamento no hospital indicaram que havia alterações nas metástases em ambos os pulmões e um aumento da atividade e da progressão do cancro na coluna vertebral. 

Foi então que me apercebi que a medicina convencional não me estava a ajudar e comecei a considerar uma alternativa. Escolhi a Macrobiótica principalmente com base nas minhas leituras de outras pessoas que tinham sido curadas por esta abordagem. Em particular, fiquei impressionado com a história do Dr. Sattilaro. Pareceu-me que se ele podia ter recuperado a sua saúde, eu também podia.

Em fevereiro de 1980 comecei a praticar a Macrobiótica. Eliminei completamente a carne, as aves, os ovos, o peixe, os lacticínios e a fruta. Reduzi a zero os 38 comprimidos que tomava todos os dias. Decidi deixar a quimioterapia, a terapia hormonal, os antibióticos e os comprimidos de vitaminas. Comecei a comer arroz integral e legumes cozinhados.

Comecei a Macrobiótica numa cama de hospital, numa cadeira de rodas, com um espartilho e muitas dores que foram diminuindo gradualmente e deixei de tomar analgésicos. Passado pouco tempo, já conseguia dar alguns passos com a ajuda de um apoio. Em seguida, pratiquei a marcha com duas bengalas, depois com uma. Em abril, um desconforto urinário que me afligia há três anos (resultado da irradiação original) desapareceu. Em meados de maio, deixei de usar a cinta. Em 22 de maio, andei pela primeira vez sem ajuda.

Em junho, pude tirar a peruca porque os meus cabelos castanhos tinham voltado da quimioterapia. Regressei à cama do hospital e voltei a conduzir o carro. Retomei os meus estudos de nutrição. Em seis meses, passei de inválida, doente e a tomar comprimidos a uma pessoa feliz, otimista e muito, muito grata.

Passaram oito anos de vida macrobiótica e continuo de boa saúde. Terminei o meu doutoramento em nutrição; a minha tese foi "A abordagem macrobiótica do cancro". Continuo a estudar, a praticar e a ensinar Macrobiótica. Tenho um consultório ativo orientado para a macrobiótica, bem como aulas de culinária. O meu livro, Recovery: From Cancer to Health Through Macrobiotics, inspirou milhares de pessoas a melhorar a sua saúde com a Macrobiótica.

Alguns factores importantes na minha recuperação incluem a prática rigorosa das recomendações macrobióticas (sem batota): visitas regulares a um professor de macrobiótica; massagem shiatsu; o amor e o apoio da família e dos amigos; muitas orações; e uma atitude otimista e positiva. As minhas experiências, pessoais e profissionais, mostraram-me algumas das mudanças maravilhosas que podem ocorrer quando se adopta uma vida macrobiótica.

Fonte: Correspondência com Elaine Nussbaum, West Orange, New Jersey, novembro de 1990.

151.      Cancro da próstata

Herb Walley

 

Quando tinha quarenta e poucos anos, sofri uma grave obstrução do trato urinário que exigiu uma operação transuretral a uma próstata inflamada. As múltiplas aderências subsequentes obrigaram à ressecção do ducto. Aparentemente, este facto provocou o desenvolvimento do tumor. Quando passei dos 60 anos de idade, o tumor tornou-se maligno. Acreditando que o tinha detectado suficientemente cedo para o tratar com hormonas, em vez de o operar, o médico receitou-me um regime de doses muito fortes de silbestrol, uma hormona feminina. Isto passou-se quando eu tinha 63 anos de idade. O silbestrol é um medicamento utilizado pelos travestis para se transformarem fisicamente, eliminarem os pêlos do corpo e desenvolverem seios. Os efeitos secundários são terríveis para um homem que deseja manter a sua masculinidade.

Algumas das transformações mais deprimentes são o desenvolvimento de seios e mamilos extremamente sensíveis, a retenção de líquidos em todo o corpo - sobretudo nas pernas - com o consequente incómodo de urinar de hora a hora, noite e dia. Também a perda de substância nas unhas resulta em fissuras e lacerações dolorosas nas unhas. Existem muitos outros efeitos óbvios e igualmente incómodos.

Depois de muitas visitas ao urologista e das suas constantes recomendações para tomar as minhas doses diárias para o resto da minha vida, acabei por convencê-lo a reduzir as doses de hormonas para metade. No entanto, isso não ajudou muito.

Quando me aproximava dos 68 anos, enquanto os exames continuavam a indicar a malignidade do tumor, um bom amigo e vizinho foi diagnosticado com cancro da próstata. A sua mulher, romancista, recebeu da editora um exemplar de Recalled by Life. Depois de o lerem, adoptaram a dieta macrobiótica. Depois emprestaram-mo a mim. Eu estava a chegar aos 70 anos e este livro oferecia-me uma possível solução para o meu mal-estar. Um encontro com um professor de macrobiótica do Instituto Kushi deu-me orientações específicas para o meu estado. Ao fim de um mês, sentia-me mais vivo e muito menos deprimido e deixei de tomar todos os medicamentos e vitaminas, embora visitasse um médico de clínica geral todos os meses para um check-up. Visitei o Instituto Kushi várias vezes para fazer ajustes na dieta. Também perdi mais de trinta quilos de gordura velha acumulada no meu corpo.

Dez meses macrobióticos depois, voltei ao meu médico para verificar os meus resultados. Muito perturbado, disse-me: "Se as análises revelarem sinais de cancro, deve iniciar imediatamente o tratamento de quimioterapia. Se as análises não indicarem cancro, continue a fazer o que está a fazer". Este médico não conhecia a macrobiótica e não tinha o mínimo interesse em aprender sobre ela. Todos os exames deram negativo. Para ter a certeza, repeti os exames no Dana Farber Cancer Research Center. Depois de muitos testes e de um exame completo, garantiram-me que estava "limpo".

Se não tem razões médicas para considerar a Macrobiótica, mas deseja ter uma velhice feliz e saudável, pode adotar gradualmente uma nova forma de se comportar. O seu corpo aceitará graciosamente a mudança. Se for necessário, do ponto de vista médico, peça ajuda qualificada. Participe num programa como o Seminário Residencial Macrobiótico organizado pelo Instituto Kushi em Berkshires, que oferece um ambiente tranquilo e feliz enquanto aprende a cozinhar e a viver de forma macrobiótica. Se possível, traga a pessoa que apoia a sua família durante uma semana ou mais para receber instruções práticas de cozinha. Quando regressar a casa, cumpra rigorosamente a dieta e mantenha-se em contacto com um conselheiro macrobiótico para eventuais ajustamentos. Mantenha uma atitude mental positiva em todos os momentos e utilize imagens mentais positivas (visualizações) para superar a sua doença.

Se aceitar esta mudança no seu modo de vida, descobrirá muitas recompensas num futuro bem sucedido e belo. Se não conseguir aceitar esta mudança, tente pelo menos reduzir o consumo de carne vermelha, frangos criados com rações químicas (hormonas e antibióticos), açúcar, sal refinado e fast food. Lembre-se que, basicamente, nenhuma dieta pode curar; só pode limpar o corpo de toxinas e gorduras. Depois, a atitude mental e a formação mental de imagens positivas podem, em conjunto, despertar o sistema imunitário do corpo para ajudar a ultrapassar a doença. A combinação destes dois factores numa atmosfera relaxada conduz quase invariavelmente a uma melhor saúde.

Hoje, em novembro de 1990, com quase 77 anos de idade, continuo "limpo" e com uma energia praticamente ilimitada. Posso comer o que quiser sem engordar e espero ter mais vinte ou trinta anos emocionantes e felizes.

Fonte: The Macrobiotic Experience, boletim informativo publicado por Herb e Virginia Walley. Newton, Massachusetts, novembro de 1990.

 

152.      Melanoma maligno

Bill Templeton

 

Em novembro de 1986, aos 32 anos, a minha vida em Huntsville, Texas, sofreu uma paragem brusca. Foi-me diagnosticado um melanoma no lado direito da zona lombar. Passei pelos métodos médicos habituais de remoção cirúrgica seguida de controlos regulares. Aconselharam-me a não me preocupar com o assunto. É fácil para outra pessoa recomendar que não nos preocupemos. Bem, comecei a planear o fim da minha vida, sabendo que o cancro em fase IV é quase sempre fatal. Tornei-me uma pessoa que vive com medo.

Antes de poder concluir os meus planos, o meu casamento acabou e perdi o apoio tão necessário da minha mulher de dez anos e da minha filha de dois anos. Fui obrigado a deixar a minha família e a minha atividade. Rapidamente me envolvi num negócio em Dallas. Por isso, mudei-me para lá. Pensei que uma nova ocupação me faria esquecer o cancro e os meus problemas conjugais. Talvez acontecesse um milagre que fizesse desaparecer o cancro do meu corpo.

Seis meses mais tarde, o médico descobriu nódulos na zona das virilhas. Disse-me que tinha de ser operado para descobrir o que eram aquelas formações. Aceitei a operação e no dia seguinte disseram-me que o cancro se tinha espalhado para o sistema linfático. Disseram-me então que teria de fazer oitenta tratamentos de quimioterapia. Tinha de ficar no hospital durante cinco dias para fazer cinco tratamentos de dois em dois meses. Cada tratamento durava um dia inteiro. Disseram-me também que, de tempos a tempos, teria de ser submetido a uma cirurgia seguida de tratamentos radioactivos. Basicamente, não me foi dada muita esperança, apenas 20% de hipóteses de sobrevivência com tratamentos e nenhuma sem tratamento. Além disso, estes serviços seriam muito caros. Comecei a pensar que estava condenado. Mas, no fundo, pensava que haveria uma forma melhor de me curar.

Depois, de repente, dois dias após a operação, a minha vida mudou novamente. Tudo começou quando um antigo colega me trouxe uma revista que tinha um artigo com a história de um homem que tinha recuperado de um cancro com a Macrobiótica. O seu nome era Dirk Benedict. Imediatamente, algo mudou dentro de mim. Nunca mais voltaria a ser a mesma pessoa. Sabia que tinha encontrado uma nova esperança para a vida, algo de que precisava drasticamente.

Nunca tinha ouvido falar de Macrobiótica. Tendo crescido no Texas e vivendo numa cidade pequena, não se ouve falar destas coisas. Quando se fica doente, vai-se ao médico e põe-se a vida nas mãos dele. Não sabemos que temos de encontrar o nosso próprio caminho de volta à saúde e à felicidade. Mas ali eu sabia que a Macrobiótica seria o meu instrumento de recuperação.

No dia seguinte, perguntei a um membro da equipa médica se já tinha ouvido falar da Macrobiótica. Ele fez uma pausa, fechou a porta do meu quarto e disse: "Sim, ofereci-me para falar sobre o assunto. Mas, por favor, prometa-me que não vai contar a ninguém a nossa conversa". Eu disse que sim, e ele começou por dizer que achava que a Macrobiótica podia funcionar para toda a gente. Ele disse-me que a pessoa teria de ter um carácter especial. Devido ao meu espírito independente e à minha determinação em viver, pensei que a Macrobiótica poderia funcionar para mim. De seguida, indicou-me dois livros que, na sua opinião, me ajudariam. Eram Recalled by Life, do Dr. Sattilaro, e Confessions of a Kamikase Cowboy, de Dirk Benedict. Depois de três semanas no hospital, fui para casa da minha mãe até poder regressar a Dallas, onde trabalhava. Mal conseguia fazer o que era preciso para começar a curar-me.

Devido ao meu estado de saúde grave, tive de me lançar diretamente na dieta macrobiótica. Acordava às 4h30 da manhã para preparar o pequeno-almoço e fazer os meus exercícios de alongamento. Depois, trabalhava durante dez horas. Tinha de me obrigar a caminhar pelo menos três quilómetros. Depois, voltava para casa para cozinhar e mastigar a comida, pelo menos cem vezes por boca. Queria fazer tudo bem feito. Deitava-me às 23 horas, o que me dava três horas depois de comer. Também tinha de passar quatro haras por dia a fazer os tratamentos especiais de que precisava para recuperar da operação. Isto demorou cerca de cinco meses.

Após algumas semanas de dieta macrobiótica, comecei a sentir os seus efeitos positivos. A minha energia estava a aumentar. Em breve estava a fazer jogging e a andar de bicicleta. Três meses depois da operação, nalguns dias era capaz de correr cerca de 13 km. Queria vencer o cancro e estava disposto a fazer tudo para o conseguir. Apesar de ter feito dez tratamentos de quimioterapia, uma das piores experiências que alguma vez tive, depressa disse adeus a todos os médicos e à medicina moderna. Decidi que iria tomar conta de mim próprio e assumir a responsabilidade pela minha vida. Durante os primeiros quatro meses, aprendi tudo sobre Macrobiótica nos livros que li. Cheguei à conclusão de que se a Macrobiótica não funcionasse para mim, não funcionaria para os outros. Tornei-me muito forte com a minha cozinha e o meu novo modo de vida. Não queria tomar atalhos.

Cinco meses após o início da minha nova vida, decidi ir a Beckett para participar no Seminário Residencial Macrobiótico patrocinado pelo Instituto Kushi. Foi uma das semanas mais memoráveis da minha vida. Era como uma grande família. Aprendi mais nessa semana do que nos últimos cinco meses. Conheci um conselheiro macrobiótico que me ajudou a fazer mais ajustes no caminho da recuperação. Depois dessa visita, decidi deixar Dallas e mudar-me para Beckett para trabalhar e viver. Um ano depois, não havia sinais de cancro. Agora, quatro anos depois de um diagnóstico de melanoma de fase IV e de um prognóstico negativo para a minha recuperação, sinto-me mais forte do que nunca.

Fonte: Correspondência com Bill Templeton, novembro de 1990.

153.      Cancro das vias biliares e do pâncreas

Jean Bailey

 

A minha batalha contra o cancro começou em 1963. Quando, depois de sangrar de um mamilo, fui para o hospital em Windsor, Ontário, era uma mama ocupada com um bebé de sete meses, um menino de quatro meses e uma menina de cinco meses.

Tiraram-me uma secção da mama e aí descobriram o início de células cancerígenas. Fizeram imediatamente uma mastectomia simples. Tive uma boa recuperação, sem precisar de quimioterapia. Estava eufórica - tinha vencido o cancro!

Tive uma vida feliz. Voltei a cuidar da minha família e a trabalhar na igreja, o que me dava muito prazer. Nasceram mais dois filhos e decidi voltar ao meu trabalho como enfermeira num hospital privado.

Até essa altura, vivíamos numa casa alugada num armazém de sementes de milho onde Doug, o meu marido, trabalhava. Em 1975, a expansão da fábrica obrigou-nos a endividarmo-nos para comprar a nossa própria casa. O Doug foi sempre educado com o conceito de nunca comprar nada que não pudesse pagar a pronto. Por isso, foi um passo enorme para ele e que nos causou a todos um stress acrescido.

Na altura, eu estava no turno da noite, o que também contribuiu para a situação. Sempre me ensinaram que a única condição para que uma dona de casa, com marido e filhos, pudesse trabalhar fora era que a sua família não sofresse. E eu estava determinada a que as crianças não sofressem. Tentei fazer tudo como antes - costurar, limpar, redecorar, receber visitas, ir a consultas médicas e ajudar nos trabalhos de casa dos miúdos.

Pensava que a vida corria bastante bem, mas alguns anos desta rotina atarefada levaram-me a ter tensão alta, a precisar de muita medicação para o coração, enxaquecas, etc.

Em 1982, o Doug aceitou um emprego noutra quinta, a cerca de 100 km de casa. Mudámo-nos de novo, mas desta vez para longe de alguns amigos próximos e de tudo a que estávamos habituados. Tive de deixar o meu trabalho noturno, o que, de certa forma, foi uma bênção, pois a minha tensão arterial normalizou rapidamente e pude deixar de tomar os medicamentos.

Estava convencida de que era uma boa cozinheira e que dava à minha família a melhor comida. Os miúdos bebiam o seu leite e muita proteína boa (que, pensava eu, só se encontrava na carne magra). Comíamos legumes com muita manteiga e, claro, muitas sobremesas com açúcar (as minhas preferidas).

Quando descobriram que Doug tinha um nível demasiado elevado de triglicéridos, aconselharam-no a reduzir o consumo de carne. Eu achava difícil preparar uma refeição sem hambúrgueres, costeletas de porco ou carne assada, por isso continuei a adicioná-los, embora em quantidades menores.

Continuámos com o nosso estilo de vida confortável, convencidos de que tudo era saudável. No início do outono de 1987, comecei a sentir-me mal. Sentia-me irritável e cansada e, com a aproximação do Natal, tinha náuseas constantes, que aumentavam quando comia alimentos gordos ou purés. Pensei que tinha um problema na vesícula biliar.

O meu médico recomendou alguns exames que deram negativo e, quando a família veio passar o Natal a casa, senti que não tinha tempo para cuidar da minha saúde. Tive de tricotar para todos e também de preparar os tradicionais bolos. Era um prazer tê-los a todos debaixo do meu teto, mas muitas vezes tinha dificuldade em partilhar as refeições que preparava.

Em janeiro de 1988, voltei ao consultório do médico. A minha urina tinha-se tornado escura e eu tinha a certeza de que tinha problemas de fígado. Fiz análises ao sangue e fui logo internada para fazer radiografias. Pouco depois, fui enviada para um hospital em London, Ontário, para mais exames, que culminaram com um exame Mir que revelou um tumor a crescer à volta da via biliar.

Fui operada a 15 de janeiro, na esperança de substituir a via biliar por um tubo interno, mas descobri que o cancro a tinha destruído, espalhando-se para o pâncreas e para as glândulas linfáticas. Por isso, foi-me colocado um tubo externo. Doug foi informado dos pormenores e de que eu só tinha oito meses de vida; dois meses de saúde relativamente normal, seguidos de uma rápida deterioração. Uma das enfermeiras aconselhou-me a ir para casa e a desfrutar da minha família.

A minha filha mais velha, Darla, trouxe-me o livro de Michio Kushi, The Cancer Preventive Diet (A Dieta Preventiva do Cancro), contando-me que uma senhora da sua igreja, que tinha um grande tumor cancerígeno no couro cabeludo, tinha utilizado a dieta macrobiótica e que o tumor tinha encolhido o suficiente para ser removido com uma operação.

Darla perguntou-me se eu queria experimentar e eu disse que não tinha nada a perder e muito a ganhar. Darla telefonou para o Instituto Kushi em Boston e deu-me o número de telefone de Diane Silver Hassel.  A Diane vivia perto de minha casa. Visitei-a no dia 19 de fevereiro e foi aí que comecei a minha viagem macrobiótica.

Que mudança! Tudo o que eu sabia tinha de ser suspenso para começar uma nova vida. Tinha de aprender a cozinhar cereais, feijões e até algas marinhas! Fomos às compras de coisas que eu tinha dificuldade em pronunciar e que não sabia como preparar. Perguntava-me se seria capaz de o fazer.

O meu marido e a minha família apoiaram-me imenso. Darla chegou a casa e limpou as prateleiras da cozinha de tudo o que eu não podia comer, substituindo-as por cereais e outros alimentos que tínhamos comprado. O Dough comprou-me um fogão a gás para substituir o elétrico. Com esta grande mudança, estava no bom caminho.

As minhas primeiras tentativas culinárias acabaram em lágrimas. Mas o Doug encorajou-me e, depois de ter aulas de culinária, comecei a gostar de comida. Pouco a pouco, senti-me melhor. É maravilhoso que uma dieta possa ter um efeito tão grande. O cirurgião tinha-me avisado que, à medida que a doença progredisse, eu teria fortes dores nas costas, mas não tive. A minha energia melhorou e em breve estava a trabalhar. Os níveis de triglicéridos e colesterol do Doug também baixaram para o normal e o meu médico perguntou-me o que estava a fazer para estar tão bem!

Estou verdadeiramente grata por várias coisas:

1. porque tenho um Pai Celestial que me protege e me guia.

2. por ter um marido amoroso e uma família maravilhosa que continua a rezar por mim.

3. pelos amigos e por uma grande família da igreja que me apoiam com as suas orações.

4. pela Diane e pelo Dr. Chris Hassel! que me ensinaram e aconselharam, e pela dieta macrobiótica que restaurou a minha saúde. E por estes últimos três anos de felicidade, que me permitiram testemunhar o casamento de mais dois filhos e três novos e maravilhosos netos.

A única pena que tenho é o facto de tantas pessoas que viram a minha doença e depois a minha recuperação não quererem fazer o mesmo.

Fonte: Correspondência com Jean Bailey, Ontário, fevereiro de 1991.

154.      Cancro do cólon

Osbon Woodford

 

Tenho 44 anos e nasci em Macon, Geórgia, em novembro de 1946. Lembro-me que durante os primeiros vinte anos da minha vida, tudo o que comia era feito em casa. No entanto, era sempre cozinhado com bacon e temperado com restos de gordura. Também havia muito açúcar, de uma forma ou de outra. No total, o meu peso médio manteve-se à volta dos 83 quilos, com uma altura de 1,83 metros. Antes do meu 22º aniversário, pesava 95 quilos.

A 10 de abril de 1987, foi-me diagnosticado um cancro do cólon. Dois dias depois, fui internado no Riverside Methodist Hospital em Columbus, Ohio, e fui operado no dia 16 do mesmo mês. O relatório da operação referia: "segmentação no cólon sigmoide: adenocarcinoma papilar pouco diferenciado com infiltração difusa de grãos mesocêntricos e metástases em onze gânglios linfáticos, incluindo o gânglio mais elevado no pedúnculo vascular". O prognóstico era sombrio. Os onze gânglios retirados eram cancerosos. Segundo o oncologista, eu era um doente de alto risco; além disso, foi dito à minha mulher que não havia mais nada que pudessem fazer no meu caso. Nada de quimioterapia ou de radiações e que se preparasse para recidivas no cérebro, nos pulmões ou no fígado dentro de seis meses a um ano.

Em 23 de dezembro de 1988, fui aconselhado pelo oncologista a ser operado porque os testes CEA (antigénio carcinoembrionário) tinham subido para um nível alarmante. Fui operado no Ohio Estate University Hospital porque os cirurgiões estavam a utilizar um método experimental para detetar o tecido canceroso antes de este se tornar tão doente que pudesse ser detectado a olho nu durante a cirurgia exploratória. Enquanto eu estava a ser preparado para a operação, esta foi suspensa porque o nível do teste baixou para o normal.

Em 27 de fevereiro de 1990, depois de muitas leituras normais do CEA a um nível baixo, tornou-se claro que eu estava estável e, segundo o meu oncologista, "curado" porque, segundo ele, o meu cancro de crescimento rápido já se teria manifestado se voltasse a aparecer. Três anos de boa saúde, sem problemas, convenceram-no. Aconselhou-me simplesmente a continuar a fazer o que estava a fazer. Um ano mais tarde, a 11 de fevereiro de 1991, o mesmo oncologista disse que, de acordo com as estatísticas da medicina, eu não deveria estar vivo. Mas, em vez disso, estava de boa saúde, sem qualquer vestígio de cancro. O médico voltou a dizer-me para continuar o que estava a fazer.

O que eu andava a praticar nos três anos anteriores (agora quatro) era a dieta macrobiótica. Observei uma dieta não variada à base de cereais, legumes, papas e algas. Juntamente com a dieta, reduzi significativamente o meu stress, com a ajuda da autorreflexão, da meditação e do esforço geral para manter relações e situações mais positivas. Hoje peso cerca de 68 quilos, tenho um colesterol total de 142 (colesterol "bom" HDL = 80, "mau" VLDL e LDL = 62), enquanto o meu sangue funciona a 98% em termos de fornecimento de oxigénio às células do corpo. Sinto-me forte, feliz e saudável, e finalmente sei de forma positiva o que senti durante muitos meses: estou livre do cancro!

Fonte: Correspondência com Osbon Woodford - março de 1991

155.      Tumor da próstata

Bill Garnell

 

Em julho de 1988, durante um check-up de rotina na sua empresa, os médicos descobriram que ele tinha um nidus na próstata. O médico sugeriu que Bill, um executivo da American Telegraph and Telephone, fosse a um urologista para confirmar o diagnóstico. Em 20 de julho, um médico de Morristown, Nova Jérsia, confirmou o diagnóstico acima referido e sugeriu uma biopsia imediata para determinar o grau de malignidade.

Bill não concordou. Durante os anos 70, tinha-se familiarizado com a Macrobiótica e com a possibilidade de recuperar de uma doença grave através de uma mudança na dieta e no estilo de vida. Marquei imediatamente uma consulta educacional com Michio Kushi.

A 11 de agosto do mesmo ano, teve um encontro com Michio Kushi e Edward Esko, conselheiro de longa data do Instituto Kushi em Boston. Foi-lhe dada uma dieta de tipo macrobiótico com modificações pessoais, incluindo três bebidas especiais e práticas adicionais como massagens corporais e banhos de pés com água quente e gengibre para estimular o fluxo de energia. Comecei imediatamente e, juntamente com a sua mulher Natalie, estudei as teorias relevantes. Natalie teve aulas de culinária com Suzanne Landry, formada pelo Instituto Kushi em Morristown. "Ambos sabíamos no nosso coração que estávamos no caminho certo para curar o meu cancro", recorda Bill.

Em 10 de abril de 1989, cedendo à pressão da sua família para obter uma opinião médica, Bill foi submetido a um exame urológico completo pelo chefe do Departamento de Urologia de Newark, New Jersey. "Não encontrei qualquer indício de nódulos na próstata", relatou Bill.

"Ficámos muito contentes! Depois de muitas horas a cozinhar, a esfregar, a molhar e a rezar, provámos que o conceito de cura da Macrobiótica é válido. Estamos extremamente gratos ao Michio e à comunidade Macrobiótica pelo seu apoio durante este último ano. Continuaremos a dar as últimas notícias com alegria aos nossos amigos e familiares, na esperança de que outros sigam o mesmo caminho que nós seguimos.

Fonte: "Executive Recovers from Prostate Cancer", One Peaceful World Newsletter, outono de 1989. 

 

156.      Cancro do ovário e linfático

Milenka Dobic

 

 

Em 1987, a tragédia abateu-se sobre a família Dobic. Os médicos diagnosticaram a Milenka Dobic um cancro uterino metastático, dando-lhe dois meses de vida. Hoje, Milenka parece ter recursos ilimitados de energia, gosta de cantar enquanto cozinha e está cheia de vida, porque graças à sua determinação é capaz de transformar a saúde de muitos habitantes da Jugoslávia, o seu país.

Milenka e o seu marido Bosko têm cerca de quarenta anos. Têm dois filhos: Srdjan, na adolescência, e Jelena, na escola primária. Até 1986, pareciam ser, em todos os aspectos, o exemplo perfeito de uma família moderna e feliz. Tanto Milenka como o marido eram muito bem sucedidos nas suas profissões. Milenka teve uma carreira exigente mas interessante como directora de programas de uma das mais importantes estações de rádio da Jugoslávia. Bosko importava e exportava maquinaria agrícola.

Contudo, em 1985, Milenka começou a ter problemas de saúde: enxaquecas, fadiga constante e pressão na cabeça. Como tinha uma vida agitada e ocupada, trabalhando muitas horas, atribuía estes sintomas ao "stress". Passaram alguns meses e decidiu fazer um check-up no hospital, onde os médicos não detectaram nada de errado e atribuíram o problema ao envelhecimento! Ninguém lhe fez perguntas sobre dietas. Milenka regressou ao trabalho, mas as dores pareciam aumentar até que, um dia, sentiu-se muito fraca e quase imóvel. Regressou ao hospital para efetuar exames e testes mais aprofundados. Foi aí que descobriram um tumor maligno na aurícula esquerda e, nessa altura, o cancro já se tinha espalhado para o sistema linfático. A partir dessa altura, tudo se precipitou. Foi imediatamente operada e submetida a uma histerectomia total. Mas alguns dias após a operação, os médicos disseram-lhe que não tinham conseguido remover todo o tumor e aconselharam-na a fazer quimioterapia e radioterapia.

Nessa altura, Milenka decidiu que era altura de resolver o problema com as suas próprias mãos. Durante a sua hospitalização, tinha recolhido informações sobre a sua doença e o prognóstico de casos semelhantes. Nunca se resignou ao papel de vítima passiva. Depressa se apercebeu que o seu tipo de tumor não respondia bem à quimioterapia. Enquanto procurava informações, a Dra. Radka Rudic, uma amiga íntima, recomendou-lhe que lesse The Cancer Prevention Diet de Michio Kushi e Recalled by Life do Dr. Sattilaro, que tinha acabado de ser traduzido para jugoslavo e que associava o cancro a uma má alimentação.

Milenka leu os livros e decidiu-se. Estava convencida de que o seu cancro tinha sido causado pelo seu hábito anterior de comer carne, lacticínios e alimentos gordos e que a sua doença também podia ser revertida com uma dieta. Ela disse aos médicos que iria sair do hospital e ir para casa. Depois, os médicos avisaram o marido que, se saísse do hospital, não viveria mais de dois meses. Mas Milenka não tinha qualquer intenção de morrer: "Durante todo o tempo, a minha reação foi que amava a vida e este mundo", recorda. "Para mim, é impossível desaparecer. Em casa, reuniu a família e disse-lhes: "temos de lutar". Anunciou a sua intenção de viajar para os Estados Unidos para aprender mais sobre a Macrobiótica. "Na verdade, somos pioneiros. Naquela altura, não havia uma comunidade macrobiótica na Jugoslávia nem um grupo de apoio. Mas eu decidi que a Macrobiótica seria um modo de vida para mim e para a minha família. Já me tinha decidido".

Milenka sempre teve muitos amigos, e a sua amizade e sentido de solidariedade revelaram-se inestimáveis naquele momento difícil. Quando os colegas souberam da sua decisão, organizaram um programa de rádio e uma coleta em seu nome. Graças aos seus amigos, colegas e ouvintes, que a apoiaram moral e financeiramente, Milenka pôde viajar para Boston, onde chegou em fevereiro de 1987, acompanhada pelo seu marido Bosko, que sempre apoiou a sua decisão.

"Era como um sonho. Não sabíamos bem para onde íamos nem exatamente o que íamos fazer. Mas lá estávamos nós em Boston. Quando chegámos, descobrimos que estava prestes a começar um seminário de dois dias com Michio Kushi e que podíamos ter uma consulta com ele. Tivemos sorte.

Michio explicou que o seu cancro se devia ao que tinha comido, especialmente queijo e produtos lácteos, e que recuperaria se seguisse as recomendações da dieta macrobiótica. "Naquele momento", recorda, "senti que estava apenas a começar a minha viagem e que tinha esperança.

Apercebendo-se de que o apoio da família era essencial para a recuperação, Bosko mudou a forma como comia e adoptou também a Macrobiótica. Milenka frequentou várias aulas de culinária e ajudou nas tarefas culinárias no Instituto Kushi. Ao fim de treze dias, tiveram de regressar a casa, mas havia um problema: "na Jugoslávia não havia onde comprar comida dietética, por isso comprámos vários tipos de utensílios de cozinha e comida para seis meses em Boston". Escusado será dizer que tiveram de pagar mais!

De regresso a casa, Milenka começou a cozinhar. O marido e um amigo médico traduziram as receitas do livro de Aveline e ela pôs-nas em prática. No início, tinha pouca energia e mal se conseguia levantar ou sentar. Mas muito rapidamente a sua vitalidade começou a regressar. Com uma vontade extraordinária e auto-disciplina, iniciou um programa muito rigoroso. Levantava-se às cinco horas e começava o dia com meditação, Do-in e massagem corporal, e depois cozinhava a partir das nove horas. Eu começava a cantar. Representava o meu corpo e havia duas partes: uma parte branca e uma parte preta. Todos os dias aumentava a parte branca. Esperar melhorar não era apenas uma frase! Era um sentimento muito profundo.

Todos os meses ia ao hospital fazer análises ao sangue e outros exames médicos, e todos os meses os resultados melhoravam. Ao fim de cinco meses, o tumor tinha desaparecido. "Para os médicos, foi como um milagre. Não conseguiam compreender.

Pouco a pouco, as pessoas ouviram falar do seu caso e todos os ouvintes que tinham participado na recolha queriam saber o que se passava. Foi entrevistada para vários jornais, revistas, estações de rádio e de televisão. Chegaram mesmo a emitir um programa de rádio especial a partir da casa, com a participação do Dr. Miladin Mirilov, Vice-Presidente da Organização Mundial de Saúde, de Sofía Borovnica, deputada do Parlamento, e do Dr. Drago Kovacevic, Presidente do Comité Governamental para a Ecologia. Como a sua história também apareceu em jornais estrangeiros, as pessoas começaram a telefonar-lhes de muitas partes do mundo. Milenka teve oportunidade de ver Michio mais duas vezes, uma na Suíça e outra na Jugoslávia, onde Michio foi oficialmente convidado devido ao crescente interesse pela Macrobiótica. Nesse encontro, Michio dirigiu-se a Milenka, pegou-lhe na mão e disse: "Felicito-te Milenka!

"Ela tinha ganho, estava tão entusiasmada!" Chamou imediatamente os seus amigos à estação de rádio e transmitiram outro programa para todo o país.

A viagem de Michio à Jugoslávia foi um grande sucesso. Em Zagreb encontrou-se com 300 médicos e em Belgrado com 500. Em cada cidade foram organizados fóruns que contaram com a presença de mais de mil pessoas, onde Michio apresentou a perspetiva macrobiótica e a sua abordagem às doenças e aos problemas modernos. Foi também recebido pela Comissão de Agricultura do Parlamento jugoslavo, onde se reuniu com 200 dirigentes agrícolas. Em cada conferência pública, Milenka foi convidada a contar a sua história.

Entretanto, a vida de toda a família Dobic passou por enormes transformações. Milenka introduziu lentamente os seus dois filhos na Macrobiótica, eliminando primeiro a carne, depois os lacticínios e substituindo-os por seitan, tempeh e alimentos de boa qualidade. "A minha mãe é muito forte", diz o seu filho Srdjan, que mais tarde se formou no Programa de Formação de Líderes do Instituto Kushi em Boston, "e também nos incluiu, porque sabia como o fazer. Também ele se apercebeu das mudanças: "Tornámo-nos mais unidos. Comecei a saber intuitivamente quando devia telefonar para casa para ver como estava a minha família".

Quem disse que a fé não move montanhas?

Fonte: adaptado de Lite is a Phoenix A Yugoslavian Family's Triumph Over Cancer, de Lilian Papin Ph.D., Return to Paradise, primavera de 1989.

 

157.      Do melanoma ao Matterhorn

Kin Liversidge

 

A minha primeira experiência com o cancro ocorreu em 1977. Começou com um sinal proeminente na minha perna direita. Os médicos removeram-no e verificou-se que se tratava de um melanoma. Fiz uma operação adicional para remover uma grande área da minha perna. Também me retiraram os gânglios linfáticos, mas não eram cancerosos. Acharam que tinham retirado tudo e mandaram-me para casa sem me darem quimioterapia ou radioterapia.

Oito anos mais tarde, em 1985, o cancro voltou, sob a forma de um grande tumor no lado direito da virilha. Fui enviado para o Hospital Geral de Massachusetts e, quando me operaram, descobriram que o tumor era demasiado grande e estava rodeado de nervos e vasos sanguíneos para poder ser removido. Por isso, fizeram-me radioterapia. Passei esse verão com radiação durante seis ou sete semanas. Foi muito cansativo. De manhã levantava-me, ia para a sala, recebia a radiação e ia para casa. Estava exausta e tinha muitas dores. Como era perto do intestino, tinha dificuldade em comer. A digestão era dificultada. Passava muito mal entre as dores e o desconforto de cada vez que comia.

Depois de terminar o tratamento radioativo, fui para casa, no Maine, para recuperar junto ao mar, onde a minha família sempre tinha ido. Toda a gente estava muito preocupada comigo e a pensar no que fazer para me pôr melhor. A minha irmã encontrou a melhor solução. Tinha uma amiga que lhe ensinava Tai Chi e que conhecia a Macrobiótica. Por isso, começou a cozinhar para mim. Lembro-me da primeira vez. Trouxe-me um prato de arroz integral e eu perguntei: "O que é isso?" "Bem", disse ela, "é a sua nova dieta". Tive de me esforçar para o engolir. A minha mãe entrou e perguntou: "O que é isso que te dão de comer, não acho que seja nutritivo e acho que não devias comer. Mas a minha irmã continuava a cozinhar. Lembro-me de uma vez em que ela me levou para casa dela e me ajudou a meter numa cama, porque eu mal me podia mexer e estava muito doente. Ela trouxe-me uma refeição de abóbora, algas e arroz. Esta foi provavelmente a segunda ou terceira vez que me deram pratos macrobióticos. Andei com muita dificuldade e acabei por ir à casa de banho e vomitar tudo.

A minha irmã continuou a cozinhar, embora um pouco confusa e insegura quanto à forma correcta de o fazer, pelo que me trouxe vários livros para ler. O que mais me impressionou foi quando, após três dias a comer arroz integral, a diarreia sanguinolenta que me atormentava na unidade de cuidados intensivos parou. ~ Os meus intestinos endureceram e eu fiquei cada vez melhor. Comecei a acreditar que esta comida maluca tinha algum valor real. A minha mãe, por outro lado, era totalmente contra e atirava-me sandes de fiambre e doces, dizendo-me "é isso que eu devia comer" enquanto discutia com a minha irmã. A minha mãe achava que eu estava muito errada e até me mandou um familiar que era médico para falar comigo e me convencer a não comer assim.

A minha mulher, Sandy, começou a cozinhar mais. E à medida que fui melhorando, comecei a cozinhar também. No início de setembro voltei a trabalhar. Nessa altura, já nos tínhamos mudado para Newsburyport. A minha irmã mudou-se para Filadélfia, por isso a Sandy cozinhava para mim. Estava a ficar cada vez mais confiante na dieta. Fui fazer outra tomografia para determinar as alterações após a última ronda de radiação. O médico disse que não tinha sido bem sucedida porque o cancro, que tinha desaparecido na área irradiada, estava agora a crescer noutra secção. Foi-me dado um curto período de vida, provavelmente apenas mais um ou dois meses.

Determinado a não me deixar prender pelo cancro e convencido de que esta dieta me ajudaria a recuperar, fui ao Instituto Kushi em Brookline para a minha primeira orientação. Estive lá com Edward Esko e aprendi muitas coisas que não sabia. Coisas como miso e diferentes algas marinhas. Esko deu-me uma lista completa do que comer e como comer.

 

Lembro-me de o Esko me ter repreendido por não ter trazido a minha mulher. E eu comentei que teria sido importante para ela estar presente, uma vez que foi ela que preparou a comida para mim. Ed recomendou uma compressa de kombu sobre a virilha, onde se encontrava o cancro, e cobriu-a com folhas verdes, deixando-a atuar durante toda a noite enquanto dormia.

Esta sessão foi o início do meu grande envolvimento com o Instituto Kushi e o seu grupo de apoio. A minha mulher e eu frequentámos esse grupo regularmente. Foi uma grande ajuda. Aprendi imenso, incluindo como as pessoas lidavam com uma variedade de problemas de saúde através da Macrobiótica.

Virginia Brown, uma enfermeira recuperada de um melanoma e autora de um livro intitulado Macrobiotic Miracle, desempenhou um papel proeminente no grupo de apoio do I.K. Ela inspira-me e, depois de ler o seu livro, foi um verdadeiro prazer conhecê-la pessoalmente e vê-la todas as semanas. Virginia disse-me que iria conseguir e que estava com bom aspeto.

No final de setembro, comecei a sentir os benefícios da dieta macrobiótica. Fiquei espantado com a quantidade de energia que tinha e com o facto de dormir bem. Quando acordava de manhã, sentia-me cheio de energia. Comecei a praticar meditação, natação e "visualizações".

Durante alguns meses após a radioterapia, continuei a visitar o médico. Sempre que me via, exclamava: "Não acredito no bom aspeto que tem!" A certa altura, mencionou a palavra "milagre". Perguntou-me qual era o meu método, mas não estava muito interessado em que eu lhe descrevesse a dieta macrobiótica. Ele apenas disse: "Não sei o que está a fazer, mas seja o que for, continue".

As nossas duas filhas, Julie e Nicole, sempre me apoiaram na minha dieta. O Elias também pratica a Macrobiótica e agora a Julie adoptou-a para o seu filho mais novo.

Em maio e na minha terceira visita à Esko, todas as dores na virilha tinham desaparecido e eu sentia-me muito bem. Tom Petersen, o nosso assistente de sessão, tirou uma fotografia Polaroid de mim. Comparámo-la com a primeira e notámos a diferença. O Ed sugeriu-me que não abrandasse.

Já passaram onze anos desde que me livrei do cancro. Continuo a seguir a dieta, embora a tenha alargado: carne, lacticínios e açúcar refinado são coisas do passado. A minha energia continua a ser a mesma, o meu apetite é maravilhoso, durmo como nunca e sinto-me forte. Faço muito exercício, nado e compito com pessoas muito mais jovens.

No primeiro verão, tinha tanta energia que escalei uma montanha de 1300 metros no Maine, e com mais energia do que quando era mais novo. Nesse outono fui à Suíça e escalei o Matterhorn, e um ano depois fui aos Himalaias também para escalar. Desde então, escalei todas as montanhas altas do Maine, New Hampshire e Vermont. Continuo a escalar regularmente e continuarei a fazê-lo enquanto os meus joelhos aguentarem.

Estou sempre pronto e disposto a partilhar as minhas experiências com os outros. Estou muito grato à minha irmã e a toda a gente do Instituto Kushi. Eles foram a luz que me guiou na minha recuperação do cancro.

 

158.      Cancro do cérebro

Mona Sanders

 

Em agosto de 1986, tudo era maravilhoso, eu tinha 37 anos e estava a gozar a vida ao máximo. De repente, o chão desabou.

Depois de um ataque epilético de Grand Mal que me fez capotar no asfalto de um campo de ténis, de muitos, muitos exames em dois hospitais e de duas operações, foi-me diagnosticado um astrocitoma anaplásico de grau 3, um tumor cerebral de crescimento rápido e não operável. O meu tinha o tamanho de uma toranja pequena.

Tumor... tumor - o termo pareceu-me um filme tridimensional - visível, mas inatingível. Durante todas as discussões sobre anomalias, na minha mente nunca houve a possibilidade de tumor ou cancro. A realidade atingiu-me quando me pediram para visitar um centro de oncologia para discutir possíveis tratamentos para o "meu" tumor cerebral, o "meu" cancro.

Dizer que descobrir que tinha cancro foi uma experiência chocante seria um eufemismo. Penso que o choque causado pelo diagnóstico numa noite pouco depois, foi uma série de sobressaltos físicos: náuseas, vómitos e dormência na perna direita. Não estava habituada a este tipo de trauma emocional.

Sempre fui uma pessoa feliz e satisfeita, capaz de ver o lado positivo das coisas. A felicidade para mim era sentar-me numa rocha junto ao lago Smith ou dançar nos braços do meu marido em lugares românticos como as Bermudas. Sempre gostei da vida, vivendo de acordo com as minhas próprias escolhas - até àquele momento.

Os médicos disseram que era grave, que nunca iria desaparecer, que a quimioterapia iria abrandar o seu crescimento, que o tumor estava perto da área motora, que eu iria perder o controlo motor, que iria andar de cadeira de rodas no futuro, que iria ser um remédio. Era pior do que um pesadelo fantasmagórico, mas sem despertar. "Isto" não pertence aqui. Eu queria que "isto" fosse embora.

 

Quando uma tia que vivia em Nova Orleães sugeriu a Macrobiótica, eu não sabia do que ela estava a falar e, para mim, era absurdo pensar que a comida podia fazer aparecer uma doença maligna. Mas quando não há alternativa e há uma forte vontade de viver, estamos prontos para tudo.

Por isso, li Recalled By Life, de Anthony Sattilaro, e mais tarde Recovery, de Elaine Nussbaum, como a minha tia me aconselhou. Elaine era, como eu, uma mulher da sua própria casa, mas com problemas piores do que os meus. Pensei que se ela conseguia lidar com isso, eu também conseguiria. Não importava que eu vivesse numa pequena cidade no nordeste do Mississipi, sem conhecer ninguém que soubesse alguma coisa sobre Macrobiótica na altura.

Mas antes de dar o salto, decidi dar uma última vista de olhos à linha de emergência da American Cancer Society para ver se havia mais alguma coisa que eu pudesse fazer. Nessa altura, deram-me 6.000 RAD e dois tratamentos de quimioterapia. E ainda faltavam, pelo menos, mais cinco tratamentos.

Depois liguei para a ACS e disseram-me: "Nada. Boa sorte", e desligaram.

Cerrei os dentes e exclamei: "Veremos!"

Três dias depois, a 17 de janeiro de 1987, fui ao Centro de Aprendizagem Macrobiótica em Brookline, Massachusetts. Este curso para principiantes foi ministrado num local que, para mim, que vinha do Mississipi, parecia húmido e gelado. Tive dificuldade em entender os vários conselheiros estrangeiros e os instrutores ianques, com a sua conversa rápida e, claro, eles também não entendiam o meu sotaque sulista. Os ingredientes das refeições podiam ser originários de outro planeta, e tive dificuldade em comer e apreciar a comida.

Nessa altura, estava a tomar comprimidos anticonvulsivos e, na melhor das hipóteses, a minha mente estava enevoada. Felizmente, trouxe o meu gravador de vídeo e gravei tudo, porque era impossível absorver tudo todas as noites.

Em suma, não foi uma experiência agradável. Mas eu não ia regressar a Columbus derrotado. Era a minha oportunidade de viver e aproveitei-a.

Olhando agora para trás, consigo perceber o quanto absorvi, e é por isso que atribuo a esse programa grande parte do sucesso que tive. Aprendi não só a cozinhar corretamente, mas também exercícios, massagens, remédios e o poder do pensamento positivo.

Assim, de volta a Columbus, estava pronta para mergulhar na minha nova vida macrobiótica. Depois de desempacotar todos os vídeos que tinha gravado, mais os livros e vídeos que tinha comprado, estava pronta para começar. Apercebi-me imediatamente de que cozinhar sozinha não era o mesmo que ter um professor ao meu lado e mais seis alunos na cozinha. Comecei a minha primeira macro-refeição às 15 horas e terminei-a pouco depois das 20 horas. E nessa altura já estava demasiado cansada para comer!

 

Outro ponto de viragem foi quando regressei a Boston em fevereiro para ver o Michio Kushi. Foi nessa altura que decidi levar a sério a minha recuperação.

Isto significava eliminar a quimioterapia, os nove comprimidos anticonvulsivos e o medicamento para a taquicardia que era suposto tomar para o resto da minha vida.

Tive de avisar o neuro-oncologista e o meu marido de que tinha decidido parar a quimioterapia, embora devesse reduzir gradualmente os anticonvulsivos, e não lhes falaria nisso até os ter excluído, bem como os comprimidos para a taquicardia, durante um mês. Isto levou-me algum tempo. Quando lhes contei, eles gritaram muito. Mas foi tudo pelo melhor.

Bem - quase: nesse primeiro inverno, a minha mente estava tão drogada que não conseguia ir ao livro de receitas para preparar comida sem me esquecer do que era suposto fazer. Fiquei cada vez pior, cada vez pior e cada vez mais frustrada. Mas eu disse que tentaria durante seis meses, de modo que não desistiria.

Alguém sugeriu uma cozinheira macrobiótica. Depois de muitas chamadas para John Carter, o nosso amigo de Boston, Dawn Gilmour chegou de lá. E a comida começou a saber bem. Dawn preparou alguns pratos sobre os quais li nos livros mas que nunca tentei fazer. Primeiro, uma bebida simples feita com sumo de maçã aquecido com kuzu diluído, tinha um efeito maravilhosamente calmante. A Dawn era uma pessoa normal, com as suas esperanças, sonhos e medos como toda a gente, o que significa que eu me identificava com ela, ao mesmo tempo que ela me ensinava. O único arrependimento que tenho em relação a essa semana que a Dawn passou comigo é o facto de eu ter ficado terrivelmente cansada durante os cozinhados e depois ter tido de adormecer. Não sei se foi um mecanismo de defesa ou o quê, mas agradeço aos céus pela Mamie.

A Mamie tocou à campainha para se apresentar (eu tinha-a contratado uns dias antes sem a conhecer). Abracei-a rapidamente e comecei a chorar. Depois ela entrou em casa e ajudou-me a preparar-me para a Dawn.

Claro que a Mamie estava lá para absorver todos os ensinamentos da Dawn. Ela tinha uma óptima memória e era uma excelente cozinheira.

Era como uma mãe para mim, porque se sentava ao meu lado e planeávamos a ementa do dia, certificando-nos de que eu tinha tudo o que precisava para comer. Aliás, não sei o que teria feito sem a sua ajuda e persistência.

A macrobiótica foi um desafio para mim. Lentamente, com a formação de especialistas e as minhas próprias experiências, aprendi que podia preparar refeições deliciosas que me permitiam desfrutar da comida enquanto curava o meu corpo.

Parei a quimioterapia após o terceiro tratamento e comecei um regime integral para curar o corpo e a alma.

Apoiei-me num versículo de S. Paulo aos Efésios: "Ao Senhor que é capaz de fazer muito mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, segundo a força que opera em nós eficazmente".

Deus tinha-me dado o poder de voltar a tomar conta da minha vida e de agir bem. Para além de recorrer à oração e à Macrobiótica, recorri também a imagens positivas. Também vídeos e uma cassete subliminar que me recordava constantemente que o tumor estava a diminuir. No meu quarto, tinha uma fotografia do tumor a diminuir - do tamanho de uma toranja para o tamanho de uma bola de golfe, para a cabeça de um alfinete e para... nada! nada! Surpreendentemente, cada teste mostrava uma diminuição da malignidade de acordo com o desenho.

A TAC realizada em abril de 1987, quatro meses após o início da Macrobiótica, não revelou qualquer sinal de cancro! E desde então também não.

 

Há cerca de dois anos, o meu filho Parker, de nove anos, perguntou-me: "Mamã, o teu cancro pode voltar? A minha resposta imediata foi "não". Mas, passado algum tempo, voltei ao quarto dele e acrescentei: "Mas Parker, não te preocupes, querido, porque se voltar eu sei o que fazer. Ele sorriu para mim e disse: "Vamos lutar como antes".

É maravilhoso ter essa certeza. De certa forma, a sensação é comparável à de ver um arco-íris depois de uma tempestade e recordar a promessa de Deus. O meu processo de cura não foi apenas sorte. Foi a minha forte fé em Deus, as numerosas orações que me foram dirigidas e que formulei, a minha determinação, a minha positividade, a visualização, as cassetes de vídeo e subliminares e uma prática rigorosa da dieta.

Foi também o apoio e o amor do meu marido, dos meus filhos, da minha família e dos meus amigos que me encorajaram como se fossem minhas irmãs. Foi a tomada de consciência de que eu própria, e mais ninguém, era responsável pela minha saúde. O cancro não pode ser controlado apenas com uma casa, nem apenas com dieta, nem apenas com radiação, nem apenas com quimioterapia. O corpo cura-se a si próprio com a ajuda de Deus. Usei tudo o resto como ferramentas.

Graças a tudo isso, recuperei a minha saúde física, mental e espiritual. Estou vivo, com a oportunidade de trabalhar, divertir-me e amar, e quero partilhar as minhas experiências com outros para lhes poupar a angústia por que passei e oferecer uma alternativa às doenças degenerativas.

Fonte: Correspondência com Monica Sanders, Columbus, Mississippi, agosto de 1990.

 

159.      PARADONTOSE

 

Carta do senhor G… macrobiótico por quase 3 anos

 

Ele foi ao dentista, que lhe disse o seguinte:

Vejo que suas gengivas estão muito saudáveis. A sua paradontose está curada, é muito raro.

Não sou médico, não posso prescrever o seu regime para meus pacientes que sofrem de piorreia alveolar, mas só posso aconselhar. Parece-me que os seus problemas graves vêm do fígado. Peço-lhe que não coma mais açúcar nem nenhuma substância gordurosa.

Não vou extrair esse molar, que tem uma cárie muito profunda porque, por um lado, é muito surpreendente que você não sofra com isso e principalmente porque há formação de dentina, que mostra que o dente se defende contra-ataques exteriores.

Fonte : Revista LETTRE DU TERRYU Nº11

 

160.       PROBLEMAS OCULARES

 

Senhora P. de Sartrouville

Graças aos seus valiosos conselhos, não precisarei mais de comprar uma sucessão de pares de óculos! Eu, portanto, ofereço a você o valor que gastaria com a compra dos óculos.

Então eu verei com mais clareza…: o meu discernimento poderá discernir com mais certeza o que você precisa precisamente para concluir a instalação do seu restaurante que tão bem dissemina a prática da Medicina do Princípio Único. Obrigado especialmente por ter sido uma das primeiras em França a ensinar esta via Única apresentada pelo Prof. OHSAWA.

 

Fonte : Revista LETTRE DU TERRYU Nº11

 

161.      HEMORRAGIAS RETINIANAS

 

Senhora P.L. de Sartrouville

 

Sofrendo há 20 anos de hemorragias retinianas com distúrbios do humor aquoso, coroidite, uveíte, etc.…, segui sem muito discernimento, primeiro por 6 anos uma dieta vegetariana, crudívora e fruta, depois  uma dieta á base de cereais com excesso de gomásio que me fez sentir atracão por café, cerveja, aperitivos. Do extremo Yin para o Yang.

Mas em novembro passado, uma dolorosa crise de cistite veio revelar o meu discernimento (e a minha vista) bastante velados. No fim de três semanas da dieta nº 7, a cistite desapareceu completamente. Ao mesmo tempo, uma catarata "patológica" obscureceu gradualmente a minha visão, até que eu não conseguia mais ler ou atravessar a rua.

No entanto, depois de um mês, pude ver, para grande surpresa da minha comitiva, que o dilatador do olho da pupila que  estava paralisado há 20 anos por excesso de atromina, duboisina, beladona, etc ... gradualmente retomou a sua flexibilidade!

Graças ao seu precioso conselho dado no final de abril, que eu estou muito grato - consegui reajustar o equilíbrio Yin-Yang na minha dieta. A minha vista estava sempre a falhar, mas eu fui perseverante. Então o

Depois, a 20 de maio, o meu olho relaxou subitamente das profundezas. A minha acuidade visual passou, em 15 dias, de 2/10.  O olho direito que só via os contrastes da luz, começar a ver as letras grandes novamente de longe! MILAGRE!

Em tão bom caminho, o que fazer, senão chorar de alegria (é Yanguisante) e gratidão ao Princípio Único Yin-Yang.

Muito obrigado.

 

Fonte : Revista LETTRE DU TERRYU Nº11

 

162.      CEGUEIRA DO OLHO ESQUERDO

 

Ângelo STILLACE de Paris

 

Permita-me que lhe conte aqui a triste história que me deu o prazer de a conhecer.

O meu nome é Ângelo STILLACE, sou alfaiate.

Na noite de 2 de fevereiro, no espaço de uma hora, de repente, apercebi-me de que já não conseguia ver bem do meu olho esquerdo;

Era escuridão total.

No dia seguinte, fui ao meu médico, que me deu imediatamente injeções e me recomendou um oftalmologista e depois houve a longa série de radiografias, análises ao sangue, exames, etc. e a absorção de mais de vinte comprimidos por dia.

Ao fim de duas semanas, como não havia melhoras, tive de abandonar o meu trabalho depois de trinta anos de trabalho como artesão.

Sabendo que me encontrava nesta situação, o meu amigo André CASTANET veio ver-me uma noite e disse-me: "Ângelo, não te preocupes mais com o teu olho, amanhã apresento-te a Francoise RIVIÉRE, e marcámos um encontro no restaurante TENRYU.

Durante este primeiro almoço macrobiótico, uma imensa esperança me tranquilizou e ela me pediu para seguir primeiro a dieta nº 7 durante dez dias.

Após 3 dias de dieta, parecia-me que estava como novo.

Não me sentia nem um pouco cansado. No sexto dia, evacuei um cálculo renal do tamanho de um grão de trigo, sem dores, nem cólicas nefríticas.

No 12º dia tive uma melhoria no olho e nos dias seguintes também.

Hoje o problema não passa de uma má recordação.

À medida que o fui conhecendo, Francoise RIVIÉRE e o PRINCÍPIO ÚNICO, apercebo-me agora que recuperei o equilíbrio moral e a saúde que tinha perdido há muito tempo.

Infelizmente, para vos exprimir todo o meu reconhecimento e toda a minha gratidão por tudo o que fizeram por mim nestas circunstâncias, só posso dizer “MERCI(Obrigado)” Francoise RIVIÉRE.

 

Fonte : Revista LETTRE DU TERRYU Nº11

 

163.      Um Testemunho Fora do Normal

 

O meu nome é Vladimir Kanovoski e tenho 87 anos. Há três anos atrás, eu habitava no nº 16 da Rua Pache, em Paris, estava sozinho na vida e praticamente desprovido de recursos.

 

Estava doente: glaucoma no olho esquerdo, 30% de visão na vista direita, um tumor cancerígeno no ânus. Tratado no hospital Saint Antoine, os médicos consideraram uma intervenção cirúrgica, avisando-me que se a recusasse, as minhas hipóteses de sobreviver mais de 6 meses eram muito baixas.

 

Falei então que falei com a pessoa que cuida de mim, a Madame C., ela disse-me que iria modificar toda a minha alimentação. No início, duvidei da sua palavra. Ela cozinhou os meus pratos. Durante um mês, ela não me deu nada para comer além de cereais, e como bebida, chá dos 3 anos. Simultaneamente, a cada 2 dias, ela fez-me emplastros de argila sobre o tumor anal, que estava em profundidade no corpo.

 

Ao final de 45 dias, o tumor começou a melhorar, o olho direito começou a ver um pouco melhor. Após três meses deste tratamento de argila, o tumor começou a “fechar”/desaparecer(?). E eu continuei vivo/a viver.

 

Infelizmente, precisava de sair/ir para uma casa de repouso/lar de idosos. Sou checo-eslovaco, sem recursos/dinheiro e tive uma infância infeliz. A Madame C. falou com o seu irmão que habita nas imediações de Orléans, a mãe deles tem um pequeno alojamento bastante próximo. Neste momento estou com a mãe deles, o meu olho direito está normal/funcional e caminho sem auxílio de uma bengala/canadiana. A Madame C vigia/controla diariamente a minha alimentação. Obrigado à alimentação dos cereais.

 

Nota: O desaparecimento, com 3 anos para ser total, de um tumor cancerígeno, para alguém que tenha mais de 80 anos já por si é extraordinário… Mas o que dizer da devoção da senhora, ajudante de tratamentos, também ela de avançada idade, que preparou as refeições deste senhor idoso, dia após dia, durante mais de 3 meses?

 

164.      PROBLEMAS NO RINS E CÁLCULOS RENAIS

Homem de 50 anos, da revista Joie de Vivre

Há cerca de dez anos, por volta dos 40 anos, teve problemas nos rins e cálculos renais, sendo "curado" pela medicina alopática.

Quando o conheci, ele estava doente novamente e a sua saúde estava muito debilitada, mesmo sendo tratado há mais de um ano pela medicina alopática.

Não houve melhora significativa após uma série de exames, e a única chance de cura que lhe foi aconselhada foi a cirurgia, devido ao seu estado geral de saúde estar muito ruim, o que acarretava riscos sérios.

Depois de adotar uma alimentação macrobiótica, após 2 meses e meio de tratamento, ele estava com a saúde completamente restabelecida; não havia mais traços de cálculos renais no exame de raio-x... Vale ressaltar o uso de chá de casca de tília selvagem, óleo de girassol e cataplasmas de folhas de repolho (nos rins).

 

165.      DOENTE DA VESICULA BILIAR

Mulher de 61 anos, da revista Joie de Vivre.

 

Doente da vesícula biliar há vários anos, tratada pela medicina alopática.

Quando conheci essa pessoa, o seu estado geral de saúde estava muito ruim; os tratamentos médicos só proporcionaram uma leve melhora e, há 1 ano, os médicos e especialistas que consultou recomendaram a cirurgia como única chance de recuperar a saúde.

Ela foi curada e estava com a saúde em plena forma em apenas 3 meses.

Destaca-se o uso de óleo de girassol, cloreto de magnésio e cataplasmas de argila e folhas de repolho (no fígado e na vesícula biliar).

166.     Problemas cardíacos, arritmia, taquicardia

 

Mulher de 25 anos, da revista Joie de Vivre.

Ela sofria de problemas cardíacos, arritmia, taquicardia e estreitamento mitral. Crises dolorosas e perigosas. Além disso, uma ou duas vezes por ano, enfrentava crises muito dolorosas de reumatismo nas articulações.

Foi tratada durante vários anos, tanto para o coração quanto para as crises reumáticas, primeiro pela medicina alopática - sem efeito significativo - e depois pela medicina homeopática, com uma leve melhoria.

Foi curada em 2 meses (há 3 anos). Desde então, não teve mais crises cardíacas nem crises de reumatismo nas articulações. Resultado de um exame cardiológico (auscultação e eletrocardiograma): Coração normal - nada a assinalar.

 

 167.      SENTIMENTO DE GRATIDÃO

 

GEORGE OHSAWA PRESENTEOU 4 DOENTES CURADOS DE CANCRO POR ELE COM COLARES DE PRATA

Presenteei com colares especiais de prata pura da Torre Musso (fabricados pela joalheira do prédio Marunouchi de Tóquio) as quatro mulheres americanas que obtiveram grandes resultados (curaram o cancro) com a prática alimentar correta.

Estrutura social do "sentimento de gratidão" do ponto de vista biológico (Revista Shinshiki Sekai, outubro de 1971) Em comemoração ao 78º aniversário do nascimento do Dr. Jōichi Sakurazawa (18 de outubro de 1893 - 18 de outubro de 1971), autor dos Princípios para um Novo Mundo, Parte 1.

 

168.      "O ASSASSINATO PELO ZEN"

 

O movimento macrobiótico, que havia se espalhado por todos os Estados Unidos como uma inundação, teve que enfrentar um contra-ataque violento (novembro de 1965).

A Sra. Simon, uma jovem artista americana de 24 anos, inocente como um anjo ou uma criança, foi uma entre centenas de milhares de americanas que se lançaram furiosamente na macrobiótica. As belas cartas que ela me escreveu, pela primeira vez antes da sua morte, nos informam muito sobre o seu caráter.

No início de fevereiro de 1965, ela começou a praticar a macrobiótica com o seu marido, e numa semana eles foram milagrosamente salvos de terríveis doenças incuráveis causadas por uma alimentação inadequada e o uso de drogas nos últimos 10 anos; para a Sra. Simon: neurose, alergia, doença cardíaca; para o marido: depressão mental, tuberculose, cálculos renais, narcose.

Posteriormente, eles acrescentaram várias dietas à macrobiótica. Assim, ela faleceu em outubro!

É bem conhecido que frequentemente esse tipo de mulher-criança, inocente e pura como uma pérola branca, carece de autorreflexão e termina tragicamente a sua vida.  O seu pai era presidente da associação de advogados.

Ele lançou uma campanha maciça contra a "Macrobiótica do Sol Nascente", nos jornais, revistas e rádio.

A venda dos meus livros foi proibida, o movimento macrobiótico foi condenado, assim como o Sr. Dufty de "You are all sampaku", acusado, assim como o seu editor, e a Sra. Irma Paule, a Secretária Geral do Instituto OHSAWA. Foi um golpe terrível para o movimento na América.

Não havia TV, rádio, jornal ou revista que não falasse sobre isso. Mas, por causa desse evento, o número de adeptos da macrobiótica, pelo contrário, aumentou.

A Sra. Simon era uma mulher inocente, fiel e muito amada. Porém, com a sua simplicidade e honestidade, ela carecia de discernimento e pensamento profundo, assim como todos os americanos. Fatalmente, ela foi levada a essa trágica conclusão porque não tinha compreensão da teoria, embora fosse entusiasmada pela prática. O seu caso demonstra que a filosofia sem técnica é inútil, a técnica sem filosofia é perigosa.

Quando se introduz uma nova ideia ou teoria, o perigo de acidentes desse tipo é inevitável.

A teoria sem prática, a filosofia sem técnica são inúteis. A TÉCNICA E A CIÊNCIA SEM TEORIA OU FILOSOFIA SÃO PERIGOSAS.

Isso se aplica igualmente à minha medicina, à educação, à política, à indústria, à agricultura, se não houver princípios - o que significa o Primeiro Princípio: a Grande Justiça, o Princípio da vida (saúde, beleza, felicidade, liberdade, justiça) para expressar "A Ordem do Universo Infinito".

 

George Ohsawa

 

  “As curas que fiz pouco valor tem, foram apenas para provar a aplicação prática do Princípio Único”

George Ohsawa

 

AOS 50 ANOS EU DESISTI DE SALVAR OS OUTROS,O INFORTÚNIO VEM DE DENTRO

Por George Ohsawa

 

Não é necessário ser altruísta, devemos ser o maior egoísta, se você quer salvar alguém, é impossível se ele mantiver o mesmo discernimento. Se alguém subir os degraus do discernimento, então ele te vai entender. Mas se ele não te entender, não há nada que você possa fazer.

Se você quer desenvolver a sua compreensão, o seu discernimento do Principio Único você tem que encontrar alguma dificuldade para aguçar seu discernimento. Nesse caso, trate qualquer um, mesmo pagando, já que tal pessoa se torna a sua cobaia, você a pode matar... não importa, mas você o faz com todas as suas capacidades, para aguçar o seu discernimento. Fiz isso até os 50 anos, depois desisti. É inútil, pois a doença, o infortúnio vem de si mesmo.

   

 https://planetaryhealth.com/macrobiotic-recovery-stories/

 https://www.makropedia.com/case-histories

  http://phiyakushi.com/miracles/